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Coberturas: Na arquitetura tradicional, temos a cobertura denominada “meiaágua”, com dois ou mais panos de telhado. Apresentam beiradas ou beirais, cujo objetivo consiste na proteção das paredes externas em relação às intempéries. Atualmente existeumaenormevariedadedecoberturas,dediversasinclinaçõesemateriais.Uma boa cobertura precisa contemplar: bom desempenho para o local da construção, durabilidade, baixo custo de manutenção e assistência técnica local que possa sanar reparosfuturos.(CPBA,2001,p.37)Perduraummitodequetelhadosinclinadossejam maissegurosdoquetelhadosmaisplanos.Contudo,umprojetobemexecutadoeuma manutenção constante são os segredos para um telhado seguro e ideal, não necessariamente a sua inclinação. As calhas devem ser constantemente limpas e verificadas;astelhas,inspecionadasantesdoperíododaschuvas,evitandopatologias comuns,comoasinfiltrações.Telhadoscomestruturademadeirapodemsofrercom umidadeeataquesbiológicos.Averificação,portanto,precisacontemplarasuperfície easustentaçãodeumacobertura.

Forros:Existemforrosdeesteira,madeirae,nostemposatuais,demateriaisplásticos, eficientesnaimpermeabilização.Osforrosantigosdemadeirasofrem,principalmente, comataquesbiológicosedanoscausadospelaumidade,causandodesagregação.São suscetíveisaincêndios,devendosertomadasprecauçõesparaevitálos.

3.2.2–Iluminação:aluzcomodiferencial



A primeira coisa que precisamos saber acerca da iluminação de obras de arte e artefatosmuseológicoséquealuz,sejaestaqualfor,causaecausarádeterioraçãoao acervo, inevitavelmente. É impossível produzirmos uma luz 100% segura, em termos de preservação. (GETTY, 2011) Iluminação resulta em incidência de energia na superfície dos objetos, levando a danos como mudança tonal e desvanecimento de pigmentos.Emalgunscasos,acorpodeatémesmodesaparecer!RaiosUVaceleram estesprocessos,jáasradiaçõesinfravermelhasaumentamatemperaturadasuperfície exposta. Nas obras em papéis, por exemplo, a luz funciona como um catalisador da oxidação, enfraquecendo e enrijecendo as fibras de celulose. Os prejuízos são acumulativos e irreversíveis. Assim, a iluminação deve ser suficiente apenas para visualização da obra de arte ou do artefato exposto, no menor tempo possível. Na ausênciadevisitantes,aluzdeveserapagada,oquepodeserobtidocomtimersou com interruptores acionados pelos próprios usuários. Diversas medidas podem ser tomadas,ainda,paraminimizarosimpactosdailuminaçãosobreascoleções.

Diagnosticando a iluminação: O primeiro passo para se projetar ou corrigir a iluminação de um museu é conhecêla. Se ainda em fase de projeto, softwares de simulação quantificam, não somente os resultados de um projeto luminotécnico artificial,mastambémaluznaturalincidentenointeriordasgalerias.Paraedificações existentes,medidoresdeluz(ex:luxímetro)averiguamestesdadoscomprecisão.Para certificaçãodosdanosdailuminaçãoincidenteaolongodotempo,cartõesBlueWool são uma excelente opção, materializando e desmascarando os problemas causados pela luz. O cartão é composto por oito amostras de lã azulada que vão das mais sensíveisàluzàstinturasmaisestáveisdisponíveis.Cobrindosemetadedocartão,de modo com que permaneça no escuro, e deixando à mostra a outra metade, sob a iluminaçãodolocalquesedesejaavaliar,serápossível,comotempo,percebercomo aquelailuminaçãotemimpactadooacervoexpostoàmesma.

Iluminação natural e artificial: A luz do dia é difusa, intensa, difícil de controlar e possui proporções significativas de raios UV. Pode ser utilizada, dependendo do acervo, com parcimônia e planejamento. Já a iluminação artificial é preferível à

iluminação natural, pois é menos difusa, mais fácil de controlar e filtrar, causando menos danos às obras. Permite criar formas, contrastes, sombras e efeitos visuais impactantes. Para tais efeitos, uma regra sugerida: a iluminância do fundo não deve ser menor do que um terço da iluminância do objeto. A manutenção de lâmpadas ultrapassaasimplestrocadas“queimadas”:comotempo,àslâmpadasenvelhecem, alterandoascaracterísticasdailuminaçãoqueproduzem,reduzindoasuaeficiênciae aumentando a produção de calor. Em geral, lâmpadas afixadas no teto, ou externas aosexpositores,sãocolocadasemumângulode30°emrelaçãoàvitrineouemângulo reto,acimadamesma.Visitantescostumampreferirvisualmentelâmpadasamarelas ou quentes. As lâmpadas de tungstênio (incandescentes de bulbo) são comumente utilizadas, emitem pouca luz ultravioleta, mas geram muito calor e consomem bastante energia. Lâmpadas fluorescentes economizam até três vezes mais energia, além de não sobrecarregarem o sistema de ar condicionado com o excesso de calor liberado. Contudo, emitem altas concentrações de UV, demandando filtragens. Além disto,obtersucessovisualcomautilizaçãodelâmpadasfluorescentesemexposições nãoéfácil.

Iluminaçãonoexpositor:Grandesefeitosdeilhasdeluzpodemserrealizadoscoma iluminação interna de expositores, criando contraste e captando a atenção do visitante. Além disto, evitase o aparecimento de sombras indesejáveis no acervo. Contudo, alguns conservadores acreditam que nunca devemos instalar lâmpadas em expositores,poisalteramascondiçõesambientaispróximasaosobjetos.Outros,com posições moderadas, pensam que tal solução pode ser adotada, desde que o acervo permita e tudo seja rigorosamente projetado e controlado. Para os que utilizam o recurso, as lâmpadas preferidas ainda são as de filamento de tungstênio (incandescente de bulbo). Lâmpadas halógenas (como as dicróicas) são lâmpadas incandescentesqueseutilizamdegasescomoflúorecloroparaatingirtemperaturas de cores mais altas (3000K).  Um vidro selado ou barreira plástica com proteção UV deve isolar a iluminação do objeto, tornando possível ainda a manutenção sem interferirnomicroclimainternodoexpositor.Seráprecisolidarcomosaltoscustosde manutenção e com a geração de calor próximo ao objeto, além dos índices de incidência luminosa. Com o apagar e o acender das lâmpadas, a temperatura do

expositor irá variar, “bombeando” o ar para dentro e para fora, possivelmente corrompendo um expositor hermético. Variações de temperatura também são perigosasparaoacervo.Todosestesfatorestêmestimuladoonãousodailuminação interna. Mas novas tecnologias podem reverter esta tendência, como a fibra ótica. Possuiinúmerasvantagens:nãoemiteraiosUVeinfravermelho(dependendodafonte edamarca),nãoconduzemenergiaelétricaoutérmica,mantémossistemaselétricos longe do local de entrega da luz, exige pouca manutenção, possui alta durabilidade, economiza energia (uma mesma fonte supre vários cabos). Outra opção são as lâmpadasLED(LightEmittingDiode):altaeficiência,resistenteaimpactosevibrações, custo de manutenção reduzido, podem ser embutidos em plásticos e diversos materiais, têm alta durabilidade, não emitem infravermelho ou raios UV. O grande problemacomoLEDecomafibraóticaé,claro,oseucusto.

Filtros: O Getty Conservation Institute realizou uma ampla pesquisa sobre filtros, incluindonãoapenasaspectostécnicosemedições,mastambémdadosqualitativos, como a interpretação da obra pelos usuários. Foram construídas galerias de arte idênticas, uma com iluminação convencional e outra com iluminação filtrada. Visitantesconvidadosavaliaramasobras,noquetangeaobrilho,cor,etc.Testes de identificação de cores sob ambas as iluminações também foram conduzidos. Como resultado, chegouse à conclusão de que é possível a utilização de filtros sem comprometer a identificação tonal, mesmo com a redução de incidência de energia pelametade(oumais).Testestambémrevelaramqueváriospigmentosperdiamacor muitomaislentamentesobluzesprotegidasporfiltros.Quantomaispróximoofiltro estiver da fonte, melhor. Assim, podem estar acoplados às lâmpadas e/ou serem instaladosnosvidrosdasjanelas,nãosomentenosexpositores.Infelizmente,possuem vida útil reduzida, em torno de 5 a 15 anos. Acrílicos com filtro conferem excelente proteção para janelas e vitrines. A tinta branca de dióxido de titânio ou pigmentos brancos de zinco, aplicada diretamente nas clarabóias e vidraças, absorve a luz ultravioleta.Apesardemenoseficazdoqueoutrosfiltros,amedidaauxilianocontrole dosraiosUV.

Intensidade e Tempo de Exposição: Segundo ICOM (2004), se a intensidade da luz incidente em um manuscrito for de 100 lux10 (com filtros para raios UV), durante 3 horas por dia, quase durante todo o ano, teremos como dose acumulada 100.000 horaslux/ano.Seumcolorantedomanuscritofordesensibilidadeelevadaàluz,como tintas vegetais, enfraquecimentos notáveis ocorrerão com só 10 anos de exposição. Caso o enfraquecimento total do colorante demore 30 vezes mais, isto ocorrerá em apenas300anos.Seestaincidênciafossede2.500lux(projetoresmodernoseatípica luzindiretadiurnanumagaleriacomjanelasabertas),durante12horaspordia,ataxa deenfraquecimentoseriamultiplicadapor100.Sobiluminaçãoinadequada,corantes frágeispodemsercompletamentedestruídosemapenasumadécada,mesmoqueseu suportetenhaumséculodeexistência.

O facto é que, as pessoas comuns, estudantes e proprietários nãodeixammanuscritosetecidospreciosossobumaclaridade diurnaintensa,diaapósdia,anoapósano.Ironicamente,sóos museus, com mandato de preservação, fazem isso. (ICOM, 2004,p.77)  Pormuitotempoacreditousequetecidoseobrasempapéisdeveriamseriluminados a50luxepinturasesuperfíciespintadasa150lux.Entretanto,visitantesidosostêm dificuldadeparavisualizardetalhesdeobjetossob50luxeatémesmoespectadores jovensencontramproblemasnavisualizaçãonítidadedetalhes.Taisíndicesprotegem osbensculturaisdedanosacelerados,masnemsempreatendemàsnecessidadesdos museuseseususuários.

Para auxiliar os curadores e conservadores, o Instituto Canadense de Conservação (CCI)elaborounormassimplificadasquelevamemconsideraçãodiversosdados,como aidadedoobservadoreascaracterísticasdosartefatos(Tabela3eTabela4).  10“LuxéaunidadeinternacionaldeintensidadedeiluminaçãoSI.Paracomparação,aluzsolardirecta podeatingiraté100,000lux,aluzdodiaindirecta10,000lux,osprojectoresdeiluminação2000lux,a iluminaçãodeescritóriodirectanasecretárianormalmenteatinge750luxeumavelaseguradanamão atinge1luxdeintensidade.”(ICOM,2004,p.86)

 Tabela3Iluminação:visibilidadeversusvulnerabilidade

 

Tabela4Sensibilidadedemateriaiscoloridosàluz Fonte:ICOM,2004,p.98

3.2.3–Controleambiental:Temperatura,UmidadeRelativaePoluentes



Nãoexiste,comraríssimasexceções,nenhummaterial,natural ousintético,orgânicoouinorgânico,quenãosedegradecomo passar do tempo. Contudo, o processo de envelhecimento depende de medidas de controle ambiental capazes de minimizaroimpactodapredisposiçãointrínsecadedegradação da matéria e eliminar os agentes potenciais de degradação extrínseca, ou seja, do ambiente externo. Toda degradação é irreversível, pois nenhuma obra voltará ao estado original; porém,osprocessosdedegradaçãopodemserestacionadose controlados.(SOUZAin:FRONERetal,2008,vol.5,p.3)



O controle ambiental dos museus e galerias de exposição consiste em um dos componentes de preservação mais relevantes e é afetado, principalmente, por: tempo, edifício, serviços ambientais (iluminação, ar condicionado, etc.) e seres humanos. Todos estes fatores, combinados, definem e alteram as condições ambientais dos espaços de exposição. Para grande parte dos objetos, a consistência das condições ambientais é mais importante do que as condições ambientais per si. Assim, variações bruscas e flutuações apresentam perigo iminente. A transferência imediata de objetos, aclimatados em residências ou sítios arqueológicos, para as condições diferenciadas dos museus, causam enormes danos às peças. Um processo lento de aclimatação se faz necessário. Além disto, todas as partes de um objeto devemestarsubmetidasàsmesmascondições (exemplo:parteposteriorefrentede um quadro). Quanto mais rigoroso for o controle ambiental, melhores os benefícios em termos de preservação das coleções expostas. Este controle pode ser passivo ou pormeiodesistemasartificiais.

Umarcondicionadobemequipadodarácontadasseguintesfunções:limparoarpor filtragem,controlaratemperaturaporaquecimentoouresfriamentodoar,umidificar ou desumidificar o ar mantendo a umidade relativa (UR) em níveis desejáveis, distribuir o ar da maneira e no local onde é necessário. Os grandes problemas com estesequipamentoscostumamser:oseupeso(principalmentequandoinstaladosem construções históricas), o espaço que ocupam (em torno de 15% do volume do edifício,paraequipamentoscompletosesuastubulações),oaltocustoeademanda pormanutençãoconstante(evitandosemaufuncionamentoeproblemascomacervo easaúdedosusuários).Fazseimprescindível,ainda,precauçõesdeemergência,como

geradores de energia e equipamentos sobressalentes para substituições em caso de defeito.Devidoatodosestesfatores,nemsempreumsistemacentralépossíveldeser instalado.Sistemascômodoacômodoapresentamsecomosoluçõesmaispráticase acessíveis,comousodeequipamentosmenoreseatémesmoportáteis.Aventilação nosmuseusénecessáriamaisporcausadapresençadosusuáriosdoquedascoleções. Umidade e gases poluentes originários da respiração podem se acumular no ar. A ventilação pode ser natural ou induzida. (Tabela 5) Contribui, ainda, no controle da temperatura e umidade relativa do ar. Por fim, sistemas nãomecânicos auxiliam no controlelocal(materiaistampãoesilicagel).

 Tabela5MeiosdeControleAmbiental

Fonte:SOUZAin:FRONERetal,2008,vol.5,p.12 

Antes, porém, de tomarmos tais medidas, precisamos conhecer as condições ambientais do lugar. Equipamentos diversos encontramse à disposição dos conservadoresparamonitoramentoambiental,taiscomo:termômetros,psicrômetro (medeadiferençadeumidaderelativadoarpormeiodadiferençadetemperaturade dois termômetros), higrômetro (medidor da umidade do ar, digitais ou não), termo higrógrafos (registram em papel a temperatura e umidade relativa, produzindo gráficos).Valeressaltarquemonitoramentonãoécontrole,massimdiagnóstico.Sem a correta análise de dados, proposição e implementação de ações, as medições não passamdemerasconstataçõesvaziaseineficazes.

TemperaturaeUmidadeRelativa

Temperatura e umidade são elementos que agem de maneira conjunta, pois o coeficiente de Umidade Relativa no Ar está diretamente relacionado à temperatura ambiente. A relação temperatura/umidade define a integração entre os fatores externos e internos dos materiais constitutivos dos objetos e documentos. A umidade do ar é uma das variáveis mais importantes no processo de degradação: excesso de U.R. combina ação hidratante e corrosiva; carência promove desidratação e diferença de contração; a mudança dos coeficientes de U.R. estimula um câmbio dimensional dos materiais higroscópicos, ocasionando um esforço físico muitas vezesmaiordoqueosuportávelpelosobjetos.Umcoeficiente muito alto de umidade provoca a corrosão dos objetos metálicos, atacando também as superfícies dos vidros – tornandoos baços e esbranquiçados – devido ao alto teor alcalino. Os sais higroscópicos de alguns objetos tratados, em pedra e cerâmica, podem formar cristais de maior volume. Além do mais, a umidade é base para o crescimento de microrganismoseproliferaçãodeinsetos.(FRONERetal,2008, vol.8,p.11)



Variações de temperatura (dia e noite, estações de ano, equipamentos ligados e desligados) geram dilatação e contração nos materiais, causando inúmeros estragos. Altas temperaturas são extremamente danosas para acervos frágeis. Causam, ainda, danosindiretos,poisalteramaumidaderelativadoar.“AUmidadeRelativa–U.R.–se definecomoarelaçãoentreaquantidadedevapordeáguaexistenteemumvolume dadoeaquantidadedevapordeáguanecessárioàsuasaturação–emumamesma temperatura.”(SOUZAin:FRONERetal,2008,vol.5,p.7)Provocatrêsconsequências principais nos acervos: alteração na forma e tamanho dos objetos por contração e dilatação, reações químicas que ocorrem mediante umidade, biodegradação. Altas umidades relativas (acima de 70%) facilitam ataques biológicos e proliferação de fungos. Baixas umidades relativas podem ressecar e fragilizar o acervo. Objetos orgânicos precisam ser submetidos à umidade ambiental que combine com a sua própriaumidadecaracterística.

O ar condicionado, quando inadequado ou em má manutenção, apresentase como umdosgrandesvilões,alterandoaumidaderelativanosespaçosemquecondiciona. Vazamentos são ainda mais graves, levando água diretamente à área de exposição.

Sombrinhas e casacos dos visitantes, especialmente quando molhados, precisam ser deixados na recepção ou chapelaria. Os próprios visitantes são considerados nos cálculos, pois contribuem enormemente para o aumento de temperatura e umidade dos ambientes. Assim como a iluminação, os parâmetros de temperatura e umidade relativa, antigamente, eram bem rígidos, limitados a 21°C e 50% de UR. Entretanto, pesquisas recentes revelam que nem todos os tipos de acervo se adéquam a estas condições. Acervos mistos costumam ser os mais complicados, pois os diferentes materiais, em tese, demandariam condições ambientais diversas. Fazse necessário, ainda, levar em consideração a interação entre os materiais. O manual “Museologia: Roteiros Práticos 9 – Conservação das Coleções” apresenta sugestões de parâmetros ambientais por tipo de material e também por coleções: vestuários, mobiliários, espécimesdehistórianatural,instrumentosmusicais,relógios,etc.Parabibliotecase arquivos,recomendamosaleituradosmanuaisdoCPBA,emespecialvolumes14a17. Paraseterumavisãogeraldetaisparâmetros,omanual“Comogerirummuseu”do ICOMforneceumaexcelentetabelaresumo,quereproduzimosadiante.(Tabela6)

Poluentes: Gases ou contaminantes líquidos ou sólidos carreados pelo ar, incluindo: poluição urbana, areia do deserto, maresia, materiais de construção que emitem gases, etc. (Tabela 7) Poeiras e partículas depositamse na superfície dos objetos, tornandoseabrasivos,porexemplo,noprocessodelimpeza.

Oscontaminadoresgasosos–sobretudoodióxidodeenxofre, os óxidos de nitrogênio, os peróxidos e o ozônio – catalisam reaçõesquímicasprejudiciaisquelevamàformaçãodeácidos nosmateriais.Istoconstituiumsérioproblemaparaopapeleo couro,quesãoparticularmentevulneráveisaosdanoscausados pelos ácidos. (...) As partículas – sobretudo a fuligem – arranham, sujam e desfiguram os materiais.” (CPBA, 2001, vol.1417,p.10)



Aprimeiramedidaessencialparaocontroledapoluiçãoserialocarosmuseusomais longepossíveldefontespoluidoras,comofábricaserodovias.Asegunda,nocasode museus que utilizem iluminação natural, aproveitar também a ventilação natural no auxílio da dissipação destes gases. Filtros são excelentes, retendo partículas ou absorvendogasesespecíficos,porémocustoéelevado.Umaalternativamaisbarata consiste na manutenção de ar ventilado de modo a gerar pressão maior do que o

exterior,levandoasujeiraparafora.Emúltimocaso,mediantesituaçõesextremasou grande fragilidade do acervo, o mesmo deve ser embalado hermeticamente e/ou expostosemvitrinesvedadas.

 Tabela6EspecificaçõesdatemperaturaeumidaderelativasFonte:ICOM,2004,p.97

   Tabela7Problemasbásicosdepoluição Fonte:ICOM,2004,p.90  

3.2.4EficiênciaEnergética

Otermoeficiênciaenergéticapodeserdefinido“comoaobtençãodeumserviçocom baixo dispêndio de energia. Portanto, um edifício é mais eficiente energeticamente queoutroquandoproporcionaasmesmascondiçõesambientaiscommenorconsumo deenergia.”(LAMBERTSetal,1997,p.14)11OdesperdíciodeenergiaelétricanoBrasil constituiumgraveperigoaomeioambienteeasustentabilidadedosnossosrecursos naturais. O museu, instituição com função social e educativa, não pode ser furtar a este debate e nem à incorporação de medidas drásticas de redução dos gastos energéticos.

Para além das questões éticas, preocuparse com a eficiência energética agora é lei. Nos primeiros cinco anos voluntária, posteriormente compulsória, a Etiquetagem do NíveldeEficiênciaEnergéticadeEdifíciosComerciais,deServiçosePúblicosfoi,enfim, regulamentada pelo PROCEL (Programa de Combate ao Desperdício de Energia 

11 Esta publicação, intitulada “Eficiência Energética na Arquitetura”, juntamente com os manuais do

PROCEL, consiste na principal bibliografia por nós recomendada, abordando: conceitos e práticas de eficiênciaenergéticaeconfortoambiental,variáveisclimáticasehumanas,variáveisarquitetônicas,uso racionaldeenergia,dentreoutrostemasrelevantes.

Elétrica).Especificaaclassificaçãodoníveldeeficiênciaenergéticadasedificaçõescom base em três requisitos: envoltória, sistema de iluminação e sistema de condicionamentodear.Assimcomojáacontececomosequipamentos,aexemplodas geladeiras,aetiquetaexibiráníveisdeeficiênciaquevariamdeA(maiseficiente)aE (menos eficiente). A avaliação tem pesos diferentes para os três itens, sendo que envoltóriaesistemadeiluminaçãoficamcom30%cada,enquantoqueosistemade condicionamento de ar responde pelos 40% restantes. Outros aspectos podem ser considerados na pontuação, tais como: aquecimento solar, racionamento do uso de água(economizadoresdetorneiras,sanitárioscomsensores,aproveitamentodaágua pluvial), produção de energia eólica ou fotovoltaica, dentre outras inovações que comprovadamente aumentem a eficiência energética da edificação. Com exceção de sistemas complementares de iluminação, independentes do sistema geral, como a iluminação de destaque nos museus e monumentos (PROCEL, 2008, p.33), todos os

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