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23 Serra do Cipó (Eterovick & Sazima 2004) e no Parque Nacional da Serra da Canastra (Haddad et al.

1988, Feio 2002, Barros et al. 2009). A espécie V. eurygnatha, é conhecida de várias localidades das serras do Mar e Mantiqueira, nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (Feio et al. 2007, São Pedro et al. 2010, Cruz et al. 2009). No PNSC foi coletada no mesmo riacho habitado por Vitreorana sp. nov. em condições semelhantes. Contudo, os machos V. eurygnatha cantam em vegetação arbustiva mais para o interior da mata, não nas margens, ou sobre o leito dos cursos de d`água, como a espécie nova. Ambas espécies foram registradas na parte baixa do PNSC, na cota de 800 a 1.000 m de altitude.

Cycloramphidae: Registramos as duas espécies que representam essa família no PNSC, Odontophrynus cf. carvalhoi (n=2, méd. CC=25.57 mm, méd. CRC=53.24 mm) e Proceratophrys aff. moratoi (n=2, méd. CC=13.93 mm, méd. CRC=34.50 mm).

Coletamos os primeiros espécimes de Odontophrynus cf. carvalhoi um dia após a primeira chuva da estação chuvosa, no mês de setembro. A espécie permaneceu em atividade até o mês de novembro. Ocorrem em áreas de campos limpos, dominados por vegetação savânica. Não observamos a vocalização dos machos desta espécie e não registramos desovas. Em um dia chuvoso, no mês de dezembro de 2004, foram observados machos vocalizando em riacho de cabeceira com pequeno porte associado à região de campo úmido com solo pedregoso (Cristiano Nogueira, com pess.), próximo ao município de São João Batista. Segundo Haddad et al. (1988), a espécie apresenta algumas características morfológicas diferentes de Odontophrynus carvalhoi, que ocorre na região Nordeste do Brasil, desde o norte do estado de Minas Gerais até o Ceará (Frost 2010).

A segunda espécie desta família, Proceratophrys aff. moratoi, foi coletada no mês de novembro, em dias de chuva constante. Encontramos os machos vocalizando agrupados em região de baixada com predominância de campos limpos. Assim como a espécie citada anteriormente, apresenta algumas características morfológicas diferentes de Proceratophrys moratoi (Haddad et al. 1988), que está distribuído no centro do estado de São Paulo (Frost 2010).

Dendrobatidae: O único representante dessa família no PNSC é Ameerega flavopicta (n=2,

méd. CC=10.41 mm, méd. CRC=25.25 mm). Coletamos apenas dois espécimes dessa espécie, um na região baixa do parque (estrada próxima à mata da cachoeira Casca D`Anta), na estação chuvosa, e outro na porção alta da mesma cachoeira, na estação seca. A espécie vocalizou durante o dia (entre 10:00 e 17:00 horas), durante os meses de agosto a dezembro de 2009. Vocalizam sob pedras, ao sol, na beira de água corrente em áreas abertas ou em bordas de mata; não observamos atividade reprodutiva no interior das matas, tampouco desovas ou girinos. Embora seja difícil capturá la, a espécie parece ser abundante no PNSC, durante a época reprodutiva. Em 1988, Célio F. B. Haddad. coletou exemplares no PNSC em área de campo rupestre e fez alguns comentários sobre a distância que a vocalização dessa espécie pode atingir (até 30 m). No relatório do Plano de Manejo (Feio 2002) A. flavopicta foi coletada na região do vale da nascente do rio São Francisco, durante o dia, após chuva forte e rápida que estimulou a vocalização de vários indivíduos. No Parque Nacional da Serra do Cipó (Eterovick & Sazima 2004), A. flavopicta parece ser menos comum que no PNSC e os machos vocalizam de outubro a dezembro, quando foram observadas desovas e girinos. A espécie está distribuída nos estados do Maranhão, Pará, Tocantins, Goiás e Minas Gerais (Biavati et al. 2004, Silveira 2006). Esta espécie é muito comum nas áreas de cerrado rupestre na região da Chapada dos Veadeiros, onde é facilmente encontrada próxima a poças em afloramentos rochosos. É considera um endemismo do Cerrado associado a áreas de planaltos com vegetação aberta e cerrados rupestres.

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Tabela 3. Lista das espécies de anfíbios registradas para a região do PNSC, Minas Gerais. Período de Ocorrência (S: Estação Seca; C: Estação

Chuvosa) e Métodos de Amostragem: AIQ (Armadilhas de Interceptação e Queda); PVLT (Procura Visual Limitada por Tempo); PA (Procura Ativa);

CT (Coleta por Terceiros); EO (Encontros Ocasionais). Origem dos Dados: ● Registro de dados secundários (literatura e coleções herpetológicas –

Vouchers). ■ Registro por animal coletado; ▲ Registro apenas por fotos e vocalizações. Status IUCN: DD = Data Deficient, LC = Least Concern, NT = Near Threatened, CE = Critically Endangered. Registros novos para região do PNSC estão marcados com asterisco (*). Habitat, adaptado de Ribeiro & Walter (1998): MG = Mata Galeria; CE = Cerrado Típico; AT = Áreas Antrópicas; VA = Vegetação Arbustiva (margem de ambientes aquáticos); DA = Dentro da Água; CD = Cerrado Denso e CR = Campos Rupestres. Endêmicos: PNSC = Parque Nacional da Serra da Canastra, RSSE = Região sul da Serra do Espinhaço, CE = Cerrado. Nas famílias, entre parênteses (numéro de espécies /endêmicos RSSE ou CE) (adaptado de Nogueira et al. 2010a). ↑ Espécies coletadas na parte alta do PNSC ↓ Espécies coletadas na parte alta do PNSC ↕ Espécies coletadas na parte alta e baixa do PNSC. (%) Riqueza local

Table 3. Checklist of amphibians from the Serra da Canastra National Park region, State of Minas Gerais. Period of occurrence (S: Dry Season; C:

Rainning Season) e Samplaing method: AIQ = pitfall traps with drift fences; PVLT = visual surveys limited by time; PA = active surveys; CT = local collectors; EO = incidental encounter. Data Source: ● Recorded by secondary data (literature and herpetological collections – Vouchers). ■ Recorded by animal capture; ▲ Recorded only by photos and call. Status IUCN: DD = Data Deficient, LC = Least Concern, NT = Near Threatened, CE = Critically Endangered. New records for the region of PNSC were marked with asterisco (*). Habitat, adapted from Ribeiro & Walter (1998): MG = Gallery Forests; CE = Typical Cerrado; AT = Anthropic Areas; VA = Arbustive Vegetation (margin of aquatic environment); DA = Within the Water; CD = Cerrado Denso e CR = Campos Rupestres. Endemics: PNSC = Parque Nacional da Serra da Canastra, RSSE = Região sul da Serra do Espinhaço, CE = Cerrado. Nas famílias, entre parênteses (numéro de espécies /endêmicos RSSE ou CE) (adaptado de Nogueira et al. 2010a). ↑ Species collected in the upper region at PNSC, ↓ Species collected in the lower region at PNSC, ↕ Species collected in bouth regions at do PNSC. (%) Local richnes. Endêmicos Famílias/Espécies Período de ocorrência

Hábitat Métodos Status

IUCN PNSC RSSE CE

GYMNOPHIONA

Caeciliidae (1/0) (1,7%)

*Siphonops annulatus (Mikan, 1820) ■ ↓ S,C AT CT LC

ANURA

Brachycephalidae (2/1) (5,2%)

*Ischnocnema izecksohni (Caramaschi and Kisteumacher,1988) ■ ↓ C VA PA; EO LC x Ischnocnema juipoca (Sazima & Cardoso, 1978) ● ■ ↕ C CE, MG PA, AIQ LC

Bufonidae (2/0) (5.2%)

Rhinella rubescens (A. Lutz, 1925) ● ■ ↕ S C AT,VA,CR PA,AIQ LC

Rhinella schneideri (Werner, 1894) ● ■ ↕ S AT,VA PA LC

Centrolenidae (2/1) (5,2%)

Vitreorana eurygnatha (A. Lutz, 1925) ● ■↓ C VA,MG PA LC

Vitreorana sp. nov. ● ■ ↓ S C VA,MG PA x x

Cycloramphidae (2/0) (5,2%)

Odontophrynus cf. carvalhoi (Savage & Cei, 1965) ● ■ ↑ C CE AIQ LC Proceratophrys aff. moratoi (Jim & Caramaschi 1980) ● ■ ↑ C CE AIQ,PA CR

Dendrobatidae (1/1) (1,7%)

Ameerega flavopicta (A. Lutz, 1925) ● ■ ↕ S C VA PA; EO LC x

Hylidae (16/8) (42%)

Bokermannohyla cf. circumdata (Cope, 1871) ● ■ ↓ S VA PA LC

Bokermannohyla ibitiguara (Cardoso, 1983) ● ■ ↑ S C VA,CR,MG PA; EO DD x x

Bokermannohyla sazimai (Cardoso & Andrade, 1983) ● ↑ VA DD x

Dendropsophus jimi (Napoli & Caramaschi, 1999) ● ↓ VA LC Dendropsophus minutus (Peters, 1872) ● ■ ↕ S C AT,VA PA LC Dendropsophus rubicundulus (Reinhardt & Lütken, 1862) ● ▲ ↓ VA PA LC

Hypsiboas albopunctatus (Spix, 1824) ● ■ ↕ C AT,VA CT LC

Hypsiboas aff. cipoensis (B.Lutz,1968) ● ■ ↑ S C VA PA NT x x

Hypsiboas faber (Wied Neuwied, 1821) ● ▲ ↓ C AT PA LC

Hypsiboas lundii (Burmeister, 1856) ● ■ ↕ S C MG PA; EO LC x

* Phyllomedusa ayeaye (B. Lutz, 1966) ● ■ ↑ C CE, VA PA CR x x

Scinax canastrensis (Cardoso & Haddad, 1982) ● ■ ↕ S C VA PA DD x

Scinax fuscovarius (A. Lutz, 1925) ● ■ ↕ S AT PA LC

Scinax machadoi (Bokermann & Sazima, 1973) ● ↑ VA LC x x

Scinax maracaya (Cardoso & Sazima, 1980) ● ■ ↑ C VA,CR PA DD x x Scinax squalirostris (A. Lutz, 1925) ● ■ ↑ C VA,CR,CE PA LC

Hylodidae (1/1) (1,7%)

Crossodactylus cf. trachystomus (Reinhardt & Lütken, 1861)● ↑ VA DD x

Leiuperidae (3/0) (7,8%)

Physalaemus cuvieri (Fitzinger, 1826) ● ■ ↕ S,C VA,CR,AT PA; AIQ LC Eupemphix nattereri (Steindachner, 1863) ● ■ ↑ C DA PA LC Pseudopaludicola saltica (Cope, 1887) ● ■ ↑ C VA,AT PA LC

Leptodactylidae (7/0) (18%)

Leptodactylus furnarius (Sazima & Bokermann, 1978) ● ■ ↑ C CR,VA PA, AIQ LC Leptodactylus cunicularius (Sazima & Bokermann, 1978) ● ■ ↑ C CE PA,AIQ LC Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) ● ■ ↑ C AT,CE PA LC Leptodactylus jolyi (Sazima & Bokermann, 1978) ● ↑ C CR,CE PA DD Leptodactylus labyrinthicus (Spix, 1824) ● ▲ ↕ C CE,VA PA LC

Leptodactylus mystacinus (Spix, 1824) ● ↓ VA,DA LC

Leptodactylus latrans (Linnaeus, 1758) ● ■ ↕ C VA,DA,MG PA LC

Microhylidae (1/0) (1,7%)

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