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3.6 PROCEDIMENTOS DE COLETA

3.6.2 Coleta de Dados Propriamente Dita

A coletas de dados seguiram as seguintes etapas:

a) Preenchimento da ficha cadastral

A coleta de dados iniciou-se com o preenchimento da ficha cadastral (Anexo II) que contém informações sobre a data de nascimento, estado civil, massa corporal, estatura, joelho

mais sintomático, perna dominante, medicamentos em uso e doenças associadas, prática de atividade física e tratamentos.

Nesta fase, também, foi realizada a confirmação do grau de comprometimento articular por meio da análise da progressão radiográfica do joelho com osteoartrose do compartimento tíbio-femural seguindo a classificação de Kellgren-Lawrence (Anexo III).

b) Avaliação do comprometimento articular

Na seqüência os sujeitos responderão os itens do questionário womac. Todos os itens do questionário WOMAC, com relação à dor, rigidez articular e funcionalidade foram avaliados através do relatório do próprio indivíduo. A aplicação deste questionário foi realizada sempre pelo mesmo examinador.

c) Dermacação pontos anatômicos

Marcadores reflexivos foram posicionados nos indivíduos sobre as articulações de interesse do hemicorpo correspondente ao membro inferior analisado. Após assepsia da pele visando remover oleosidades e garantir a fixação dos marcadores pela fita dupla-face, os mesmos foram colocados sobre 5 (cinco) acidentes anatômicos, que incluem: acrômio; trocânter maior do fêmur; linha articular do joelho; maléolo lateral; ponto entre a cabeça do 2º e 3º metatarso (Figura 10), conforme protocolos descritos por Frigo et al. (1998) e Hicheur et

al. (2006).

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d) Aquisição dos dados antropométricos

Em seqüência, os sujeitos foram submetidos à verificação de massa, estatura, índice de massa corporal e comprimento de membro inferior, pelo mesmo pesquisador para evitar desvios de medidas, e os dados foram anotados na ficha cadastral.

Na determinação da estatura, o avaliado foi orientado a posicionar-se de costas para a escala do estadiômetro, descalço, com os braços ao longo do corpo, pés unidos, procurando manter as regiões posteriores em contato com o aparelho. A medida foi verificada estando os avaliados em apnéia inspiratória. Os procedimentos antropométricos seguiram as sugestões de Petroski (1999).

O índice de massa corporal foi usado com indicador do estado nutricional, sendo calculado dividindo o peso corporal do indivíduo pela sua estatura ao quadrado (LIPSCHITZ, 1994).

Para a medição do comprimento do membro inferior utilizou-se a fita métrica, com o avaliado posicionado na posição ortostática e o avaliador colocando uma ponta da fita métrica na espinha ilíaca antero superior e a outra no maléolo interno homolateral (HOPPENFELD, 1993).

e) Amplitudes articulares ativas e passivas de tornozelo, joelho e quadril

As análises das medidas de amplitude articular ativa e passiva do quadril, joelho e tornozelo, foram realizadas através das imagens adquiridas com uma máquina fotográfica digital (sony 8.0 mega pixels), proposta por Patla (1993). A câmera fotográfica foi fixada em um tripé posicionada perpendicularmente ao plano sagital do indivíduo, a uma distância de 3 m. Os ângulos foram mensurados no plano sagital, no lado de interesse para o estudo.

Na determinação da amplitude articular utilizou-se o programa de avaliação postural, SAPO® que consiste no registro de fotografias do corpo inteiro do indivíduo em diferentes planos e posturas dos segmentos corporais. Para tal a imagem foi adquirida no instante de máxima flexão ou extensão ativa e passiva dos movimentos. Foram selecionadas as seguintes variáveis para estudo: ângulo de plantiflexão e dorsiflexão do tornozelo, ângulo de flexão do quadril e ângulo de flexão do joelho, conforme ilustrados na figura 11.

Figura 11: Procedimento de avaliação dos ângulos articulares: A – Flexão plantar; B - Dorsiflexão do tornozelo; C - Flexão do quadril; D - Flexão do joelho.

Fonte: GUTH (2009).

Os ângulos de flexão e extensão ativa e passiva (movimento realizado com o auxílio do pesquisador) foram mensurados pelas intersecções das retas adquiridas pela união dos pontos reflexivos dos eixos articulares. A ordem das mensurações angulares das articulações foi de forma aleatória. Todas as mensurações foram realizadas primeiramente no modo ativo, seguindo pelo modo passivo, ambas as situações sem aquecimento. Segue os procedimentos:

Flexão plantar e dorsiflexão de tornozelo: Para determinar a flexão plantar e

dorsiflexão do tornozelo os sujeitos foram orientadas a se posicionar em decúbito dorsal, com os braços colocados naturalmente acima da cabeça, membros inferiores estendidas realizando o movimento. Na mensuração do ângulo de dorsiflexão e flexão plantar foi realizada uma intersecção dos pontos entre o epicôndilo lateral, maléolo lateral e cabeça do 5º metatarso (Figura 11 A e B).

Flexão Quadril: Para medir a flexão do quadril os sujeitos foram instruídos,

verbalmente, a se posicionar em decúbito dorsal, com os membros superiores colocados naturalmente acima da cabeça, perna contralateral estendida e a perna a ser analisada flexionada tentando colocar a coxa sobre o tórax. Para mensuração do ângulo do quadril, foi traçada uma linha imaginária vertical mediana ao tronco se interseccionando com o ponto de referencial do tubérculo maior ao epicôndilo lateral (Figura 11C)..

Flexão Joelho: Para flexão do joelho os sujeitos foram orientados verbalmente a

posicionar-se em decúbito ventral, com os membros superiores colocados naturalmente acima da cabeça, membro inferior contralateral estendido e realizar máxima flexão de joelho do membro inferior analisada. A mensuração do ângulo do joelho foi realizada uma intersecção entre os pontos de referência do trocânter maior, epicôndilo lateral e maléolo lateral (Figura 11 D).

f) Aquisições das Variáveis cinemáticas

Na seqüência procedeu-se a aquisição das imagens através de filmagens bidimensionais utilizando-se uma câmera a uma freqüência de 60 Hz, acoplada a um tripé

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localizado perpendicularmente ao plano do movimento da marcha, a uma altura aproximada de 0,98m do solo. A distância entre a câmera e os sujeitos foi determinada a partir do ajuste do foco, de modo que seja possível verificar uma passada completa do sujeito durante a marcha.

Foram filmadas 5 passagens válidas para as velocidades habitual no piso fixo, 5 passagens válidas em velocidade rápida no piso fixo e 5 passagens válidas para a velocidade 2km/h controlada na esteira. Todas as aquisições foram realizadas considerando o membro mais acometido, considerado aquele de maior comprometimento articular nas análises radiográficas.

Para a aquisição dos dados cinemáticos em velocidade habitual e rápida sobre o piso fixo, os sujeitos realizaram a caminhada com calçado, olhando para frente, uma distância de 10 metros sobre área demarcada no solo do laboratório. Na velocidade habitual os sujeitos caminharam em sua velocidade confortável, como caminham na rua e para a velocidade rápida, os sujeitos foram orientados a caminharem o mais rápido que pudessem. Na sala de avaliação, sensores de tempo constituídos por quatro fotocélulas acoplados a um cronômetro, foram posicionados no centro do percurso a 4 metros de distância uma da outra conforme ilustrado na Figura 4. Assim, no instante em que o feixe do laser foi encoberto por uma parte do corpo do indivíduo caminhando, o cronômetro disparou e após o sujeito percorrer uma distância conhecida e novamente encobrir o feixe de laser o cronômetro travou. Portanto, dividindo-se a distância percorrida pelo tempo, se encontrou a velocidade dos sujeitos.

Para a aquisição das imagens na velocidade controlada (2km/h), pelo fato de nem todos os sujeitos estarem habituados a praticar a caminhada em esteiras ergométricas, foi concedido um tempo de, aproximadamente, 6 minutos para familiarização do sujeito a esteira (BEJEK et al. 2006; ALTON et al. 1988; MATSAS et al. 2000). Para tal, observou-se como indicadores de adaptação, se os sujeitos estavam caminhando livre de apoios, se estavam dirigindo o olhar à frente e se estava dissociando cinturas. Um aumento gradual com incremento de 0,1 km/h a cada 20 s foi executado na esteira até atingir a velocidade de 2km/h. Durante esta etapa os sujeitos foram orientados a executar a marcha inicialmente segurando nos apoios frontais da esteira, soltando gradativamente os braços à medida que estiverem confortáveis deixando-os livres ao lado do corpo. Após adaptação as filmagens na velocidade 2km/h foram iniciadas.

O critério de utilização da velocidade de 2km/h na velocidade controlada em esteira seguiu os critérios definidos no estudo piloto (Anexo VI) e os resultados dos estudos de Bejek

todos os participantes com osteartrose severa, caminhando sem dor e sem perda de coordenação, foi 2 km/h.

Após a filmagem, as imagens obtidas pelas câmeras foram transferidas, gerando arquivo de extensão “.avi”. Os vídeos foram editados através do software InterVideo®

Winproducer™ 3 DVD e transformados em arquivos de vídeo individuais com 1 segundo de

duração (30 quadros) referente a uma passada do membro inferior analisado em cada uma das condições de velocidade.

Foram selecionadas as tentativas e escolhidas a análise de 3 passadas obtidos de 5 (cinco) passadas gravados em cada condição (SEGURA, 2005; WEISS et al., 2008). Nesta seleção levou-se em consideração a melhor visualização dos marcadores reflexivos, e a execução do padrão do andar sem interrupção. Três passadas foram escolhidas e após a normalização desses ciclos foi calculada a média de cada sujeito, conforme o estudo de Mundemann et al. (2004). O início e o fim do ciclo foram determinados por dois contatos consecutivos do mesmo calcanhar com o solo.

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