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O Hospital Federal da Lagoa (HFL) é um dos hospitais que fazem parte da Rede de Hospitais Federais do Ministério da Saúde. A unidade possui 243 leitos instalados e se destaca em atendimento pediátrico, neonatal, oncológico e em terapia intensiva, além de ser referência estadual na área de oftalmologia e no tratamento de catarata congênita (HOSPITAL FEDERAL DA LAGOA, 2003).

O hospital possui um serviço ambulatorial bem abrangente com os seguintes serviços: Alergia e Imunologia Pediátrica; Angiologia; Cardiologia Pediátrica; Cardiologia; Cirurgia cabeça e pescoço; Cirurgia geral; Cirurgia pediátrica; Cirurgia plástica; Cirurgia torácica; Cirurgia vascular; Clínica médica; Dermatologia; Endocrinologia e metabologia; Endocrinologia pediátrica; Fisiatria; Fonoaudiologia; Gastroenterologia; Ginecologia e obstetrícia; Hematologia e hemoterapia; Hematologia pediátrica; Homeopatia; Infectologia, Infectologia pediátrica; Mastologia; Nefrologia pediátrica; Nefrologia; Neurocirurgia; Neurologia; Neurologia pediátrica; Nutrologia; Odontologia; Oftalmologia; Oncologia; Ortopedia e Traumatologia; Otorrinolaringologia; Pediatria; Pneumologia; Pneumologia pediátrica; Proctologia; Psiquiatria; Psicologia; Reumatologia; e Urologia (HOSPITAL FEDERAL DA LAGOA, 2003).

As clínicas de escolha para este estudo foram Centro de Tratamento Intensivo (CTI) adulto, Unidade Coronariana e as clínicas médicas localizadas no 5º andar, pois são as clínicas onde ocorre a maior incidência de pacientes em uso de cateter de nutrição enteral (HOSPITAL FEDERAL DA LAGOA, 2003).

O 5º andar é atendido por dois postos de enfermagem, posto 1 e 2, que tem estruturas semelhantes, contando com sala de prescrição, posto de enfermagem, local de preparo de medicamentos e local para guarda de prontuários. Nas clínicas médicas do 5º andar estão internados pacientes das seguintes especialidades: clínica médica, dermatologia, endocrinologia, hematologia, pneumologia, reumatologia, gastroenterologia, nefrologia e oncologia.

O CTI adulto, localizado no 7º andar do HFL, conta com 12 leitos, sendo um de isolamento. O CTI atende a pacientes do próprio hospital e a pacientes transferidos de outras unidades através do sistema de regulação. São oito leitos destinados à regulação e quatro leitos dedicados ao HFL. O perfil dos pacientes do HFL é de pacientes cirúrgicos, em pós-operatório, e o perfil dos pacientes

A Unidade Coronariana localiza-se no 7º andar conta com seis leitos, quatro leitos são destinados à regulação e dois leitos dedicados ao HFL. Atende a pacientes transferidos provenientes de Unidades de atendimento emergencial do Estado do Rio de Janeiro que necessitam de atendimento cardiológico. Atende ainda a pacientes do próprio Hospital com necessidade de atendimento em Unidade de Cuidados Intensivos independente do diagnóstico, incluindo sepse, pós-operatório e outras patologias.

A Farmácia do HFL é um serviço de abrangência assistencial, técnico- científica e administrativa, em que se desenvolvem atividades ligadas à produção, armazenamento, controle, dispensação e distribuição de medicamentos às unidades hospitalares, sendo também responsável pelo uso racional e seguro dos medicamentos. É responsável pela orientação de pacientes ambulatoriais e internados, visando à eficácia terapêutica e redução de custos (HOSPITAL FEDERAL DA LAGOA, 2003).

O serviço de farmácia é dividido em setores técnicos. Na distribuição interna, as prescrições feitas pelos médicos são encaminhadas à farmácia pela equipe de enfermagem. As prescrições no hospital em sua maioria são digitadas, mas ainda há algumas que são manuais, nos setores de estudo as prescrições são digitadas. Na farmácia, o farmacêutico analisa e faz a triagem dos medicamentos que serão enviados ou não. O sistema de distribuição adotado é o misto, no esquema de dose individualizada os medicamentos são enviados separados por pacientes para um período de 24 horas e na remessa em dose coletiva os medicamentos são enviados para os setores uma vez na semana. Os medicamentos que são dispensados de forma coletiva são: os frascos multidoses, pomadas e colírios, os medicamentos por dose individualizada são: os sólidos orais, ampolas, frasco-ampola e frascos estéreis. A dispensação externa da farmácia é responsável pelo atendimento dos pacientes ambulatoriais e também ao atendimento de programas do governo federal, como HIV/AIDS, Tuberculose e Hepatite C. O setor de farmacotécnica é responsável pela manipulação de quimioterápicos. Na central de abastecimento farmacêutico (CAF) os medicamentos são armazenados e liberados para o ressuprimento dos diversos setores da Farmácia. O setor do fracionamento é responsável pela unitarização das doses, reembalagem e identificação dos medicamentos com lote, validade, nome e dose, a fim de garantir a rastreabilidade dos medicamentos.

5. METODOLOGIA

O presente trabalho é um estudo observacional, analítico e transversal, de orientação retrospectiva, desenvolvido a partir da avaliação das prescrições médicas enviadas ao serviço de farmácia do HFL, referentes à pacientes internados que estavam fazendo uso de CN. As clínicas selecionadas para o estudo foram CTI adulto, UC e clínicas médicas localizadas no 5º andar. Este estudo avaliou as prescrições no período de 01 de janeiro a 30 de junho de 2016.

As prescrições estudadas estão relacionadas aos 74 leitos hospitalares ativos dos setores selecionados: no 5º andar foram 26 leitos do primeiro posto e 30 leitos do segundo posto, 12 leitos do CTI adulto e 6 leitos da Unidade Coronariana. Este foi o número máximo de prescrições que poderiam ter sido analisadas por dia. Como o período escolhido de seis meses compreendeu 182 dias, a amostra do estudo poderia ter sido no máximo 13.468 prescrições, considerando a quantidade de leitos das clínicas selecionadas.

As prescrições médicas de cada clínica foram contabilizadas, e em seguida, analisadas. Aquelas que eram referentes à pacientes em uso de CN foram separadas em envelopes por paciente em todo o período da coleta.

Os prontuários dos pacientes em uso de CN foram consultados para obtenção de alguns dados pessoais como: data de nascimento, sexo, Código Internacional de Doenças-10 (CID - 10), desfecho da internação, posicionamento final do CN e tipo de cateter. Essas informações foram registradas em planilha da Microsoft Excel® estruturada para tal fim. Após obtenção dos códigos de internação de cada paciente referentes ao CID-10, ordenaram-se esses códigos da doença e posteriormente fez-se a frequência de pacientes em cada capítulo referenciado no CID -10 (OMS, 2014).

Na análise das prescrições foram coletados o número total de medicamentos, o número de medicamentos administrados por CN, o número de medicamentos sólidos orais feitos pelo CN, o nome dos medicamentos que foram administrados por CN e suas respectivas doses, forma farmacêutica, posologia e orientação das modificações. Além disso, foram registrados o número total de medicamentos se necessário (SOS) e os medicamentos SOS que poderiam ser administrados pelo CN. Os registros dessas informações foram realizados em planilha de Microsoft Excel® estruturada, em que foi registrado o número total de

de CN por mês. O mesmo programa foi usado para organizar uma planilha em que se registrou o período de duração da prescrição médica, o número do prontuário de cada paciente e as informações sobre os medicamentos anteriormente citadas. Quando havia alteração na prescrição, contava-se como uma nova prescrição e essa mudança foi registrada, para que nenhuma informação ficasse perdida.

Os pacientes em uso de cateter de nutrição enteral foram avaliados com a finalidade de identificar se havia administração de medicamentos orais sendo administrados pelo CN. Ao observar que o paciente não teve administração de medicamento por CN em todo o período de avaliação, ele foi excluído da pesquisa, sendo esse um critério de exclusão.

Utilizando cálculos de estatística descritiva do Excel, foi calculada a frequência absoluta e relativa do sexo dos pacientes e a frequência por idade, cálculos de desvio padrão, mediana, média e moda, frequência relativa do desfecho hospitalar, frequência de tipo e posição do cateter de nutrição dos pacientes que faziam uso de medicamentos pelo CN. Realizaram-se também as médias de prescrições totais e com cateter por dia em cada setor avaliado, através de cálculos no Excel.

Através do registro dos medicamentos que foram administrados, foi realizado o cálculo da frequência, identificando todos os medicamentos e suas formas farmacêuticas. Desta forma buscou-se traçar o perfil dos medicamentos prescritos para administração através do CN.

Após organizar a lista com todos os medicamentos, foram identificadas as classes de medicamentos de maior prevalência usando como objeto o primeiro nível da classificação Anatômica Química Terapêutica (ATC) (WHO, 2017).

Em seguida, foi feita uma busca por protocolos técnicos e informações técnico-científicas sobre recomendações do uso destes medicamentos através de cateter. Após isso se organizou um manual de recomendações para cada medicamento encontrado, no intuito de servir como um instrumento para a administração segura de medicamentos por CN.

O presente trabalho foi aprovado pelo comitê de ética do Hospital Universitário Antonio Pedro no dia 04 de novembro de 2016, com número CAAE: 59613216.3.0000.5243.

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