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Colaboração no estudo desenvolvido pela ERC, GfK e FCH-UCP

Capítulo IV 4.1 Apresentação da empresa GfK

4.3. Colaboração no estudo desenvolvido pela ERC, GfK e FCH-UCP

Ao propor o nosso tema de projeto de Relatório de Estágio – tendo como objeto de estudo os consumos televisivos em Portugal – a Professora Doutora Catarina Burnay, orientadora do projeto, reconheceu desde logo a compatibilidade entre o nosso tema de

trabalho e o projeto que a ERC, em conjunto com a Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica (nas figuras da Professora Catarina Burnay e do Professor Doutor Nelson Ribeiro) e com a GfK, estava a desenvolver. Assim, foi com muito entusiasmo e humildade que aceitámos o desafio.

A nossa colaboração consistiu essencialmente na construção do grafismo do relatório, e na elaboração dos principais insights relativos as tabelas e gráficos mais relevantes para análise. A construção dos gráficos e tabelas resultantes dos resultados recolhidos permitiu-nos entender e trabalhar o objetivo principal do projeto que passou por analisar as novas dinâmicas de consumo televisivo em Portugal no ano 2015, dando-nos possibilidade de aceder a todos os dados do inquérito, de forma a que a partir deles fosse possível retirar resultados e conclusões para o nosso projeto.

O Projeto “As Novas Dinâmicas do Consumo Audiovisual em Portugal” foi apresentado oficialmente na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica a 16 de maio de 2016.

4.4. Metodologia

4.4.1. Objeto de estudo, objetivos da investigação e pergunta de partida

Tal como indica o título do nosso projeto A Televisão para lá do televisor: novas

práticas, novos consumos? partimos do pressuposto de que já não estamos perante o

mesmo dispositivo televisivo de há 50 anos. Hoje, através da transição do televisor para outras plataformas, encontramos na televisão novas potencialidades tecnológicas, novas utilizações, novos consumos e novas audiências.

Embora, teoricamente, o saibamos sem dúvidas, só um estudo prático dos consumos televisivos contemporâneos nos poderiam demonstrar se no comportamento televisivo dos portugueses no ano 2015 já se verifica uma nova realidade. Assim, o derradeiro objetivo do nosso projeto é compreender se os consumos televisivos em Portugal têm acompanhado a evolução tecnológica e se realmente, na prática, se verifica a transição para o mundo digital.

De forma a abreviar e clarificar as metas do nosso projeto, elaborámos uma pergunta de partida, uma forma eficaz de enunciar o projeto de investigação em que “o investigador tenta exprimir o mais exatamente possível o que procura saber, elucidar, compreender melhor” (Quivy & Campenhoudt, 1995: 32). A nossa pergunta de partida é, então: De

que forma os portugueses veem televisão em 2015? Destacamos que esta pergunta

implica, desde logo, compreender a forma de ver televisão – hábitos de comportamento – e não os padrões de consumo de canais ou programas específicos. Ou seja, embora abordemos temáticas relativas a esse consumo, (da televisão generalista ou por cabo ou o acesso a canais, por exemplo), o nosso objetivo não passa por analisar os conteúdos, canais mais vistos ou os seus valores de audiências.

Tal como já referimos, através da colaboração no Relatório intitulado «As Novas

Dinâmicas do Consumo Audiovisual em Portugal» desenvolvido Centro de Estudos de

Comunicação e Cultura (CECC) da Faculdade de Ciências Humanas (FCH) da Universidade Católica Portuguesa (UCP) e pela GfK, foi-nos permitido o acesso ao inquérito que o alicerça. Desta forma, o nosso objeto de estudo é o conjunto dos consumos televisivos dos portugueses no ano 2015.

4.4.2. Estratégia metodológica

Num trabalho de investigação, a metodologia permite traçar um caminho concreto que aproxime o investigador do objetivo a que se propõe: “Fala-se, assim, de metodologia da investigação para fazer referência às fases e aos procedimentos que se seguem numa determinada investigação, para designar modelos concretos de trabalho” (Vilelas, 2009: 43).

A nossa abordagem de investigação metodológica une as duas vertentes de investigação: a teórica e a prática. Através da revisão da literatura, podemos ter conhecimento dos vários conceitos e, fundamentalmente, uma explicação sistemática da relação entre esses vários conceitos. A investigação prática, por sua vez, permite verificar os conceitos teóricos ou elaborar novas teorias (Fortin, 1999). Desta forma, a teoria e a prática são indissociáveis: “(…) a estreita conexão entre a investigação e a teoria é tal que a elaboração da teoria repousa na investigação e esta, por seu turno, repousa na teoria”

(Fortin, 1999: 19). O enquadramento teórico é, para além disso, fundamental na formulação de hipóteses de investigação.

Como já referimos, os nossos dados em análise provêm do Relatório «As Novas

Dinâmicas do Consumo Audiovisual em Portugal» que, por sua vez, é o resultado de

um inquérito por questionário realizado pela ERC, pela GfK e pela FCH-UCP. O inquérito é uma das ferramentas mais utilizadas na investigação académica e científica. Trata-se de uma forma de interrogar um determinado número de indivíduos de forma a criar uma generalização (Ghiglione & Matalon, 2005).

Procederemos à análise dos dados resultantes do inquérito através do método quantitativo, já que se trata de um instrumento estatístico cujos resultados são numéricos.

Por fim, procederemos à comparação entre os dados obtidos e as hipóteses de investigação colocadas, o que nos permitirá retirar conclusões. Se os resultados observados forem divergentes dos resultados esperados, será necessário compreender essas diferenças e as razões desse fenómeno (Quivy & Campenhoudt, 1995).

4.4.3. Dados analisados e hipóteses de investigação

O estudo desenvolvido pela ERC, pela GfK e pela Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica teve como objetivo compreender os padrões de consumo de audiovisuais dos portugueses no ano 2015:

“O presente estudo, realizado para a ERC, ao apresentar uma fotografia do modo como os portugueses acedem a diferentes tipos de informação e entretenimento nos mais diversos dispositivos, e como valorizam cada um deles, procura responder a esta necessidade de um melhor conhecimento das práticas de consumo mediático no contexto digital multimedia.” (ERC, 2016: 10)

Trata-se de uma análise completa que inclui as categorias consumo de internet, consumo de rádio, consumo de audiovisuais, práticas de consumo online, rotinas diárias, entre outros. No entanto, para o nosso projeto não seria necessário analisar todos estes aspetos, apenas os que são, de alguma forma, relativos aos consumos televisivos e que, acima de tudo, nos permitam responder à pergunta de partida. No Relatório da ERC, estes dados correspondem, na Parte I, ao ponto 1.4. dedicado ao Consumo de Televisão; e a toda a Parte II, referente ao Consumo de Conteúdos Audiovisuais.

Assim, os dados relevantes para o nosso projeto incluem:

· Em relação à televisão:

1. O consumo de televisão no quotidiano; 2. A utilização do televisor;

3. O número de televisores em casa; 4. O acesso a canais e operadores;

5. A interatividade (nomeadamente com programas televisivos) 6. O consumo on demand;

· Em relação ao consumo de audiovisuais: 7. Os conteúdos mais visionados;

8. Os equipamentos e plataformas utilizadas;

9. O visionamento em direto ou em diferido (incluindo gravações); 10. As funcionalidades utilizadas no televisor;

11. A utilização de outros equipamentos enquanto vê televisão.

Hipóteses

Tendo em conta a problemática do projeto, colocamos várias hipóteses de investigação. De acordo com Marie-Fabienne Fortin, “(…) a hipótese combina e o objetivo numa explicação ou predição clara dos resultados esperados de um estudo. A formulação de uma hipótese implica a verificação de uma teoria ou, mais precisamente, das suas proposições.” (Fortin, 1999: 102). Assim, as hipóteses de uma investigação têm base na parte teórica do projeto que agrega conceitos, padrões, fenómenos.

De acordo com a problemática do nosso projeto e os dados em análise, colocamos três principais hipóteses de investigação:

1. A TV continua a ter um papel central no quotidiano dos portugueses.

2. Perante a realidade digital, os portugueses veem televisão de uma forma não tradicional, utilizando as potencialidades tecnológicas do televisor.

3. A faixas etárias mais jovens têm mais propensão a utilizar a tecnologia digital e a ver TV noutras plataformas.

4.4.4. Universo, amostra e período temporal

Visto que este estudo pretende analisar os comportamentos do público português, o universo consiste na população residente em Portugal Continental com 15 ou mais anos de idade.

Não sendo possível interrogar todos os portugueses sobre os seus hábitos de comportamento televisivo, foi necessário estudar uma amostra representativa. Esta situação acontece quando a população é demasiado volumosa (como é o caso) ou quando é exigida representatividade do grupo (Quivy & Campenhoudt, 1995).

Foi constituída uma amostra de 1018 entrevistados, referenciada no Relatório da ERC como “amostra inicial”.

Todos os resultados das questões foram repartidos em várias variáveis:

· Sexo (feminino, masculino);

· Faixa etária (15-24 anos; 25-34 anos; 35-44 anos; 45-54 anos; 55-64 anos; +65 anos);

· Regiões do país (Norte; Centro; Lisboa; Alentejo; e Algarve).

É relevante referir que, embora o nosso projeto tenha como base prática os dados resultantes do inquérito por questionário levado a cabo pela ERC, pela GfK e pela Universidade Católica, a análise dos mesmos, a respetiva interpretação e o seu cruzamento com a revisão da literatura são da nossa inteira responsabilidade, tendo em conta os objetivos a que nos propomos neste Relatório de Estágio.

4.5. Apresentação e análise dos dados: consumos televisivos dos portugueses em