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Na intervenção do primeiro estágio das Ciências da Natureza as planificações incidiram sobre o domínio “A água, o ar, as rochas e o solo – materiais terrestres” e sobre os subdomínios “A importância das rochas e do solo na manutenção da vida” e “A importância da água para os seres vivos”. No segundo estágio o domínio trabalhado foi a “Diversidade de seres vivos e suas interações com o meio”, abordando os conteúdos programáticos relativos aos subdomínios “Diversidade nos animais” e “Diversidade nas plantas”, tal como expresso nas Metas Curriculares de Ciências Naturais (MEC, 2013)27.

1.3.1. Planeamento da Atividade Educativa – 5º ano

. Os dois estágios no 2º Ciclo do Ensino Básico foram realizados em par pedagógico e fomos acompanhadas nestes estágios por duas supervisoras e um supervisor de estágio que se disponibilizaram sempre para nos ajudar em todas as questões que pudessem surgir, tendo os seus comentários e conselhos sido extremamente importantes no desenvolvimento e sucesso tanto da aprendizagem adquirida como da prática profissional. O professor cooperante foi um elemento motivador e partilhou a sua experiência connosco ao mesmo tempo que se mostrou interessado pelas nossas ideias e opiniões, nunca deixando de mencionar quando considerou que alguma delas não iria ser bem conseguida ou que faltava algum pormenor essencial para o seu sucesso e para promover a aprendizagem significativa dos alunos.

A exigência dos professores supervisores foi uma grande mais valia neste processo de planeamento e operacionalização da atividade educativa. Os comentários e sugestões feitos pelos professores supervisores foram sempre educativos e construtivos, nunca inferiorizando o nosso trabalho e foi uma grande ajuda para fazer com que chegássemos a um patamar de planificação que nos permitiu não só prever o que poderia acontecer na sala de aula, mas também organizar os nossos conhecimentos técnicos sobre os conteúdos a

26 Quadro 9 - Ver Índice de Quadros 27 Quadro 10 - Ver Índice de Quadros

35 abordar, tornando-nos profissionais do ensino mais realizadas. As nossas pequenas sessões depois das aulas supervisionadas foram difíceis por vezes, mas muito produtivas, esclarecendo os pontos que poderiam ser melhorados assim como sublinhando o que correu bem e que deve ser repetido. Estas pequenas sessões de partilha de ideias ajudaram sobretudo a encarar as dificuldades com mais serenidade e para permitir a existência de mais confiança à frente de uma turma a lecionar todos os conteúdos programáticos.

O Projeto de Turma caracterizado neste capítulo é da segunda turma, pois não tivemos acesso ao Projeto de Turma da primeira turma dado o professor cooperante não ser o diretor dessa turma. Para ajudar os alunos a superar as dificuldades das quais ficamos cientes em conversa com o professor e com o conhecimento das estratégias enunciadas no Projeto de Turma, foi dado apoio individualizado quando era necessário ou mesmo solicitado pelos alunos. Por outro lado, foi constante o nosso incentivo para os alunos verbalizarem as suas dúvidas caso as tivessem e para não terem problemas em assumir quando as tivessem. No Projeto de Turma encontravam-se ainda referenciadas algumas oportunidades e alguns constrangimentos do ambiente externo, que de alguma forma interferiram com a turma em questão. Relativamente às oportunidades, eram propostas algumas como salas de estudo, que os alunos poderiam frequentar de forma voluntária, tendo sempre professores para os esclarecer nas várias disciplinas, bem como as salas de apoio ao estudo e orientação ao estudo. Por outro lado, havia uma intervenção e acompanhamento por parte da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens e a intervenção da equipa de psicologia. A equipa de recursos humanos demonstrou ter muitas capacidades e era dedicada, atenta e cooperante. A escola oferecia também a modalidade das “turmas ninho”, que consistem em turmas mais pequenas para os alunos que têm mais dificuldades, com intuito de estas serem ultrapassadas possibilitando o regresso destes alunos à turma inicial. Os constrangimentos descritos no Projeto de Turma são referentes à pouca vigilância devido ao número reduzido de assistentes operacionais na escola, que tem uma vasta área envolvente, e alguns encarregados de educação que têm dificuldades em acompanhar os seus educandos.

Os grupos eram bastante diferentes, mas não existia nenhum problema grave de comportamento, sendo alguns alunos um pouco mais energéticos do que seria desejado e outros um pouco apáticos, mas nada que não permitisse o normal desenrolar das aulas. Em ambas as turmas era evidente que existia um pequeno núcleo de alunos que repetidamente não faziam os trabalhos de casa e apesar dos encarregados de educação terem sido notificados acerca destes problemas, não houve qualquer melhoria em relação a esta situação.

36 A metodologia selecionada para as aulas de Matemática baseou-se na utilização de materiais manipuláveis não estruturados e estruturados, com o intuito de ajudar os alunos a explorar os conceitos e a apresentá-los, para que a aula não se centrasse apenas no professor. Segundo Breda et al. (2011), a utilização dos materiais manipuláveis pode ter um papel fundamental intervindo na aprendizagem dos alunos. Contudo, estes autores afirmam que os professores além de disponibilizar o material devem organizar o ambiente de aprendizagem incentivando a sua exploração pelos alunos. Nunes e Ponte (2010) afirmam que a natureza das tarefas é diversificada, podendo englobar explorações, problemas, projetos, exercícios, recorrendo a situações realistas e onde se pode diversificar as estratégias nas resoluções. Ao criar um contexto como o descrito, o aluno assume um papel importante na sua aprendizagem, definindo a sua própria estratégia para resolver uma determinada tarefa que lhe é proposta. A diversificação das estratégias está subjacente às diversas naturezas da tarefa, embora nos exercícios isso não seja visível, pois neste caso só há uma resolução. No entanto, tentou-se diversificar tanto quanto possível e explorar as estratégias diferentes que iam surgindo.

Contudo, não se deve esquecer que o professor tem o papel de ajudar o aluno, incentivando-o a explicar o seu raciocínio, deste modo justificando o processo. O professor tem o importante dever de criar o ambiente de sala de aula, é da sua responsabilidade organizar as tarefas, escolhendo-as e propondo-as aos alunos, bem como orientar e apoiar o desenvolvimento da atividade (Abrantes, Serrazina & Oliveira, 1999). Segundo os autores o professor não deve ignorar os conhecimentos prévios que os alunos têm e como tal é preciso ter em atenção as situações de aprendizagem, promovendo a reflexão dos alunos sobre os conhecimentos. Isto é, em qualquer atividade proposta aos alunos, o professor deve preparar as tarefas, conduzi-las durante as aulas, envolvendo os alunos, promovendo a comunicação e a partilha de conhecimentos.

Com a utilização dos materiais manipuláveis podemos verificar que algumas tarefas tinham uma natureza exploratória ajudando à compreensão intuitiva dos alunos, uma vez que tinham de explorar o conceito, identificando características e propriedades e só depois lhes era apresentada a definição. Para além das tarefas exploratórias, foi recorrente a resolução de exercícios para a consolidação dos conteúdos programáticos abordados que tinham como objetivo verificar se os alunos conseguiam aplicar os conhecimentos adquiridos. Normalmente, os exercícios surgiam depois dos conceitos serem abordados ou em algumas situações seguiam para trabalho de casa.

37 As aulas de Ciências Naturais foram baseadas na metodologia dos 6 E’s, que consiste numa aula com 6 momentos distintos28, contudo, nem sempre foi possível pôr em prática esta

metodologia tendo sido aplicada sempre que havia essa possibilidade. Segundo Oliveira et al. (2012) a aprendizagem das Ciências Naturais não deve ser efetuada simplesmente por transmissão de conhecimentos por parte do professor. Deve-se dar significado à aprendizagem do aluno, partindo de recursos ou pontos de partida das vivências dos alunos. O autor faz referência ao vídeo, pois este é um recurso muito presente na vida das crianças e consegue despertar-lhes a atenção e curiosidade para os conteúdos da disciplina. Em concordância com o autor recorremos ao vídeo, observando os alunos aprenderem o conteúdo, visualizando o que acontecia na influência dos fatores abióticos. Além da visualização do vídeo foi realizada uma exploração do mesmo, com o objetivo de aprofundar a aprendizagem dos alunos.

Em ambas as disciplinas existiram metodologias semelhantes havendo aspetos que foram transversais na lecionação da Matemática e Ciências Naturais. A promoção da comunicação é válida nas duas áreas, bem como a ligação à realidade, o ensino por questionamento e o conhecimento prévio dos alunos. De acordo com Mendes (2013) o ensino por questionamento é uma técnica que visa dar aos alunos um papel mais central e ativo na aprendizagem. Este método serve, acima de tudo para envolver os alunos na sua aprendizagem e para que tenham um papel ativo nas discussões dando a sua opinião.

Por outro lado, e como menciona Guerreiro (2014), os alunos aprendem melhor quando há interação e quando podem comunicar as suas ideias sendo uma parte ativa do processo de comunicação em sala de aula, explicando o seu raciocínio para o grupo. A produção do seu conhecimento e a explicação da forma como o obtiveram têm um papel fulcral na sua aprendizagem significativa e são um meio de avaliação muito importante para o professor.

Segundo Mendes (2009), sempre que possível o professor deve basear as suas aulas, de acordo com a realidade existente para que se possa criar uma fácil relação entre a própria realidade e os conceitos a ensinar. A associação entre os conteúdos e situações do quotidiano facilita a compreensão e a aprendizagem dos alunos.

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1.3.2. Operacionalização da Atividade Educativa – 5º ano