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CENTRO DE MEMÓRIA DA MEDICINA/CEMEMOR

4. CENTROS DE MEMÓRIA DA UFMG

4.1 CENTRO DE MEMÓRIA DA MEDICINA/CEMEMOR

CEMEMOR é o centro de memória da Faculdade de Medicina da UFMG, criado em 1977, porém formalizado como instituição apenas em 1979, com o advento da Resolução 02/79, do Conselho Departamental da Faculdade de Medicina, de 12 de junho de 1979. Trata- se, em razão disso, do mais antigo centro de memória da UFMG, com 35 anos de existência.

De acordo com os termos da referida resolução, o CEMEMOR foi instituído inicialmente como um museu histórico, composto por salas com temas direcionados, galeria de Medicina e arte, um laboratório de imagem e som, devendo, ainda preservar e construir uma memória tecnológica. Adicionalmente, a resolução previu a organização do CEMEMOR por meio de um colegiado, o qual deveria ser composto por pessoas que tenham contribuído para o estabelecimento ou desenvolvimento do centro, serem filiadas ao mesmo e frequentadoras das reuniões semanais.

A criação do CEMEMOR teve como condicionante principal a instituição da disciplina optativa Historia da Medicina, pois diante da impossibilidade curricular de ministração de matérias teóricas, a criação do centro foi o meio encontrado para interagir os estudantes com a própria memória da Medicina. A disciplina é oferecida a cada semestre, desde 1978, como optativa, aberta a estudantes, docentes, funcionários e demais interessados (HUGO, 2010, p.11).

O principal idealizador do CEMEMOR foi o professor João Amilcar Salgado, que sempre se destacou pelo estudo da história da Medicina e da memória de figuras e instituições médicas do estado de Minas Gerais. E conforme Hugo (2010, p.11) “os esforços de João Amilcar Salgado proporcionaram a formação de grande parte do acervo existente” no centro.

O CEMEMOR é vinculado à diretoria da Faculdade de Medicina da UFMG, e ocupa uma área considerada nobre no saguão da entrada da Faculdade, distribuído em um conjunto de 8 salas, denominadas: salas Borges da Cosa, Clóvis Salgado, Ezequiel Dias, Guimarães Rosa, Baeta Viana, Samuel Libâno, Adelmo Lodi, e Biblioteca Prof. Oswaldo Costa.

O objetivo geral do CEMEMOR é preservar e divulgar a memória da medicina mineira e de seu patrimônio histórico, além da história da medicina brasileira e mundial. Seu

acervo é composto por Instrumentos médicos, móveis, livros, objetos pessoais, fotos, obras raras, painéis, telas, gravuras, depoimentos e outros documentos relativos à história da saúde, documentos de instituições hospitalares e da história administrativa da Faculdade de Medicina da UFMG. De acordo com Hugo (2010, p. 13) o acervo do CEMEMOR, pela variedade possui características ao mesmo tempo de:

Museu (objetos tridimensionais tais como: instrumentos médico-cirúrgico,

móveis, peças de vestuários, quadros, esculturas etc.;); Biblioteca (livros, teses, folhetos, periódicos, separatas); Arquivo (documentos diversos, fotografias e convites de formatura de ex-alunos, fotos históricas, correspondências e etc.). (HUGO, 2010, p.13).

Portanto, o CEMEMOR abriga um acervo bibliográfico com obras de todas as áreas das ciências médicas, e, com destaque, para algumas obras raras como: Erário Mineral de Luiz Gomes Ferreyra (1735) e Aforismo de Hipócrates de Jansssonio (1685), prontuários médicos de escravos do século XIX; entre outras obras e documentos. O arquivo conta um vasto registro documental da vida da Faculdade de Medicina, sendo sua história relatada por meio de atas, livros de registros de diplomas, fotografias de turmas, manuscritos, teses, livros de cadáveres das faculdades, livros de Tiro de Guerra, entre outros. O acervo tridimensional contém diversos instrumentos médicos-cirúrgicos, equipamentos hospitalares, medicamentos, vasilhames e outros que podem ser vistos nas vitrines da galeria de exposição (FOLDER CEMEMOR, 2014).

Em relação à organização do acervo do CEMEMOR, Hugo (2011) destaca que, A organização do acervo histórico do CEMEMOR, por meio do tratamento técnico é constituído pela descrição física, do conteúdo e registro do patrimônio utilizando sistemas de bases de dados a serem definidos posteriormente, constituir-se-à em mais uma fonte de informação, sendo imprescindível para: a visibilidade global do acervo existente no centro, a disponibilização das informações do acervo total na Web para acesso amplo e irrestrito, a pesquisa histórica e comparativa do desenvolvimento das ciências médicas registradas no acervo bibliográfico. (HUGO, 2011, p.16)

Um fato interessante, é que na Resolução 02/79 não estabelecia a criação de uma biblioteca e nem um arquivo no CEMEMOR, porém essas coleções - pela raridade de seus exemplares ou pela importância de seus doadores - tornaram-se os maiores atrativos do centro (HUGO, 2010). A página referente ao CEMEMOR, no site da Faculdade de Medicina, também disponibiliza aos usuários informações referentes ao e-mail para contato, endereço e telefone. O usuário também pode acessar a biblioteca e o museu virtual, onde são disponibilizados alguns artigos publicados e fotos de peças exposta no centro.

Além das dependências da biblioteca, recepção, sala de tratamento do acervo, reserva técnica e sala de reuniões, o CEMEMOR conta, ainda, com duas galerias de exposição permanente; uma galeria de exposição periódica e ‘o Corredor da Memória’, cujas imagens do acervo do centro são expostas em cinco telões instalados no corredor interno da instituição, local onde circulam mais de mil pessoas diariamente.

Figura 2 - Foto: Exposição de Documentos Arquivísticos do CEMEMOR UFMG

Fonte: acervo da própria autora,2014.

O CEMEMOR é aberto à visitação pública diariamente, inclusive de turistas, sendo muito procurado por estudantes de primeiro e segundo graus. Esse centro de memória realiza importante intercâmbio com museus e, dentre outras atividades, ministra o curso de História da Medicina, que funciona ininterruptamente, a cada semestre, desde 1978. Cabe ainda sublinhar que o curso conta com número elevado de matrículas, pois o mesmo é aberto a estudantes de qualquer área, aos docentes, funcionários e quaisquer interessados .