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IGUALDADE ENTRE MULHERES E HOMENS NO TRABALHO, NO EMPREGO E NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL 

6.1.  COMISSÃO PARA A IGUALDADE NO TRABALHO E NO EMPREGO ‐ CITE 

A Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego21 (CITE) é o mecanismo de igualdade  português  exclusivamente  vocacionado  para  prosseguir  a  igualdade  e  a  não  discriminação  entre homens e mulheres no trabalho, no emprego e na formação profissional e colaborar na  aplicação  de  disposições  legais  e  convencionais  nesta  matéria,  bem  como  as  relativas  à  proteção  da  parentalidade  e  à  conciliação  da  atividade  profissional  com  a  vida  familiar  e  pessoal, no setor privado, no setor público e no setor cooperativo.  

A  CITE,  quanto  à  sua  natureza  e  composição,  é  um  órgão  colegial  tripartido,  dotado  de  autonomia administrativa e personalidade jurídica e funciona na dependência do membro do  Governo responsável pela área da economia e do emprego, em articulação com os membros  do Governo responsáveis pelas áreas da igualdade de género e da solidariedade e segurança  social. A sua composição tripartida compreende 4 representantes do Estado, 4 representantes  sindicais (CGTP‐IN e UGT) e 4 representantes patronais (CCP, CIP, CAP e CTP).  

As  atribuições,  composição,  deliberações,  recursos  humanos  e  financeiros  e  funcionamento  encontram‐se atualmente previstas no Decreto‐Lei n.º 76/2012, de 26 de março, que aprovou  a lei orgânica da CITE. 

Este  diploma  prossegue  as  atribuições,  anteriormente  conferidas  pelo  Decreto‐Lei  nº  124/2010,  de  17  de  novembro,  necessárias  à  concretização  do  princípio  da  igualdade  entre  homens  e  mulheres  no  que  se  refere  ao  acesso  ao  emprego,  à  formação  e  promoção  profissionais  e  às  condições  do  trabalho,  nomeadamente  quanto  ao  acompanhamento  das  vítimas de discriminação e, bem assim, quanto à independência da CITE enquanto garante da 

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igualdade  no  trabalho  e  no  emprego,  clarificadas  aquando  da  transposição  da  Diretiva  n.º  2002/73/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de setembro.  

A nova orgânica mantém a atribuição de personalidade jurídica à CITE e, em consequência, a  capacidade  judiciária,  habilitando‐a  ao  acompanhamento  de  vítimas  de  discriminação  em  razão do sexo no acesso e na manutenção do trabalho, no emprego e formação profissional,  como  também  de  pessoas  prejudicadas  por  motivo  de  violação  das  normas  relativas  aos  direitos  de  parentalidade.  São  ainda  garantidas  as  competências  da  CITE  enquanto  entidade  promotora  do  diálogo  social  para  as  questões  da  igualdade  entre  homens  e  mulheres  em  contexto laboral. 

Para  o  cumprimento  da  sua  missão,  a  CITE,  muito  embora  não  disponha  de  um  mapa  de  pessoal próprio, conta com um conjunto de pessoas, na sua grande maioria provenientes do  quadro  do  IEFP,  I.P.,  em  situação  de  mobilidade  ou  cedência,  nos  termos  do  disposto  no  regime  excecional  previsto  no  número  13º  do  artigo  58º  da  Lei  12‐A/2008,  com  todas  as  alterações em vigor.  

Dada  a  falta  de  pessoal  especializado  na  área  da  igualdade  de  género  nos  quadros  da  Administração  Pública,  a  CITE  teve  ainda  necessidade  de  recorrer  à  contratação  de  3  prestadores/as de serviços. Assim, durante o ano de 2011 a CITE contou com a prestação de  trabalho  de  30  pessoas  (incluindo  4  estagiários/as),  das  quais    23  são  mulheres  e    7  são  homens.     Tabela 35 – Recursos humanos da CITE em 2009, 2010 e 2011 por sexo    Dirigente  Técnico/a  Superior  Técnico/   Administrativo/a  Auxiliar  Administrativo/a  Total  2009   Homens  ‐  *2 1 1  4  Mulheres   1  11 ‐ 8  20 Total  1  13 1 9  24 2010   Homens  ‐  *3 1 1  5  Mulheres   1  12 3 2  18 Total  1  15 4 3  23 2011   Homens  ‐  *5 ***3 1  9  Mulheres   2  **16 3 2  23 Total  2  21 6 3  32 Fonte: CITE  Nota: * Um dos trabalhadores encontra‐se de baixa médica em todo o período considerado; ** Inclui 3 estagiárias 

ao  abrigo  do  protocolo  entre  a  CITE  e  a  Universidade  Nova  de  Lisboa;  ***  Inclui  1  estagiário  do  Programa  de  Estágios Profissionais na Administração central (PEPAC) 

 

Ao nível financeiro, as receitas do Orçamento CITE são disponibilizadas pelo IEFP – Instituto do  Emprego  e  Formação  Profissional.  O  valor  é  comunicado  à  CITE,  na  altura  da  publicação  da  Circular  da  DGO,  com  as  instruções  para  a  preparação  do  orçamento  de  estado  para  o  ano  seguinte.  

 

A  CITE  solicita,  por  tranches,  ao  IEFP,  a  transferência  para  o  Tesouro,  do  valor  a  incluir  no  orçamento, de acordo com as despesas efetuadas, tendo em conta que o total não poderá ser  superior ao disponibilizado. 

Relativamente  à  atividade  contabilística  e  orçamental,  a  CITE  não  tem  um  manual  próprio,  segue os procedimentos dos manuais do IEFP e das SG.   Tabela 36 ‐ Recursos financeiros da CITE ‐ Valores do Orçamento Inicial *  Ano  Orçamento/CITE  2009  € 750 020,00  2010  € 750 000,00  2011  € 683 125,00  Fonte: CITE  * Estes valores já refletem as rubricas orçamentais de funcionamento e de projetos comunitários.    6.1.1 PERFIL DOS/DAS UTENTES DA CITE  De acordo com um questionário aplicado, na Linha Verde e no atendimento presencial, aos e  às utentes que recorreram aos serviços da CITE, foi possível caracterizar o seu perfil de acordo  com o sexo, a faixa etária, a escolaridade e a área de residência.  Assim, a população que maioritariamente recorre à CITE são mulheres (74%), entre os 29 e os  39 anos, com licenciatura ou 12º ano de escolaridade, e residentes na área da grande Lisboa.  Gráfico 24 – Perfil dos/as utentes por idade, faixa etária, nível escolar e distribuição geográfica                          Fonte: CITE 

6.1.2 ATIVIDADE JURÍDICA  Comissão Tripartida 

Em  2011,  foram  realizadas  26  reuniões  plenárias  da  CITE  em  que  se  aprovaram  pareceres  prévios,  respostas  a  reclamações  de  pareceres  e  respostas  a  queixas.  É  de  salientar  que  os  pareceres  de  solicitação  obrigatória  à  CITE  (despedimento  de  trabalhadoras  grávidas,  puérperas  e  lactantes,  e  intenção  de  recusa,  por  parte  do  empregador,  da  concessão  de  regimes de trabalho a tempo parcial ou com flexibilidade de horário) têm que ser emitidos no  prazo máximo de 30 dias seguidos. 

 

Pareceres e respostas a reclamações de Pareceres Prévios 

No  decorrer  do  ano  de  2011,  foram  votados  e  emitidos  231  pareceres  prévios  que  correspondem  à  análise  de  244  processos  entrados,  sendo  que  os  pareceres  sobre  despedimentos de trabalhadores e trabalhadoras representaram 56% do volume de trabalho  jurídico. 

Durante o ano de 2011, foram, ainda, respondidas 13 reclamações de pareceres prévios, o que  corresponde a 5,6%, do total dos pareceres emitidos. 

Dos  pareceres  prévios  votados  e  emitidos,  que  correspondem  sempre  a  pedidos  pelas  entidades empregadoras, 18% foram aprovados por maioria dos votos membros presentes nas  reuniões de Comissão Tripartida e, 82%, foram aprovados por unanimidade.  

Dos pareceres prévios votados e emitidos relativos à autorização de horário flexível, em 67%  dos casos a CITE emitiu maioritariamente deliberações desfavoráveis ao pedido das entidades  empregadoras,  sendo  que  em  33%  dos  casos,  emitiu  parecer  favorável.  Relativamente  aos  pareceres  prévios  emitidos  sobre  despedimentos  de  trabalhadoras  grávidas,  puérperas  e  lactantes ou, trabalhadores homens em gozo de licença de parentalidade,  a CITE não se opôs  à  cessação  dos  respetivos  contratos  de  trabalho  em  51%  dos  processos,  por  considerar  afastada  a  presunção  de  falta  de  justa  causa,  conforme  o  disposto  no  nº2  do  artigo  63º  do  Código do Trabalho, emitindo, consequentemente deliberações favoráveis aos pedidos. 

 

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