4 MATERIAL E MÉTODOS
4.3 EXAMES CLÍNICOS
4.3.1 Coleta de dados
Os exames clínicos foram realizados por 2 examinadores no baseline e após 12 meses de estudo, usando-se o critério de diagnóstico de atividade de cárie (ativa, inativa) e integridade da superfície da lesão (intacta, superfície com descontinuidade, cavidade) (NYVAD; MACHIULSKIENE; BAELUM, 1999). Foram utilizadas fichas específicas para o exame (Apêndice F), e todas as superfícies dos dentes decíduos foram avaliadas, atribuindo-se os seguintes escores:
0 – Sadio: Translucência e textura normais do esmalte (fissuras sadias
podem apresentar ligeira coloração).
1 - Atividade – superfície intacta: A superfície do esmalte apresenta-se
esbranquiçada/amarelada, opaca; sensação de rugosidade quando a ponta da sonda exploradora é movida gentilmente pela superfície, geralmente coberta por biofilme. Nenhuma perda de substância clinicamente detectável. Superfície lisa: lesão cariosa tipicamente
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localizada perto da margem gengival; Sulcos e fissuras: morfologia da fissura intacta; lesão estendendo-se ao longo das paredes da fissura.
2 – Atividade – superfície com descontinuidade: O mesmo critério do
escore 1. Defeito de superfície (microcavidade) localizado somente em esmalte. Ausência de esmalte sem suporte ou assoalho amolecido detectável com sonda.
3 - Atividade – cavitação: Cavidade em esmalte/dentina facilmente visível a
olho nu; a cavidade, quando sondada suavemente, dá uma sensação de toque em uma superfície feita de couro ou de consistência amolecida. Pode haver ou não envolvimento pulpar.
4 – Inatividade – superfície intacta: A superfície do esmalte é
esbranquiçada, acastanhada ou negra. O esmalte encontra-se brilhante, com textura lisa e endurecida, quando a ponta da sonda exploradora é passada gentilmente pela superfície. Sem perda de substância clinicamente detectável. Superfície lisa: lesão cariosa tipicamente localizada a alguma distância da margem gengival. Sulcos e fissuras: morfologia da fissura intacta; lesão estendendo- se ao longo das paredes da fissura.
5 – Inatividade – superfície com descontinuidade: O mesmo critério do
escore 4. Defeito de superfície (microcavidade) localizado somente em esmalte. Ausência de esmalte sem suporte ou assoalho amolecido detectável com sonda exploradora.
6 – Inatividade – cavitação: Cavidade em esmalte/dentina facilmente visível
a olho nu; a superfície da cavidade pode estar brilhosa e endurecida à sondagem com leve pressão. Sem envolvimento pulpar.
7 – Restaurado – sadio
8 – Restaurado – atividade: Lesão de cárie pode estar cavitada ou não. 9 – Restaurado – inatividade: Lesão de cárie pode estar cavitada ou não.
Antes dos exames, cada criança escovou seus dentes para a remoção do biofilme dentário e o exame clínico foi conduzido sob as mesmas condições para as cinco escolas como segue: mesas e cadeiras da escola e um equipo portátil contendo ar comprimido e um dispositivo de sucção (Figura 7) foram alocados em um ambiente com luz natural (como o pátio da escola) e todas as superfícies dos
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dentes decíduos foram registradas usando-se gaze, espelho clínico e sonda exploradora CPI, após a secagem com ar comprimido por 3-5 segundos (Figuras 8- 12).
As crianças foram consideradas cárie-ativas quando tinham, pelo menos, uma ou mais lesões de mancha branca ativa (ANC – códigos Nyvad 1 e 2) ou cavidade (código Nyvad 3 ou 8) e aquelas que não tinham cavidades ou lesões de mancha branca ativa (ANC) (códigos Nyvad 0, 4, 5, 7 ou 9) foram consideradas como cárie- inativas (Figuras 13-16). A progressão ou regressão das lesões foi avaliada por meio dos dados do exame clínico no início e após 12 meses de estudo. As lesões foram consideradas como progressão, quando originalmente se apresentavam como superfície sadia ou lesão de cárie inativa não cavitada (códigos Nyvad 0, 4, 5) e após 12 meses foram reavaliadas como lesão de cárie ativa não cavitada (códigos Nyvad 1 e 2) ou cavidade (códigos Nyvad 3, 7, 8 ou 9 - cavidade não tratada ou dente restaurado) ou quando uma lesão de cárie ativa não cavitada se transformou em cavidade (cavidade não tratada ou dente restaurado). A regressão foi considerada quando uma lesão de cárie ativa não cavitada (códigos Nyvad 1 e 2) foi reavaliada após 12 meses como uma lesão de cárie inativa não cavitada (códigos Nyvad 4 ou 5) ou superfície sadia (código Nyvad 0).
4.3.2 Calibração
A confiabilidade intra-e inter-examinador foi avaliada através do coeficiente Kappa, considerando-se a superfície do dente como unidade. Dentes perdidos foram registrados como não irrompidos ou extraídos. A concordância intra-examinador foi testada pela duplicação de 20 exames por examinador no início e ao final do estudo (k= 0,78) e a confiabilidade inter-examinador também foi avaliada. Vinte crianças foram examinadas no início e ao final do estudo por ambos os dentistas e os valores do kappa foram 0,78 e 0,75, para o primeiro e segundo exames, respectivamente. No exame realizado ao final do estudo, os examinadores eram cegos em relação ao exame clínico realizado no baseline.
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Figura 2 – Kits de escovação para a escola
Figura 3 – Orientações da professora às crianças
Figura 4 – Uso do gel fornecido pelos pesquisadores na escola Tabela 1 – Distribuição das crianças em
função dos dentifrícios utilizados, de acordo com as escolas participantes
azul verde vermelho
Escola 1 22 22 30 Escola 2 13 10 12 Escola 3 34 23 22 Escola 4 14 18 32 Escola 5 21 31 11 Total 104 104 107
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Figura 5 – Kits de escovação para a família
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Figura 7 – Consultórios portáteis (Odontocase, Odontomobile Ind e com Equipamentos Odontológicos, Rio de Janeiro)
Figura 8 – Início dos exames de cárie – escola 1
Figura 9 – Exames de cárie – escola 2 Figura 10 – Exames de cárie – escola 3
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Figura 13 e 14 – Crianças consideradas cárie-ativas: pelo menos uma ou mais lesões de mancha branca ativa (ANC) ou cavidade. Superfície lisa: lesão cariosa tipicamente localizada perto da margem gengival.
Figura 15 e 16 – Crianças consideradas cárie-inativas: sem cavidades ou lesões de mancha branca ativa (ANC). Superfície lisa: lesão cariosa tipicamente localizada a alguma distância da margem gengival.
4.4 AVALIAÇÃO DA FLUORESCÊNCIA INDUZIDA POR LUZ DAS LESÕES DE