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Numa análise que integra as diferentes variáveis estudadas, a Figura 29 exibe os resultados finais obtidos na tabela de pontuações e faz uma agregação dos resultados em quatro intervalos, utilizando o mesmo sistema de avaliação que foi atribuído na tabela de classificação. Como foi referenciado anteriormente, a representação dos dados não é feita cartograficamente de modo a salvaguardar o sigilo das unidades de TER, apenas é assinalada a modalidade em que se inserem.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 Até 50 [51-69] [70-89] ≥90

Universidade do Minho – Departamento de Geografia 104 Figura 29. Avaliação da Sustentabilidade

Fonte: Elaboração Própria segundo o levantamento de dados Tal como é possível observar, deparamo-nos com unidades que obtiveram nota inferior a 50%, as que apresentam um valor razoável entre os 50-64%, com uma nota satisfatória (65-84%) e por fim com uma boa classificação entre os 85- 100%.

A classe intervalar entre os 50 e os 64% é a que mais se destaca na figura em análise com um total de 13 unidades de turismo que obtiveram uma classificação dentro desta classe. São unidades que na maioria das situações utilizam a biomassa como fonte de energia para o aquecimento da habitação no entanto sem recuperador de calor o que obriga desde logo à utilização de outra fonte de alimentação energética, normalmente gás ou gasóleo tanto para aquecimento como também para a produção de águas quentes sanitárias. Numa outra vertente, são unidades sem isolamento nas paredes e tetos, com caixilharia de janelas em madeira com vidros simples.

Seguindo uma ordem de representatividade da amostra, temos as unidades que apresentam uma nota inferior a 50%, sete no total, o que representa mais de 1/3 desta amostra.

Assume-se como um número elevado, mas se averiguarmos mais in loco a situação, de certa forma entende-se a razão desta situação. Classificadas como nota inferior a 50%, estão as unidades de turismo que não têm qualquer prática sustentável em termos energéticos, utilizam o gasóleo e em alguns outros casos o gás de botija ou natural tanto para aquecimento de águas como para proporcionar

0 2 4 6 8 10 12 14 < 50% 50-64% 65-84% 85-100%

Universidade do Minho – Departamento de Geografia 105 conforto térmico no interior da habitação, sistemas estes que para além de consumirem bastante energia, são dispendiosos financeiramente. Juntamente com este fator aplicam-se questões como o não isolamento das paredes e tetos e os vãos envidraçados simples com caixilharia em madeira.

Esta situação é em grande parte fruto da sazonalidade do turismo que não contribui para um TER mais produtivo financeiramente, logo impede maior sustentabilidade em questões de energia, no entanto, a razão da não inclusão de isolamento em paredes prende-se maioritariamente com a sua extrema espessura, em relação à manutenção da caixilharia em madeira existem diversas razões mas a mais preponderante será a falta de financiamento, contudo a manutenção destes elementos físicos simbolizam em parte a identidade natural do TER, fruto do espaço em que se insere, da traça arquitetónica que o turismo rural nos habituou e que transporta para o exterior.

A classe dos 65 aos 84%, já demonstra uma melhoria algo significativa, onde já inclui duas unidades que têm painéis solares térmicos nas suas instalações para a produção de águas quentes, mas que não ficaram incorporados na classe com melhor nota devido à falta de complemento de sustentabilidade, nomeadamente a não incorporação de vidros duplos e caixilharia em alumínio com corte térmico. A outra habitação que se classificou neste intervalo trata-se de uma unidade com um sistema a biomassa mas com recuperador de calor o que permite uma poupança de energia, devido à possibilidade que este sistema tem em levar calor a todas as divisões da habitação através de um sistema de radiadores, uma clara vantagem em relação aos que não apresentam recuperador de calor.

Por último com a melhor pontuação ficaram duas unidades de turismo que têm um sistema de produção de águas quentes sanitárias movido através de um sistema de painéis solares térmicos e para aquecimento de ambiente funcionando como alternativa têm um sistema elétrico ou a gás natural. Nestes dois casos são habitações muito mais recentes comparativamente com a grande maioria das casas de turismo rural, com um tipo de construção mais atual, com materiais mais resistentes e preparados para aumentar a eficiência das habitações, apresentam ainda caixilharia em alumínio e vidros duplos. Estes dois casos, podem ser considerados de sucesso pelas suas características que permitem que uma

Universidade do Minho – Departamento de Geografia 106 sustentabilidade tanto em termos energéticos que é a base deste trabalho como também em questões financeiras pela poupança no consumo energético que aplicam.

Resumindo, estes dois casos podem e devem ser seguidos como exemplo para uma sustentabilidade energética, é incontornável que a aplicação de medidas com vista à sustentabilidade são elevadas, no entanto, é um investimento viável a longo médio longo prazo que produz resultados sem dúvida eficazes no consumo de energia.

Figura 30. Avaliação da Sustentabilidade (por modalidades)

Fonte: Elaboração Própria segundo o levantamento de dados Na figura 30, adicionou-se o elemento da modalidade de cada unidade de turismo à classificação final. Como se pode verificar, o grosso dos casos de estudo situam-se entre os 35 e os 55%, com uma predominância de unidades de “Casa de Campo” e “Turismo de Habitação”, com as duas únicas unidades de “Agroturismo” englobam-se também nesta classe.

Um facto evidente é que as unidades com as melhores notas, excetuando uma situação correspondem à modalidade de “Casa de Campo”.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 Cl assi fi caç ão (% ) Unidades de amostra

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