• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 2 – ENQUADRAMENTO TEÓRICO 7

2.3  Papel da Organização Hospitalar na Sociedade 42 

2.3.1  Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio 49 

O Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio (CHBA), em funcionamento desde 2004, resulta da fusão de duas unidades hospitalares – a de Lagos e a de Portimão – que abrangem os concelhos de Aljezur, Lagoa, Lagos, Monchique, Portimão, Silves e Vila do Bispo.

A sua história remonta aos séculos XV e XVII, com referências a unidades hospitalares em Lagos e em Portimão, respectivamente. Ambas com passados de Misericórdias, foram alvo de nacionalizações em 1975 tendo passado posteriormente a

50 Hospitais Distritais. A unidade de Lagos, embora com sucessivas remodelações, ocupa no entanto as mesmas instalações de origem, enquanto a unidade de Portimão ocupa novas instalações desde 1999.

Detentora de vários estatutos jurídicos, a unidade de Portimão funcionou como sociedade anónima, entre 2002 e 2004, com a designação de Hospital do Barlavento Algarvio, S.A. Em 2004 integrando a unidade hospitalar de Lagos passou a ter a denominação de Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, S. A. Em Dezembro de 2005 ocorreu nova transformação, agora para entidade pública empresarial, passando a designar-se Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, EPE através do Decreto-Lei nº 233/2005 de 29 de Dezembro, tendo como objectivo uma gestão mais racionalizada e optimizar a capacidade hospitalar disponível, rentabilizando recursos materiais, humanos e financeiros.

O actual estatuto jurídico adopta metodologias que garantem maior rigor, eficiência e flexibilidade às organizações, trazendo desafios acrescidos orientados para o cumprimento de objectivos, não podendo a responsabilidade social ser negligenciada dentro desta realidade. Exige de todos os intervenientes competência, empenho e dedicação, aliados à preocupação da gestão para maximizar a satisfação dos seus profissionais, com vista à obtenção de maior competitividade organizacional.

Apela igualmente a boas práticas de governação hospitalar, já que a OPSS (2008: 30) refere ter surgido “… como um paradigma que pretende juntar numa mesma plataforma a governação clínica e a governação empresarial tendo em conta as diferenças que existem entre a organização hospital e a organização empresa ao mesmo tempo que procura lidar com o duplo papel do hospital, a abrangência dos seus objectivos e os múltiplos interessados que o rodeiam.”

51 Adoptando o modelo de boas práticas de governo, o hospital deverá incluir no seu desempenho “… estratégias concertadas de sustentabilidade nos domínios económico, social e ambiental.” (OPSS, 2008: 42)

Num futuro próximo está prevista a criação de uma unidade local de saúde, com os diversos centros de saúde da região, visando a integração dos cuidados de saúde primários e secundários, trazendo igualmente desafios acrescidos aos profissionais, organização e comunidade.

O Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, EPE (adiante mencionado como CHBA), possui como missão a prestação de cuidados de saúde integrados, diferenciados, com elevada qualidade e acessíveis em tempo oportuno e a sua visão contempla a Unidade Local de Saúde, com a finalidade de adequar e garantir a continuidade dos cuidados de saúde aos utentes, melhorando a acessibilidade. Encontra- -se igualmente presente na sua visão a eficiência e eficácia na utilização dos recursos, na qualidade dos cuidados e sentimentos de satisfação dos utentes e profissionais.

Nos seus princípios nucleares estão presentes as necessidades dos doentes, a actualização permanente de conhecimentos / atitudes dos profissionais, os programas de investigação clínica que melhorem os cuidados e beneficiem a sociedade, o respeito pelos direitos e dignidade dos actores, a melhoria contínua dos processos assistenciais, de formação e investigação, o reconhecimento dos valores pessoais e profissionais e incentivo para o desenvolvimento das capacidades dos clientes internos.

Encontra-se estruturado em seis departamentos, nomeadamente, Médico, Cirúrgico, Materno-Infantil, Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica, Saúde Mental e Urgência/Emergência/Cuidados Intensivos/Anestesiologia. Possui uma

52 capacidade de 300 camas, distribuídas pelas duas unidades hospitalares. A sua intervenção assistencial reparte-se entre dois sectores fundamentais: a área do ambulatório, que engloba o atendimento de urgências, consulta externa, exames especiais, hospital de dia e cirurgia do ambulatório; a área do internamento, repartida pelos diferentes serviços do foro médico, cirúrgico, pediátrico e obstétrico.

Existe ainda um conjunto de serviços de suporte à prestação de cuidados, dos quais se destacam os serviços farmacêuticos, social, de nutrição e alimentação. Para além destes, conta também com um vasto leque de serviços de gestão e logística, nomeadamente, serviço de doentes, gabinete do utente, gabinete de imagem e comunicação, gabinete de apoio e informação ao utente, serviços religiosos, arquivo clínico, serviço de aprovisionamento e armazém, serviços de instalações e equipamentos, serviço de expediente, lavandaria, comunicações, central de transportes, serviço de gestão de recursos humanos, gabinete de formação, centro de documentação e reprografia, gabinete de apoio jurídico e contencioso, direcção financeira, serviços de contabilidade/tesouraria, gabinete de contabilidade analítica, gabinete de estatística, gabinete de controlo de crédito e facturação e serviço de informática.

A seguinte tabela mostra o movimento assistencial do hospital, em 2007, onde se pode observar o forte impacto que a vertente ambulatória possui na actividade da organização.

53

Tabela 2.1 – Movimento Assistencial do CHBA em 2007 Movimento Assistencial

Partos 1764

Intervenções cirúrgicas 1279

Consultas externas 105133

Meios complementares de diagnóstico e terapêutica 44512

Doentes internados 18027

Doentes atendidos nos serviços de urgência 101724 Fonte: CHBA, disponível em www.chba.min-saude.pt, acesso em 17-08-2008

O CHBA constitui a maior entidade empregadora do barlavento algarvio, cujos recursos humanos contam com 1432 profissionais, alocados pelos diferentes grupos profissionais, como se pode observar na tabela 2.2.

Tabela 2.2 – Recursos Humanos, segundo o grupo profissional

Grupo Profissional Efectivos

Dirigente Superior 7 Técnico Superior 48 Técnico 3 Informático 7 Técnico - Profissional 39 Administrativo 130 Operário 12 Auxiliar 430 Educadora de Infância 1 Médico 162 Enfermeiro 489 Técnico de Diagnóstico e Terapêutica 104

TOTAL 1432

Fonte: CHBA (Actualização em 30 de Junho de 2008)

A organização está envolvida num programa de certificação de qualidade organizacional, tendo o seu trabalho orientado através de normas, protocolos e

54 procedimentos padronizados, que se encontram organizados em diversos manuais, distribuídos pelos diferentes serviços. Desde 2006 que a organização possui a certificação pela ISO 9001, dos serviços farmacêuticos, imagiologia, inumohemoterapia e esterilização.

A organização tem participado em diversos projectos de melhoria dos serviços, nomeadamente: remodelação do serviço de urgência, certificação de qualidade - informação/acesso e segurança dos utentes, informatização e automatização do serviço de urgência, tecnologias de informação laboratoriais e arquivo de imagem e controlo da infecção hospitalar.

Na sua articulação com a comunidade e visando a adopção de princípios de boa governação, o CHBA, disponibiliza um conjunto de informações ao público, on-line, relativas a diferentes temáticas que directa ou indirectamente possam interessar ao cidadão e das quais se salientam: direitos e deveres do doente, guias de apoio, horário de visitas, meios de acesso à instituição, farmácias de serviço, voluntariado e inscrições para cirurgia. Permite igualmente, a possibilidade de propor sugestões, bem como efectuar reclamações relativas aos serviços prestados.

55