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Na coleta de dados de um estudo de caso um dos princípios essenciais é o uso de diversas fontes de evidências. Portanto, nessa pesquisa, além do estudo bibliográfico sobre o tema, foram usadas outras fontes:

 Análise documental – na ocasião, tratou-se do Projeto Político Pedagógico da Escola;

 Observação participante – participei de diferentes situações na escola e tive a oportunidade de ver como aconteciam as atividades junto aos alunos e como funcionava a organização da escola;

 Entrevista com as professoras – esta foi uma fonte muito importante, especialmente por se tratar de um estudo de caso, porque a entrevista “têm a finalidade de aprofundar as questões e esclarecer os problemas observados” (ANDRÉ, 1995, p. 28).

Quanto aos diferentes tipos de entrevistas – as quais se diferenciam pela forma como são conduzidas e objetivos traçados – neste caso, em razão de ser uma pesquisa de cunho qualitativo, optei por entrevistas semi-estruturadas que, conforme no diz Menga e André (1986, p. 34) “se desenrola a partir de um esquema básico, porém não aplicado rigidamente, permitindo que o entrevistador faça as necessárias adaptações”.

16 Para preservar a identidade das interlocutoras da pesquisa, as duas professoras passam a ser chamadas de Conexão e Hipertexto. Como o trabalho trata das TICs, fui buscar neste universo uma metáfora que criasse uma pertinência de sentido às suas condições pessoais e inserção no processo investigativo. O termo Conexão é condizente às ações desenvolvidas pela professora em seu trabalho, pois ao mesmo tempo que está atenta aos fatos ocorridos na Escola, às mudanças na Educação, à busca de novos conhecimentos, é a pessoa que mobiliza o grupo. Já, a expressão Hipertexto foi escolhida por representar a flexibilidade e a interatividade. No hipertexto, mesmo sendo deslocadas de seu ponto central ou enredo, as partes fazem sentido. A segunda professora, ao problematizar questões/temas junto aos alunos, possibilita a escolha (autoria) de onde começar e a ordem a seguir, mas sempre retoma o eixo central da pesquisa.

Também é importante mencionar que na coleta dos dados optei por observação participante e entrevistas semi-estruturadas com os professores, pois como nos diz Moraes e Galiazzi:

Pesquisas qualitativas têm se utilizado cada vez mais de análises textuais. Seja partindo de textos já existentes, seja produzindo o material de análise a partir de entrevistas e observações, a pesquisa qualitativa pretende aprofundar a compreensão dos fenômenos que investiga a partir de uma análise rigorosa e criteriosa desse tipo de informação. Não pretende testar hipóteses para comprová-las ou refutá-las ao final da pesquisa; a intenção é a compreensão, reconstruir conhecimentos existentes sobre os temas investigados. (2007, p. 11).

De posse dessas referências e ampliando a configuração metodológica, assumi nesta pesquisa o estudo de caso do tipo etnográfico, apoiada em André (1995) e Stake (1998). Para André, usa-se o estudo de caso etnográfico quando:

 se está interessado numa instância em particular, isto é, numa determinada instituição, numa pessoa ou num específico programa ou currículo;

 se deseja conhecer profundamente essa instância particular em sua complexidade;  se estiver mais interessado naquilo que está ocorrendo e no como está ocorrendo do que nos seus resultados;

 se busca descobrir novas hipóteses teóricas, novas relações, novos conceitos sobre um determinado fenômeno; e

 se quer tratar o dinamismo de uma situação numa forma muito próxima do seu acontecer natural.

Stake (1998) destaca como importante referência nesses estudos a de que:

[D]e um estudo de caso se espera que abarque a complexidade de um caso particular (...) buscamos o detalhe da interação com seus contextos. O estudo de caso é o estudo da particularidade e da complexidade de um caso singular, para chegar a compreender sua atividade em circunstâncias importantes. (p. 11)

Essa relação singularidade/complexidade de cada caso e seu diálogo com um contexto mais amplo encaminha possibilidades e interações a partir das compreensões dos significados produzidos em cada caso (FERNANDES, 1999).

Para organização e análise dos dados me apoio em Fernandes elegendo “a técnica de mapeamento, a elaboração de quadros-síntese” (1999, p. 28), e os princípios de análise textual discursiva (MORAES e GALIAZZI, 2007) para aprofundamento da análise dos dados a serem

coletados. Sendo assim, considero importante destacar o entendimento sobre análise textual discursiva dos referidos autores:

A Análise Textual Discursiva, com sua perspectiva fundamentada na hermenêutica, inicia seus esforços de construção de compreensão a partir dos sentidos mais imediatos e simples dos fenômenos que pesquisa. Assume, porém, um desafio permanente de produzir sentidos mais distantes, complexos e aprofundados. Nisso não entende propriamente estar procurando sentidos ocultos, mas pretende envolver-se em movimentos de constante reconstrução dos significados e dos discursos que investiga. (p. 149)

Entendendo a análise textual discursiva como uma técnica que apresenta limitações e aproximações com a análise de conteúdo e a análise de discurso; portanto situada entre estes dois extremos, foi possível ocupar-me inicialmente do explícito e, quando necessário, do implícito no estudo dos dados.

Trago de Moraes e Galiazzi (2007, p. 141) a metáfora que me inspirou a afirmação sobre o entendimento – compreensão da análise textual discursiva situada entre dois extremos.

Figura 1: A situação da Análise Textual Discursiva

Nesta perspectiva - a de uma análise textual discursiva – foram utilizados os seguintes recursos: “a desconstrução dos textos do „corpus‟, a unitarização; o estabelecimento de relações entre os elementos unitários, a categorização; o captar o emergente em que a nova compreensão é comunicada e validada” (2007, p. 12).

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