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3 MÉTODO DE PESQUISA

3.2 COLETA DE DADOS

Para os objetivos desta pesquisa, foi empregada a técnica de entrevistas individuais em profundidade, com coleta de dados realizada mediante entrevistas semi estruturadas, utilizando um roteiro de questões abertas; considerando o perfil dos entrevistados e sua disponibilidade de tempo; procurando não extrapolar uma hora de entrevista, tempo sugerido por Wolcott (1994) como ideal no aproveitamento e na consistência dos dados verbalizados pelos entrevistados.

A abordagem qualitativa considera que existe uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito. O sujeito-observador, conforme Carvalho e Vergara (2002), faz parte do processo de conhecimento e interpreta os fenômenos, de acordo com seus valores e crenças, dando-lhes um significado; dessa maneira, o pesquisador, por ter exercido a função de consultor no Programa Redes de Cooperação, na Universidade de Caxias do Sul (UCS), contribui para o desenvolvimento deste trabalho.

A entrevista individual em profundidade é a técnica fundamental da pesquisa qualitativa, têm como propósito descobrir as questões implícitas, nas quais o respondente é induzido a comentar sobre suas crenças, atitudes e informações subjacentes ao tema em estudo (MALHOTRA et al., 2005).

Em razão de cada Rede ser um agrupamento de experiências ímpares, representada pela percepção dos indivíduos e do contexto ambiental, tanto de criação quanto de manutenção das operações, a pesquisa exploratória,operacionalizada através de um estudo de caso (YIN, 2001), se configura como indicada para o desenvolvimento deste estudo. Ela retrata uma investigação empírica que visa a formular questões sobre um problema para conhecer melhor um fenômeno, oferecendo subsídios para análises posteriores mais profundas, e também para identificação de melhoramentos e desenvolvimentos futuros (LAKATOS; MARCONI, 2001).

Nesse contexto, a execução da pesquisa realizou-se da seguinte forma:

a) entrevistas, por meio de um roteiro de questões (Apêndice A), às Redes, objeto deste estudo, investigando como ocorreram as interações com entidades de suporte e apoio nas etapas de sensibilização, estruturação e manutenção das Redes, as

entrevistas foram realizadas com membros das diretorias das Redes - grupo que concentra o núcleo do capital social dessas associações;

b) entrevistas, por meio de um roteiro de questões (Apêndice B), aplicadas aos executivos e representantes de entidades envolvidas, investigando as interações destas com as Redes, objeto do estudo, elucidando os possíveis fatores que motivam essas ligações;

c) análise das entrevistas.

No decorrer das ações propostas para o desenvolvimento desse estudo, foram realizadas entrevistas em profundidade, com roteiro de questões semi estruturadas, abordando membros das diretorias das Redes de Cooperação, como apresentado no quadro 2.

Data Segmento Rede Município Duração da entrevista

7/12/2009 Vinícola Revinsul Caxias do Sul 60 minutos

8/12/2009 Metal-mecânico Asiusi Caxias do Sul 50 minutos

16/12/2009 Moveleiro Afamec Bento Gonçalves 20 minutos

16/12/2009 Metal-mecânico Affemaq Bento Gonçalves 35 minutos

11/1/2010 Metal-mecânico Serrare Caxias do Sul 70 minutos

1/2/2010 Vinícola Agevin Flores da Cunha 45 minutos

15/2/2010 Vinícola Aviga Garibaldi 60 minutos

Quadro 2: Roteiro de entrevistas com redes Fonte: Elaborado pelo autor.

É pertinente destacar, conforme o quadro 2, que todas as entrevistas foram aplicadas obedecendo ao mesmo roteiro e à ordem de questões; as ocorrências que resultaram em tempos tão divergentes entre as entrevistas foram consequência dos fatores relacionamento e eventos externos, como relatado a seguir:

a) as Redes Revinsul e Asiusi foram sensibilizadas, estruturadas e acompanhadas pelo pesquisador, como consultor do Programa Redes de Cooperação, dessa maneira, o relacionamento existente entre pesquisador e entrevistados tornou as respostas mais extensas e detalhadas;

b) as Redes Afamec e Affemaq foram acompanhadas pelo pesquisador, como consultor do Programa Redes de Cooperação, embora tenham sido entrevistas mais curtas, não houve prejuízo ao objetivo da pesquisa, sendo essa ocorrência motivada por:

• uma demanda de última hora; o representante da Rede Afemac foi mais objetivo e sintético em suas respostas;

• fato de que o representante da Rede AFFEMAC, embora tenha feito considerações muito pontuais sobre a forma de relacionamento com entidades, cultivado por essa associação, a entrevista foi mais curta nas questões referentes ao resgate histórico da formação da Rede, em razão de o associado e atual presidente não ter participado desse momento, vindo a se associar depois da consolidação da iniciativa;

c) a Rede Serrare foi acompanhada pelo pesquisador, como consultor do Programa Redes de Cooperação; trata-se de uma Rede que teve inúmeras dificuldades, tendo inclusive se afastado do Programa Redes de Cooperação e quase encerrado sua atividade; foi resgatada e reconduzida ao acompanhamento, trata-se da entrevista mais extensa; isto se deve às características do entrevistado e do próprio grupo de empresários representados por este, com muita riqueza sobre os detalhes referentes às conquistas da associação e da participação de entidades nesse contexto;

d) a Rede Agevin não teve a ação direta do pesquisador, como consultor do Programa Redes de Cooperação, em nenhuma de suas etapas. Todavia, isso não gerou dificuldades, sendo as respostas objetivas e focadas no tema;

e) a Rede Aviga, com maior tempo de formação entre as pesquisadas, ingressou no Programa Redes de Cooperação em 2009, tendo a ação direta do pesquisador em sua reestruturação (correspondendo á etapa de estruturação) e por um curto período na etapa de acompanhamento. Por solicitação do presidente, a entrevista contou com a participação de outros membros da associação, como forma de resgatar a história e o detalhe dos relacionamentos com entidades de suporte e apoio.

As entidades pesquisadas foram selecionadas pela sua representatividade nos setores pesquisados e pela referência das mesmas na documentação de acompanhamento gerada pelo Programa Redes de Cooperação, operacionalizado pela UCS, e foram entrevistadas, conforme o quadro 3.

Data Segmento Entidade Município Duração da entrevista

7/12/2009 Suporte e Apoio Sebrae Caxias do Sul 90 minutos

10/12/2009 Metal-mecânico Simecs Caxias do Sul 45 minutos

14/12/2009 Suporte e Apoio UCS Caxias do Sul 25 minutos

15/12/2009 Metal-mecânico Simmme Bento Gonçalves 45 minutos

16/12/2009 Vinícola Ibravin Bento Gonçalves 45 minutos

20/1/2010 Moveleiro Movergs Bento Gonçalves 50 minutos

27/1/2010 Suporte e Apoio Sedai Porto Alegre 90 minutos

3/2/2010 Vinícola SRFC Flores da Cunha 50 minutos

15/2/2010 Suporte e Apoio Apeme Garibaldi 35 minutos

22/2/2010 Vinícola Smapa Caxias do Sul 70 minutos

Quadro 3: Roteiro de entrevistas com entidades Fonte: Elaborado pelo autor.

Todas as entrevistas, conforme o quadro 3, foram aplicadas seguindo o mesmo roteiro e a ordem das questões. A divergência dos tempos se deve á característica das entidades, dos entrevistados e também ao fator relacionamento do pesquisador com os entrevistados, como apresentado a seguir:

a) a entrevista com o Sebrae foi realizada com a gerente regional dessa instituição, teve ênfase no relacionamento da entidade com as empresas em Redes e no relacionamento dessa entidade com as demais;

b) a entrevista com o Simecs foi realizada com o coordenador de Ações para o APL Metal-mecânico;

c) a entrevista com a UCS foi realizada com a supervisora do Programa Redes de Cooperação, que foi profícua em suas colocações e centrada nas questões operacionais do Programa Redes de Cooperação dessa entidade;

d) a entrevista com o Simmme foi realizada com o presidente da entidade, que é associado à Affemaq, o que demandou cuidados do entrevistador e do entrevistado, para que ambas as entidades não se confundissem durante a abordagem das questões; e) a entrevista com o Ibravin foi realizada com o diretor executivo;

f) a entrevista com a Movergs foi realizada com o diretor executivo;

g) a entrevista com a Sedai foi realizada com o diretor do Departamento de Desenvolvimento Empresarial; foi a mais extensa dada a característica dessa entidade e dados os apontamentos acerca das relações, tanto institucionais como operativas, nas as Redes de Cooperação e com outras entidades;

i) a entrevista com a Apeme foi realizada com a secretária executiva. Em suas colocações, apontou as interações que a entidade faz com os grupos e o relacionamento recente com o Programa Redes de Cooperação;

j) a entrevista com a Smapa, realizada com o secretário municipal da pasta e um assessor. Destacou o incentivo à Rede, principalmente para sua autonomia; que a iniciativa tem o amparo da administração pública local, como meta de governo; para esse fim, destacou os relacionamentos com outras entidades para alcançar esse objetivo.

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