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Cenário de uso de rios

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Questão 44 Não interfere 04 Interfere só um pouco 14 Interfere bastante

4.5. Cenário de uso de rios

Para PORATH (2004) os rios sempre desempenharam um papel essencial na es- truturação das paisagens urbanas e consolidaram uma conexão entre forma e uso, exclu- siva em cada cidade e, no decorrer da história, tornaram-se espinhas dorsais das cidades por onde passam, estruturando o tecido urbano próximo a eles e tornando-se muitas ve- zes eixos de desenvolvimento do desenho da cidade.

 Cenário Global

Baseado em PORATH (2004), pode-se identificar alguns dos grandes rios urba- nos do mundo:

• Rio Danúbio em Budapeste – Hungria.

A ocupação de suas margens iniciou-se no ano 70 a.C.. Budapeste é a segunda cidade mais extensa da Europa e o rio é considerado como uma das artérias comerciais mais importantes da Europa.

• Rio Elba em Hamburgo – Alemanha.

A ocupação de suas margens foi iniciada a partir do ano 808. A cidade de Ham- burgo volta suas construções para o rio. A população tem o rio como referência da cida- de.

A ocupação de suas margens iniciou-se no ano 52 a.C.. Seu curso faz parte das principais rotas hidroviárias da França.

• Rio Neva em São Petersburgo – Rússia.

A cidade desenvolveu-se em suas margens a partir de 1703. Com as constantes inundações foram construídos canais para drenar o terreno baixo e pantanoso.

• Rio Nilo na cidade do Cairo – Egito.

A cidade iniciou a ocupação de suas margens no ano de 641, tendo sua principal via pública correndo paralela ao rio.

• Rio South Platte em Denver – Estados Unidos.

A cidade é um importante centro industrial, comercial e financeiro. A ocupação iniciou-se em 1858 e, seu desenvolvimento fez as águas do rio ficarem cada vez mais poluídas.

• Rio Tâmisa em Londres – Inglaterra.

O povoamento das margens remonta do ano I a.C.. A cidade estende-se por am- bos os lados do rio possuindo suas construções voltadas para seu leito. Mesmo poluído, o rio é um referencial para a cidade.

• Rio Tejo em Lisboa – Portugal.

A ocupação das margens iniciou-se em 1.200 a.C.. A cidade situa-se à margem direita do rio e na outra margem localizam-se os bairros industriais.

• Rio Tejo em Toledo – Espanha.

A cidade iniciou a ocupação de suas margens no ano de 193 a.C., localizando-se em sua margem direita, tendo suas construções voltadas para o rio.

• Rio Tibre em Roma – Itália.

A formação da cidade ao longo do rio remonta ao século VIII a.C.. Suas mar- gens estão delimitadas por edifícios e espaços de uso público.

• Rio Vltava em Praga – República Tcheca.

A ocupação das margens remonta ao século IX. O rio apresenta um curso sinuo- so através da cidade e há ocorrência de enchentes.

• Rio Turia em Valência – Espanha.

Teve seu curso desviado da cidade devido às enchentes. No imenso vazio urbano foram projetados e executados jardins que seguem o seu antigo curso.

A ocupação de suas margens deu-se a partir do século XIII. Hoje a cidade é um grande centro comercial e industrial com rios canalizados e poluídos.

• Rio Pegnitz em Nuremberg – Alemanha.

A ocupação das margens iniciou-se no século XII. Muros delimitam as margens do rio que se apresentam arborizadas.

• Rio Volga em Saratov – Rússia.

O rio e setenta e sete afluentes são navegáveis. A cidade é densamente construí- da.

• Rios Saône e Ródano em Lyon – França.

A ocupação das margens destes rios iniciou-se no século II. A atividade industri- al e cultural transformou-se num dos principais núcleos urbanos da França.

• Rio Neckar em Heidelberg – Alemanha.

Sua ocupação iniciou-se no século XII. A cidade fica aprisionada entre o vale e a montanha. A ausência de vegetação ciliar agrava o fenômeno das enchentes.

• Rio Yang-Tsé-Kiang em Xangai – China.

É um dos mais poluídos do mundo. Um milhão de pessoas moram em suas mar- gens, distribuídas em 13 cidades, e estão sendo removidas devido a construção de uma represa para o controle de enchentes, pois quando ocorrem atingem uma população maior do que a dos EUA.

• Rio Don em Toronto – Canadá.

A formação da cidade ao longo do rio remonta ao ano de 1787. 70% do vale é urbanizado com problemas de qualidade da água e o desaparecimento de vegetação na- tiva.

• Rio Ganges em Varanasi (ou Benares) – Índia.

As edificações são voltadas para o rio onde o contato com as águas é intenso. • Rio Reno em Rotterdam – Holanda.

Sua ocupação iniciou-se no século XIII. Na reconstrução da cidade no período pós segunda guerra, os bairros residenciais foram distribuídos nas áreas periféricas e as zonas industriais localizaram-se nas imediações do porto.

• Rio Arno em Florença – Itália.

A ocupação deu-se a partir do ano 200 a.C.. As construções estão voltadas para o rio.

As margens começaram a ser ocupadas em 1630. Boston é uma cidade industrial e possui parques projetados para o controle das enchentes e melhoria da qualidade das águas.

 Cenário Nacional

O Brasil possui a rede hidrográfica mais extensa do globo, com 55.457km2. Mui- tos de seus rios destacam-se pela profundidade, largura e extensão, o que constitui um importante recurso natural. Em decorrência da natureza do relevo, predominam os rios de planalto.

A densidade de rios de uma bacia está relacionada ao clima da região. Na Ama- zônia, que apresenta altos índices pluviométricos, existem muitos rios perenes e cauda- losos. Em áreas de clima árido ou semi-árido, os rios secam no período em que não chove.

As bacias brasileiras são divididas em dois tipos: Bacia de Planície, utilizada pa- ra navegação, e Bacia Planáltica, que permite aproveitamento hidrelétrico.

Com exceção do Amazonas, todos os rios brasileiros possuem regime fluvial. Uma quantidade de água do Rio Amazonas é proveniente do derretimento de neve da Cordilheira dos Andes, o que caracteriza um regime misto (pluvial e nival).

Todos os rios são exorréicos, ou seja, têm como destino final o oceano.

Só existem rios temporários no sertão nordestino, que apresenta clima semi- árido. No restante do país, os rios são perenes.

No cenário brasileiro de rios urbanos, destacam-se o Rio Capiberibe em Recife, cuja ocupação de suas margens deu-se a partir de 1534; o Rio Tietê que possibilitou a fundação de cidades nas proximidades de suas margens a partir de 1554 e hoje se apre- senta aprisionado entre avenidas. O Tietê é o rio mais poluído do Brasil. Na cidade de São Paulo há constante enchentes e a ocupação intensa das suas várzeas trazem inúme- ros prejuízos à cidade e à população.

De modo geral, observa-se que os rios urbanos tornaram-se paisagens muito de- gradadas, com seus leitos alterados, poluídos por distintas tipologias de esgoto e lixo e suas margens sem qualquer tratamento de preservação.

Nesse contexto, conclui-se que o cenário exposto não é exclusividade de grandes rios que cortam grandes centros urbanos, mas sim de qualquer pequeno curso d’água que teve o espaço de suas margens ocupado por áreas urbanas. Esses, ao contrário dos

grandes rios, são altamente vulneráveis e acabam sucumbindo ao ataque do urbano que lhe é próximo.

 Cenário Regional

Em Minas Gerais a situação não é diferente, principalmente porque a rede hidro- gráfica mineira é a mais rica do país. Aqui nascem rios que vertem em direção aos grandes centros brasileiros do sudeste e do nordeste.

É grande o potencial hídrico de Minas Gerais, estado considerado, por muitos, a caixa d'água brasileira. Aproximadamente 4.586 km2 dos cerca de 55.457 km2 da água existentes no Brasil estão situados em solo mineiro, ou seja, 8,3% de rios e lagos natu- rais e artificiais.

Em decorrência de sua situação geográfica privilegiada, Minas Gerais representa o grande divisor de águas das principais bacias brasileiras.

A grande rede hidrográfica de Minas Gerais compartilha seu território com 853 municípios, que, certamente, e em grande parte nasceram e se multiplicaram nas mar- gens de rios.

Os municípios formaram-se nas proximidades de grandes, médios e pequenos cursos d’água que hoje se configuram como pequenos médios e grandes rios urbanos tecendo sua própria história, compartilhando basicamente dos mesmos problemas rela- cionados a qualidade de suas águas e ao convívio com o ambiente construído.

4.6. Educação, Ciência e Ética

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