• Nenhum resultado encontrado

Este trabalho dissertativo pode ser classificado de acordo com a finalidade como básica; com estratégias de campo, tanto em relação à fonte de informação e quanto ao local de coleta dos dados. No que diz respeito à natureza, utilizamos a abordagem quantiqualitativa.

Segundo Appolinário (2006), quando afirmamos que de acordo com a finalidade da pesquisa ela está classificada como básica é porque a mesma não possui finalidade comercial. Essa dimensão está relacionada aos objetivos que o pesquisador quer alcançar e ao incremento da epistemologia científica, visando assim, que o conhecimento teórico amplie sem aplicabilidade imediata.

Ainda de acordo com o autor já citado, e no que concerne a estratégia, classificamos nosso trabalho como sendo de campo, levando em consideração o local de coleta de dados e a fonte de informação. No que tange ao local de coleta de dados, classificamos desta maneira porque não há um monitoramento rígido dos dados coletados, informações necessárias à pesquisa, por parte do pesquisador em relação às variáveis ambientais envolvidas que podem interferir na situação da coleta, diferentemente do que ocorre em laboratórios. Ademais, no que diz respeito à fonte de informação nossa unidade de pesquisa são sujeitos e não somente documentos, o que permite caracterizarmos também nosso estudo como pesquisa de campo.

Partindo da questão-problema e orientados pelos objetivos que estabelecemos para pesquisa, entendemos que a nossa pergunta foi melhor esclarecida a partir de uma metodologia com abordagem quantitativa e qualitativa de pesquisa, pois estamos interessados em investigar a percepção dos/as alunos/as do uso e da construção de MC acerca do conteúdo Bioma Caatinga.

Como sabemos, as abordagens quantitativa e qualitativa têm suas características próprias, principalmente, na maneira de analisar os dados coletados. A pesquisa quantitativa utiliza de instrumentos que mensuram através de técnicas estatísticas esses dados coletados, assim sendo, “[...], trabalha a partir do momento em que o objeto investigado é assumido pelo investigador como contável/mensurável” (ABÍLIO; SATO, 2012, p.23. Grifo dos autores). Já a qualitativa “[...], se ocupa, [...], com um nível de realidade que não pode ou não deveria ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes” (MINAYO, 2012, p.21).

No entanto, apesar de suas diferenças, essas abordagens não se dicotomizam a ponto de uma não precisar da outra ou de se excluírem. Sendo assim, “[...], é muito difícil que haja alguma pesquisa totalmente qualitativa, da mesma forma que é altamente improvável, existir alguma pesquisa completamente quantitativa” (APPOLINÁRIO, 2006, p.59. Grifos do autor). A junção dessas tem o intuito de beneficiar a pesquisa, fazendo com que a análise dos dados coletados seja engrandecida, sem implicações que desconsiderem as especificidades de cada abordagem, mas que as complemente. Sendo assim,

Estes dois tipos de abordagem não são excludentes e até diríamos que elas se complementam, pois, na opção por uma pesquisa qualitativa pode-se recorrer a dados quantitativos para melhor análise do tema em estudo e vice-versa (FALCÃO, 2009, p.192).

Do ponto de vista da metodologia adotada, situamo-nos no âmbito da Análise de Conteúdo na perspectiva adotada por Bardin (2011). Assim, a concebemos como “[...], um conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens” (BARDIN, 2011, p.44). No entanto, entendemos que esse conceito é insuficiente para definir a especificidade dessa perspectiva.

Utilizada a princípio para analisar a imprensa, os jornais por estudiosos como H. Lasswell, tem se constituído como um leque de possibilidades para que os pesquisadores possam analisar seus documentos de forma a ultrapassar as suas impressões primeiras e tecer considerações mais sistêmicas, aprofundadas e coerentes, não se limitando, assim, apenas ao que o texto, o documento aparenta ser ou enunciar. Assim, operamos com essa técnica, convictos dos objetivos evidenciados por Bardin (2011), a saber:

A superação da incerteza: o que eu julgo ver na mensagem estará lá efetivamente contido, podendo esta “visão” muito pessoal ser partilhada por outros? Por outras palavras, será a minha leitura válida e generalizável? E o enriquecimento da leitura: se um olhar imediato, espontâneo, é já fecundo, não poderá uma leitura atenta aumentar a produtividade e a pertinência? Pela descoberta de conteúdos e estruturas que confirmam (ou infirmam) o que se procura demonstrar a propósito das mensagens, ou pelo esclarecimento de elementos de significações suscetíveis de conduzir a uma descrição dos mecanismos de que a priori não possuíamos a compreensão (BARDIN, 2011, p.35).

Nesse sentido, ao ancorarmo-nos metodologicamente na Análise de Conteúdo, tencionamos analisar as entrevistas, instrumentos de coleta de dados utilizados em nossa pesquisa, na perspectiva de compreendermos se os nossos a priori a respeito do objeto em estudo possuem sustentação ou não. Tentamos, assim, romper com as nossas impressões primeiras e construir uma leitura atenta e pertinente de nossa fonte de pesquisa.

Quando nos remontamos a essa perspectiva, no mínimo, duas funções podem ser associadas a esta que são, respectivamente, uma função heurística e uma função de administração de prova, funções estas elencadas por Bardin (2011). Dessa forma,

[...], possui duas funções, que na prática podem ou não dissociar-se: Uma função heurística: a análise de conteúdo enriquece a tentativa exploratória, aumenta a propensão para a descoberta. É a análise de conteúdo “para ver o que dá”. Uma função de “administração da prova”: Hipóteses sob a forma de

questões ou de afirmações provisórias, servindo de diretrizes, apelarão para o método de análise sistemática para serem verificadas no sentido de uma confirmação ou de uma infirmação. É a análise de conteúdo “para servir de prova” (BARDIN, 2011, p.36).

É nesse sentido que percebemos, pensamos, sentimos e organizamos nossa pesquisa. E essa é a classificação que adotamos para tal. Dessa forma, a partir de agora, descreveremos os passos que seguimos, evidenciando as afinidades com a metodologia de pesquisa acima descrita, o que justifica nossas escolhas.

Documentos relacionados