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Estereoscopias-Temas Nº de Itens Cenas da Vida de Cristo 20 Solenidades militares em Juiz de Fora 06

Retrato coletivo 01

Série Underwood e Underwood 05

Vista (ponte) 01

Cena de interior 01

Total 34

Tabela 02: Coleção de fotografias oitocentistas estereoscópicas do MMP (elaborada pela autora)

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Figura 44: Scenes in the life of Christ – Jesus port sa croix. (s/data), fotógrafo não identificado. Fonte: MMP

Entre os fotógrafos presentes na coleção de estereoscopias, podemos destacar Ehrhard Brand (figura 45) e a empresa Underwood & Underwood, que possuía os direitos de comercialização de imagens produzidas por fotógrafos como Strohmeyer e Wyman, com representação de negros norte-americanos, e uma imagem de J. F. Jarvis, do Monumento da Bastilha, em Paris, França. Uma imagem da ponte de Entre Rios foi atribuída em catalogação anterior ao fotógrafo Revert Henry Klumb, no entanto, a pesquisa não pode comprovar a autoria. Há estereoscopias em que a autoria é desconhecida, no entanto, uma pesquisa específica poderá identificar alguns desses fotógrafos através da análise de publicações da época (jornais, revistas, almanaques).

Apesar da pesquisa nos diversos documentos que trazem registros de procedência (Arrolamento de 1944, Guia Histórico e Artístico de 1978, e o Livro de Aquisição do Acervo) da instituição, não foi possível afirmar quando e como se deu a incorporação do acervo de estereoscopias à coleção do Museu Mariano Procópio e sua trajetória na instituição.

Outro formato presente na coleção do MMP é o carte de visite, muito numeroso, especialmente em se tratando de retratos. Mas há casos do uso do formato para paisagens, que são mais raras, certamente devido à pequena proporção (9 cm x 6 cm) (figura 46). Como uma evolução do carte de visite, o carte cabinet, criado na Inglaterra em 1866, também está presente na coleção, encartado em álbuns, ou colecionados de forma avulsa. Esse formato foi muito utilizado até o final do século XIX e continua sendo utilizado no início do XX, como é possível perceber através da análise da coleção do MMP e outras coleções desse período. Outro formato presente, o recorte oval, era usado para retratos de cunho íntimo: “as miniaturas, os medalhões e os broches, objetos que eram trazidos literalmente junto ao coração que carregavam a lembrança do rosto da pessoa amada”. (BRIZUELA, 2012:116)

Figura 46: Maria-Zell, von Calvarienberge aus (Maria-Zell, vista do Monte Calvário, Áustria) (c. de 1870-80). Nikolaus Kuss. Fonte: MMP

No caso do nosso objeto de estudo, os carte de visite e carte cabinet são relativos aos nobres e monarcas de diversos países e regiões, políticos, escritores, artistas, intelectuais, Família Imperial Brasileira e pessoas ligadas à rede de

sociabilidade das Famílias Lage e Cavalcanti. Está presente ainda um número significativo de cartes de visite de “tipos humanos”, muito comuns no século XIX, dos quais abordaremos posteriormente.

O carte imperial, um formato maior que o carte cabinet, foi usado pela elite como uma forma de diferenciação social em relação aos formatos anteriores, que experimentavam certa “popularização”. A Família Ferreira Lage se retratou neste formato. Há duas fotografias da matriarca, Maria Amália Ferreira Lage (figura 47)70, e uma fotografia do filho, Frederico Ferreira Lage e esposa, imagem apresentada anteriormente (figura 20 – Capítulo I), além de fotografias da Família Imperial, e artistas e personalidades.

Figura 47: Maria Amália Ferreira Lage (c. de 1884). Guimarães. Fonte: MMP

Os retratos em grandes formatos e em “tamanho natural”, que passaram a ser produzidos na década de 1870, através do desenvolvimento da câmara solar

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Há no acervo do MMP um retrato (pintura) intitulado “Retrato de Maria Amália Ferreira Lage” do pintor português José Júlio Souza Pinto, que dialoga com a fotografia da matriarca. Maria Amália pode ter posado para o pintor em uma de suas viagens à Europa, mas a tela pode também ter sido pintada a partir da fotografia de Guimarães. “Em ambas (tela e fotografia), percebe-se, para além da semelhança fisionômica da modelo, o elegante traje negro, comumente portado pelas viúvas de camadas sociais distintas, bem com o ato de segurar às mãos um libreto. No entanto, a diferença da pose e da ambientação entre a foto e a pintura é perceptível. Note-se ainda que, na fotografia, dona Maria Amália parece segurar um jornal, enquanto na tela está representada portando uma partitura musical, uma sinfonia de Beethoven.” (SIMIONI, 2014:225)

(ampliador), também estão presentes na coleção, através de personagens da Família Ferreira Lage e de um retrato do Major Freesz, em trajes militares. A coleção abriga ainda um leque fotográfico, alusivo às touradas e aos toureiros de Madrid, na Espanha (figura 48). O objeto apresenta paletas em marfim, frente em fotografia e verso em gravura.

Figura 48: Touradas e toureiros da Espanha. (c. de 1860-70), J. Laurent e Cia. Fonte: MMP

As fotografias em panorâmica são bastante comuns na coleção, retratando diversas paisagens e cidades, de Juiz de Fora a Constantinopla. Há um álbum de vistas parciais de Paris, tomada do alto da torre de 45 metros do Pavilhão do Império do Brasil, durante a Exposição Universal de 1889 (figura 49). Outro bom exemplo do formato é uma panorâmica muito rara da propriedade de Mariano Procópio Ferreira Lage, que foi ofertada por sua participação na Comissão da Exposição Universal de 1867. Segundo informações da documentação institucional, a fotografia foi exposta neste mesmo evento (figura 50).

Figura 49: Exposição Universal de 1900, (1900), fotógrafo não identificado. Fonte: MMP

Figura 50: Chateau de Mariano Procópio, (c. de 1867), fotógrafo não identificado. Fonte: MMP

A primeira panorâmica fotográfica é uma vista de Paris, de autoria de Frédéric Martens (figura 51), feita a partir do topo de um dos pavilhões do atual Museu do Louvre, técnica/formato que se popularizaria décadas mais tarde.

Figura 51: Daguerreótipo panorâmico. Frèdéric Martens. c. de 1845. Fonte: George Eastman House. Disponível em:

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