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combustão espontânea da pirita

No documento Desenvolvimento e impactos ambientais (páginas 49-52)

TAB 1- Municípos selecionados para o Diagnótico de Manejo de rsu-

5- combustão espontânea da pirita

Principalmente devido ao uso na produção de fertilizantes, o Brasil é grande importador de enxofre, situação que tende a se agravar com o desenvolvimento da China. As origens principais são Canadá, EUA, Rússia e Venezuela, em geral resíduo da dessulfurização de petróleo e gás natural. Além do enxofre, o Brasil importa ainda diversos intermediários e produtos finais entre fertilizantes e defensivos agrícolas. Desses insumos, as únicas importações inevitáveis seriam as de cloreto de potássio, considerando-se as imensas reservas canadenses a céu aberto.

O aproveitamento econômico desses resíduos traria grandes vantagens ao país, desde que conduzidas de modo ambientalmente adequado. A recuperação do enxofre gera ainda outro resíduo, o óxido de ferro, dos quais existe um depósito significativo nas antigas instações da ICC– esses depósitos poderiam ser usados em siderurgia.

Considerando o imenso impacto ambiental desses resíduos, o Ministério Público Federal (7) ingressou em 1993 com uma Ação Civil Pública (Nº 93.8000533- 4) con tra as empresas do setor e a União. Recentemente, o processo transitou em jul gado no STJ, tendo sido a União condenada como réu solidário às empresas, com provada inequivocamente a sua omissão na fiscalização e controle ambiental da atividade. A União foi ainda condenada indiretamente por

meio das estatais CSN (Com panhia Siderúrgica Nacional) e ICC (Indústria

Carboquímica Catarinense). Essa sen tença é inédita no país, abrindo precedente para ações similares onde se carac te rize a omissão de órgãos de meio ambiente na fiscalização de atividades impac tantes.

3.2. Fosfogesso

Outro resíduo industrial importante também está relacionado ao ciclo econômico do enxofre: o fosfogesso das indústrias de fertilizantes. As rotas

dominantes no Brasil se baseiam em processos de ataque químico das rochas ricas em fósforo (P), as apatitas, com produção do insumo desejado, o ácido fosfórico, usado nos processos de produção de MAP, DAP(mono e dihidrogênio fosfatos) e outros fertilizantes, com a consequente liberação de grandes quantidades de gesso, pela reação do enxofre do ácido sulfúrico com o cálcio da rocha. São produzidas quatro a seis toneladas de fosfogesso para cada tonelada de P2O5. Atualmente, as indústrias acumulam esse resíduo em grandes áreas de estocagem, completando um ciclo de insustentabilidade.

Apesar de ser um material relativamente inerte, contém traços de outros elementos, como terras raras e materiais radioativos, entre os quais o 222 Rn (radônio). Assim, possíveis aplicações devem avaliar o seu potencial impacto radiológico (8).

Há necessidade de se investir em pesquisas que possibilitem a decomposição econômicamente viável do fosfogesso, regenerando óxido de enxofre para produção de ácido sulfúrico além de óxido de cálcio para produção de cimento. Esse uso é adequado ambientalmente, pois desloca o emprego de calcário – que contribui de modo intensivo para o efeito estufa, uma vez que na indústria cimenteira o calcário passa por um processo de descarbonetação –, gerando grandes quantidades de gás carbônico. Outra alternativa interessante é usar rotas alternativas aos processos de via úmida, como a síntese de termofosfatos a partir da apatita, prescindindo de ácidos minerais e com a vantagem adicional de produzir um fertilizante de caráter alcalino.

Escória de altos-fornos e de aciaria

O maior produtor de aço é o Estado de Minas Gerais, que concentra 70% da produção nacional.O minério de ferro é constituído quimicamente de óxidos de ferro, contendo ainda areia fina como impureza.O ferro gusa (ou de primeira fusão) é o primeiro estágio do processo de redução.

Na siderurgia, o carvão exerce duplo papel:

• como combustível, permite alcançar altas temperaturas (cerca de 1.500 ºC) necessárias à fusão do minério.

• como redutor, reage com o oxigênio que se desprende do minério à alta temperatura, liberando o ferro metálico:

FexOy + y CO ––––- x Fe + y CO2

Forma-se a escória, composta por impurezas como calcário e sílica, que en - con tra aplicação como matéria-prima para a fabricação de cimento. O refino do ferro gusa por intermédio da queima de impurezas e adição de outros componentes (níquel etc.) resulta na transformação em aço (9).

Assim, essse setor industrial produz, como resíduos sólidos, escórias de alto- forno, finos de minério de ferro, finos de carvão vegetal, pós coletados em sistemas de tratamento de gases e resíduos de aciaria. A produção brasileira de escórias de alto forno em 1996 foi de 6,4 milhões de toneladas, sendo 0,7 de resfriamento lento e o restante granulado, o que facilita a reciclagem como aglomerante. Produz-se ainda 3,2 milhões de ton/ano de resíduos de aciaria com teores expresivos de aço residual, CaO, MgOe ? C2S, de natureza instável. Segundo Ângulo, Zordan e John (10), embora grande parte da escória granulada esteja sendo usada na produção de cimento, parte considerável é descartada em aterros. Nas siderúrgicas independentes, para cada tonelada de ferro gusa são gerados 340 quilos de resíduos sólidos, cuja distribuição consta do gráfico abaixo, baseado em dados da Ass. Bras. de Siderurgia (ABS) (11).

6 - Resíduos da indústria siderúrgica

De acordo com a figura 7, embora não seja a destinação principal, o volume de resíduos siderúrgicos aterrados é significativo, pois corresponde a 2.257.900 ton/ano (12).

7 - Destinação dos resíduos siderúrgicos

Entre os usos potenciais desses materiais, pode-se citar: • bases de estradas • produção de cimento • lã mineral • asfalto • agregado de concreto • condicionamento de solos • reciclo para altos-fornos • lastro para ferrovias

No documento Desenvolvimento e impactos ambientais (páginas 49-52)

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