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CAPÍTULO 4. CHEGOU A HORA DE FALAR / VAMOS SER FRANCOS

2.2 Chegou a hora de falar

Chegou a hora de falar o que os profissionais responderam quando foram questionados sobre a Lei 10.639/2003 e seus objetivos.

A primeira pergunta - Você conhece a Lei 10.639/2003? – conduzia a duas possibilidades de resposta, sendo certo que expressiva maioria respondeu que não conhecia a referida lei. A voz solitária que respondeu afirmativamente, assim explicou como havia tomado conhecimento dos objetivos da lei:

Em função das minhas atividades como dirigente sindical fiquei sabendo da lei e também através do Ministério Público que suscitou a escola que passasse os procedimentos adotados no sentido do cumprimento da lei. (DIRETOR ADMINISTRATIVO)

O entrevistado, oriundo do grupo dos profissionais envolvidos com a gestão da escola, ao explicar que tomou conhecimento do teor da lei em decorrência da sua atuação como dirigente sindical autoriza a hipótese de que passados nove anos do início da vigência da lei, ainda não há, entre tais profissionais, uma assimilação dos objetivos implícitos e explícitos nela contidos.

Faço tal reflexão chamando atenção para dois aspectos já reiterados no início deste capítulo. O primeiro guarda relação com o fato que a instituição da obrigatoriedade do ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira visou a adoção de ações educacionais concretas, uma tomada de posição da escola, no sentido de efetivar pedagogias de combate ao racismo e a discriminações no interior da instituição de ensino, tendo por foco proporcionar um ambiente acolhedor e de segurança aos negros. Outra questão envolveu os próprios conteúdos programáticos e a forma que a participação do negro será apresentada na construção desse nosso Brasil.

Quando o dirigente foi indagado se achava necessária uma lei para abordar tal conteúdo e o fundamento do seu posicionamento, respondeu que não, sustentando:

Não acho que seja necessária uma legislação que aborde tal tipo de conteúdo de forma geral as escolas já abordavam o conteúdo pelo menos a minha escola sempre abordou esse conteúdo e o que eu vejo é que mesmo as escolas do poder público não abordavam e por isso as ONGs fizeram pressão para que essa lei fosse aprovada num contexto de ações afirmativas. (DIRETOR ADMINISTRATIVO)

A resposta revela que mesmo para o único entrevistado que de pronto identificou o conteúdo da lei sua percepção cinge-se ao desenvolvimento do conteúdo programático. Ao ser questionado se os professores e funcionários da escola tinham conhecimento dos objetivos da lei também respondeu que não, assim justificando tal fato:

Porque apesar da lei ter sido aprovada única e exclusivamente a parte dirigente que foi suscitada a cumprir essas questões. Tem ocorrido de forma mais recente a conscientização da necessidade de se cumprir essa lei no âmbito como eu falei das políticas afirmativas das questões das cotas e essa lei passou a ser muito divulgada no sentido de ser um direito das pessoas de cor que passam a ter um tratamento diferenciado como uma forma de resgate de uma posição do país durante muitos anos. Uma posição histórica que discriminava as pessoas de cor em questão da escravidão. Então isso foi sendo colocado como uma forma de resgatar essa dívida social. Na minha visão eu acho que cria mais discriminação por (um) certo enfoque do que você beneficia. (DIRETOR ADMINISTRATIVO)

Observe-se que o entrevistado não faz uma associação do resgate da dívida social por intermédio de ações concretas relacionadas à Lei 10.639/2003, mas somente a partir das políticas de cotas, neste contexto por ele corretamente associada às ações afirmativas.

Por tal razão, imprescindível destacar a hipótese de pouca ressonância do Parecer CNE/CP nº 3/2004 entre as escolas que compuseram a amostra desta pesquisa. Recordo que tal documento fixa que as políticas de reparações e de reconhecimento deveriam formar programas de ações afirmativas, isto é, conjuntos de ações políticas dirigidas à correção de desigualdades raciais e sociais, orientadas para oferta de tratamento diferenciado com vistas a corrigir desvantagens e marginalização criadas e mantidas por estrutura social excludente e discriminatória.

Entre os entrevistados, outra profissional inserida no grupo de gestão da escola, respondeu “De número eu não sei, mas com certeza eu sei da questão do estudo dos africanos e toda a história deles aqui no país e na África, né.” (sic).

E como a entrevista foi conduzida com os entrevistados que responderam que não conheciam a Lei 10.639/2003?

Estes foram levados por outro caminho de abordagem, afinal, já vimos que a Lei 10.639/03 alterou a Lei 9.394/96 para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a

obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", a problemática das relações étnico-raciais no ambiente escolar, revelando a importância do tema no campo da política social brasileira.

Neste contexto, a pergunta seguinte era se o entrevistado conhecia os conteúdos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, sendo certo que a maioria respondeu que sim. Quando indagados se poderiam esclarecer se existia algum conteúdo específico que tivesse tornado obrigatório o estudo da história e cultura afrobrasileira, os entrevistados também responderam positivamente. Em seguida, quando solicitados a exemplificarem o conteúdo programático a ser desenvolvido os profissionais revelaram diferentes olhares.

“É as questões indígenas, raízes indígenas, raízes africanas, história da África eu acho que isso. Não é?” (sic). A resposta revela uma professora de história parcialmente ligada com o tema, porém sem uma certeza. Não é?

Outra profissional, de geografia, disse:

Você tem que trabalhar formação étnica, tem que trabalhar formação territorial, formação da população, misturas étnicas, trabalhar conteúdo de África dentro do processo de globalização que vai trabalhar a ideia de migrações, trabalhar principalmente África do Sul que tem um processo de miscigenação hoje muito parecido com o processo do Brasil por conta do recente fim do Apartheid27. Então existem algumas linhas que trabalham com a ideia que a África do Sul será de menos de um século tendo os mesmos plantéis étnicos sociais que o Brasil. Trabalhar eu estou falando mais do que a geografia mesmo se apropria. Não necessariamente o conteúdo. A gente trabalha as relações sociais em relação aos negros e também com outros grupos não é? Não questão só de África. Quando a gente está falando de África a gente está trabalhando a questão racial, mas ela é muito mais ampla que os negros. (PROFESSORA DE GEOGRAFIA)

Uma professora de português afirmou “Eu fiquei sabendo através de uma palestra que eu fui que os conteúdos afrobrasileiros que seriam temas que fariam parte da base curricular. É até onde eu sei.”.

Dando maior especificidade ao conteúdo programático, uma professora de história disse:

Sobre África. Claro não é? Olha na parte da pré-história a gente também trabalhou. Trabalho a partir da África o nascimento da humanidade foi comprovada pelos estudos arqueológicos. No sexto ano nós temos espera aí eu estou focando mais astecas e incas. Então no sexto ano não. No sexto ano a gente trabalha com.../ paralelo à colonização do continente americano o Brasil aí falando sobre cultura iorubá, trabalha muito com a professora de artes no plano de confecção de artesanato ligado a questão africana. No oitavo ano que é a questão do processo de revolução

francesa independência dos Estados Unidos à gente fala da questão também da escravidão, mas a questão da cultura dentro desses países como essas nações utilizavam mão de obra escrava. Foram alterados em termos de folclore e de nomenclatura, de religião. A religiosidade e sempre tentando fazer o paralelo sempre trago muita coisa atual. Atualmente filmes como, por exemplo, o diamante de sangue. Questão da exploração do diamante. No nono ano a gente trabalha essa parte a separação do Sudão o ano passado. É Sudão do Sul a questão do filme muito bom. Eu não tenho o nome à professora vai me emprestar, mas fala da questão do uso da mão de obra escrava hoje na África. Fora da África tem trabalhos forçados em fazendas. Então a gente tenta com... A questão do Islamismo no sétimo ano a questão da África islâmica. A gente trabalha aquelas questões da África islamizada principalmente o contato com a cultura árabe. Então os beduínos, os mercados sendo construídos a partir desse processo com tráfico africano. Então isso é muito distante do que a gente trabalhava há 11 anos atrás. São conteúdos que nós professores estamos estudando agora por conta própria ou por cursos que são oferecidos pelas instituições porque é um conteúdo que nós não fomos apresentados na universidade. É muito disso aí é prática de sala de aula meter literalmente a cara no livro porque são coisas absolutamente distantes. Se nós ficarmos eu lembro de história medieval do oriente era o mundo árabe, era o mundo árabe. Grécia e Roma, Grécia e Roma história antiga. Egito... Índia; e África ficava sempre de lado. Isso a mais de 20 anos atrás. Não é? Então no início da minha carreira pra cá a quantidade de conteúdo novo dentro até do próprio livro didático realmente é uma mudança bastante significativa. Só que nós estamos nos adaptando. Eu vejo alguns amigos reclamando muito assim: eu não entendo, eu não conheço, eu estou tendo que estudar muito porque eu não sei nada de escrita meroídica, por exemplo. Não é? A escrita hieroglífica, o hieróglifo todo mundo conhece, mas a meroídica que tem uma influência de Egito as pessoas não tem quase nenhum contato até mesmo quando da falta de informação do período da nossa graduação na universidade.

(PROFESSORA DE HISTÓRIA)

Embora eu não tenha conseguido entrevistar nenhum professor da área de Educação Artística, percebe-se, a partir da fala da referida professora de história, que no sexto ano do ensino fundamental, é realizado um trabalho conjunto com a professora de artes, quando do desenvolvimento do conteúdo relacionado à colonização do continente americano e do Brasil e neste contexto se discorre sobre a cultura iorubá. A partir disto há um esforço para que os alunos confeccionem artesanato que seja relacionado à cultura africana. É um exemplo positivo de integração entre as disciplinar visando o desenvolvimento de um trabalho educacional integrado que permite proporcionar aos alunos diferentes olhares sobre o tema e que também pode avançar no contexto das desejáveis condutas de prevenção relacionadas a questão do racismo nas instituições de ensino. Neste contexto, penso que as ações educacionais podem estar voltadas para o destaque das questões positivas, de valorização da autoestima dos negros, como, aliás, foram lançadas as reflexões contidas no Parecer CNE/CP nº 3/2004.

A identificação, pelos entrevistados, do implícito objetivo de prevenção ao racismo e do desejável acolhimento e transmissão de segurança aos negros no ambiente escolar foi abordado apenas indiretamente no contexto de outras respostas apresentadas. Na minha

percepção o assunto ainda me pareceu, de certa maneira, um tabu. Mas esse tema, racismo, vamos enfrentar no próximo bloco de análise.

Mas, neste momento, é possível concluir que, no que se refere ao conteúdo geral expressamente previsto na Lei 10.639/2003, as respostas, em regra, foram voltadas para a identificação daquele contido e expresso literalmente na letra fria da lei, como visto. Em outra forma de expressar a mesma opinião, entendo que as respostas demonstraram que ocorreu uma identificação abrangente da temática abordada na lei, ainda que tenha sido revelada com certa imprecisão, talvez como reflexo da própria espontaneidade das respostas.

Quando os entrevistados foram indagados sobre a necessidade de uma lei para abordar tal conteúdo as respostas foram variadas e podem ser reunidas em três grupos.

O primeiro grupo expressa a resposta não, ou seja, que não havia a necessidade de uma lei para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira”, porque tais conteúdos sempre foram abordados na escola. Agregando outros argumentos, um diretor sustentou:

Não. Porque as escolas mais sintonizadas as escolas mais vamos dizer com uma proposta mais atual elas são permanentemente atentas a essas questões que são levantadas em situações gerais de imprensa através de depoimento de governo, de políticos e de pessoas também. Não é? Eu acho que o Brasil de uns 12 anos ele está um pouco que exacerbando esses conteúdos de políticas afirmativas em relação a preconceito racial tentando resgatar uma dívida antiga e tal; mas que acaba também comprometendo em alguns outros setores como essa questão da lei das cotas raciais em universidades. São assuntos bastante polêmicos e controversos, não é? Mas, no geral, eu acho que as escolas que estão antenadas na opinião pública, na opinião de político, de governos, elas trabalham isso de diferentes formas dentro de projetos da própria instituição. Não haveria, a meu ver, uma necessidade de uma legislação, até porque isso é trabalhado como intolerância de uma maneira geral. Preconceito racial aparece como uma parte dessa intolerância, como o preconceito sexual, como o preconceito, homofobia essas questões são todas trabalhadas dentro de um pacotão, vamos dizer assim. E ao longo do ano letivo. São textos, são projetos, são livros. No ano passado a temática do concurso de redação foi bullying e nós fizemos junto com a Folha Dirigida, Biblioteca Nacional e isso deu amplas...resultaram em amplas discussões dentro da escola e as próprias redações abordavam esse tema da intolerância e do bullying. Então a escola trabalha bastante isso. (DIRETOR ADMINISTRATIVO)

Depreende-se da fala do diretor a contextualização da Lei 10.639/2003 no plano do resgate da dívida social, antes comentado. Percebe-se também uma linha de abordagem da questão envolvendo a discriminação racial dentro de uma proposta mais ampliada de atuação da escola no que concerne a forma de atuação à prevenção contra discriminações, sejam estas de que natureza for. Tal linha de pensamento foi repetida por diversos profissionais em várias reflexões, ainda que relacionadas às outras perguntas formuladas no decorrer das entrevistas.

Finalizando, este primeiro grupo que respondeu não, o fez por entender que os conteúdos previstos na lei já faziam parte daqueles abordados na escola e não mencionou qualquer validade na instituição de sua obrigatoriedade por força de lei.

Mas há também quem diga que não é necessária a lei por outros motivos. Uma orientadora educacional afirmou que não era necessária uma lei para tornar obrigatório o estudo da história e cultura afrobrasileira com os seguintes argumentos: “Porque eu acho que isso deve ser natural da mesma forma que a gente pode falar da cultura asiática. Então vamos falar da cultura africana, vamos falar da cultura da Oceania, vamos falar da cultura do Alaska. Pra mim é normal”.

Percebe-se mais uma vez, a partir da fala da referida profissional, a importância dos processos de construção de identidades e da compreensão dos movimentos de resistência e/ou acomodação do(s) sujeito(s) em exame, como sustentei no início desse trabalho. Ora, ao achar natural falar da cultura asiática a entrevista coloca os asiáticos no mesmo contexto dos negros, índios e brancos, autorizando a hipótese de que reexaminar a história do Brasil e dos brasileiros, sua gestação como povo, como propôs RIBEIRO (1995) é medida que também poderia se revelar salutar aos que trabalham com o dia a dia desse povo brasileiro, em nossas escolas. Afinal, na formação do povo brasileiro, até onde tivemos a oportunidade de examinar, não percebemos qualquer contribuição advinda de cultura proveniente dos aborígenes da Oceania ou dos esquimós do Alaska, pois, reitero o que afirmei no início deste trabalho, que “surgimos da confluência, do entrechoque e do caldeamento do invasor português com índios silvícolas e campineiros e com negros africanos, uns e outros aliciados como escravos” (RIBEIRO, 1995, p. 19). Cada vez me convenço mais, de que sabemos muito pouco sobre o continente africano, muitas vezes identificado como um país. Neste sentido, fragmentos de uma explicação oferecida por uma das professoras de história entrevistadas podem nos oferecer a dimensão do desafio que se estabelece nas escolas e que podem ser agravados se os profissionais envolvidos com a educação escolar não tiverem a dimensão exata do próprio contexto das matrizes que formaram o povo brasileiro, especialmente no que se refere à história da África e dos africanos.

[...] Um dia por causa de uma resposta de uma aluna eu peguei o mapa da África e levei pra todas as turmas do 6º ao 9º. Especialmente era uma turma e não falei o nome com o aluno nem nada, mas eu fui apresentar a África pra eles, porque a ideia de país é muito forte até mesmo com pessoas da mesma escolaridade. A África é um continente e simplesmente as pessoas falam da África como se a África fosse um país, mas aquela coisa assim...África do Sul, futebol, copa do mundo, a última. Parece que aquilo ali é a África e muitos alunos ficam surpresos em saber assim [...]

Então eu fiz isso como uma brincadeira, foi muito engraçado, eu apresentando “muito prazer África; África aluno” com um mapa desse tamanho, imenso, porque eles falaram “é mesmo não é professora?. Tem mais país que o nosso continente americano. Olha a quantidade.” E aí falei da separação do Sudão o ano passado, da aceleração que a geografia tem ao longo do nosso século 21 e o nosso século as mudanças geográficas, as separações aí falei de uma maneira geral porque eles não têm essa ideia de África continente. Tem essa ideia muito preconceituosa nesse sentido em relação à África. A África é como se fosse tudo a mesma coisa. Se você vai ao Sudão se você vai a Marrocos ou se você vai à África do Sul você está indo a África. (PROFESSORA DE HISTÓRIA)

Um segundo grupo, contudo, embora também respondendo não, destacou a importância da Lei 10.639/2003. É que para outra parte dos profissionais pesquisados, a lei cumpre importante papel social.

Neste momento, quero avançar no sentido de uma resignificação para o enfrentamento da temática das relações étnico-raciais. Essa construção de uma sociedade sem discriminação, sem preconceito, pode ser vista na dimensão do bem comum desejado, fruto da nossa própria vontade coletiva e expresso em nossa Lei Maior. Neste contexto, o acompanhamento da tramitação do Projeto de Lei até a sua aprovação, nos ajuda, como sustentei, a compreender as justificativas utilizadas para que ele fosse proposto, ou seja, remetendo à arena política um conjunto de esforços efetivado por diversos sujeitos e atores sociais, exatamente por ser o mecanismo de convencimento do homem ao seu semelhante. A lei, uma vez aprovada, toma outra dimensão para todos. Aos que atuaram positivamente para o reconhecimento do racismo no Brasil e aos que negaram tal fato. Porém, a partir da existência da lei, por certo, todos os personagens da vida social precisam enfrentar a resignificação dos seus papéis diante das responsabilidades que lhe são impostas em cada área de atuação profissional.

Neste contexto, o Direito é um instrumento pelo qual o homem poderá se proteger. Em outras palavras, os discriminados encontram na lei um instrumento de ação social. RÁO (1997, p. 47) afirma que “a atividade do ser humano sempre se exterioriza através de suas relações com os seus semelhantes, ou de ação sobre os bens, materiais ou imagens, que lhe proporcionam os meios de conservação e desenvolvimento”.

Com sua visão sobre o campo em que serão desenvolvidas as relações humanas, confrontou a própria existência do homem e o objetivo do Direito enquanto resultado da própria vida em sociedade, registrando assim seu pensamento:

O direito pressupõe, necessariamente, a existência daquele ser e daquela atividade. Tanto vale dizer que pressupõe a coexistência social, que é o estado do próprio homem.

À proteção e ao aperfeiçoamento do homem, o direito tende. Mas, para realizar este fim, não o considera isoladamente; considera-o, sim, em estado de comunhão com os seus semelhantes, isto é, como parte do todo social, a que pertence. (RÁO, 1997, p. 47)

Retomando a ideia antes apontada das possíveis contribuições aos profissionais da educação, destaco:

A área do Direito, ao penetrar no campo educacional, muitas vezes foi absorvida

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