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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.4 Classificação das ETES

As ETEs foram separadas em classes (A, B, C e D), conforme descrito na metodologia. As Estações classe A já estão aptas a implantar o reúso, já as Estações classe B atendem, no mínimo, os requisitos de DBO/DQO e Coliformes, do padrão de referência adotado. Essas ETEs geralmente não atendem ao valores de SST e ocasionalmente a pH e Cloro Residual. Tais estações foram agrupadas nessa classe por estarem próxima de alcançarem a todos os padrões. Para tal, é necessário que haja alterações nessas Estações, todavia, salienta-se que não é necessário alterar a tecnologia de tratamento, já que estas atendem aos principais parâmetros, sendo necessário apenas a inclusão de sedimentadores ou unidades de correção para atendimento pleno dos padrões adotados.

As ETEs Classe C atendem apenas aos padrões de DBO/DQO do padrão de referência adotado. Para essas ETEs, recomenda-se a construção de uma unidade de complemento para o tratamento de esgoto visando a redução de Coliformes e SST. Para tal, pode ser construído filtros de areia, sedimentadores e unidades de correção de pH, caso a ETE também não atenda a este parâmetro.

Com relação às ETEs Classe D, nessa categoria estão as ETEs que não atendem aos parâmetros de DBO, e, geralmente, não atendem também a Coliformes e SST. Essas ETEs possuem tecnologia de tratamento ultrapassada ou até tecnologias recentes, mas que por erros técnicos (projetos e/ou execução), estão em desacordo até mesmo com as normas vigentes para lançamento do efluente em corpos hídricos. Assim, propõe-se que para as ETEs nessa classe, que geralmente são de tecnologia decanto-digestor, uma readequação total da ETE com interrupção do funcionamento da mesma e construção de uma nova Estação. Ressalta-se que a Estação de Pré- Condicionamento foi enquadrada como Estação Classe D, por não ser de fato, uma estação de tratamento de esgoto biológico, como se sabe, a EPC faz a remoção dos sólidos grosseiros e equaliza a vazão para lançamento do efluente no corpo receptor (mar). Nesse contexto, considerou-se a EPC no planejamento de reúso a Longo Prazo, tendo em vista que será necessário a construção de uma nova ETE para que haja reúso dos efluentes.

Como as análises foram feitas em 4 (quatro) meses, foi observado que algumas estações oscilavam entre as classes. Tal fato pode ter ocorrido por conta de problemas em manutenção e operação dessas estações. Dessa forma, foi avaliado qual a melhor classificação que a ETE conseguiu alcançar durante os 4 (quatro) meses, pressupondo que é possível alcançar a melhor classificação frequentemente caso haja uma boa operação do sistema.

A tabela 11 mostra os resultados das classificação das estações durante o período de estudo.

Tabela 11 – Seleção das ETES em Classes

ETE SISTEMA Classe da ETE Melhor

Classificação

Janeiro Fevereiro Março Abril

Castelão (Boa Vista) UASB + FSA C B B B B

S. Miguel UASB D D D D D

Itaperussu LODOS ATIVADOS D D D D D

Centro de Eventos UASB + FSA C D A C A

Dias Macedo UASB D D D A A

Riacho Doce UASB D D D D D

Pindorama UASB D D D D D

Sítio Santana UASB D D D C C

Itaperí UASB D D D D D

Novo Mondubim II UASB D D D D D

Conjunto José Walter III LAGOA DE ESTABILIZAÇÃO D C C C C

Novo Barroso UASB D D D A A

Pajuçara UASB D D D D D

Paupina UASB D D D D D

Pôr do sol UASB D D D D D

Rosalina UASB D D D D D

Rosa de Luxemburgo UASB D D D D D

Aracapé III UASB D D D D D

Curió I e II UASB D D D D D

Lago Azul UASB D D D D D

TCM UASB + FSA C D D C C

Zeza tijolo UASB D D D D D

Lagoa da Zeza UASB D D D D D

Jereissati III LAG FAC C C C C C

Conj. Esperança LAG FAC C C C C C

Pq. Fluminense LAG ANA + FAC + MAT C C C C C

Tupãmirim LAG FAC + MAT C C C C C

Mal Rondon LAG ANA + FAC + MAT C D C C C

Lagamar LAG FAC C C C C C

Cj. São Cristovão LAG ANA + FAC + MAT D C D D C

Cj. Palmeiras LAG ANA + FAC + MAT D B C C B

Cj. Ceará LAG FAC C C C C C

João Paulo II LAG FAC C C C C C

SIDI LAG ANA + FAC + MAT D D B C B

Analisando a tabela acima, observa-se que das 34 (trinta e quatro) ETEs estudadas, 3 (três) foram classificadas como classe A, ou seja, poderiam implantar reúso dos seus efluentes de maneira imediata, pois estes atendem a todos os padrões adotados. Ressalta-se que nesse trabalho foram adotados os padrões da USEPA para irrigação restrita, tendo em vista que esse tipo de uso urbano é o mais adequados para a realidade das ETEs estudadas.

Com relação às ETEs agrupadas na respectivas classes, pode ser observado que a grande maioria das estações não permaneceram na mesma classe durante os 4 (quatro) meses estudados, todavia adotou-se a seguinte hipótese: Caso a ETE se enquadre em uma classes superior em um dos meses analisados, é possível que esta estação permaneça nessa classe superior de maneira frequente caso haja operação e manutenção adequada na referida estação. A Figura 14 mostra as porcentagens das ETES divididas em Classe.

Figura 14 – Porcentagem das ETES divididas em classes

Fonte: Autor, 2016

Através da figura acima nota-se que 47% das ETEs analisadas estão agrupadas na classe D, ou seja, não atendem aos parâmetros de DBO/DQO para reúso urbano restrito. Ressalta- se que esse valor poderia ser ainda maior se fosse considerado as 26 (vinte e seis) ETEs compostas por Decanto Digestor, pois, como se sabe, tal tecnologia de tratamento é ineficiente até mesmo para alcançar os padrões de lançamento de efluentes (Portaria 154/2002 SEMACE revogada pela Resolução 02/2017 COEMA).

Com relação às Estações agrupadas na classe A, destaca-se que todas estas possuem a mesma tecnologia de tratamento: Reator UASB. Considerando que o sistema de tratamento adotado no município é composto basicamente pelas tecnologias: Reator UASB, Lagoas de

Estabilização e Decanto-Digestor, verifica-se no trabalho que as eficiência de tratamento das ETEs analisadas estão em conformidade com a literatura, e, o sistema de tratamento com melhor rendimento dentre os 3 (três) sistemas estudados foi o reator UASB.

Destaca-se ainda que a variação na classificação das ETES ao longo dos meses estudados pode ser explicado pelo problema de operação nas mesmas. Analisando-se a ETE Dias Macedo, por exemplo, verifica-se que a mesma foi classificada como ETE Classe D nos 3 (três) meses iniciais de análise e em seguida foi classificada como ETE Classe A. Para se ter idéia, essa ETE registrou uma DQO efluente de 649 mg/L no mês de Março (ver anexo I), já no mês de abril a DQO efluente foi de 40,80 mg/L (ver anexo I), ou seja, uma variação de mais de 93% do valor inicial. Esse fato comprova o sério problema da CAGECE com a operação dos sistemas, os quais não apresentam consistência ao longo do tempo, apresentado oscilações descomunais em curtos períodos de tempo.

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