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2.3 ESTUDO DAS CHEIAS

2.3.1 As cheias urbanas

Maia (2018) considera que as cheias urbanas estão geralmente associadas à combinação de efeitos das longas ou rápidas precipitações, acentuada por existentes deficiências na drenagem. Esse tipo de cheia é localizada, mas pode sofrer os efeitos de cheias de maior dimensão com origens fora da zona urbana.

Várias causas podem ser citadas para explicar a ocorrência das cheias, Tucci (2003) menciona a impermeabilização (causada pela ocupação do solo) como o principal fator para o aumento da frequência e amplitude das cheias. Com a urbanização, a cobertura da bacia é alterada para pavimentos impermeáveis e são geradas alterações no ciclo, começando pela redução da infiltração no solo (PARANÁ, 2002).

Para melhor entendimento para sequência do estudo, é importante considerar e conceituar o uso dos seguintes termos comumente utilizados no estudo das cheias: a) enchente, b) inundação, c) alagamento e d) enxurrada.

a) Enchente (ou cheia): temporária elevação do nível d'água normal da drenagem, devido ao acréscimo de descarga (ESPÍRITO SANTO, 2017).

b) Inundação: quando o volume não se limita à calha principal do rio e extravasa para áreas das margens. O pico de uma inundação é influenciado por muitos fatores, incluindo a intensidade e a duração da precipitação, a topografia e geologia de bacias de rios, vegetação e as condições hidrológicas (ESPÍRITO SANTO, 2017). c) Alagamento: é o acúmulo de água nas ruas e no perímetro urbano, devido

problemas de drenagem ou a falta deste. É provocado por chuvas intensas em áreas com grande impermeabilização do solo, onde a rede de drenagem pluvial não consegue escoar uma vazão superior àquela para qual foi projetada (ESPÍRITO SANTO, 2017).

d) Enxurrada: é definida como o escoamento superficial concentrado em curto espaço de tempo e com alta energia de transporte ocasionado em eventos chuvosos intensos ou extremos. Também denominado de inundação brusca (ESPÍRITO SANTO, 2017).

Segundo Ramos (2013), embora sejam utilizados cheia e inundação como sinônimos, na verdade não são, pois, todas as cheias provocam inundações, mas nem todas as inundações são devidas às cheias. O conceito de cheia foi prescrito por Chow (1956) e aponta a um fenômeno hidrológico extremo, de frequência variável, natural ou induzido pela ação humana, que consiste no transbordo de um curso de água relativamente ao seu leito ordinário.

Esquematizando o capítulo, observa-se na figura 9 o resumo dos impactos da urbanização no hidrograma de cheia:

Figura 9: Esquematização da urbanização e aumento no volume de cheia

Fonte: Adaptado de Maia (2018).

Como observado na figura 9, por fim conclui-se que o aumento do volume de cheia é o fator crítico no sistema de impactos da urbanização. Os principais efeitos sobre a população são considerados gravíssimos: vão desde prejuízos com perdas materiais e humanas; interrupção da atividade econômica das áreas inundadas até a contaminação por doenças de transmissão hídrica como leptospirose, cólera e outros.

3 METODOLOGIA

A metodologia utilizada para o desenvolvimento do presente trabalho se classifica como pesquisa bibliográfica. Segundo Marconi e Lakatos (2010), a pesquisa bibliográfica abrange a bibliografia pública relacionada com o tema em estudo, sejam elas publicações avulsas, livros, artigos, teses, dissertações, monografias etc. até meios de comunicação como rádio, televisão e mídias sociais. O objetivo da pesquisa bibliográfica é o contato direto do pesquisador com a fonte. Gil (2017) define a pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo fornecer respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa se desenvolve ao longo de um processo que envolve diversas fases, desde a adequada formulação do problema, o desenvolvimento de estratégias, até a satisfatória apresentação do resultado.

A pesquisa bibliográfica é realizada partindo-se da busca de referências teóricas já analisadas e publicadas. Qualquer trabalho científico tem como base a pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador tomar conhecimento do que já se estudou sobre o assunto. Existem também pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, estudando as referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações predecessoras sobre assunto em questão (FONSECA, 2002).

Ainda, a pesquisa bibliográfica traz como vantagem o fato de permitir ao investigador alcançar um conjunto de acontecimentos muito mais amplo do que aquela que poderia pesquisar de forma direta. Esse ponto positivo torna-se particularmente importante quando o tópico em estudo requer dados desordenados e complexos. Deve-se analisar em profundidade cada informação para descobrir possíveis incoerências ou contradições e utilizar fontes diversas, conferindo-as cuidadosamente (GIL, 2002).

Tendo isso posto, a metodologia usada compreendeu as seguintes etapas: a) referencial bibliográfico sobre conceitos de hidrologia, o planejamento da drenagem urbana e o estudo das cheias; b) estudo das bacias de retenção como técnica de controle na origem; c) revisão dos métodos de dimensionamento hidráulico-hidrológico das bacias de retenção.

Numa primeira fase, por meio da revisão bibliográfica, pretendeu-se entender os conceitos básicos de hidrologia que envolvem o problema de pesquisa. Na segunda fase realizou-se um estudo sobre o planejamento da drenagem urbana com o objetivo de preparar o entendimento sobre as causas do problema para futura abordagem das técnicas de solução. Por fim, a terceira fase da revisão bibliográfica compreendeu o estudo das cheias.

b) Estudo das bacias de retenção como técnica de controle de cheia

Esta fase dividiu-se em duas etapas: a) descrição geral das técnicas de controle de cheia e seus objetivos; b) Estudo detalhado das bacias de retenção como dispositivo de controle na origem do ponto de vista de projeto, de constituição, e a sua classificação.

c) Revisão do dimensionamento hidráulico-hidrológico e exemplos instalados

A metodologia de trabalho culminou com um breve estudo dos métodos de dimensionamento hidráulico-hidrológico das bacias de retenção e alguns exemplos de países que implantaram esses dispositivos. A documentação consultada foi diversa, desde os livros, artigos científicos, dissertações de mestrado e normas, passando por publicações da internet e notas de aula.

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