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A Chegada

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3- O CAMINHO PARA CHEGAR MAIS PERTO DE DEUS

3.4. A Chegada

Imagem 15 - Momento de espera dos romeiros que ficaram para traz. Fonte: Alessandra Bezerra da Silva (2014)

Na chegada em Trindade, os romeiros da equipe de apoio tiveram que dar a volta pelo asfalto, e encontraram os demais para ir todos juntos caminhando dentro da cidade. Na

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A rodovia dos romeiros foi construída na saída de Goiânia (Go 060) e percorre dezoito quilômetros do Terminal de ônibus Padre Pelágio até o município de Trindade.

imagem, percebemos que alguns estão olhando para traz procurando, preocupados com os que estão ainda por vir. É “momento de espera”, cada passo para o romeiro uma prova de fé.

A caminhada, apesar de ter o mesmo trajeto, não foi nem é igual para todos. Alguns estão descalços, porque muitos chegam com vários ferimentos nos pés, com dores musculares e tensões da viagem. O sangue não pode esfriar, senão “trava” o corpo. Com a demora, alguns sentam em qualquer lugar, não se incomodam com o meio fio do asfalto, repondo um pouco de suas energias com frutas e água. Mas a chegada é um turbilhão de sentimentos, de dor, alegria, sacrifício e fé.

Quando se coloca os pés na cidade, há uma parada bem emocionante para os romeiros. Assim como ocorreu na saída de Quirinópolis, alguns familiares e amigos do grupo estão ali à espera. Os companheiros de caminhada que por uma semana estiveram juntos e presentes em todos momentos se abraçam em sinal de amor. A emoção expressada pelas lagrimas e risos expostos nas faces, também por estarem pertinho da casa do Divino Pai Eterno.

O instante torna-se sublime, com a presença de todos reunidos, os romeiros e os familiares. Os pagadores de promessa agradecem pela graça recebida, os do grupo de apoio dão as mãos e rezam, como no início da caminhada, mas com sabor peculiar de remissão dos pecados. Eles sentem a “alma lavada”, leves e livres exaltam a humildade bem como a alegria de estar diante do Divino Pai Eterno.

A oração que foi feita nesta hora é distinta de todas as outras, pois cada devoto do Divino Pai Eterno sente a presença da “luz” naquele momento. A romeira Simone agradece primeiramente, pedindo ao Divino Pai Eterno forças para aceitar a perda de seu filho de quinze anos, que havia falecido menos de três meses antes da festa da romaria. Ele tinha um câncer raro nos ossos e já tinha sido diagnosticado há alguns anos atrás, sem expectativa de prorrogar a expectativa de vida. A cinco anos ambos faziam a romaria, e naquele ano não fora mais possível. Como toda mãe que perde um filho assim, ela não se conteve nas palavras, emocionando ainda mais os demais participantes45:

Divino Pai Eterno quero agradecer por mais um ano estar presente nesta caminhada, este ano pensei que não conseguiria vir pois não tenho o Leandro aqui comigo, mas você mais uma vez me ensinou que ele está presente sim aqui no meu coração e que se você levou ele contigo e porque você tem um propósito para ele. E te agradeço pois no dia que recebi a notícia da doença bati o joelho no chão e rezei que você me ajudasse a aceitar que estava previsto para ele e que eu e ele viria a pé pelos resto da minha vida é você como é bom deixou que ele caminhasse comigo esse trajeto por cinco anos enquanto os médicos não deram seis meses de vida e hoje eu vim aqui te agradecer por deixado o meu filho esse tempo comigo.

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Oração gravada e transcrita pela pesquisadora. Entrevista com a romeira Simone, 42 anos. O filho Leandro morreu de câncer três meses antes, sendo que estava há mais de 5 anos desenganado pelos médicos. Quando fez o tratamento, paralisou a doença por 5 anos, mais veio a óbito no ano de 2014.

Os demais continuaram expressando fisicamente e verbalmente as suas emoções. Sensações de arrepios, de tranquilidade, de felicidades espontâneas por sentir o fluxo de energias positivas. Todos muito emocionados com aquela mãe, que sentia falta de seu filho, lamentando que ele ainda poderia ter experiências a serem vividas, mas conformada somente pela fé em Deus e a esperança de que ele está em um lugar melhor na presença do Pai Eterno. Naquele momento, todos os romeiros que quiseram expor os seus agradecimentos oraram e falavam com coração. Logo após, continuaram caminhando até chegar na Igreja.

Imagem 16 - Última oração em equipe entrada de Trindade-GO.46 Fonte: Alessandra Bezerra da Silva (2014)

A festa tradicional atualmente organizada pela Igreja Católica vem atraindo mais cristãos de todo o país todos os anos. Assim, o comércio organiza-se para o abastecimento da cidade. Nesse sentido ainda, entidades públicas e empresas privadas se mobilizam, trabalhando para melhor atender os romeiros em todos os setores, como hospedagem, alimentação, saúde, entretenimento e informações religiosas. Contudo, o romeiro somente desfruta destes serviços depois de cumprir todo o percurso. Em um clima de festa, o grupo foi adentrando na cidade e percebendo o quanto são bem recepcionados. Essa é “uma característica dos santuários brasileiros em dia de festa” (STEIL, 1994 P. 155).

Na festa do Pai Eterno em Trindade, a cidade se prepara para receber os devotos. Não passam carros nas ruas do centro da cidade, pois estão bloqueadas para que os comerciantes

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Foto da última oração em equipe mostra na expressão de cada rosto um sentimento diferente, a tradição mais uma vez foi cumprida e chegou-se ao destino marcado pela fé.

possam ter maior aproximação com os devotos. Os hotéis da cidade ficam todos lotados, alguns romeiros alugam casas e as vezes continuam dormindo em barracas próximas dos acampamentos. É costume também alugar banheiros para tomar banho.

Imagem 17 - Entrada na cidade de Trindade. Fonte: Alessandra Bezerra da Silva (2014)

3.5 O beijamento da fita

A caminhada prosseguiu até a capela do Divino Pai Eterno, acompanhada dos carros de apoio. Todo o grupo chegou junto: romeiros, cozinheiros, motoristas e enfermeiros. Ao atravessar o córrego do Barro Preto, logo se avista a “Igreja velha”, com sua simplicidade numa praça. Logo, a frente enxerga-se a quilométrica fila de devotos para o beijamento da fita.

Essa é uma prática organizada espontaneamente. O acesso ocorre por detrás da Igreja, lugar em que todos esperam na entrada que leva ao trono da Santíssima Trindade. Aguardam para pôr-se diante do trono e dar um beijo na fita ligada à santa Imagem do Pai Eterno. Por que beijar a fita e colocar-se diante dela em agradecimento se há um Novo Santuário Basílica com sua construção grandiosa? Para o romeiro tradicional, não se pode deixar de visitar a imagem e beijar os pés do Divino Pai Eterno ali. É um momento importantíssimo na devoção, que sela o cumprimento do voto. Naquele gesto e lugar, a tradição venceu as inovações e tentativas de controle eclesiástico.

Para o grupo, colocar-se diante da imagem é forte. Encontram-se homens, mulheres, adultos, jovens, velhos e crianças que vieram em romaria pacientemente na espera de venerar

e agradecer os benefícios recebidos. Eles se apresentam um a um diante da imagem que “encarna” o Pai Eterno. Não há mais dores espirituais e corporais.

Alguns levam canetas para escreverem seus nomes e dos parentes próximos na fita. Há um sentimento de estar abençoado por tocar nas fitas coloridas que descem do Pai. Quando Maia (1986) registrou a romaria no ano de 1985, com cerca de cem mil pessoas passando pelo beijamento da fita, observou que:

O desfile é respeitoso, silencioso. Muitos rezam: a parada diante da imagem é breve por causa do tamanho da fila: reza-se, suplica-se ou então é o agradecimento pelo já recebido. Quando é possível, alguns sobem a escada que dá acesso a imagem, de joelhos, pagando promessa. O cofre não recebe apenas dinheiro, mas bilhetes escritos também. (MAIA, 1986, p. 74).

O vigário era o controlador dos bilhetes. Eles eram depositados no cofre da Igreja e basicamente eram pedidos de saúde, curas, empregos, de união. A procedência dos devotos nessa época era essencialmente do “povão” simples, pequenos lavradores ou cuidadores de gado, classes pobres que vinham das cidades vizinhas, com pessoas que vinham de regiões distantes também. O depoimento do devoto Vicente Raimundo é interessante:

Subia as escadas, de joelhos, degrau a degrau, um senhor escuro, levando no colo seu filho de três anos, com uma vela acesa na mão, agradecendo o recebido e ditando seus dizeres para que a criança repetisse.

Depois que o agraciado deixou a igreja, já no pátio, foi interrogado. Seu nome é Vicente Raimundo da Silva, 54 anos, morava em Tiradentes, quando em outubro de 1983 perdeu uma filha de seis meses. No ano seguinte, seu filho de três anos, sofreu intoxicação, a qual levou ao estado de coma. Sem quaisquer recursos, apelou o senhor Raimundo para o Pai Eterno, prometendo trazer o filho, se obtida a cura.

Perguntando sobre o significado do seu gesto de beijar a imagem “Santa”, Sr. Raimundo respondeu: “ o beijo é em agradecimento. Eu não tenho condições de beijar meu Pai do céu, então beijo essa imagem. Poderia também beijar uma árvore ou uma pedra”. (MAIA, 1986, p. 76).

Percebe-se no depoimento o amor e a devoção pelo Pai Eterno, agradecendo pelo livramento de seu filho pequeno. Há uma mística na Igreja Velha, que os devotos preferem para realizar o ritual de agradecimento. Para Deus (2000, p. 125) “o Santuário carrega uma mística peculiar” onde o lugar possui o máximo da sacralidade. Ou seja, foi ali que Deus escolheu como local predileto para manifestação de seu culto ou para sua morada. Na sacralidade do espaço, os devotos internalizam a espiritualidade, e não permitem que haja mudanças bruscas.

Essa prática ainda perdura nos dias de hoje, pois na romaria que investigamos, a promessa de caminhar os quase trezentos quilômetros de Quirinópolis a Trindade só termina no beijamento da fita. Depois que todos perpassaram pela fita sagrada e agradecem, a vitória se concretiza. Parecem que seus corpos nesse momento, todos exaustos de caminhar por sete dias, se sentem renovados, sem nenhuma sequela da caminhada.

Novamente se emocionam diante da imagem do Divino Pai Eterno, quando alguns romeiros renovam suas promessas, pois tomam gosto e prometem de voltar no ano seguinte. A promessa não é feita na ida até o Novo-Santuário Basílica. Após cumprir suas promessas, os romeiros vão desfrutar das novenas, das missas e pregações da igreja, além, é claro, de usufruir do entretenimento da cidade.

Imagem 18 - Entrada da capela do Divino Pai Eterno. Fonte: Alessandra Bezerra da Silva (2014)

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Imagem 19 - Fita dos pedidos e dos recebimentos de Milagres do Divino Pai Eterno. Fonte: Alessandra Bezerra da Silva (2014)

Depois desse instante, todos se dirigiram ao lote onde estavam os carros, o caminhão de apoio e preparam o almoço. Nesse dia, ficam todos a vontade para descansar, tomar banhos

e almoçarem quando quiserem, pois, enfim, a romaria está feita. Seus votos foram cumpridos e os romeiros começam a festejar. A alegria está estampada na face de todos, pois estão novamente reunidos com a família e com amigos que vieram celebrar esse momento. Fizeram mais tarde um churrasco para o jantar, patrocinado pelos empresários de Quirinópolis e pelo senhor Gilmar Alves da Silva, prefeito de Quirinópolis, que havia feito a caminhada somente de Goiânia até Trindade.

3.6 Os fins da romaria

A romaria de Trindade além de ser uma manifestação religiosa é também uma manifestação cultural, que revive tradições e memórias sociais. Ela promove sobretudo a união social. Em Trindade, é nítida a presença de grupos familiares de várias regiões, que se congregam a partir de suas tradições. O espaço da romaria e da festa é traçado pela convivência social. Parentes e amigos se encontram, devotos até de outras religiões, vem de encontro ao Pai Eterno e compartilham os momentos de confraternização.

Mesmo havendo a presença de outros grupos de romeiros na cidade de Quirinópolis, o comum é todos realizarem os rituais descritos: a Saída, a caminhada, a chegada e o beijamento da fita, havendo várias semelhanças entre si e algumas adaptações peculiares. As vezes muda-se o dia da saída de Quirinópolis e os lugares de pouso durante o percurso ou a hospedagem em Trindade. Mas há espaço para todos, tanto em Quirinópolis quanto em Trindade.

Dentre as características mais comuns na romaria ao Pai Eterno está o sacrifício do corpo como uma das maneiras de dispor-se para Deus. Conforme Zeny Rosendhal, o mundo tem papel relevante na busca das necessidades básicas como a saúde, o trabalho e o amor. A romaria como rito sacraliza a ação de caminhar do homem lançando suas necessidades na busca de sua identidade com o divino.

A romaria moderna apresenta-se revestida de valores das culturas contemporâneas. “ À sedução do sagrado inclui atualmente motivações individuais e coletivas, as quais possuem significados que transcendem a religião” (2012, p 159). A fé no sagrado serve para a solução dos anseios aqui na terra. O devoto em sua vivencia da fé adquire na hierópolis padrões de vivencia do sagrado. Como escreveu Eliade (1992), o poder está no espaço sagrado. O romeiro busca no percurso e na caminhada até Trindade as “revelações” do Divino, Sua manifestação e reconstroem no espaço-tempo do caminhar o encantamento que renova a vida. Uma relação de valores e compromissos é fundada pela reciprocidade e a lealdade dos companheiros e de Deus.

Nas romarias, a sacralização do espaço remete a um espaço virtualizado que atua no espaço físico, no cotidiano conhecido pelos devotos. Neste contexto, percebe-se que o espaço da religiosidade não e só geográfico, mas também pode ser qualquer espaço de interesse do grupo, que faz a transformação de elementos ao incorporar ao sagrado. O espaço sacralizado do Pai Eterno pode ser entendido como um espaço da religiosidade popular, já que não existem atividades ritualísticas institucionais, nem delimitação espacial dada pelo clero, nem caracterização visual para delimitar o lugar onde o sagrado se manifesta.

Imagem 20 - Os romeiros da comitiva do Melado em 2014. Fonte: Alessandra Bezerra da Silva.

Para a maior parte dos romeiros entrevistados, enquanto andavam pelas estradas, era como se estivessem em outro espaço, não nas estradas de Goiás, mas em um espaço sagrado que tem um valor especial na sua sobrevivência. O estudioso Rubem César Fernandes distingue as romarias como uma dimensão misteriosa, em que a viagem horizontal envolve uma percepção diferente das propriedades espaciais: “o sagrado está ali, material, sensível, visível de ser tocado (...) caminhando pelas estradas os romeiros dramatizam esta percepção fundamental, atualizando uma ideia que para os outros é paradoxal, qual seja, a presença sensível do divino” (FERNANDES, 1994, p.24). Ou, segundo nos diz Dona Divina, esposa do organizador daquele grupo de romeiros:

É muito bom chegar aos pés do Divino Pai Eterno, me entregar a ele, é maravilhoso estar aqui e poder mais uma vez cumprir o desejo do meu esposo fazer a comitiva do Melado (Dona Divina Melado)47.

Uma sensação de liberdade, minhas irmãs estavam muito apreensivas com minha vida, fiz quimioterapia três dias antes da viagem, caminhei o primeiro dia e no segundo caminhei pouco mas não aguentei e fui para o carro de apoio. Lá senti a presença de Deus cuidando de mim, ele me levou nos braços e me deu a cura que eu mereci, no ano que vem vou voltar e fazer o trajeto completo (Maria Aparecida)48. A gente sente, não explica, é uma liberdade, uma emoção, uma paz interior uma alegria sem igual, voltarei o ano que vem. Estou feliz (Gleice Dias)49.

Com o desenvolvimento desta pesquisa, percebe-se que o romeiro apropria-se pelo caminhar de símbolos sagrados e sentidos que (re)configuram e confirmam a prática religiosa que consideram uma tradição fundamental a ser mantida. A aproximação da casa do Divino Pai Eterno deixa para trás um rastro de poeira na estrada e vivem a presença da força de Deus. “Já que as pernas rezam por nós,‘sacre facere’ - faz sagradas as coisas e pessoas ao redor”, ensina reza antropológica de Fernandes (1994, p.25).

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Entrevista dia 13/07/2014 com a mãe do Sr. Melado quando explica a romaria.

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Entrevista dia 20/07/2014 com Maria Aparecida Nogueira que também explica a romaria.

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CONCLUSÃO

A Romaria de Quirinópolis a Trindade já é uma tradição do povo quirinópolino, está no cotidiano, tanto nos aspectos sagrados como profanos. Neste sentido, compreender as motivações que levam os devotos a percorrem trezentos quilômetros foram essenciais para o desenvolvimento do trabalho. A romaria é sempre vivida no coletivo, e a união mostra a força de uma família, que ao passar dos anos, traz consigo guardados suas experiências e permanecem com histórias de fé e religiosidade.

Ao compreender os fenômenos culturais, religiosos abordados inicialmente que foram empregados através de conceitos, entendemos a utilidade de se crer no sagrado. Os romeiros mostram suas crenças e registram as suas manifestações culturais nos ritos executados. As romarias são também promessas feitas ao Divino Pai Eterno, e como forma de agradecimento, a caminhada. Além de ser uma doação de si ao Pai Eterno, representa a gratidão de um povo que aderiu ao catolicismo e modificou de acordo com a sociedade moderna. Pode-se afirmar que na romaria a continuidade está assegurada, pois se mantém independente do avanço e modernidade da cidade. E a plusificação releva o mistério de amar o que se possui. Portanto, ir em busca do sagrado, transcendem as explicações e as relações de troca.

Ao lidar com exercício da etnografia, em seu espaço histórico que permitiu o estranhamento entre observar uma tradição familiar ao mesmo tempo estranha a seu tempo e espaço. O estudo de campo permitiu conhecer as manifestações no percurso da viagem e decifrar símbolos e expressões corporais? Não foi fácil, montar as narrativas e pensar a viagem como um texto. E a cada fala e oração revelam em pequenas doses e aspectos da cultura e tradições locais. Todavia, estamos diante de uma dificuldade que os historiadores consecutivamente sentem em relação a utilização de fontes capazes de permitir enxergar, visualizar o nosso objeto de estudo com mais precisão. E é claro, analisar o catolicismo praticado pelos sertanejos diante de perigos visíveis é tornar concreto essa história.

A romaria é uma fonte inesgotável de pesquisas, pois na perspectiva de dar voz ao povo goiano e amplitude que as análises acadêmicas exigem, analisar o caminhar da romaria é desafiador. O cotidiano dos devotos do Pai Eterno e as suas relações tornou-se um elemento essencial nessa busca de estudos, assim, clareia o catolicismo popular diante das manifestações mais simples dos romeiros que expressam espontaneamente sua devoção. Mas deixa em aberto, outras analises que podem ser consideradas em futuros trabalhos acadêmicos. A fé é cheia de mistérios.

FONTES ORAIS

ALVES, Aldo Alves. Depoimento. [jun 2014]: Entrevistadora: A. B. Silva. Quirinópolis: 2014. 2:30 minuto.

CRUZ, João da Cruz. Depoimento. [jun 2014] [nov 2014]: Entrevistadora: A. B. Silva. Quirinópolis: 2014. 1:30 minuto.

DIVINA, Maria Divina. Depoimento. [jul 2014]: Entrevistadora: A. B. Silva. Quirinópolis: 2014. :30 minutos.

ELBIO, Fernandes da Silva. Depoimento. [jun 2014]: Entrevistadora: A. B. Silva. Quirinópolis: 2014. 01:30 minutos.

FERREIRA, Gelice Dias. Depoimento. [jul 2014]: Entrevistadora: A. B. Silva. Quirinópolis: 2014. 1:30 minuto.

MARTINS, João Martins. Depoimento. [jun 2014]: Entrevistadora: A. B. Silva. Quirinópolis: 2014. 00:45 minutos.

MEDEIROS, G. A. Gilberto Aparecido Medeiros. Depoimento. [jun 2014] [jul 2014] [nov 2014]: Entrevistadora: A. B. Silva. Quirinópolis: 2014. 4:45 minuto.

NOGUEIRA, Maria Aparecida Nogueira. Depoimento. [jun 2014] [jul 2014]: Entrevistadora: A. B. Silva. Quirinópolis: 2014. 2:45 minuto.

OLIVEIRA, Rose Oliveira. Depoimento. [jun 2014]: Entrevistadora: A. B. Silva. Quirinópolis: 2014. 00:45 minutos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ALBERTI, Verena. Manual da história oral. 3. Ed. Rio de janeiro: Editora FGV, 2005. AMANDO, Janaina. Ferreira, Marieta de Moraes. Usos e abusos da história oral. 8. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.

ANUAS: Correspondências dos redentoristas: (1904-1920). Aparecida do Norte. 1992. AZEVEDO, Thales de. O catolicismo no Brasil: um campo para a pesquisa social Salvador: Edufba, 2002.

BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. Introdução, organização e seleção de Sergio Miceli. São Paulo: Perspectiva, 2007.

BRAGA, Antônio Mendes da Costa. A subida do Horto: Ritual e topografia religiosa nas romarias de Juazeiro do Norte, Ceará, Brasil. Debates do Ner. Porto Alegre, ano 15. N.25, p. 197-214, jan/jun. 2014.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Os Deuses do povo: um estudo sobre a religião popular. Uberlândia: Ed. EDUFU, 2007.

___________. A cultura na rua. Campinas. SP: Papirus, 1989.

CARVALHO FALEIRO, Márcia Alves. A Romaria do Divino Pai Eterno em Trindade de

Goiás: permanências de tradição na modernidade. 1970-2000. Dissertação (Mestrado em

Ciências da Religião) – Universidade Católica de Goiás, Goiânia, 2007.

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