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III. Varejo

1.1. Classificação do Varejo

A agência do Censo dos Estados Unidos criou um código de classificação hierárquica do varejo SIC – Standart Industrial Classification. Esta classificação é feita com base é um código de 4 dígitos como mostra a figura 7 a seguir.

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RE L A T Ó R I O D E PE S Q U I S A Nº 2 8 / 2 0 0 4 Figura 8 – Sistema de Classificação Industrial (Padrão do Varejista)

52 Ferragens Material de Construção 54 Lojas de Alimentos 591 Drogarias 592 Lojas de Bebidas 5961 Venda por Catálogo 5962 Vending Machines 5963 Venda Direta 599 Miscelânea 59 Miscelânea

Fonte: Adaptado de Levy e Weitz (2000)

A classificação SIC , que foi utilizada deste 1930, sofreu modificações em 1997 pelo Central Statical Board of United States surgindo a NAICS -North American

Industry Classification System. Esta agora é composta de 6 dígitos, permitindo

avaliações estatísticas que não eram realizadas anteriormente. O setor de supermercados por exemplo encontra-se classificado na codificação 44511 -

Supermarket & other grocery (except convenience) store.

Outra classificação do varejo é a de Parente (2000), que o classifica em três grandes focos:

1. Classificação de Acordo com a Propriedade: nesta classificação, as

instituições de varejo podem ser vistas como:

Independentes: um varejista independente tem apenas uma loja, são

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Redes: operam com mais de uma loja, sob a mesma direção, ex.: C&A e

Forum.

Franquia: consiste em um sistema contínuo e integrado de

relacionamento entre franqueador e franqueado, que permite ao franqueado conduzir um certo negócio de acordo com os padrões definidos pelo franqueador.

Departamentos alugados: são departamentos, dentro de uma loja de

varejo, operados por uma outra empresa.

Sistema de marketing vertical: é um sistema no qual todos os membros do

canal (varejistas, atacadistas e produtos) trabalham em conjunto, com o objetivo de eliminar desperdícios.

2. Instituições com lojas: nesta classificação, o varejista é visto de acordo com o

produto que comercializa:

Varejo alimentício: pelo próprio nome, é todo e qualquer varejo que

vende alimentos como: bares, mercearias, padarias, minimercados, lojas de conveniência, supermercados e hipermercados.

Varejo não alimentício: é o varejo que vende produtos que não são

classificados como alimentos e/ou bebidas. Entre estes, destacam-se:

Lojas especializadas: concentram suas vendas em uma linha de

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RE L A T Ó R I O D E PE S Q U I S A Nº 2 8 / 2 0 0 4 outros. Geralmente apresentam um sortimento profundo de um determinado produto. Ex.: Madeirense e Livraria Cultura.

Lojas de departamentos: são grandes lojas que apresentam uma

grande diversidade de produtos, oferecendo uma gama de serviços aos consumidores. Ex.: Lojas Americanas e Pernambucanas.

Minilojas de departamento ou magazine: são variações das lojas de

departamento, pois são modelos mais compactados e podem ser bastante similares a lojas especializadas. Ex.: Casas Bahia e Ponto Frio.

Varejo de serviço: consiste no varejo de prestação de serviços como:

salões de beleza, clínica médica, academias de ginástica e outros. Existem formatos de varejo que vendem produtos e serviços integrados, como os restaurantes.

Instituições sem loja: é o varejo onde não existe a loja física em si e pode ser

realizado de diversas formas como:

• Marketing direto: é um sistema de marketing interativo entre o vendedor e

o consumidor, que se utiliza de vários veículos de comunicação (rádio, jornal, revista e outros), para produzir um contato com o cliente e/ou conseguir um pedido de compra.

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• Venda direta: é um sistema de venda ao consumidor que envolve

explicações e demonstrações de produtos e serviços, como por exemplo, Avon e Natura.

• Máquinas de vendas: é a venda de produtos através de máquinas, onde o

consumidor compra o produto com dinheiro ou fichas.

• Varejo virtual: o ambiente do varejo virtual é a Internet e o equivalente da

loja tradicional é o site. A loja virtual está localizada no espaço cibernético.

Outra estrutura de classificação do varejo é a proposta por Levy e Weitz (2000), onde se tem a seguinte estrutura:

Varejo com loja

Varejista de alimentos

Supermercados convencionais: são lojas de auto-atendimento que

oferecem comestíveis, carnes e produtos agrícolas. A venda de produtos não alimentícios é limitada. Trabalham com cerca de 20.000 SKUs (Itens de estoque) e seus tamanho em média variam entre 740-1800 metros quadrados.

Superlojas: são supermercados grandes com tamanhos entre 1800-

9300 m2 e com cerca de 30.000 SKUs. Vinte e cinco porcento de suas vendas são provenientes de produtos não alimentícios

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Supermercados de depósito: são varejistas de lojas de descontos

alimentares que oferecem mercadorias em ambiente com tratamento simplificado ao cliente. A mercadoria geralmente é exposta em caixas cortadas sobre os pallets de embarque e o serviço é limitado. São maiores que as superlojas com tamanhos entre 4600-13900 m2, entretanto o sortimento é menor, 20.000 SKUs.

Lojas de conveniência: fornecem uma variedade de mercadorias

limitadas e caracterizam-se por ser de fácil acesso. São versões modernas do armazém da vizinhança. Permitem ao consumidor a realização de compras de forma rápida sem ter que pesquisar e esperar. São pequenas, se comparadas com as demais, ficando entre 180-370 m2 com cerca de 2000 a 3000 SKUs; entretanto possuem preços mais altos.

Varejistas mercadorias em geral

Lojas de departamentos: são varejistas que trabalham com ampla

variedade de produtos, oferecem atendimento ao cliente e são organizados em departamentos separados de exposição de mercadoria. Cada departamento tem um espaço de venda alocado dentro da loja. Seu tamanho geralmente está entre 9300-18600 m2 com cerca de 100.000 SKUs.

Lojas tradicionais de descontos: são os varejistas que oferecem

ampla variedade de mercadorias, serviço limitado e preços baixos. As marcas são menos orientadas à moda que as lojas de

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Lojas de produtos diferenciados: são lojas que se concentram em um

número limitado de categorias de mercadorias complementares e fornecem um alto nível de serviços. Em contraste com as lojas de departamentos, enfocam um estreito segmento de mercado ou nicho. São lojas com cerca de 370 a 1100 m2 com cerca de 5000 SKUs.

Especialistas de categoria: é uma loja de descontos que oferece

estreita variedade mas grande sortimento de mercadorias. São basicamente lojas de descontos especializadas em produtos diferenciados. Oferecem um sortimento completo em uma categoria a preços baixos. Estas lojas podem exterminar uma categoria de mercadoria de outro varejista, por isso podem ser chamadas de

category killer ou exterminadores de categoria. Geralmente possuem

entre 4600-11.100 m2 com cerca de 25.000 a 40.000 SKUs.

Warehouse clubs: é um varejista de mercadorias em geral que

oferece um sortimento de mercadorias limitado com poucos serviços e a preços baixos para consumidores finais e pequenos negócios. As lojas são amplas, 7400-9300 m2, com acabamento simples e corredores largos de modo que as empilhadeiras possam transitar. Os clientes geralmente têm que pagar em dinheiro. Trabalham com cerca de 4000-5000 SKUs divididos meio a meio entre produtos alimentícios e mercadorias em geral.

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Hipermercados: é uma loja de varejo muito grande que oferece

preços baixos. É uma combinação de lojas de descontos com uma superloja de alimentos em uma construção parecida com um depósito. São únicos em sortimento, tamanho, preços e margens. Possuem cerca de 18600 m2 com 50.000 SKUs.

Varejista de serviços: o envelhecimento da população e a limitação de

tempo estão gerando uma demanda cada vez maior por serviços. Os varejistas de serviços são definidos como varejistas cujo principal de suas ofertas são serviços, pois os varejistas tradicionais também oferecem serviços como mostra a figura 8.

Figura 9 – Séries de Mercadorias/Serviços

Atacado CooperadoSupermercado Especialista De Categoria Lojas de Departamento/ Produtos Diferenciados

Óticas RestaurantesLinhas Aéreas

Bancos/ Universidades

Apenas Mercadorias / Sem serviços Apenas Serviços / Sem Mercadorias

Atacado CooperadoSupermercado Especialista De Categoria Lojas de Departamento/ Produtos Diferenciados

Óticas RestaurantesLinhas Aéreas

Bancos/ Universidades

Apenas Mercadorias / Sem serviços Apenas Serviços / Sem Mercadorias

Fonte: Levy e Weitz (2000)

Varejo sem loja: pela própria definição é uma forma de varejo em que as

vendas são feitas aos consumidores sem uso de lojas. Os varejistas sem lojas são definidos em termos de mídias que utilizam para se comunicar com seus clientes

Varejo de catálogos e malas diretas: na modalidade catálogo as ofertas

são feitas através destes, enquanto na modalidade mala direta as ofertas são realizadas via cartas e folhetos. Mais de dois terços dos adultos nos

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Varejo de vending machines: é um formato sem loja em que a mercadoria

ou serviço é armazenado em uma máquina e é entregue quando o cliente paga. As vending machines são colocadas em locais convenientes e de grande tráfego.

Varejo de compra em casa pela TV: é um formato de varejo em que os

clientes assistem a um programa de TV demonstrando a mercadoria e, em seguida, fazem seus pedidos pelo telefone. As três formas de varejo pela TV são:

Canais a cabo dedicados à compra pela televisão

Informeciais: são programas com duração aproximada de 30

minutos, que misturam entretenimento com demonstrações do produto e, em seguida, solicitam que os pedidos sejam feitos por telefone.

Publicidade de resposta direta: inclui propagandas de TV e rádio

que descrevem os produtos e fornecem uma oportunidade aos clientes para solicitá-los.

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Venda direta: é um formato em que o vendedor, freqüentemente um

distribuidor independente, contacta diretamente o cliente, recebe o pedido e os entrega.

Varejo eletrônico ou compra interativa em casa: é um formato em que o

varejista e o cliente se comunicam por meio de um sistema eletrônico interativo.

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