• Nenhum resultado encontrado

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

3.3 Coleta de dados

A metodologia busca, nas entrevistas com os atores institucionais, material qualitativo referente aos processos de mudanças institucionais, para compreender e aprofundar o objeto de estudo desta pesquisa. Para isso, foram feitos dois cortes transversais, limitando a pesquisa às mudanças referentes aos períodos, 1998 e 2008.

Nesse processo, faz-se importante compreender que o conhecimento da realidade é dinâmico, e que o processo de apreensão se dá em sua própria produção. Dessa forma, não se pode compreender o fenômeno, as práticas isomórficas, sem a compreensão do contexto, em que os atores interpretam seus sentimentos e idéias (GODOY, 1995). Para tanto, a pesquisa utilizou de técnicas e instrumentos, tendo a preocupação de relacioná-las e articulá- las com a intencionalidade do estudo que se pretende realizar.

Na delimitação dos instrumentos foi considerada a natureza do objeto a ser analisado, seus objetivos a fim de obter dados que correspondam à realidade que se pretende estudar. Assim, a coleta de dados utilizou como técnicas, a entrevista semi-estruturada como fontes primárias; e a pesquisa documental e a bibliográfica como fontes secundárias de pesquisa. Com relação à entrevista semi-estruturada a atenção deve estar voltada para a formulação das perguntas, básicas para a pesquisa em estudo.

Para Triviños (p. 146, 1987), “a entrevista semi-estruturada caracteriza-se por se constituir em questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses que se relacionam ao tema da pesquisa”. As perguntas geram novas questões, surgidas a partir das respostas dos informantes. O pesquisador, assim, deve ter o cuidado de não sair do foco principal das questões. E complementa afirmando que a entrevista semi-estruturada “[...] favorece não só a descrição dos fenômenos sociais, mas também sua explicação e a compreensão de sua totalidade [...] além de manter a presença consciente e atuante do pesquisador no processo de coleta de informações (TRIVIÑOS, 1987, p. 152).

Segundo Severino (2007), deve-se recorrer à entrevista, sempre que se tem necessidade de dados que não podem ser encontrados em registros ou fontes documentárias, se utilizando para isso pessoas que apresentem condições para tal. Esse instrumento, utilizado

como meio de captação de informações, é submetido à crítica para aperfeiçoamento. As questões referentes à entrevista têm nas suas perguntas a expressão dos objetivos da pesquisa e os pressupostos teóricos do estudo.

Quanto as conversas informais, na opinião de Gil (1996), constituem em um levantamento menos estruturado, que se distingue de uma conversação porque tem como objetivo básico a coleta de dados. O que se pretende com entrevistas desse tipo é a obtenção de uma visão geral do problema pesquisado.

A pesquisa documental oportunizou a obtenção de dados qualitativos referentes a trajetória histórica da instituição, através dos documentos como, o Plano de desenvolvimento Institucional (PDI), os Projetos Políticos Pedagógicos (PPP), as regulamentações governamentais, os decretos-lei estabelecidos no decorrer da evolução da EPT. De acordo com Marconi e Lakatos (2001), a característica da pesquisa documental é que a fonte da coleta de dados está restrita a documentos, escritos ou não, constituindo de fontes primárias. Na literatura se buscou o enfoque teórico que propiciasse ao leitor perceber o caráter coevolutivo da história da EP, especificamente, das mudanças institucionais ocorridas no IFRN, que vivencia seu centenário. Além disso, o referencial teórico deve estar articulado ao problema e aos objetivos de pesquisa, de forma que possibilite o rompimento com os conceitos do senso comum e avance nos pressupostos que a teoria apresenta ao estudo, numa confrontação com o real na tentativa de apreendê-lo.

Sendo assim, os instrumentos de coleta de dados proporcionam ao estudo a interação efetiva entre o pesquisador, o informante e a pesquisa realizada e têm como finalidade obter elementos para que os objetivos propostos na pesquisa possam ser alcançados (SEVERINO, 2007).

No entanto, no decorrer da coleta dos dados observou-se uma grande repetição nas respostas às questões, havendo a necessidade do fechamento amostral por saturação teórica, ou seja, a suspensão de inclusão de novos participantes no processo de entrevista, pois os dados obtidos com os gestores selecionados começavam a representar certa redundância ou repetição, deixando de ser relevante considerara todas informações coletadas

(FONTANELLA, 2008). Partindo desse princípio, o estudo se deteve nos depoimentos mais significativos para o atendimento aos objetivos dessa pesquisa.

3.4 Análise dos dados

A análise dos dados foi desenvolvida através da articulação entre os dados coletados nos documentos institucionais, os encontrados na literatura, e os coletados nas entrevistas e nas conversas informais. A partir da articulação desses dados, primários e secundários, foi possível entender o problema proposto neste trabalho.

Dessa forma, a técnica escolhida para o tratamento dos dados foi a análise de conteúdo, que visa identificar o que está sendo dito a respeito de determinado tema. Segundo Bardin (2007, p. 42), trata-se de

“um conjunto de técnicas de análise das comunicações, visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens”.

Esse processo, de análise de conteúdo, implica categorizações, ou seja, a formação de categorias que são, “rubricas ou classes, as quais reúnem um grupo de elementos sob um título genérico, agrupamento esse efetuado em razão dos caracteres comuns desses elementos” (Op. cit., p. 117). Categorizar implica isolar elementos para depois agrupá-los. Para isso, as categorias precisam ser exaustivas, permitindo a inclusão de, praticamente, todos os elementos; mutuamente exclusivas – cada elemento não pode ser incluído em mais de uma categoria; objetivas, pois são definidas de forma precisa, evitando assim dúvidas na distribuição dos elementos; e, finalmente, que sejam pertinentes, adequando-se aos objetivos da pesquisa (VERGARA, 2004).

Documentos relacionados