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ARTIGO 3 O licenciamento ambiental em minas gerais e seu

2 OBJETIVOS

3.4 Coleta de dados

Para a avaliação dos dados foram utilizados indicadores legais preconizados para a concessão dos licenciamentos ambientais. O princípio a ser trabalhado foi proposto por Pereira (2011), baseado nos critérios do Centro Internacional para Pesquisa Florestal (CIFOR), para indicadores de sustentabilidade de áreas recuperadas.

A proposta do Center for International Forestry Research - CIFOR (1999), utilizada no trabalho supracitado, divide a avaliação de forma hierárquica em Princípios, Critérios, Indicadores e Verificadores, em que:

Princípio: é uma verdade ou lei fundamental tomada como

raciocínio ou ação, sendo que eles fornecem justificativas para os critérios, indicadores e verificadores.

Critérios: é um princípio ou padrão pelo qual alguma coisa

é julgada. São pontos intermediários aos quais a informação fornecida pelos indicadores pode ser integrada e nos quais uma avaliação interpretável se cristaliza.

Indicadores: qualquer variável que pode ser medida com

relação a um critério. Ainda pode-se inferir que indicadores são ferramentas constituídas por uma ou mais variáveis, que

associadas por meio de diversas formas revelam significados mais amplos sobre os fenômenos a que se referem (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE, 2010, p. 10-11).

Verificadores: detalhamento dos indicadores de forma mais

específica, que indiquem ou reflitam uma condição desejada. Podem ser definidos como procedimentos necessários para determinar a satisfação das condições exigidas no indicador envolvido (PEREIRA, 2011, p. 18).

Para Pereira (2011), este modelo de organização hierárquica consegue reunir de maneira compreensiva, coerente e consistente o conhecimento analisado. Assim, é necessário o entendimento da lógica da condição ideal (princípio) e como avaliar se os objetos de estudo (critério, indicadores e verificadores) são satisfatórios para alcançar o princípio, conforme demonstrado na Tabela 1:

Tabela 1 Organização do princípio, critérios, indicadores e verificadores

Princípio: O licenciamento ambiental contribui para o desenvolvimento sustentável

Critério 01:

O licenciamento ambiental contribui para o desenvolvimento sustentável através da elaboração precisa do Estudo e Relatório de Impacto Ambiental – EIA/RIMA

Critério 02:

O licenciamento ambiental contribui para o desenvolvimento sustentável através do cumprimento da legislação específica

1.1 Indicadores 2.1 Indicadores 1.1 Cumprimento do Termo de Referência 2.1.1 Pagamento de compensação ambiental e medidas compensatórias florestais 2.1.2 Apresentação de manifestação prévia dos demais órgãos

envolvidos e participação da sociedade

Princípio: O licenciamento ambiental contribui para o desenvolvimento sustentável

1.1.a) Presença de alternativas tecnológicas e locacionais no EIA, incluindo a possibilidade de não execução do projeto.

2.1.1 a) Pagamento de compensação ambiental conforme Lei Federal 9.985/00

2.1.2 a) Convocação e/ou realização de audiência pública

1.1.b) Identificação e avaliação dos impactos gerados na fase de implantação e operação do empreendimento.

2.1.1 b) Pagamento da medida compensatória conforme Lei Estadual 20.922/13 (MINAS GERAIS, 2013) 2.1.2 b) Apresentação de anuência do IBAMA para intervenção em áreas de cavidades naturais, conforme Resolução CONAMA 347/2004 ou apresentação de Estudo de Relevância conforme IN MMA 02/09. 1.1.c) Definição dos limites da área

geográfica afetada pelos impactos, denominada área de influência, a partir da bacia hidrográfica.

2.1.1 c) Pagamento da medida compensatória conforme Lei Federal 11.428/06 2.1.2 c) Apresentação de anuência do IPHAN para intervenção em patrimônio arqueológico, conforme IN IPHAN 01/2015. 1.1.d) Presença de diagnóstico

ambiental da área contendo informações sobre o subsolo, ar, água, clima, meio biótico incluindo informações sobre a fauna e flora, espécies indicadoras de qualidade ambiental, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente. 2.1.1 d) Pagamento da medida compensatória conforme DN COPAM 73/04 2.1.2 d) Apresentação de anuência do IEPHA, para intervenção em patrimônio cultural, conforme Lei Estadual 11.726/1994 e Decreto Estadual 45.850/2014. 1.1.e) Realização de análise dos

impactos ambientais, incluindo a previsão da magnitude e interpretação dos impactos relevantes, discriminando os impactos negativos e positivos, diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazo, temporários e

permanentes, seu grau de reversibilidade, suas propriedades cumulativas e sinérgicas e a distribuição dos ônus e benefícios sociais.

2.1.1 e) Pagamento da medida compensatória conforme Resolução CONAMA 369/06

2.1.2 e) Apresentação de anuência das unidades de conservação conforme Resolução CONAMA 428/2011.

1.1.f) Identificação das medidas mitigadoras para os impactos negativos, classificando-as quanto à sua natureza (preventiva ou corretiva); a fase do empreendimento em que serão adotados (planejamento, implantação, operação e desativação); ao fator ambiental ao qual se destinam (físico ou biótico);ao prazo de permanência de sua aplicação (curto,

2.1.1 f) Regularização das áreas de reserva legal conforme Lei Estadual 20.922/13 (MINAS GERAIS, 2013)

Princípio: O licenciamento ambiental contribui para o desenvolvimento sustentável

médio ou longo); à avaliação dos custos envolvidos nas medidas mitigadoras e à responsabilidade por sua

implementação (empreendedor, poder público e outros).

1.1.g) Elaboração de programas de acompanhamento e monitoramento dos impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados

1.1.h) Apresentação do Relatório de Impacto Ambiental – RIMA ,com a identificação da equipe responsável pelos trabalhos

Em princípio, foi proposta a utilização dos dados da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais – (CFEM), prevista na Constituição Federal de 1988, Artigo 20 (BRASIL, 1988), por ser uma modalidade de compensação que converte parte dos lucros advindos da mineração em prol da comunidade local, na forma de melhoria da infraestrutura, qualidade ambiental, saúde e educação (BRASIL, 2015). Assim, se esta compensação está sendo paga de forma devida, pode-se inferir que existe uma contribuição real para o desenvolvimento sustentável.

Entretanto, os dados da CFEM não estão compilados de forma unificada nos processos do Departamento Nacional de Produção Mineral ou no seu sítio eletrônico, como os dados do licenciamento ambiental. Assim, não foi possível na temporalidade deste estudo, avaliar também os dados desta compensação.

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