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Co-organização com as entidades locais de atividades/projetos.

SESSÃO 12 PLANEAR A ETAPA SEGUINTE – CELEBRAÇÃO •Tópicos do dia “O que fazer quando surgir um novo problema?”.

3. Co-organização com as entidades locais de atividades/projetos.

Num terceiro nível de atuação junto da comunidade, situamos a co-organização com as entidades locais de atividades/projetos envolvendo os alunos e toda a comunidade educativa. Neste nível estratégico, perspetivou-se o desenvolvimento da participação cívica, da solidariedade e da cooperação, com vista à sensibilização de todos para o valor e a importância da educação, do desporto, da cultura e do voluntariado, entendidos de uma forma integrada e indissociável.

I. As “Olimpíadas Castrejas” começaram por se realizar entre Abril e Junho de 2010. Até ao momento decorreram três edições. Trata-se de um evento que envolve muitas centenas de crianças e jovens, alunos do AEB do pré-escolar ao 3º ciclo, em torneios desportivos, numa organização conjunta do AEB, das Associações de Pais, da Comissão Social Interfreguesias Castreja e das Juntas de Freguesia. No seu decurso, a comissão organizadora, que integra várias dezenas de pessoas, entre professores, autarcas, encarregados de educação e alunos, reúne-se todas as semanas para tratar das questões logísticas da organização, num salutar espírito de cooperação. Como certamente será percetível, à escola não seria possível organizar esta atividade sem contar a colaboração destas entidades e de toda a comunidade educativa.

37 Têm como objetivo principal: i) promover a saúde, a cidadania e o desporto através do envolvimento parental junto da comunidade educativa; ii) dar respostas de proximidade, organizadas e continuadas de desporto nos tempos escolares e extraescolares; iii) realizar atividades desportivas como conceito de intervenção social; iv) desenvolver o gosto pelo desporto e pela competição saudável.

Esta forma de organização desportiva tem permitido o encontro entre indivíduos, famílias e entidades e servido de base para o fortalecimento de relações que dão e darão muitos frutos em diferentes áreas. Hoje para as crianças e os adolescentes desta comunidade educativa, amanhã para os jovens e adultos da nossa sociedade.

Quadro 4 Olimpíadas Castrejas

Anos Entidades Coorganizadoras

Pais na organiza ção Modalidade Nº de alunos participantes nos jogos Estima tiva de público 2010 Juntas de Freguesia Comissão Social Interfreguesias Agrupamento de Escolas de Briteiros Associações de Pais do Agrupamento Grupo Desportivo e Cultural de St.º Estêvão Associação Fórum Briteiros Stº Estêvão PuerpólisII – ADCL 90 Futebol Atletismo Voleibol Karaté 600 3000 2011 Juntas de Freguesia Comissão Social Interfreguesias Agrupamento de Escolas de Briteiros Associações de Pais do Agrupamento 100 Futebol Atletismo Voleibol 700 3500 2012 Juntas de Freguesia Comissão Social Interfreguesias Agrupamento de Escolas de Briteiros Associações de Pais do Agrupamento 110 Futebol Atletismo Voleibol 900 4000

38 Para o meio, estes eventos têm sido organizações gigantescas, em termos de recursos humanos, materiais e logísticos, fora do normal horário escolar e têm permitido o estreitar de relações e de confiança mútua entre todos os elementos da comunidade educativa.

Este facto foi reconhecido pela imprensa regional. A ele se referiu o jornal “O Comércio de Guimarães”, na sua edição de 9 de junho de 2010:

A sessão solene de abertura das Olimpíadas Castrejas, realizada no passado domingo, no pavilhão desportivo de Souto Santa Maria, compareceu o Presidente da Câmara, a Vereadora da Cultura, o Presidente da Comissão Social Inter- freguesias Castrejas, Dionísio Ribeiro, e os autarcas da Barco, Briteiros S. Salvador, Briteiros Santo Estêvão, Briteiros Santa Leocádia, Donim, Gondomar, Souto Santa Maria e Souto S. salvador.

Efetivamente, foi uma grande festa com os alunos, os pais e os delegados de todas as freguesias/equipas, que iniciou com o Hino do Agrupamento de Escolas de Briteiros, da autoria da professora Isabel Jantarada e interpretado pelo Clube de Música deste Agrupamento. Seguiu-se uma demonstração de Karaté Infantil e depois de Karaté Sénior da Escola EB1 de Fafião, passando-se à comunicação das entidades envolvidas e representadas, culminando com o Hino de Guimarães interpretado pelos alunos do Clube de Música (2010:8).

Na sua edição nº 999, de 17 de Maio de 2011, o jornal “Desportivo de Guimarães” titulava assim:

Abriram as II Olimpíadas Castrejas – Exemplo desportivo e de trabalho comunitário. Iniciativa envolve oito freguesias e pretende fomentar o espírito de comunidade e valorizar a prática desportiva. (2011:21)

No desenvolvimento da mesma notícia podia-se ler:

O Agrupamento Vertical de Escolas de Briteiros e a Comissão Social Castreja são os motores fundamentais destas olimpíadas, mas no dia de abertura desta jornada desportiva e lúdica ficou bem evidenciado o papel que os pais e alunos também protagonizam. (2011:21)

Por sua vez, o encerramento da III edição deste evento foi retratado desta forma pelo jornal “Reflexo”, com sede nas Caldas das Taipas, na sua edição nº 193, de julho de 2012:

À noite, no Parque de Jogos de Santa Maria, perante uma extraordinária moldura humana, de mais de duas mil pessoas, viveu-se uma jornada de invulgar ligação escola-comunidade, com Marchas Populares, magnificamente apresentadas por cada escola/jardim de infância do Agrupamento, e a cerimónia de encerramento das III Olimpíadas castrejas, organização notável

39 em parceria com as associações de pais, as juntas de freguesia e a comissão

Social Castreja.

No final, a Direção do Agrupamento apresentou a todos os alunos, educadoras, professores, auxiliares, pais, autarcas e entidades colaboradoras, o seu reconhecimento por jornada tão participada e entusiasmante (2012:19)

II. Os Encontros de Natal Castrejo realizaram-se até ao momento em três edições, nos meses de Dezembro de 2010, 2011 e 2012. Trata-se de grandes espetáculos, envolvendo todas as crianças e os alunos do AEB – pré-escolar, 1º, 2º e 3º ciclos – realizados num pavilhão gimnodesportivo local, compostos pela apresentação de trabalhos escolares de cada escola/jardim-de-infância, com coreografias musicais, dramatizações, exposições e cerimónias de entrega de prémios de mérito escolar, relativos ao ano letivo anterior, os quais têm contado com milhares de pessoas a assistir.

Estes eventos natalícios, numa organização conjunta do AEB, das Associações de Pais, da Comissão Social Interfreguesias Castreja e das Juntas de Freguesia têm procurado aproveitar a logística organizativa e espírito comunitário das “Olimpíadas Castrejas” para, nesta quadra especial, mobilizar os alunos e as suas famílias para um maior sentido de voluntariado, cooperação e solidariedade a favor das pessoas mais débeis e carenciadas, tal como foi descrito no jornal “Reflexo”, com sede nas Caldas das Taipas, na sua edição nº 174, de dezembro de 2010:

Realizar-se-á, no próximo dia 11 de dezembro de 2010, pelas 14.00 horas, no Pavilhão de Souto Stª Maria, o “Encontro de Natal Castrejo”, encontro que, para além de envolver toda a comunidade educativa em ambiente festivo, com participação de alunos, professores e pais das diferentes escolas do Agrupamento de Briteiros, promoverá o lançamento de uma Loja Solidária que contará com o envolvimento de toda a comunidade, a instalar na freguesia de Gondomar. (2010:8)

III. O coordenador comunitário é uma figura criada com um objetivo mais alargado de intervenção comunitária, de entre os pais mais ativos, em cada freguesia, nestas dinâmicas de ligação às famílias. A sua missão é desencadear e alargar o espírito de envolvimento, junto dos seus pares,

40 localmente, passando estes a integrar, formalmente, a Comissão Social Interfreguesias Castreja e a integrar a equipa de organização das “Olimpíadas Castrejas” e dos “Encontros de Natal Castrejo”, bem como da Associação de Pais e Encarregados de Educação do AEB. Neste exercício de cidadania, cada coordenador comunitário,

simultaneamente encarregado de educação, coopera com a escola educando pelo exemplo e contribui para o benefício da comunidade, revertendo também para o seu educando o potencial transformador que tais atitudes e comportamentos representam quer na valorização da escola, quer na valorização humana e pedagógica.

IV. Ao longo deste triénio estiveram em desenvolvimento várias ações de

solidariedade, promovidos pelo grupo disciplinar de E.M.R. Católica,

que procuraram responder quer às necessidades de algumas famílias carenciadas, quer a pedidos de diversas entidades que prestam um serviço socioeducativo.

Para as crianças e os jovens, as iniciativas de voluntariado e solidariedade constituem oportunidades privilegiadas de cidadania ativa criando oportunidades de aprendizagens no âmbito da cooperação, partilha e participação cívica, permitindo, em muitos casos, os primeiros contactos com experiências que fortalecem o sentimento de pertença à comunidade, contribuindo positivamente quer na sua formação humana, quer na sua integração na sociedade local.

Nos anos letivos de 2009/10, 2010/11 e 2011/12 realizaram-se as campanhas de solidariedade: “Aprender a Partilhar”, “A Lepra e a Sida” e “O Pirilampo Mágico”. Nelas estiveram envolvidas todas as turmas dos 2º e 3º ciclos, tendo beneficiado em cada ano, respetivamente, 40/50 famílias da comunidade, a Associação Portuguesa de Solidariedade Mãos Unidas Padre Damião e a Cercigui. O grupo disciplinar de Educação Moral e Religiosa Católica, promotor destas campanhas e responsável

41 pelo quadro/resumo apresentado, fez a seguinte balanço das mesmas, no respetivo relatório:

As campanhas de solidariedade decorreram de forma organizada e com uma forte adesão dos alunos, encarregados de educação, professores e moradores residentes nas várias freguesias que integram o agrupamento. O balanço das atividades foi bastante satisfatório (2012:2).

V. A Loja Solidária surge na sequência das ações de solidariedade na Escola/Comunidade, desafios lançados aos alunos de todas as turmas do AEB, no âmbito da área curricular de Educação Moral e Religiosa Católica e dos eventos “Olimpíadas Castrejas” e “Encontros de Natal Castrejos”, traduzidas por campanhas de solidariedade, nomeadamente nas épocas de Natal e da Páscoa – que consistiam na recolha de alimentos, vestuário e brinquedos. Esta Loja Solidária, foi criada com o objetivo de prestar um melhor serviço de apoio a quem mais necessita, no âmbito das atividades do AEB, de ligação à comunidade, e da Comissão Social InterFreguesias Castreja, tratando-se de um espaço próximo da Escola EB 2,3 de Briteiros, centralizado e acessível às populações. A loja, paredes meias com a Escola, encontra-se aberta ao público, tendo sido inaugurada no dia 2 de junho de 2012, em cerimónia pública e oficial que contou com a presença das entidades mais representativas da região.

VI. A CASTREJA - Cooperativa Apoio Social e Cultural CRL, com atividade nos ramos dos serviços, da cultura e da solidariedade social, resultou pois da necessidade de consolidar todas estas dinâmicas de

construção comunitária. Com sede no AEB, foi fundada em 28/10/2011

e teve o início efetivo de atividade em 19/01/2012.

Como fica suficientemente documentado, tratou-se, pois, de uma estratégia organizacional de fomento da interação entre a escola e a comunidade e de incentivo da integração da escola no seu meio,

42 promovendo a participação dos pais e encarregados de educação em dinâmicas de compromisso com a Escola e com a Comunidade. No culminar desta estratégia e beneficiando das excelentes respostas dadas pela comunidade, decidimos constituir uma cooperativa que agregasse, de forma coordenada e coerente, estas dinâmicas de participação voluntária em torno da escola.

VII. Já associado à sua criação, esteve, durante os anos letivos de 2011/2012 e 2012/2013, em desenvolvimento um Programa de Voluntariado, com alunos do 3º ciclo, destinado à organização da Loja Solidária: em horários extra letivos, os alunos responsabilizaram-se pela arrumação dos bens adquiridos, triagem dos alimentos, das roupas e dos brinquedos e ainda pela feitura dos cabazes de bens para oferta às famílias da comunidade. Pretende-se, para além do já exposto, contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos membros da comunidade educativa, promover o envolvimento de todos os elementos da comunidade educativa e local, bem como promover a capacidade de interação da comunidade com atitudes solidárias. Quase uma centena de famílias foram já ajudadas no âmbito destas campanhas.

43 VI

Análise Crítica

A simbiose entre a minha vontade pessoal e a vontade coletiva das comunidades locais fez com que eu tivesse assumido as funções de diretor nos estabelecimentos de ensino referidos. Nessas funções empossado, este conceito abrangente de Escola-

Comunidade foi aquele que procurei construir porque é aquele em que eu mais acredito.

No entanto, será que este modelo de escola, e de participação comunitária, é compreendido e defendido por quem teoriza sobre a educação?

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