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________________________________________________________ Caderno de Resumos

III Congresso Internacional e Interdisciplinar em Patrimônio Cultural: Experiências de Gestão e Educação em Patrimônio

Elis Regina Barbosa Angelo (org) Editora Cravo. Porto. Portugal

ISBN 978-989-9037-12-0

A RELEVÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DAS TRILHAS INTERPRETATIVAS EM JARDINS HISTÓRICOS: UM ESTUDO SOBRE

O JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO

Leandra Serrano de Marins Astulla (Fundação CECIERJ)

O presente trabalho tem como objetivo investigar o uso dos jardins históricos como recursos para desenvolvimento da educação ambiental por meio de trilhas interpretativas. O Jardim Botânico do Rio de Janeiro é o objeto de estudo, em decorrência de sua importância histórica, cultural e científica, por ser tombado pelo IPHAN (1938), por ser considerado um museu vivo na área da botânica, uma das reservas da Biosfera (1992) e da Mata Atlântica (1999) e por fim, ser um dos principais atrativos turísticos da cidade do Rio de Janeiro. Observou-se que o crescimento urbano acelerado, os fatores climáticos, as depredações, as invasões e a escassez de recursos geram impactos na manutenção dos jardins históricos. A metodologia da pesquisa selecionada para este trabalho foi a qualitativa, com estudo bibliográfico e base etnográfica (pesquisa de campo). Em função do cenário político, econômico e financeiro do país e da pandemia covid-19, identificou-se que realizar a manutenção de projetos ligados à educação ambiental em jardins históricos tornou-se cada vez mais desafiador, pela busca de patrocínio, celebração de parcerias estratégicas e da participação de profissionais habilitados para mediar, conscientizar e integrar os estudantes em áreas naturais protegidas.

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ACESSIBILIDADE NO CENTRO HISTÓRICO: ANÁLISE DA RUA DUQUE DE CAXIAS EM JOÃO PESSOA, PB

José Ângelo do Nascimento Neto (Faculdade Internacional da Paraíba)

Espaços públicos de qualidade e acessíveis podem ser entendidos como aqueles que atendem à todos sem restrições e barreiras, sejam urbanísticas, físicas, comunicacional e atitudinais. Também são aqueles espaços que proporcionam ao usuário condições para a caminhabilidade, ao exercício e atividades essenciais ao longo do dia. Todavia, no caso de centros históricos, podem apresentar algumas problemáticas quanto à questão da acessibilidade, por exemplo, sendo necessário algumas intervenções ao longo do tempo para que assim possa atender à demanda de fluxo sem restrições. Partindo desse pressuposto, este artigo tem como objetivo analisar os parâmetros ergonômicos e acessíveis, bem como analisar como isso afeta a caminhabilidade e o turismo na Rua Duque de Caxias, uma importante via de circulação de pedestres, situada no centro da cidade de João Pessoa, PB. Para isso, em um primeiro momento foi utilizado métodos de análise e observação in loco com auxílio de máquina fotográfica e trena manual e posteriormente um estudo bibliográfico do tema em artigos, livros, periódicos e dissertações. Por fim, foi realizado uma síntese dos dados coletados e avaliados em representações gráficas a partir de mapas e gráficos.

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CAMINHOS PARA REESTRUTURAÇÃO: A GESTÃO EM INSTITUIÇÕES ATINGIDAS POR SINISTROS – O MUSEU

NACIONAL/UFRJ

Beatriz Silva Cunha

Este trabalho pretende discutir, em caráter preliminar, de que forma é possível pensar as noções de gestão museológica e gerenciamento de riscos a partir do processo de reestruturação do Museu Nacional/UFRJ. Com os desafios impostos pelo incêndio de setembro de 2018 e pela pandemia de COVID-19 a partir de 2020, o caso do Museu Nacional se caracteriza como um pertinente meio de estudar os processos e as metodologias desenvolvidas, por instituições museológicas, em situações de sinistro. Objetivamente, tais reflexões, ancoradas em definições do campo da Museologia e suas práticas de gestão, podem produzir reflexões e produtos que auxiliem em reestruturações presentes e futuras. É necessário, para tanto, identificar as ações de planejamento, estudando as metas, objetivos e estratégias de salvaguarda do patrimônio no Museu Nacional. Paralelamente, o emprego da história oral como metodologia complementar é visto como essencial para agregar a visão dos protagonistas da instituição nas análises pretendidas. Por fim, acredita-se que, na área de gestão museológica, é possível observar contribuições efetivas de práticas como o caso do Museu Nacional, visando o aprimoramento de diretrizes mais gerais, como aplicabilidades de noções consolidadas por autores da área nos cotidiano dos museus. Aproximar essas duas dimensões constitui-se o principal direcionamento para essa pesquisa, bem como a forma de produzir formas mais eficientes de trato com o patrimônio.

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CENTROS HISTÓRICOS SUSTENTÁVEIS: AS NOVAS METODOLOGIAS DE CLASSIFICAÇÃO AMBIENTAL E AS REFLEXÕES SOBRE A PRESERVAÇÃO DO SIGNIFICADO EM MEIO

TRANSFORMAÇÕES URBANAS CONTEMPORÂNEAS

Fagner Figueira da Silva (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Os ambientes históricos são espaços fundamentais nas estratégias urbanas de Desenvolvimento Sustentável por carregar em sua essência valores que transcendem os valores tangíveis e criam uma relação emocional com os indivíduos que ali habitam. Foi o tempo que o pensamento sobre Sustentabilidade habitava somente o campo da materialidade das edificações e seus debates se restringiam a adaptações técnicas de redução do consumo energético. Com a ampliação do conceito visando o desenvolvimento econômico, questões de equidade social e a preocupação com o meio ambiente, o campo de Preservação do Patrimônio surge com uma necessidade de debate, mas também como um espaço de tensão e problematização. O presente artigo, foi desenvolvido sob o tema do Desenvolvimento Sustentável aplicado a salvaguarda do patrimônio na escala urbana, considerando as necessidades atuais de transformações dos centros históricos. Dois campos de análises foram escolhidos para argumentação dos conceitos, uma interpretação das intenções patrimoniais contidas na declaração de Xian, documento de grande relevância no que tange a preservação do significado dos entornos preservados, e as novas práticas sustentáveis condensadas na certificação LEED Cidades e Comunidades. A metodologia baseia-se na análise prática destes duas visões buscando por interseções entre a busca pela preservação do significado dos sítios históricos e a capacidade em se tornar sustentável. Destaca-se a evolução do novo selo LEED criado para escala urbana e que em sua metodologia aborda assuntos sobre a Preservação, Conservação e Restauração destes sítios, como também busca correlacionar suas estratégias de acordo com o perfil de cada região. A contribuição maior deste artigo busca apresentar como a certificação ambiental deve se adaptar quando o assunto é a conservação do significado de um espaço importante para uma comunidade, uma cidade, e como as decisões políticas irão direcionar o processo de preservação da história de um local.

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CONSERVAÇÃO OU A DESTRUIÇÃO DA MEMÓRIA CONSTRUTIVA CARIOCA? CRITÉRIOS DE INTERVENÇÃO ADOTADOS EM OBRAS

MODESTAS DO RIO DE JANEIRO

Claudio Antonio Santos Lima Carlos (UFRRJ)

O presente artigo analisa, com base nos conceitos de autenticidade e integridade, os efeitos da aplicação dos critérios de conservação estabelecidos pela legislação vigente, em obras modestas protegidas, localizadas na Área Central do Rio de Janeiro. Considera-se que essas edificações são exemplares arquitetónicos fundamentais para a preservação da memória urbana e social da cidade. Elas incorporam a imaterialidade dos modos de viver tradicionais e das técnicas construtivas de mestres de obras, muitos portugueses, que seguiram às inovações estabelecidas pelas sucessivas legislações estabelecidas, a partir do século XIX, especialmente no seu último quartel, com vistas a torná-las mais salubres e habitáveis. Avaliam-se as perdas ocorridas, a partir da aplicação dos citados critérios de conservação, estabelecidos nos anos 1980, tendo em vista que, grosso modo, eles estimulam a otimização do uso dos espaços internos por intermédio da subdivisão dos generosos pés-direitos, além da substituição dos sistemas construtivos originais, baseados no uso da madeira, por estruturas em concreto e aço. Entende-se que essa postura pode produzir o progressivo e irreversível apagamento de parte importante da memória construtiva da cidade, diminuir a qualidade ambiental dessas tipologias, bem como comprometer suas autenticidade e integridade. Em face do objetivo principal proposto, o artigo foi estruturado em cinco partes, sendo a primeira destinada ao entendimento dos conceitos de modelo, tipo e tipologia arquitetónica, a partir das reflexões realizadas por Gustavo Giovannoni (1931), Aldo Rossi (1966), Giulio Carlo Argan (2000), Michel Panerai (2006), Gianfranco Caniggia e Gian Luigi Maffei (1979). Em seguida, realiza-se o rebatimento das citadas referências teóricas para a realidade das tipologias arquitetónicas protegidas e situadas na Área Central do Rio de Janeiro, com o objetivo de identificar sua origem e principais elementos arquitetónicos que as caracterizam.

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CONSIDERAÇÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL RELACIONADO AO PATRIMÔNIO CULTURAL CONSTRUÍDO

Natália de Figueirôa Faria Alencar Oliveira (UFRJ)

O desenvolvimento sustentável busca garantir o usufruto de bens – naturais, construídos, e até imateriais – pelas gerações do presente e do futuro, dentro de um pensamento holístico e sistêmico que visa questões não só quantitativas desse usufruto, mas também qualitativas. Assim, os debates e estudos sobre o tema também se voltam para questões culturais e sociais. Já o conceito de patrimônio cultural consiste no conjunto de bens materiais e imateriais que merecem ser preservados por valorizar a memória e a representação da identidade de diversos grupos sociais. Desse modo, as edificações históricas, como bens a serem usufruídos pelas gerações presente e futuras, necessitam ser analisadas pela ótica da sustentabilidade. Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivo analisar a relação entre sustentabilidade e patrimônio cultural construído, assim como apontar questões que possam ser exploradas em edifícios históricos, de modo que contribuam para um desenvolvimento sustentável. Para atingir esse objetivo, foi realizado um processo metodológico de contextualização dos conceitos de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável, e como eles podem ser compreendidos e aplicados em relação ao patrimônio construído, com destaque para as questões de uso e acessibilidade. Depois, utilizou-se o edifício onde hoje funcionam o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) e o Instituto de História (IH) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para aproximação da discussão a um exemplo real de construção institucional de grande valor patrimonial cultural. O texto contribui para o entendimento da conservação do patrimônio construído como parte integral da sustentabilidade, e o exame realizado na edificação do IFCS/IH poderá auxiliar outras análises sobre o tema, em prédios com características semelhantes.

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DE CARLOS SAMPAIO AO MATADOURO DE SANTA CRUZ: UM PERCURSO HISTÓRICO QUE SE PERDEU PELOS TRILHOS E

RESISTE PELO ENSINO

Carlos Alberto da Silva Sousa (FAETEC)

O presente artigo objetiva abordar a relação da linha auxiliar criada pelo setor ferroviário, em Carlos Sampaio localizado em Austin, bairro do município de Nova Iguaçu e o Matadouro de Santa Cruz (importante unidade industrial para abastecimento de carne do município do Rio de Janeiro). Discutir sobre questões que cooperaram para que muito se perdesse e se deteriorasse no plano que viabilizava o transporte cargas através dos trilhos para o matadouro de Santa Cruz e como o espaço localizado na Zona Oeste do Rio vem resistindo até os dias atuais por intermédio de sua utilização para o ensino. Em um contexto em que a expansão do setor ferroviário, por meio da criação de novos trechos de trilhos, seguia uma tendência na modernização do escoamento de produção, característico do setor industrial e consequentemente o setor ferroviário, fez se necessário estabelecer uma relação que viabilizasse o transporte de cargas vindas de diversos pontos do estado do Rio de Janeiro e de outras cidades de estados vizinhos diretamente para a capital Fluminense. Como método para a realização de tal pesquisa será realizado um levantamento bibliográfico de fatos que rememoram a histórica da linha auxiliar e sua função em relação com matadouro de Santa Cruz, bem como, cronologicamente, abordando as situações dos espaços envolvidos na discussão, tanto no passado quanto seus usos no presente. Busca-se obter como resultado um aprofundamento sobre os fatos abordados nesta pesquisa relacionados aos setores de transformação local e nacional (industrial e ferroviário), bem como trazer a conclusão de que todos os fatos são importantes e cooperam para as transformações locais. Ainda que tais espaços sofram com a ausência de planos de conservação e de gestão adequados, torna-se necessário manter vivas as memórias de tais lugares enquanto ativos em momentos marcantes da história. Momentos que envolvem não apenas setores distintos, mas sobretudo a própria sociedade.

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DE OUTRAS NARRATIVAS EM EDUCAÇÃO: OS CADERNOS REFLEXIVOS DA LEC COMO PATRIMÔNIO FORMATIVO DA UFRRJ

Fabrícia Vellasquez Paiva (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)

O presente trabalho é fruto da tese “Narrativas de resistência e a formação de memórias docentes: da Inteireza de letramentos e de movimentos em linguagem decolonial da Licenciatura em Educação do Campo da UFRRJ” e apresenta como recorte metodológico a análise de escritas, a partir da categoria memória, via linguagem, em sua relação com outra proposta de letramento acadêmico, que se constitui como patrimônio formativo da universidade. A pesquisa apresenta, assim, o objetivo principal de buscar compreender os movimentos presentes nas memórias formativas docentes, a partir de Cadernos Reflexivos de um grupo de licenciandos da Educação do Campo (LEC). A investigação foi realizada junto aos textos discursivos dos Cadernos, instrumentos produzidos pela primeira turma de estudantes do Curso de LEC, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), ao longo de sua formação na Universidade, entre 2010-2013. O levantamento bibliográfico contou com a pesquisa sobre duas categorias fundamentais: memória e linguagem, em diálogo com a Teoria Semiolinguística (CHARAUDEAU, 2014) para a análise da perspectiva linguageira com que as narratividades se apresentavam e expunham os sujeitos- históricos-de-linguagem produtores de sentido das autobiografias acadêmicas. Utilizando-se de uma pesquisa qualitativa, o estudo de caso dessa turma demonstrou marcas de resistência na relação entre práticas instituintes e instituídas e apontou a representação de textos estéticos e próximos de outra (ou nova) possibilidade de letramento acadêmico, sobretudo quanto aos letramentos de identificação – que também são de memória – desses sujeitos em formação. Para tanto, propõe, como contribuição principal, uma composição de patrimônio dessa formação, em que os estudantes universitários possam constituir efetivo protagonismo de pensamento, por suas experiências e vivências pregressas inclusive.

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DOCUMENTOS HISTÓRICOS: UM OLHAR SOB A ÓTICA DAS CIÊNCIAS DA CONSERVAÇÃO

Maria Isabel Spitz Argolo (ChimicArte)

O papel, devido à sua natureza hidrofílica, sofre diversos processos de degradação e deterioração que afetam diretamente suas propriedades mecânicas e estéticas. Além disso, um papel sem manutenção adequada pode até levar à perda de informações, fato muito comum em documentos históricos. Assim, a umidade controlada é necessária para a melhor conservação do papel e, caso não seja alcançada, pode favorecer o aparecimento de foxing, entendidas como dois tipos principais: as de oxidação “bulls eye” (REBRIKOVA e MANTUROVSKAYA, 2000) e aqueles de atividade fúngica “snowflakes” (CAIN, 1992; Soyeon Choi (2007). No entanto, Soyeon Choi, 2007, argumenta que outras hipóteses podem estar associadas ao aparecimento de foxing, como a oxidação da celulose ou a condensação da umidade no papel. Nos últimos anos, as pesquisas têm ligado diretamente a atividade fúngica às manchas de foxing (FIGUEIRA et al., 2020). Os métodos mais comuns de remoção desses pontos são: remoção mecânica; branqueamento, como aplicação de solução de hipoclorito de sódio, que pode diminuir as propriedades mecânicas do papel, uso de substâncias quelantes ou tratamentos enzimáticos e até produtos naturais, com benefícios como resistência ao rasgo e à tração (SHABAN et al., 2016). Outros materiais também utilizados na remoção de manchas de papéis são os hidrogéis, que podem ser feitos à base de carbopol, carboximetilcelulose (CMC), goma gelana, goma arábica e agarose. A goma gelana e a agarose (agar-agar) se apresentam como géis rígidos ou hidrogéis incolores, e podem ser cortados na forma desejada, característica bastante vantajosa para o tratamento de manchas em papel. Nesse contexto, é necessária a busca por novos materiais para formulações de géis sustentáveis e nacionais para o tratamento de documentos históricos.

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ESPAÇO CULTURAL DA MARINHA: REFLEXÕES SOBRE O USO TURÍSTICO DO PATRIMÔNIO

Adriana da Silva Izaias

O Espaço Cultural da Marinha é um dos patrimônios culturais militares mais visitados do estado do Rio de Janeiro. Este atrativo cultural recebe todos os anos uma grande quantidade de visitantes, que está localizado no Centro do Rio de Janeiro. Foi inaugurado no dia 20 de janeiro de 1996, é administrado pela Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha. Este equipamento cultural guarda no seu interior um conjunto patrimonial formado por um acervo diversificado que retrata parte da história da Marinha do Brasil. Estes atualmente estão expostos como atrações culturais e turísticas. O objetivo principal deste trabalho é discorrer sobre as possibilidades de uso do patrimônio cultural analisado e quais são as contribuições do subsegmento Turismo Militar. Os objetivos específicos são apresentar o Espaço Cultural Marinha e as possibilidades de melhoria do uso turístico. Na elaboração deste estudo serão empregados alguns procedimentos metodológicos que são constituídos por diferentes tipos de pesquisa, como: descritiva, explicativa, bibliográfica, documental e de campo. Como resultados são esperadas as melhorias para a valorização dos atrativos, passando pela reavaliação do processo interpretativo objetivando o aumento do número de visitantes.

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IGREJA SANT´ANA DO PIRAÍ - RJ: DIRETRIZES PARA SUA PRESERVAÇÃO

Ana Cristina Barbosa de Souza P. Harbache (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Rosina Trevisan Martins Ribeiro (Universidade Federal do Rio de Janeiro)

A Igreja Sant´Ana do Piraí tem sua origem na antiga Capela de Sant´Anna em meados de 1770, e sua fundação se confunde com o povoamento e crescimento do município de Piraí, no Estado do Rio de Janeiro. Sua história está ligada ao crescimento da cultura do café no séc. XIX. A necessidade da construção da Capela, se fez devido à distância entre a população do distrito e a Matriz de sua freguesia. Numa visita do Bispo D. José Caetano da S. Coutinho ao distrito, a população de Piraí entrega um requerimento solicitando a criação de uma nova freguesia, elevando a Capela ao privilégio de Paróquia. Por volta de 1832 iniciou-se a construção da Igreja, sendo inaugurada em 1841. Esse monumento religioso foi tombado pelo município em 2005 e pelo Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (INEPAC), juntamente com seu acervo e a antiga Casa Paroquial, em 2018 em função de sua importância histórica para a cidade. Ao longo dos 180 anos de existência a igreja foi muito alterada, com obras no seu interior, trocas de imagens, doações, vendas e roubo de ornamentos. Em seu entorno foi construída uma nova casa paroquial colada aos fundos da igreja e uma residência