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O município de Paranaguá está situado no litoral do Paraná e de acordo com a pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2016, estima-se que Paranaguá possui uma população de 151.829 habitantes. No município está localizado o Porto de Paranaguá que, em consequência de sua relevância no processo de exportação de grãos e outros produtos industrializados, ocupa lugar de destaque na vida econômica brasileira eparticipa do desenvolvimento econômico-social do município, mas também, de outro lado, contribuindo no agravamento da questão social local2. Como já fora dito, por ser um município litorâneo, com uma temperatura agradável, se torna um lugar muito atrativo também devido às festas típicas da cidade, as quais trazem turistas de diversas regiões do Paraná e até de outros Estado, mas também uma população circulante que por vezes permanece na cidade, seja em atividades informais ou devido ao porto, como possíveis fonte de renda.

Para atender essa população o município conta com os seguintes serviços e/ou políticas públicas da saúde, segurança, educação, trabalho, meio ambiente, conselho tutelar agricultura e pesca, CAGEPAR (Companhia de Água e Esgoto de Paranaguá), comunicação social, cultura e turismo, defesa civil serviços urbanos, governoe ouvidoria geral e a assistencial social, a qual o Centro POP é uma das políticas presentes para abordar a População em Situação de Rua

O Centro POP foi inaugurado no dia 03 de novembro de 2014 com o intuito de prestar um serviço especializado e de qualidade para a população em situação de rua, com base na normativa, e na aprovação da alteração na LOAS e da Lei do SUAS, a atenção às pessoas em situação de rua no campo da assistência social passou a se firmar sobre bases mais sólidas, que lhe asseguraram definitivamente o reconhecimento como sujeitos de direitos.

Posteriormente, em decorrência das alterações da LOAS, por meio da Lei n°

11.256/05, de 30 de dezembro de 2005 (BRASIL, 2005), para a inclusão da obrigatoriedade da formulação de programas de amparo à população em situação de rua,

2 A atividade portuária impacta sobre a questão urbana do município, produzindo redesenhos nos espaços de moradia, redefinição de vias urbanas, segregação espacial da cidade, além de um contingente de pessoas com fluxo contínuo de deslocamentos, de população em situação de rua, de prostituição, dentre outras situações que demandam políticas públicas de caráter social do município.

o poder público municipal passou a ter a tarefa de manter serviços e programas de atenção à população em situação de rua, garantindo padrões básicos de dignidade e não violência na concretização de mínimos sociais e dos direitos de cidadania.

Conforme previsto na Norma Operacional Básica/Sistema Único de Assistência Social NOB SUAS 2005, o cofinanciamento federal para a oferta de serviços pelo Centro POP é operacionalizado por meio do Piso Fixo de Média Complexidade, via transferência regular e automática, diretamente do Fundo Nacional de Assistência Social para os Fundos de Assistência Social dos municípios e Distrito Federal, ou para Fundos Estaduais de Assistência Social, no caso de municípios de pequeno porte que atendem a essa população em CREAS Regional.

OCentro-Pop se constitui como um serviço de atendimento à população em situação de rua, sendo uma unidade pública e estatal, dando apoio apenas a adultos, com amparo da Proteção Social Especial de Média Complexidade do SUAS.

As ações desenvolvidas são para atender as demandas, através da abordagem junto ao usuário de forma qualificada e personalizada de modo a promover com cada sujeito, nesta condição, a construção conjunta de seu processo de saída das ruas, com dignidade e respeito à sua vontade e nível de autonomia. Visando o fortalecimento de vínculo realizado com grupos, organizado de modo a prevenir as situações de risco social, ampliar trocas culturais e de vivências, desenvolver o sentimento de pertença e de identidade, fortalecer vínculos e incentivar a socialização e a convivência comunitária. Também, é feita a ficha individual de acompanhamento, desenvolvida pela equipe técnica visando evidenciar o perfil e as necessidades da população , realizar articulação com as redes socioassistenciais bem como desenvolver trabalho em oficinas e grupo de apoio

O Centro POP necessita que sua acomodação garanta o espaço físico que comporte a infraestrutura necessária para a completa execução das funções e atividades a serem desenvolvidas neste ambiente. Sua implantação de acordo com o MDS (BRASIL, 2017) relata que:

Para a definição do local onde será implantado o Centro de Referência, o gestor deve considerar as especificidades do território, através da implantação das Unidades em lugar de fácil acesso, maior concentração e trânsito das pessoas em situação de rua na localidade. Desta forma, faz-se necessária a elaboração de um diagnóstico socioterritorial para identificar as áreas de maior concentração e trânsito dessa população, bem como sua dinâmica de movimentação.

Claro que todo esse diagnóstico, deve ser feito com bases em pesquisas, e informações decorrentes de estudo socioterritorial, levando em conta todas as informações obtidas com órgãos competentes, por exemplo, a abordagem social e em algumas cidades que dispõem de acolhimentos institucionais ou albergues, junto desses também.

Os estudos socioterritoriais são pautados no:

Conhecimento dos modos de vida dessa população (suas dificuldades, necessidades e potencialidades);

Políticas, programas, serviços e benefícios que conseguem acessar;

Suas redes sociais de apoio formais e informais;

Demandas de acesso (a diversas políticas públicas, documentação, órgãos de defesa de direitos, etc);

Desafios e deslocamentos necessários à equipe do Centro de Referência para oferta da atenção a esse público.

Contudo, muitas vezes a própria vizinhança do Centro POP acaba por não aceitar o equipamento, pois eles veem a população em situação de rua como uma ameaça às suas famílias e residências, visto que o estigma que essas pessoas sofrem ainda é muito grande.

Contudo, embora o equipamento possa se situar em uma boa localização, ele deve dispor de espaços mínimos para o convívio e desenvolvimento social dos assistidos, no entanto as instalações devem ser de acordo com a “CARTILHA: o SUAS e a população em situação de rua”:

Recepção e acolhida inicial;

Sala para atividades referentes à coordenação, reunião de equipe e atividades administrativas;

Sala de atendimento individualizado, familiar ou em pequenos grupos;

Salas e outros espaços para atividades coletivas com os usuários;

Socialização e convívio;

Copa/cozinha;

Banheiros masculinos e femininos com adaptação para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida;

Refeitório;

Lavanderia;

Guarda de pertences, com armários individualizados;

Higiene pessoal (banheiros individualizados com chuveiros, inclusive).

O Centro POP de Paranaguá está localizado a 1 km do centro da cidade, situado em uma rua movimentada, porém é uma rua de passagem, com poucos comércios, possui mais residências. Possui hospitais e fórum próximos. É um equipamento com um espaço bem amplo tendo espaço de recreação para os atendidos, um local para os profissionais do serviço social e da psicologia, para o atendimento individual especializado, outro local para a coordenação e para os educadores sociais.

O MDS regra também sobre o que de mobiliário deve conter, para o melhor aproveitamento dos serviços ofertados, como por exemplo:

Mobiliário, computadores, telefone;

Material de expediente e material para o desenvolvimento de atividades individuais e coletivas (pedagógicos, culturais, esportivos, etc.);

Veículo para utilização da equipe (de uso exclusivo ou compartilhado);

Arquivos, armários ou outros, para guarda de prontuários físicos em condições de segurança e sigilo;

Armários individualizados para guardar pertences;

Materiais para a produção e realização de refeições;

Artigos de higiene pessoal.

Acesso à internet;

Impressora;

Material multimídia, tais como: TV, equipamento de som, aparelho de DVD, máquina fotográfica.

O Centro POP tem que funcionar ao menos 5 dias por semana, 8 horas por dia, sendo que deste período deve ter os profissionais aptos a desenvolverem o bom funcionamento dos serviços ofertados pelo Centro, mas esses horários podem ser ampliados, visando o melhor atendimentos aos moradores em situação de rua.

A equipe do Centro-pop, segundo o MDS, deve ser constituída de um grupo de profissionais contendo: 1 Coordenador (a); 2 Assistentes Sociais; 02 Psicólogos (as); 01 técnico de nível superior, preferencialmente com formação em Direito, Pedagogia, 04 profissionais de nível superior ou médio para a realização da abordagem social, o desenvolvimento de oficinas socioeducativas, dentre outras atividades; 02 auxiliar administrativo.

Estes profissionais devem estar aptos e capacitados ao tratamento humanizado dos atendidos, se atendo a valores éticos correspondentes, que possam trabalhar bem em grupos, lembrando que são pessoas em situações muitas vezes extremas, vivendo à margem da sociedade contemporânea, o que necessita de muita cuidado no convívio.

No site do MDS, 2013, foram expostas normatizações para consulta e estudo do atendimento a População em Situação de rua, sendo eles:

(BRASIL, 2004). Política Nacional de Assistência Social – PNAS. A PNAS reconheceu a atenção à população em situação de rua no âmbito do SUAS. De acordo com a PNAS,

“no caso da proteção social especial, à população em situação de rua serão priorizados os serviços que possibilitem a organização de um novo projeto de vida, visando criar condições para adquirirem referências na sociedade brasileira, enquanto sujeitos de direitos” (p.37).

(BRASIL 2005), Lei nº 11.258 de 2005, que inclui, no parágrafo único do Artigo 23 da Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS, a prerrogativa de que, na organização dos serviços da Assistência Social, deve rão ser criados programas destinados às pessoas em situação de rua.

(BRASIL 2006a), Decreto s/nº, de 25 de outubro de 2006. – instituiu o Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), coordenado pelo MDS, com a finalidade de elaborar estudos e apresentar propostas de políticas públicas para a inclusão social da população em situação de rua.

(BRASIL 2006b), Portaria MDS nº 381, de 12 de dezembro de 2006, – assegurou recursos do cofinanciamento federal para municípios com mais de 300.000 habitantes com população em situação de rua, visando apoio à oferta de serviços de acolhimento destinados a este público.

(BRASIL 2009a),Resolução do Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS n.

109, de 11 de novembro, de 2009.– Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais.

Documento que tipifica os serviços socioassistenciais em âmbito nacional, dentre os quais os serviços destinados ao atendimento à população em situação de rua na Proteção Social Especial - PSE: Serviço Especializado em Abordagem Social; Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua; Serviço de Acolhimento Institucional (que incluem adultos e famílias em situação de rua) e Serviço de Acolhimento em República (que inclui adultos em processo de saída das ruas).

(BRASIL 2009b) Decreto nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009, – instituiu a Política Nacional para a População em Situação de Rua e o seu Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento.

(BRASIL 2010a)Instrução Operacional conjunta Secretaria Nacional de Assistência Social - SNAS e Secretaria Nacional de Renda e Cidadania - SENARC Nº 07, de 22 de novembro de 2010– que reúne orientações aos municípios e Distrito Federal para a inclusão de pessoas em situação de rua no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.

(BRASIL 2010b) Resolução da Comissão Intergestores Tripartite – CIT nº 7, de 07 de junho de 2010 - pactuou critérios de partilha de recursos do cofinanciamento federal para a Expansão dos Serviços Socioassistenciais 2010. Destinou, pela primeira vez, recursos do cofinanciamento federal para a oferta do Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua, ofertado no Centro de Referência para População em Situação de Rua, em municípios com mais de 250.000 habitantes e Distrito Federal.

(BRASIL 2010c).Portaria Nº 843, de 28 de dezembro de 2010.– Dispõe sobre o cofinanciamento federal, por meio do Piso Fixo de Média Complexidade - PFMC, dos serviços socioassistenciais ofertados pelos Centros de Referência Especializados de Assistência Social - CREAS e pelos Centros de Referência Especializados para População em Situação de Rua, e dá outras providências.

É importante ressaltar que todos os avanços alcançados em nível nacional se refletem diretamente no desenvolvimento de serviços de proteção social dos municípios do país, entretanto, destaca-se a necessidade da abertura de espaços participação da população em situação de rua nestas discussões, visto que, os avanços só poderão obter efetividade de fato a partir do atendimento das demandas destas pessoas. Atendimento este, que deve se dar através dos serviços de proteção social de cada município que por sua vez deverão se pautar na Política nacional para Inclusão Social da População em Situação de Rua.

Dessa forma, partindo da CF/1988 até a inserção da Assistência no âmbito da Seguridade, em 1993, temos um grande avanço, pois a partir dessa inserção a mesma se configura como política de proteção social articulada a outras políticas do campo social voltadas à garantia de direitos. Há ainda uma mudança significativa no conceito de assistência social, que agora passa a ser vista como política pública.

As políticas trazem consigo grandes mudanças, pois além de romper com a visão conservadora de assistência ou “assistencialismo”, reafirma a necessidade de articulação

entre as demais políticas, como forma de enfrentamento às expressões da questão social.

Amplia ainda o conceito de usuário da assistência social, incluindo, de acordo com a LOAS, não apenas aqueles considerados inaptos para o trabalho, mas também, a massa de desempregados e subempregados que, embora aptos ao trabalho, encontram-se em situação de vulnerabilidade e risco social.

3.1 Serviços do Centro Pop

O Centro-pop garante ao indivíduo uma nova perspectiva de vida, dando oportunidades de mudança, visando reatar laços familiares e interpessoais “que oportunizem a construção de novos projetos de vida” (BRASIL, 2017)

De início os moradores acabam por procurar o Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua por indicação de outros que já fazem parte do grupo de assistidos do Centro e que divulgam aos de seu grupo os benefícios.

Ao dar entrada ele é recepcionado com entrevista informal e encaminhado para o banho, caso queira, e para o café da manhã. Isso se ele conseguir dar entrada no horário correto, pois o Centro-pop tem uma política de horários, se o interessado procurar após as 10 horas da manhã não poderá mais tomar o café da manhã de acordo com as normas do equipamento, terá que esperar o almoço, o que acaba limitando àqueles que da Política para População em Situação de Rua necessitam, porém eles podem continuar usufruindo do espaço do Centro POP, aproveitando seu tempo para fazer sua higiene pessoal e participar das atividades educativas desenvolvidas pelos profissionais do Centro POP. Após esse momento inicial ele é encaminhado ao Assistente Social, com o qual participará de uma entrevista completa, se ele possui a documentação ou se será necessário providenciar, motivo de estar em situação de rua, familiares, se quer ter contato com estes, se tem pretensão de arranjar um trabalho ou se já possui um, de qual município ele procede, se gostaria de retornar ao município de origem ou não.

Possui também o Serviço de Abordagem social, in loco, se o usuário constitui-se como pessoa em situação de rua, a equipe irá encaminhá-los conforme necessidade, assim como orientá-los sobre os atendimentos na estrutura do Centro POP;

Assegurar o trabalho social de abordagem que identifique as características dos moradores de rua e as suas necessidades, indo nos locais onde os mesmos pernoitam, que normalmente se situa nas áreas públicas das cidades. O serviço busca uma solução imediata para os problemas mais infringentes do morador de rua, encaminhado para os serviços públicos, famílias e até mesmo acionando o poder policial, desde que o mesmo não prejudique o

execução do serviço especializado para pessoas em situação de rua.

(MENDEZ, 2013)

A acolhida constitui importante momento para o atendimento inicial sendo realizada pela equipe dos educadores sociais. Há também a possibilidade de fornecimento de passagem de ônibus, cabendo destacar que nos casos em que a pessoa não possui vínculos familiares em Paranaguá, o técnico do Centro POP estabelecerá contato com familiares ou com o local de trabalho informado pelo usuário, a fim de confirmar o local e se este realmente possui vínculos com a cidade destino/origem, para que somente mediante tal confirmação, libere uma passagem de ônibus.

Encaminhamento, considerando o atendimento do Centro POP, serão realizados encaminhamentos conforme a realidade social dos usuários, sendo mantido contato com as demais secretarias para o fomento das ações nas áreas.

3.1.1 Acompanhamento Especializado

As Entrevistas são importantes estratégias utilizadas nos primeiros contatos com os usuários para a acolhida e a avaliação inicial, que permitem conhecer e analisar as demandas e expectativas dos sujeitos atendidos para a elaboração conjunta do Plano de Acolhimento.

O Atendimento Individual ou Familiar tem como objetivo proporcionar a escuta qualificada além de informar, esclarecer e orientar os usuários. Sua realização constitui responsabilidade do Assistente Social e do Psicólogo.

Orientação e atendimento em grupo, inserção do usuário em atividade coletiva.

O grupo tem como objetivo favorecer o processo de reflexão, o fortalecimento da identidade individual e coletiva, do protagonismo e da participação social e instigar a construção de novas trajetórias de vida. Elaboração da Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEF), o plano de acompanhamento tem a função de organizar a atuação interdisciplinar da equipe do serviço e delinear, operacionalmente e metodologicamente, o caminho a ser seguido.

3.2 Serviço social no Centro Pop

As ações desenvolvidas pelo serviço social devem integrar-se às demais ações da política de assistência social, dos órgãos de defesa de direitos e das demais políticas públicas - saúde, educação, previdência social, trabalho e renda, moradia, cultura, esporte, lazer e segurança alimentar e nutricional -, que possam conduzir a impactos

mais efetivos no fortalecimento da autonomia e potencialidades dessa população, visando à construção de novas trajetórias de vida.

Todos os profissionais possuem seus instrumentos de trabalho, e o assistente social sendo um trabalhador inserido na divisão social e técnica do trabalho, necessita das bases teóricas, metodológicas, técnicas e éticas-políticas para o seu exercício profissional. Os instrumentais técnico-operativos são um “conjunto articulado de instrumentos e técnicas que permitem a operacionalização da ação profissional”.

(MARTINELLI, 1994, p.137).

O instrumental e a técnica estão relacionados em uma “unidade dialética”, refletindo o uso criativo do instrumental com o uso da habilidade técnica. O instrumental “abrange não só o campo das técnicas como também dos conhecimentos e habilidades” (MARTINELLI, 2000, p.138).

As técnicas de intervenção possibilitam aos assistentes sociais relações e interações que se estabelecem entre a realidade e os sujeitos, sendo eles individuais ou coletivos. Medina (2004) refere-se à entrevista como um momento épico, único e especial, de encontro entre sujeitos, no qual se faz presente o embate democrático e saudável de ideias, trajetórias e singularidades.

Constitui-se a entrevista como um instrumento de trabalho do assistente social assumido desde os primórdios da profissão. Mary Richmond (1950), em sua obra Diagnóstico Social, referia que através dela o assistente social faria o diagnóstico social.

Naquela época, a entrevista inicial era como uma conversa inicial.

“Considerava-a um procedimento difícil, por entender que era naquele encontro que se estabeleciam as bases do entendimento de ambos e da obtenção dos fios que orientariam o trabalho até alcançar a avaliação, que ela denominava como ‘juízo final’.” A autora dizia que, na primeira entrevista, fossem observados os seus objetivos e lembrava que, naquele momento, a assistente social deveria ser delicada, paciente, e ter uma escuta tranquila em relação ao usuário.

A entrevista é um instrumento de uso cotidiano para muitos profissionais, ela é de extrema relevância para os que lidam diretamente com os usuários. Sua importância se dá em permitir aos assistentes sociais o conhecimento da realidade, “sob a ótica da história de vida de alguém que deseja e necessita viver condições melhores, mais dignas, e que as informações e recursos não estão disponíveis para um acesso autônomo” (CARDOSO, 2008, p. 34).

Assim como todos os outros instrumentos, a entrevista exige um roteiro para o seu desenvolvimento, a primeira etapa está relacionada ao planejamento. Planejar é estudar, organizar, coordenar ações a serem tomadas para a realização de uma atividade visando solucionar um problema ou alcançar um objetivo. esclarecer os fundamentos e realizar um conjunto das ações. Portanto, é importante que o assistente social se organize para realizar a entrevista, “considerando que sua ação esteja sustentada pelos eixos teórico, técnico e ético político.” O planejamento nada mais é do que uma mediação teórico-metodológica. Para ser bem sucedido durante a entrevista, o profissional deve ter pleno conhecimento da política social trabalhada.

Na sequencia é realizada a finalidade da entrevista, seus objetivos, como será

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