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3 REVISÃO DE LITERATURA

4.6 COLETA DE DADOS

Conforme Polit et al. (2011), após definição das variáveis, necessita-se selecionar ou destinar ferramentas apropriadas para a operacionalização da coleta de dados.

A coleta de dados ocorreu no período de 04 de julho a 25 de setembro de 2012, sendo que para isso se utilizou as seguintes estratégias:

4.6.1 Instrumentos de coleta

a) Ficha de Acompanhamento (Apêndice B): após a inclusão do paciente na pesquisa, realizou-se (pesquisador) um acompanhamento diário da internação na unidade com a coleta das informações necessárias. São eles: número do prontuário, idade, sexo, diagnóstico médico, tipo de tratamento, origem, data da admissão na unidade, data da alta

da unidade, tempo de internação, tempo de uso do ventilador mecânico, prótese em uso (TOT, TQT ou TNT) e APACHE II.

b) Ficha de Registro de Evento Adverso A (guia de observação e registro na assistência): contemplou-se dados como: número do prontuário, dia e mês da ocorrência do incidente, nível de sedação, prótese em uso (TOT, TQT ou TNT), situação ou momento de ocorrência do INC/EA (higienização, fixação do TOT/TQT, raios-X do leito, mudança de decúbito, aspiração de via aérea, manobra, extubação, ajuste ventilador, rotina ou outros a especificar), INC/EA (lesões traqueais, lesões pele ou lábios, TOT/TQT seletivo, extubação acidental, cuff acima 30mmHg, cuff vazamento, obstrução do TOT/TQT, desconexão acidental, problema com ventilador mecânico, laringoedema, vazamento, obstrução do circuito ou outros a especificar), grau do dano ([1] nenhum, [2] leve, [3] moderado, [4] grave, [5] óbito) (Apêndice C). Essa Ficha de Registro de Evento Adverso ficou disponível em um local determinado no posto de enfermagem e, após o registro (notificação), acondicionada em uma urna específica, também situada no posto de enfermagem. O preenchimento da mesma se deu pelo profissional da equipe de saúde no dia e mês da ocorrência do INC/EA em VMI, o número de prontuário, a prótese em uso, o nível de sedação no respectivo momento, turno da ocorrência, a situação em que ocorreu o INC/EA e o INC/EA propriamente dito com a indicação do grau do dano. Para cada INC/EA ocorrido foi necessário processar o registro numa única Ficha. Após 24 horas de extubação ou remoção do suporte ventilatório invasivo, cessou-se os registros. No caso de reintubação o paciente foi novamente inserido no estudo, atendendo aos critérios de inclusão. As Fichas foram retiradas da urna diariamente pelo pesquisador para processamento dos dados.

c) Ficha de Registro de Evento Adverso B (Apêndice D): para assegurar a captação destes dados, os mesmos também foram coletados pelo pesquisador em prontuário do paciente. Assim, com esta ficha coletou-se as seguintes informações: número do prontuário, dia e mês da ocorrência ou detecção do incidente, nível de sedação, prótese em uso (TOT, TQT ou TNT), situação ou momento de ocorrência do INC/EA,

INC/EA (PAV, atelectasia, barotrauma, volutrauma, atelectrauma) e seu grau de dano.

Em relação a Ficha de Registro de Evento Adverso A e B, cabe enfatizar que foi necessário:

a) Validar o instrumento com três experts quanto à clareza e compreensão das variáveis, forma de apresentação e abrangência de conteúdo (BERTONCELLO, 2004). Para isso, os experts foram convidados via endereçamento eletrônico (e- mail) por meio de carta convite (Apêndice E), resguardando- se um tempo limite para esta manifestação. Surgiram as seguintes sugestões, sendo acatadas pela pesquisa:

− Incluir a prótese em uso “Tubo nasotraqueal”.

− Incluir a opção “Outro” e especificar, no ítem “Em que situação ou momento ocorreu o evento adverso”.

− Incluir a opção “Outro” e especificar, no ítem “Qual o grau do dano causado pelo evento adverso”.

− Retirar as informações sobre “Estado marital”, “Escolaridade” e “Procedência (unidade federativa de origem)”, por não serem considerados fatores de risco e não contribuir na caracterização da população.

− Incluir a opção “sem sedação”, no item “Escala de sedação”.

− Tratar apenas INC/EA imediatos, por não haver tempo hábil de abordar eventos tardios (superior a 24 horas). b) Realizar um pré-teste do instrumento: foi testado pelo

pesquisador em cinco pacientes, durante aproximadamente dez dias. Foi uma oportunidade de avaliar a praticidade e aplicabilidade do material, sendo que esta “amostra” não foi incluída no estudo.

c) Realizar as readequações necessárias: o projeto desta pesquisa contemplava apenas dois instrumentos de coleta: Ficha de Registro de Evento Adverso A e B. Com o pré-teste detectou- se a necessidade de tratar separadamente as variáveis demográficas (idade e sexo), e algumas de internação (diagnóstico médico, tratamento, origem, tempo de internação, tempo de uso do ventilador mecânico, prótese em uso e APACHE II), em uma Ficha de Acompanhamento (em Apêndice B), por serem informações de acompanhamento e não de notificação.

4.6.2 Procedimentos de coleta

Os profissionais da equipe de saúde (enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas e médicos) foram convidados a participar da pesquisa como “coletores de dados”, ou seja, para preencher os dados na Ficha de Registro de Evento Adverso A (Apêndice C). O convite foi efetuado nas passagens de plantão ou troca de turnos de trabalho e por carta convite (Apêndice F). Cabe ressaltar que não foram convidados os acadêmicos de graduação, os residentes de enfermagem e de medicina, devido a elevada rotatividade e ao vínculo e período de trabalho limitado na unidade.

Na sequência foi realizado um momento de orientação inicial nas passagens de plantão, mediante apresentação sucinta do projeto de pesquisa (Apêndice G), no qual se ressaltou sobre a importância do registro (notificação) para melhorar a qualidade da assistência e consequentemente a segurança do paciente, apresentou-se o instrumento (Ficha de Registro de Evento Adverso A) e orientado sobre o seu preenchimento e em seguida dado um tempo para esclarecimento das dúvidas acerca do que foi explanado.

Na sequência está apresentado um fluxograma do processo de registro do INC/EA:

Figura 2 – Representação esquemática (fluxograma) do processo de registro dos

INC/EA em assistência ventilatória mecânica desta pesquisa, Florianópolis/SC, 2013.