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78 Com o passar do tempo passou a dialogar com os adultos, embora desde o

No documento A adaptação em creche (páginas 93-96)

3.1) Análise das observações feitas às crianças

78 Com o passar do tempo passou a dialogar com os adultos, embora desde o

início tenha interagido com todos os elementos do grupo (adultos e crianças). Mostra descontracção em todos os momentos, participando em situações de brincadeira com o adulto com facilidade, principalmente quando a atenção do adulto recai só sobre si (por exemplo, no momento de higiene).

Na segunda observação começa a revelar autonomia. Exemplo disso é a hora da refeição, momento em que se movimenta pelo espaço autonomamente, mostrando conhecimento do espaço e da rotina da sala.

A Marta parece estar integrada no grupo.

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1ª Observação

No momento de chegada registado na primeira observação, o João não mostra vontade de ficar na sala de Creche. Chora, mas este é o único sinal exterior do seu desagrado (“Chega à sala ao colo do pai e com cara de choro. Desce do colo para o chão ainda a choramingar”; “O pai dá-lhe um beijo, ele retribui e o pai vai-se embora”), acabando por se mostrar resignado.

Interage com os adultos, mas só se aproxima deles se precisar de algo ou se for chamado (“não pára de observar a educadora”; “Aproxima-se e aguarda que a educadora lhe dê uma folha e os lápis de cor”; “Olha para o observador”; “volta para a sala, onde se aproxima da educadora para que esta lhe aperte as calças”). Não toma a

iniciativa de iniciar essa interacção.

Adopta a mesma postura com as crianças. Observa-as por longos períodos

(“Mantém-se por longos períodos (15 a 20 segundos) a observar os outros”) e reage quando

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empurrando o André para fora da cadeira”). Ainda assim, parece mais à-vontade na

interacção com adultos do que com crianças.

Durante a refeição não interage com outras crianças, embora se mostre descontraído ao brincar sozinho (“Mete o garfo debaixo do prato, em movimento de vai- vem, a brincar”; “Ele agarra-o e começa a brincar com os dois quartos de maçã que tem no prato. Mexe-os de um lado para o outro e simula o som de carros”; “ Treme com os lábios, pondo-os em vibração e simulando o som de um carro”; “Roda com o prato, deixando a maçã por baixo. Um dos bocados permanece debaixo do prato e ele brinca arrastando-o de um lado para o outro“). Pede ajuda ao observador, continuando a mostrar-se mais

predisposto para comunicar com adultos do que com as crianças, mesmo não tendo confiança com o adulto em causa (“Olha para o observador, aponta para o copo que está no centro da mesa oval e pede água”; “sorri para o observador e pede-lhe a fruta”).

Revela autonomia em várias situações e parece apropriar-se com facilidade dos comportamentos a ter em cada um dos momentos da rotina (“Aguarda confirmação da educadora de que pode ir raspar o prato e quando a recebe (através de um olhar e um sorriso) levanta-se e vai até às bacias onde se deposita a loiça suja. Põe toda a loiça nas bacias correctas”; “Põe o prato na bacia e vai para junto das outras crianças da sala que já estão despachadas e que vão dormir também”).

2ª Observação

Na chegada à sala, o João mostra agrado por ficar na sala e parece bem- disposto (“Chega à sala com a mãe. Despede-se dela depois de sorrir para os adultos da sala e vai para junto de algumas crianças que brincam com jogos de mesa. Senta-se na mesa redonda e começa a brincar”).

Interage com os adultos, mas estabelece uma maior interacção e mostra-se mais comunicativo com as crianças (“Toca a campainha da porta da rua e auxiliar B sai da sala. Levanta-se com o jogo na mão e vai atrás dela”; “começa a brincar sozinho”; “Toca a

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campainha e sai atrás da educadora para ir ver quem é”; “Um menino sentado ao seu lado oferece-lhe uma batata espetada no garfo e ele responde que não acenando com a cabeça. Ri-se para o amigo”; “Ele deixa que a auxiliar C o ajude de bom grado e vai comendo enquanto brinca com as pontas dos dedos”).

Durante a higiene é completamente autónomo (“Sai da sala e vai para a casa de banho. (…) Vai à sanita e quando acaba carrega no botão do autoclismo. Quando a água pára de correr, baixa a tampa. Veste-se ainda dentro da casa de banho, de costas para a sanita, puxando uma peça de roupa para cima de cada vez. Sai da casa de banho e senta-se junto dos outros, no corredor, a aguardar a sua vez de lavar as mãos”) e demonstra

conhecimento da rotina da sala, fazendo o esperado em dado momento da rotina sem que o adulto tenha que lhe dar indicações.

Ao almoço está descontraído (“Entala o cabo do garfo entre as mesas”; “Mastiga rapidamente, não prestando atenção ao que o rodeia. Pousa os dois braços na mesa enquanto mastiga”; “Põe uma batata grande no garfo e vai mordiscando”; “Pousa o garfo no prato e começa a brincar com as pontas dos dedos”), aceitando a ajuda do adulto já no final

da refeição (“Ele deixa que a auxiliar o ajude de bom grado e vai comendo enquanto brinca com as pontas dos dedos”), enquanto interage com outras crianças que estão

próximas de si (“Um menino sentado ao seu lado oferece-lhe uma batata espetada no garfo e ele responde que não acenando com a cabeça. Ri-se para o amigo”).

Parece integrado no grupo e adaptado à rotina da sala.

Comparação

São várias as diferenças verificadas entre a primeira e a segunda observação feitas ao João.

Uma das diferenças é, no momento da chegada à sala, a reacção ao facto de ter que ficar na sala de Creche. Na primeira observação chora, mas na segunda não demonstra qualquer objecção e parece bem-disposto.

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