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4.4 Critérios de Avaliação

5.2.6 Classificação dos Problemas

Uma vez identificado um problema de usabilidade este deve ser classificado. A classificação permite compreender melhor sua extensão, avaliar o impacto sobre os usuários e funciona como base de conhecimento para futuros projetos. Para esta dissertação sugere-se cinco grandes categorias de problemas de usabilidade com relação aos recursos: existência, apresentação, relacionamento, conteúdo e qualidade subjetiva. Embora esta seja uma classificação empírica, ela pode ser utilizada como ponto de partida para classificações mais elaboradas. Um estudo mais aprofundado é necessário para validar cada grupo, entretanto, considera-se que a classificação dos problemas é uma etapa necessária da avaliação. Por isto, adotou-se esta classificação por considerar-se que inclui a maioria dos problemas de usabilidade de aplicações WWW.

Existência: por parecer óbvio, esta categoria é a primeira da lista. Muitos problemas de usabilidade são caracterizados pela ausência de informação ao usuário. Não é raro encontrar desenvolvedores que consideram determinados recursos tão óbvios que acabam por eliminá-los das interfaces, enquanto estes são vistos como importantes pelos usuários. Em alguns casos se observará que o recurso existe na interface, mas o usuário foi incapaz de reconhecê-lo. Isto, porém, caracteriza outros tipos de problemas como apresentação ou relacionamento. A existência de um recurso também deve ser vista em uma dimensão temporal, ou seja, a visualização deve ocorrer em tempo real ou factível com a realização da tarefa. Recursos que demoram a aparecer devido a problemas como tráfego de rede, podem nunca chegar a serem visualizados pelos usuários para os quais este de fato não existe.

Apresentação: muitos problemas de usabilidade podem ser caracterizados como problemas de apresentação do recurso. Um recurso pode existir, mas em um formato diferente do esperado pelo usuário; por exemplo, poder-se-ia esperar todo um artigo falando sobre regiões turísticas do Nordeste enquanto o que é apresentado é um mapa, ou seja, o formato ou a forma como é apresentada a informação está diferente do esperado pelo usuário. Ainda a apresentação pode ser vista como um aspecto de interatividade, ou seja, o recurso existe, mas sua forma é pouco interativa. Um simples exemplo é o caso da informação sobre um endereço URL, ele pode simplesmente ser apresentado ao usuário ou ser representado também por um link que facilitaria seu alcance.

Relacionamento: problemas de relacionamento dizem respeito à forma como os recursos estão ligados. Este é um dos problemas de maior impacto para os usuários de aplicações WWW e que pode ser exemplificado como navegações aleatórias, desorientação e, no pior dos casos, o usuário não chega a atingir o recurso mesmo que este exista na interface. Nota-se que neste exemplo o usuário realmente não encontra o recurso ou não atinge a página que o contém, de maneira diferente do caso em que o usuário atinge o recurso, mas não o identifica como tal. A segunda situação deve ser caracterizada como um problema de apresentação e não de relacionamento.

Conteúdo: diz respeito à qualidade da informação ou do recurso. A diferença básica entre problemas do tipo conteúdo e de apresentação está na profundidade ou detalhe da informação, no primeiro caso, e o formato de apresentação no segundo. Uma figura do mapa do Brasil destacando o Nordeste difere em conteúdo de uma figura do Nordeste identificando os estados. Uma figura do Nordeste, por sua vez, difere de um texto descrevendo a figura na apresentação caracterizando um tipo distinto de problema.

Qualidade subjetiva: finalmente pode-se citar problemas que não podem ser classificados de outra maneira porque envolvem preferências estéticas, culturais, artísticas e subjetivas dos usuários. Um exemplo claro é com relação ao uso de cores que, mesmo apresentando boa resolução sobre a tela do computador, não agrada ao usuário. Também se encaixam aqui problemas como ícones aos quais o usuário refere não gostar embora saiba seu significado e uso.

5.2.7 Passo-a-passo da Metodologia

- Primeiramente, o avaliador deve definir o escopo da avaliação:

o Especificar quais aplicações serão avaliadas;

o Quais os perfis de usuários que participarão da avaliação de acordo com as aplicações selecionadas;

- Em seguida, o avaliador deve definir o tamanho da amostra para avaliação, ou seja, o número de testes que serão realizados com o usuário. Também serão definidos critérios para escolha dos usuários e o método utilizado para avaliar as aplicações;

- Tendo escolhido o método de avaliação, no caso questionários, para cada perfil será aplicado um conjunto de três questionários referentes à identificação do perfil do usuário, avaliação da aplicação e problemas encontrados. O questionário de escopo da avaliação será preenchido pelo avaliador;

- Ao término dos testes, serão recolhidos os questionários e separados por perfis de usuários. Para cada perfil, serão coletados os dados relevantes e, em seguida, montados cenários contendo estas informações para cada usuário-participante da avaliação;

- Ao final da aplicação dos questionários, serão realizadas entrevistas para captar as impressões dos usuários-participantes em relação ao próprio teste. Estes dados serão incluídos nos cenários;

- Com todos os cenários prontos, será possível identificar os problemas de usabilidade e classificá-los de acordo com o item 5.2.6;

- De acordo com a descrição dos cenários e com relação aos problemas encontrados no item anterior, será selecionada uma estratégia para análise dos dados. Para essa metodologia, será utilizada a análise manual.

- Após a análise, será possível identificar quais as principais dificuldades encontradas pelos usuários ao acessarem aplicações de Realidade Virtual na Web.

5.3 Considerações Finais

Neste capítulo foi descrita a metodologia que será utilizada para avaliar aplicações Web usando realidade virtual. A seguir será mostrado um estudo de caso, validando a metodologia, e os resultados obtidos nessa avaliação.

6.1 Introdução

A metodologia proposta sustenta que a avaliação da qualidade das aplicações Web usando RV deve ocorrer sobre dados obtidos durante a interação de usuários reais com a interface.

Com o objetivo de avaliar a qualidade dessas aplicações e verificar se problemas de usabilidade podem ser realmente identificados, foi realizado um estudo de caso. Não se trata de uma validação plena que iria requerer o acompanhamento de vários estudos de caso em diferentes situações e que demandaria considerável tempo e esforço. Isto constitui um trabalho à parte a ser realizado futuramente.

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