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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

COLETA DE AMOSTRAS

As amostras de solo foram coletadas em três oportunidades. Trinta amostras foram coletadas metro a metro em três pontos de sondagem (1), 54 amostras de solo, na profundidade de 10 a 20 cm, em uma malha regular de 6x9 pontos a cada 50 metros (2) e 45 amostras, a cada 3 metros de profundidade, nos cinco poços perfurados para a instalação dos poços de monitoramento (3).

Em setembro de 2004 as coletas foram realizadas na cascalheira e na área de controle, por meio de três sondagens mistas (rotativa e percussão), de dez metros cada, sendo duas delas na área de influência (S1 e S2) e uma à área de controle (S3) (Figuras 4.1 e 4.2). As sondagens foram executadas segundo as recomendações da Norma Brasileira NB-12-R e em alguns casos específicos pela ASTM e DIN. A extração das amostras, coletadas metro a metro, foi feita por ensaio de penetração dinâmica com cravação de um amostrador padronizado de 34,9mm e 50,8mm de diâmetros, interno e externo, respectivamente. Esse ensaio consistiu na contagem do número de golpes necessários para que um peso de 65 kg, caindo de 75 cm de altura, fizesse um barrilhete amostrador penetrar 30 cm no terreno (Topocard, 2004) (Figura 4.2). O número de golpes obtidos fornece a compacidade dos solos de predominância siltosa ou arenosa, e a consistência dos solos de predominância argilosa.

Figura 4.1 – Localização da área de estudo. Em destaque a área da cascalheira (), a malha de resistividade (…) e os pontos de sondagem (•). Coordenadas UTM (Universal Transversa de Mercator), datum Astro Chuá.

Figura 4.2 – Sondagem mista (rotativa e percussão) realizada na área de disposição do lodo da ETA-RD na cascalheira (Ponto S1).

Na segunda oportunidade, a amostragem foi realizada por trado padrão AMS, construído com liga especial de aço carbono e extremidade em vídia de tungstênio. Em junho de 2006, 54 amostras foram extraídas do intervalo entre 10 e 20 cm de profundidade, segundo a malha regular de 50 metros. Esta malha é formada por 9 e 6 linhas ortogonais, nomeadas, respectivamente, de A até F com direção (NW-SE) e de 2 a 10 (Figura 4.6).Os pontos foram escolhidos no escritório e localizados em campo com GPS, da marca Garmin, modelo 45XL. Após a coleta, as amostras foram quarteadas, sendo retiradas alíquotas para as diversas análises. Posteriormente, a fração de interesse referente a granulometria menor igual a 2 mm foi separada, constituindo a Terra Fina Seca ao Ar (TFSA).

Na terceira oportunidade, em setembro e outubro de 2006, foram coletadas amostras de solo dos poços de monitoramento perfurados (Figuras 4.3 e 4.4). A cada 3 metros de perfuração foi retirada uma amostra representativa desse intervalo. Após a coleta, as amostras foram ensacadas, etiquetadas e transportadas para o Laboratório Central da CAESB. A etapa seguinte foi destorroá- las manualmente e submetê-las à secagem ao ar em local ventilado. Após a secagem, as amostras foram quarteadas, sendo retiradas alíquotas para os diversos ensaios. O restante das amostras foi estocado para eventuais contraprovas. Posteriormente, a fração de interesse referente à granulometria menor igual a 2 mm foi separada, constituindo a Terra Fina Seca ao Ar (TFSA).

As coletas preliminares para a verificação da qualidade da água superficial foram realizadas nos meses de maio de 2004 e junho de 2005. O objetivo foi avaliar a probabilidade de contaminação da água dos córregos próximos à cascalheira com o material do lodo químico proveniente do tratamento da água do Sistema Rio Descoberto.

As amostras das drenagens próximas a área da cascalheira foram coletadas, à aproximadamente 50 cm de profundidade, conforme procedimentos constantes no Guia de Coleta e Preservação de Amostras de Água da CETESB (1988).

Para as águas superficiais, os parâmetros determinados nas duas campanhas foram: cor, pH, turbidez, cloreto, condutividade, K, Na, Al, Ca, N total, nitrogênio de nitratos (N-NO3-), nitrogênio

amoniacal, alcalinidade, dióxido de carbono livre, e seguiram as metodologias adaptadas de APHA, AWWA & WPCF (1998). Em junho de 2005 foram realizadas as análises de SO4-2, Sr, La, Y, Ti, V,

Mg, Fe, Si, Ni, Zr, Cu, Cr, Mn, Ba, Co, Zn, Cd, P e Mo, em duas drenagens da cascalheira. As técnicas empregadas nestas análises complementares foram a de espectrofotometria eletrotérmica de absorção atômica para Cd, turbidimetria para a determinação de sulfato e espectrometria de emissão

óptica com plasma indutivamente acoplado para os demais elementos. Os resultados foram avaliados por análise de agrupamento.

Nessa avaliação preliminar não foram levantados fatos que pudessem comprovar a ocorrência de contaminação nas nascentes nas proximidades da área de estudo, porventura provenientes dos despejos de lodo de tratamento da água do Sistema Rio Descoberto (resultados em anexo). Os baixos valores obtidos para SDT, cloretos, nitratos, sódio, alumínio e cálcio, nessas nascentes contradizem a hipótese de contaminação dessas águas pelo LETA, já que esses parâmetros deveriam estar elevados nestas amostras.

O Córrego do Meio poderia servir de baseline para esses estudos, uma vez que faz parte da bacia de drenagem e não recebe contribuição direta da cascalheira no ponto coletado. No entanto, a contaminação de suas águas o descredencia para esse papel.

A análise de agrupamentos (Hierarchical Cluster Analysis) mostrou ser uma boa ferramenta para avaliação ambiental, uma vez que apresentou forte afinidade entre os parâmetros indicadores de contaminação, evidenciando o comprometimento da qualidade das águas de alguns mananciais como o Córrego do Meio e, na época, o Ribeirão Chapadinha.

Posteriormente, para a avaliação da qualidade da água na área impactada, foram obtidas amostras de superfície em drenagens e de água subterrânea por meio de poços de monitoramento. Cinco poços foram perfurados em setembro e outubro de 2006. Para tanto, foi utilizada a sondagem por percussão com jato d’água (Figura 4.3). A água foi encontrada na camada correspondente ao metarritmito fresco nas profundidades de 25, 25, 21, 27 e 31 metros para os poços P1 a P5, respectivamente. A perfuração prosseguiu por mais 1 metro na zona saturada. A localização dos poços está indicada na Tabela 4.1.

Tabela 4.1 – Localização dos poços de monitoramento. Datum: Astro Chuá.

Poço de Monitoramento UTML UTMN ELEVAÇÃO (m) NÍVEL DA ÁGUA (m)

P1 804835 8246829 1102 25

P2 804752 8246764 1101 25

P3 804706 8246647 1091 21

P4 804903 8246729 1096 27

Figura 4.3 – Instalação dos poços de monitoramento na área de estudo por sondagem por percussão com jato d’água. A) Equipamento utilizado nas sondagens; B) Detalhe interno do poço de investigação (chave, tubo de aço de 6”, tubo

geomecânico vedado com rolha de silicone inerte, cadeado e tampa rosqueável); C) Poço instalado.

Figura 4.4 – Projeto do poço de investigação gentilmente cedido pelo Professor José Elói Guimarães Campos.

A B

Amostras de três drenagens próximas a área da cascalheira foram coletadas em três momentos durante o período de chuvas, à aproximadamente 30 cm de profundidade (CETESB, 1988). As drenagens foram denominadas D1 (montante da área de diposição do LETA), D2 e D3 (jusante da área). O período chuvoso foi escolhido devido ao caráter intermitente ou efêmero de D2 e D3, que são as drenagens mais importantes para a avaliação ambiental. As águas subterrâneas foram coletadas mensalmente, de janeiro a dezembro de 2007, com o auxílio de amostradores de polietileno para cada poço. O nível estático do poço foi medido antes da coleta das amostras de água. O branco de amostragem foi retirado para verificar se houveram contaminações do material de coleta.

Os parâmetros pH, temperatura da água, condutividade e sólidos dissolvidos totais (SDT) foram medidos no campo. As amostras de águas superficiais e subterrâneas foram acondicionadas sob refrigeração em frascos de polietileno (para análises físicas e químicas), de polietileno contendo 1,5mL de HNO3/L (para análises de elementos traço) e em frascos esterilizados de vidro (para

análise bacteriológica). O tempo entre a primeira coleta e o início das análises no laboratório foi sempre inferior a 4 horas. No laboratório foram analisadas turbidez, Cl-, K, Na, Al, Ca, nitrogênio de nitratos (NO3-), nitrogênio de nitritos (NO2-), nitrogênio amoniacal, CO2 livre, SO42-, Se, Hg, Sb,

Pb, Ag, Mg, Fe, As, Ni, Cd, Cu, Cr, Mn, Ba, Co, Zn, Li, P, HCO3-, CO32-, alcalinidade total, dureza

total, oxigênio consumido, F-, coliformes totais e coliformes termotolerantes das amostras (APHA- AWWA-WPCF, 1998).

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