2.2 APLICAÇÕES
3.3.1 Cimento
O cimento utilizado na pesquisa é o CPV-ARI-40 fabricado pela Cauê, cuja composição varia de 95 a 100% de clinquer mais sulfatos de cálcio e de 0 a 5% de material carbonático (NBR 5733/1991).
Para a obtenção da massa específica do cimento, foi realizado o ensaio de Le Chatelier através da norma NBR NM 23 (2001), para devida caracterização do material e posteriormente utilização no cálculo da dosagem do concreto.
A Figura 3 apresenta o frasco de Le Chatelier durante realização do ensaio em laboratório.
Figura 3: Frasco de Le Chatelier durante realização do ensaio.
Fonte: Autoria própria, 2018.
O resultado da massa específica foi de 2,597 kg/dm³.
3.3.2 Agregado Graúdo
O agregado graúdo natural utilizado foi a brita 0, fornecido pela Pedreira Tabille e disponibilizado pelo Laboratório de Engenharia Civil da UNIJUÍ. Para conhecimento de sua composição, o material foi colocado em estufa a uma temperatura de 100ºC durante 24h para remoção total da água presente em seu interior e posteriormente foi realizada a sua caracterização
de acordo com as normas da Tabela 1. A Tabela 2 apresenta o resultado da caracterização e a Figura 4 representa o agregado graúdo.
Tabela 1: Caracterização do agregado graúdo e sua respectiva norma
ENSAIO NORMA
Composição Granulométrica NBR NM 248 (2001)
Massa Específica Agregado Graúdo NBR NM 53 (2003)
Massa Unitária Solta NBR NM 45 (2006)
Fonte: Autoria própria, 2018. Tabela 2: Caracterização do agregado graúdo.
PROPRIEDADE RESULTADO
Diâmetro máximo (mm) 9,50
Módulo de finura 5,94
Massa específica (Kg/dm³) 2,88
Absorção (%) 1,53
Massa unitária solta (Kg/dm³) 1,49
Fonte: Autoria própria, 2018. Figura 4: Agregado graúdo utilizado.
Fonte: Autoria própria, 2018.
3.3.3 Agregado Miúdo
O agregado miúdo utilizado foi a areia natural proveniente de Santa Maria – RS, foi fornecida pela Pedreira Tabille e disponibilizada pelo Laboratório de Engenharia Civil da UNIJUÍ. A areia foi colocada em estufa a uma temperatura de 100ºC durante 24h, posteriormente foi caracterizada conforma os ensaios e normas da Tabela 3. A Tabela 4 apresenta os resultados da caracterização e a Figura 5 representa o agregado miúdo.
Tabela 3: Caracterização do agregado miúdo e sua respectiva norma
ENSAIO NORMA
Composição Granulométrica NBR NM 248 (2001)
Frasco de Chapman NBR 9776 (1987)
Massa Unitária Solta NBR NM 45 (2006)
Fonte: Autoria própria, 2018.
Tabela 4: Caracterização do agregado miúdo.
PROPRIEDADES RESULTADOS
Diâmetro máximo (mm) 1,20
Módulo de finura 1,62
Massa específica (Kg/dm³) 2,57
Massa unitária solta (Kg/dm³) 1,50
Material pulverulento (%) 5,8
Fonte: Autoria própria, 2018. Figura 5: Agregado miúdo utilizado.
Fonte: Autoria própria, 2018.
3.3.4 Água
Para a realização da caracterização dos materiais, moldagens dos corpos de prova e o ensaio de capilaridade foi utilizada a água que provem de poço artesiano que abastece o Laboratório de Engenharia Civil da UNIJUÍ.
3.3.5 Aditivo
Conforme mencionado no referencial teórico, o aditivo tem como função devolver a trabalhabilidade reduzida pela adição da sílica ativa, sem realizar alterações no fator água/aglomerante, podendo-se atingir o mesmo abatimento de cone para todos os traços, mantendo- se a mesma relação água/aglomerante.
O aditivo utilizado, foi o aditivo superplastificante MC-PowerFlow 1160, produzido pela MC-Bauchemie, o qual tem algumas de suas propriedades citadas pela empresa desenvolvedora:
Grande redução na quantidade de água; Longa manutenção do slump;
Rápida dispersão no concreto Dosagens econômicas;
Boa compatibilidade com incorporadores de ar; Boa estabilização em altas consistências;
Bom funcionamento com uma grande variedade de cimentos.
A dosagem de aditivo foi realizada através do ensaio com o mini tronco de cone de Kantro. Para o traço referência foi realizado a mistura de 400g de cimento com água, seguindo o fator a/c encontrado na dosagem do concreto. Posteriormente foi colocada a mistura no interior do mini tronco de cone de Kantro, seguido pela retirada do mesmo, e do espalhamento do material na mesa. Por fim, aplicação de 6 golpes na mesa de consistência, e tomada a medida de espalhamento.
Para os traços com adições de sílica ativa, buscou-se atingir o mesmo espalhamento alcançado no traço referência adicionando pequenas quantidades de aditivo a mistura, que era composta por 400g de cimento, a porcentagem a ser adicionada de sílica ativa, e água, seguindo o fator água/aglomerante. A Tabela 5 demostra a quantidade de aditivo utilizada.
Tabela 5: Dosagem do aditivo.
Quantidade Referência 5% de SA 10% de SA 15% de SA
(g) 0 5,45 9,57 18,77
% 0 0,034 0,057 0,107
3.3.6 Sílica Ativa
A sílica ativa utilizada é SILCRETE Admix RS, produzida pela Diprotec – Produtos Técnicos para Construção e tem como principais características citadas pelo fabricante:
Redução da exsudação e segregação; Menor retração;
Aumento da coesão; Redução de vazios; Menor custo; Maior durabilidade;
Aumento de resistência a compressão
A Figura 6 ilustra o produto utilizado.
Figura 6: Sílica ativa utilizada.
Fonte: Diprotec, 2018.
3.4 DOSAGEM DO CONCRETO
Após a caracterização dos materiais, foi realizada a dosagem do concreto através do método ABCP, adotando a resistência de 35 MPa para a idade de 28 dias.
Cálculo da resistência à compressão do concreto almejada aos 28 dias – Fcj.
Fck = 35 MPa
Sd: Desvio padrão pela NBR 12655:2015
Fcj = Fck + 1,65 x Sd = 35 + 1,65 x 4 → Fcj = 41,6
Relação água/cimento da mistura.
Determinado pela relação entre o Fcj e a resistência do cimento aos 28 dias, pela curva de Abrams do cimento que está representada na Figura 7.
Figura 7: Ábaco de abrams
Fonte: ABCP (2012)
A relação água/cimento encontrada foi de 0,463 para uma resistência de 35 MPa.
A NBR 6118:2014 define um fator a/c máximo de 0,60 de acordo com a classe de agressividade ambiental conforme demonstram as Figuras 8 e 9.
Figura 8: Classe de agressividade ambiental.
Fonte: NBR 6118, 2014.
Figura 9: Relação entre a agressividade ambiental e a relação a/c da massa.
Fonte: NBR 6118, 2014.
Consumo de água.
É defino pela relação do abatimento com o diâmetro máximo do agregado, conforme demonstra a Figura 10.
Figura 10: Consumo de água.
Fonte: ABCP, 2012.
Consumo de água aproximado defino em: 230 L/m³.
Consumo de cimento/aglomerante.
Cc= Ca/(a/c)= 230/0,463 → Cc=496,78 kg/m³
Onde:
Cc: Consumo de cimento
Ca: Consumo de água
a/c: Relação água/cimento
Consumo do agregado graúdo
O Consumo de agregado graúdo é definido pelo volume de agregado na mistura. E este fator é encontrado no quadro da Figura 11, através da relação entre o módulo de finura do agregado miúdo e o diâmetro máximo do agregado graúdo.
Figura 11: Determinação do volume de agregado graúdo para cálculo de consumo.
Vb= 0,663
Cb= Vb x Mu = 0,663 x 1630 →Cb=1080,70 kg/m³
Onde:
Cb: Consumo de brita
Vb: Volume de brita
Mu: Massa unitária compactada do agregado graúdo em kg/m³
Consumo de agregado miúdo
Determina-se o volume de agregado miúdo na mistura através da equação 1:
Equação 1: Consumo de agregado miúdo.
m = 1 − γc+ γb+ γa → Vm = 1 − 496,78 3125 : 1080,70 2880 : 230 1000 Fonte: ABCP, 2012. Vm= 0,236 Cm=Vm x γm=0,236 x 2570 → Cm=605,99 kg/m³ Onde:
Vm: Volume de areia na mistura
Cc: Consumo de cimento;
Cb: Consumo de brita;
Ca: Consumo de água;
γc: Massa específica do cimento;
γb: Massa específica real do agregado graúdo;
γa: Massa específica da água.
Apresentação do traço unitário final. : : : → 496,78 496,78: 605,99 496,78: 1080,70 496,78 : 230 496,78 : , : , : , Quantidade de material.
A quantidade de material a ser utilizada foi calculada utilizando-se do número de corpos de prova a serem moldados, e seus respectivos volumes, conforme ilustram as Figuras 12 e 13.
Figura 12: Quantidades de corpos de provas e seus volumes.
Fonte: Autoria própria, 2018.
Figura 13: Quantidade de material utilizado - Traço referência
Fonte: Autoria própria, 2018.