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3.7 ANÁLISE DA RESISTÊNCIA MECÂNICA E DA EXPANSÃO

4.2.4 A Classificação MCT

Os resultados obtidos segundo a metodologia MCT, para os materiais J1, J2, E1 e E2, são apresentados na Tabela 4.6. Além dos dados e parâmetros relacionados às amostras, os resultados obtidos para as dezesseis misturas são apresentados na Tabela 4.7, destacada na sequência. Deve-se ressaltar, que para execução dos ensaios, foi adotado o mesmo procedimento de formação das amostras recomendado para as amostras submetidas ao ensaio de determinação da relação sílica-sesquióxidos, norma DNER-ME 030/1994 (BRASIL, 1994c), que consiste na utilização da porção de solo que passa na peneira de 2,0 mm. A classificação refere-se portanto à fração de solos finos contida nas misturas.

Tabela 4.6 – Parâmetros e classes obtidos pela metodologia MCT, para J1, J2, E1 e E2

Material c' d' Pi e' Classe (MCT)

J1 1,56 62,60 88,00 1,06 LA' NA'

J2 1,29 46,67 100,00 1,13 LA' NA'

E1 1,03 93,96 115,00 1,11 LA' NA'

E2 2,05 59,03 20,00 0,81 LG'

Tabela 4.7 - Parâmetros e classes obtidos pela metodologia MCT, para as misturas.

Mistura Código c’ d’ Pi e’ Classe (MCT)

M-01 12-80/20 1,85 38,30 0,00 0,81 LG’ M-03 12-70/30 2,06 77,22 118,00 1,13 LG’ M-04 11-70/30 1,19 101,52 80,00 1,00 LA’ (?) M-05 11-60/40 1,22 109,10 111,00 1,09 LA’NA’ M-06 11-50/50 1,01 66,88 80,00 1,03 LA’NA’ M-07 12-60/40 1,86 62,79 3,00 0,70 LG’ M-08 12-50/50 2,05 110,42 50,00 0,88 LG’ M-17 212-70/10/20 1,48 102,92 38,00 0,83 LA’ M-18 212-65/10/25 1,87 84,73 43,00 0,97 LG’ M-19 21-60/40 1,32 133,50 180,00 1,25 NA’ LA’ M-20 22-80/20 1,63 22,72 5,00 0,98 LG’ M-21 22-65/35 1,86 37,93 77,00 1,09 LG’ M-22 21-70/30 0,81 96,52 87,00 1,03 LA’NA’ M-23 22-70/30 1,89 61,93 28,00 0,84 LG’ M-25 12-70,5/29,5 1,79 80,92 60,00 0,95 LG’ M-27 12-68/32 1,85 75,87 40,00 0,87 LG’

Pela tabela 4.6, percebe-se que o material proveniente da jazida J1 foi classificado como LA’NA’, de comportamento transicional, com caráter parcial de laterização, segundo expressão utilizada por (Marson, 2004). Resalta-se que esta classificação, não exclui o comportamento laterítico, Este resultado é equivalente ao resultado obtido através da relação sílica-sesquióxidos, o qual indica para J1 o valor de Kr = 1,9864, próximo do limite entre comportamento laterítico e não laterítico ( Kr =2,0).

Para J2, a relação sílica-sesquióxidos indicou Kr = 0,5569, correspondente aos solos muito intemperizados, ao passo que segundo a classificação MCT, o material J2 foi classificado como LA’NA’, também transicional, com caráter parcial de laterização. Para o material E1, a classificação MCT indica comportamento transicional, LA’NA’, enquanto a relação sílica-sesquióxidos classifica o material como laterítico ( kr = 1,746). A classificação inferida através dos minerais identificados por meio da difratometria de raios-X, também confirma o comportamento laterítico, para o material E1.

Observa-se que, pelos critérios da metodologia MCT convencional, os materiais J1, J2 e E1, seriam classificados como LA’, de comportamento laterítico arenoso.

Já o solo E2, conforme o resultado apresentado, foi classificado como LG’, ou seja, de comportamento laterítico argiloso, que é equivalente à classificação obtida através da relação sílica-sesquióxidos ( kr = 1,516). Os minerais identificados através da difratometria de raios-X, também indicaram solos com comportamento laterítico.

A análise da Tabela 4.7 indica que todas as misturas formadas por dois componentes nas quais foi utilizado o material E2, foram classificadas como LG’, conforme esperado, visto que, o caráter laterítico argiloso de E2, já tinha sido confirmado através da classificação MCT, onde foi identificado como LG’, através da relação sílica-sesquióxidos e da difratometria de raios-X.

Nas misturas formadas por dois componentes, em que o material fino utilizado foi a amostra E1, quatro delas foram classificadas como LA’, comportamento laterítico arenoso, e duas como transicionais (LA’NA’ e NA’LA’). Obviamente, estes resultados também já eram esperados, pois o material E1 foi classificado como LA’NA’ na

classificação MCT (caráter parcial de laterização) e apresentou valor de Kr < 2, correspondente aos solos muito intemperizados. A composição mineralógica por difratometria de raios-X, com base no grau de intensidade dos minerais detectados, indica que esse material apresenta um grau de intemperização, porém menos intenso do que ocorre no material E2, conclusão que está coerente com os resultados da classificação MCT.

A Figura 4.11 expõe os resultados obtidos do ponto de vista gráfico, inserindo no ábaco todos os pontos obtidos pela relação c’ versus e’, considerando as amostras J1, J2, E1 e E2, além de todas as misturas. Pela curva, observa-se que a nuvem de pontos obtidos situa-se majoritariamente na região inferior do ábaco, evidenciando o comportamento laterítico das amostras e misturas pesquisadas. A única mistura situada na parte superior, após adotado o critério destacado no Capítulo 2, item 2.3, apresenta comportamento transicional, com caráter parcial de laterização.Reforça-se que todos os gráficos classificatórios, relacionados aos ensaios de compactação Mini-MCV e Perda de Massa por Imersão (desenvolvido com o objetivo de distinguir os solos tropicais lateríticos dos solos não lateríticos), responsáveis pela geração das curvas de deformabilidade e de compactação (cálculo dos coeficientes c’ e d’) e, consequentemente, pelos cálculos do índice e’ (que indicará se o solo tem comportamento laterítico ou não), são apresentados no Anexo A desta dissertação.

Figura 4.11 – Gráfico classificatório MCT para as amostras J e E e das misturas estudadas

0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 1,7 1,8 1,9 2 2,1 2,2 0 0,5 1 1,5 2 2,5 Índ ice e ' Coeficiente c' LA' NA LA NA' NS' LG' NG'

 Grupo das misturas com composição granulométrica enquadrando nas faixas A ou B, para solos lateríticos

Todas as sete misturas com composição granulométrica enquadrando nas faixas A ou B, específicas para solos lateríticos, M-01 (12-80/20), M-03 (12-70/30), M-20 (22-80/20), M-21 (22-65/35), M-23 (22-70/30), M-25 (12-70,5/29,5) e M-27 (12-68/32), tiveram a comprovação do caráter laterítico através da classificação MCT. Todas foram classificadas como LG’. Para Nogami e Villibor (1995), as argilas lateríticas possuem, normalmente, valores de d’ superiores a 20, ao passo que as argilas não lateríticas possuem valores de d’ inferiores a 10. Todas as misturas desse grupo apresentaram valores de d’ superiores a 20, conforme esperado, reafirmando o caráter laterítico. O resultado da relação sílica-sesquióxidos das cinco misturas, M-01 (12-80/20) (Kr = 1,463), M-03 (12-70/30) (Kr = 1,361), M-20 (22-80/20) (Kr = 1,238), M-21 (22-65/35) (Kr = 1,424), e M-23 (22-70/30) (Kr = 1,405), permitiu inferir o caráter laterítico de todas elas. Não há discordância entre esses resultados e aqueles obtidos através da classificação MCT.

As misturas M-25 (12-70,5/29,5) e M-27 (12-68/32) não foram submetidas ao ensaio de determinação da relação sílica-sesquióxidos por terem sido montadas posteriormente, mas, como elas foram formadas através de composições entre os materiais J1 e E2, com parcelas de 29,5% e 32,0% de E2, respectivamente, pode-se inferir o caráter laterítico das duas, a partir dos valores de Kr apresentado para estes materiais ( Kr = 1,986 para J1 e Kr =1,516, para E2).

O caráter laterítico inferido ao material E2, em função do resultado da difratometria de raios-X ( alto grau de intemperização), também permite inferir às misturas M-25 (12- 70,5/29,5) e M-27 (12-68/32) o caráter laterítico.

 Grupo das misturas com composição granulométrica que não se enquadra em nenhuma faixa

Todas as misturas do grupo caracterizado por conter composição granulométrica não enquadrada em nenhuma faixa, M-05 (11-60/40, M-06 (11-50/50), M-07 (12-60/40) e M- 08 (12-50/50), tiveram a comprovação do caráter laterítico, segundo a classificação MCT. As misturas M-05 (11-60/40) e M-06 (11-50/50) foram classificadas como LA’NA’, de

caráter parcial de laterização, M-07 (12-60/40) e M-08 (12-50/50) como LG’, de caráter laterítico argiloso. Ademais, os valores de d’ foram todos superiores a 60. Esta é uma característica dos solos lateríticos.

Essas misturas não foram submetidas à determinação da relação sílica-sesquióxidos, mas os valores de Kr dos seus materiais constituintes, J1 (Kr = 1,986), E1 (Kr = 1,746) e E2 (Kr = 1,516), permitem inferir o caráter laterítico de todas elas. Destaca-se também as elevadas porcentagens de E1 e E2 nessas misturas.

 Grupo das misturas com composição granulométrica enquadrando na faixa tradicional D

No grupo das misturas que se enquadram na faixa tradicional D, M-04 (11-70/30), M-17 (212-70/10/20), M-18 (212-65/10/25), M-19 (21-60/40) e M-22 (21-70/30), segundo a tecnologia MCT, duas foram identificadas com o caráter laterítico LA’, sendo elas, M-17 (212-70/10/20) e M-18 (212-65/10/25). Duas foram classificadas como transicionais: M- 19 (21-60/40) como NA’LA’ e M-22 (21-70/30) como LA’NA’, ambas com caráter parcial de laterização.

A amostra M-04 (11-70/30), seria classificada como LA’, pelo procedimento convencional, mas, aplicando-se o critério dos solos transicionais, ela não satisfaz as condições descritas para a identificação do comportamento “L” ou “N”, situação que ainda exige maiores estudos. Por isso, foi representada pelo símbolo LA’, com o ponto de interrogação o lado. Ressalta-se que, com a definição de uma faixa mais ampla para delimitação dos solos transicionais, essa mistura poderia ser classificada como NA’. O comportamento laterítico inferido através da relação sílica-sesquióxidos das misturas M-17 (212-70/10/20) (Kr = 1,402), M-18 (212-65/10/25) (Kr = 1,481) e M-22 (21-70/30) (Kr = 1,331), coincide com o resultado da classificação MCT para estas misturas, já que M-17 (212-70/10/20 e M-18 (212-65/10/25) foram identificadas com o caráter laterítico ( LA’ e LG’, respectivamente) e M-22 (21-70/30), com o caráter parcial de laterização (LA’NA’).

M-04 (11-70/30) e M-19 (21-60/40) não foram submetidas ao ensaio para determinação da relação sílica-sesquióxidos, mas, os valores de Kr dos seus componentes, J1 (Kr = 1,986), J2 (Kr = 0,557) e E1 (Kr = 1,746), permitem inferir o comportamento laterítico

dessas misturas. A mistura M-19 (21-60/40) foi classificada NA’LA’, com caráter parcial de laterização, portanto, não há incompatibilidade entre o resultado da classificação MCT e da relação sílica-sesquióxidos.

A mistura M-04 (11-70/30), entretanto, foi a única que apresentou um grau de incerteza na classificação. Foi classificada como LA’, pelo procedimento convencional, mas, aplicando-se o critério descrito no Capítulo 2 (item 2.3), ela teve a classificação prejudicada, caracterizada pelo sinal de interrogação ( LA’ ?).

4.3 ANÁLISE DA RESISTÊNCIA MECÂNICA E DA EXPANSÃO

Conforme destacado no capítulo anterior, a análise da resistência mecânica e da expansão foi realizada através da execução dos ensaios de compactação e de ISC, nos laboratórios do CTGA – NUGEO/UFOP, segundo as normas brasileiras. Os resultados dos ensaios de compactação e de ISC são apresentados na Tabela 4.8.

Tabela 4.8 - Resultado dos ensaios de compactação e ISC

Mistura M-01 M-3 M-4 M-5 M-6 M-7 M-8 M-17 M-18 M-19 M-20 M-21 M-22 M-23 M-25 M-27 Código 12 -8 0/ 20 12 -7 0/ 30 11 -7 0/ 30 11 -6 0/ 40 11 -5 0/ 50 12 -6 0/ 40 12 -5 0/ 50 21 2- 70 /1 0/ 20 21 2- 65 /1 0/ 25 21 -6 0/ 40 22 -8 0/ 20 22 -6 5/ 35 21 -7 0/ 30 22 -7 0/ 30 12 -7 0, 5/ 29 ,5 12 -6 8/ 32 wot (%) 11,40 11,70 9,30 8,10 7,50 14,50 14,70 9,10 9,30 7,0 10,50 11,0 6,30 10,60 11,60 12,00 d max (g/cm3) 2,085 2,023 2,148 2,170 2,168 1,925 1,920 2,312 2,300 2,390 2,310 2,200 2,405 2,030 2,130 2,070 ISC 122 65 125 27 25 27 17 118 81 135 112 66 177 67 101 81 Expansão (%) 0,05 0,10 0,08 0,03 0,04 0,05 0,38 0,04 0,02 0,03 0,00 0,05 0,01 0,03 0,02 0,03

4.3.1 Grupo das misturas com composição granulométrica enquadrando nas

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