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No início do século XXI as tecnologias passaram a ser utilizadas, numa perspectiva estruturante de uma nova educação, com o objetivo de expressar a diversidade das culturas e dos processos pedagógicos. Assim as tecnologias colaboram na aprendizagem e através delas os alunos melhoram suas habilidades, associando os saberes já adquiridos e construindo novos.

Logo, subentende-se que o contato com as novas tecnologias favorece e muito a inclusão social e laboral de jovens e adultos, sendo que é o professor quem exercerá o papel preponderante que vai estabelecer essa relação das novas tecnologias com o educando, mas para que o professor seja capaz de integrar a informática nas atividades pedagógicas de forma eficaz, faz-se necessária uma formação especializada.

Sabemos que o adulto quando entra na educação formal tem certas prioridades e preferências em inovar seus conhecimentos. Por isso todo recurso que aumente seu aprendizado, antecedendo o desenvolvimento, será um meio para que o aluno adulto motivado não se desanime no andamento do processo, mas, perceba que seu objetivo está sendo atingido ainda que paulatinamente.

Barros e Carvalho (2011) afirmam que:

O processo de aprendizagem pelo qual o sujeito passa quando está diante de um objeto de conhecimento pode ser observado sob várias concepções, todavia, quando se entende que a aprendizagem é um processo ativo que conduz a transformações no homem, o olhar se desvia para uma orientação em que o processo se estabelece pelas relações, sobretudo, pelas relações sociais. Esta ideia nos remete a Vygotsky (1998), para quem a questão da relação entre os processos de desenvolvimento e de aprendizagem é central.

Mas é o aprendizado que possibilita o despertar de processos internos de desenvolvimento, ou seja, o aprendizado precede o desenvolvimento.

(BARROS; CARVALHO, 2011, p.221)

Embora todos tenham direito básico à comunicação e à educação dos saberes indispensáveis à integração na sociedade informatizada, é necessário que os alfabetizandos adultos disponham de um conhecimento tecnológico que lhes possibilite novos horizontes.

Verifica-se, portanto, que oportunizar o acesso às tecnologias no ambiente escolar é, para a Educação de Jovens e Adultos, um mecanismo de inclusão no mundo digital, sendo rico em conteúdos para serem pesquisados favorecendo a alfabetização, e é um recurso interessante e necessário para além de aprender a ler e a escrever.

As TIC´s tem o potencial de ampliar a capacidade crítica e criativa dos alunos da EJA, principalmente porque são pessoas que tem a perspectiva de serem incluídas como capazes de competir no mercado de trabalho, e serem independentes.

CAPÍTULO 3

ASPECTOS E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta proposta de Trabalho de Conclusão de Curso sistematiza as ações que foram realizadas no contato participativo com os sujeitos, possibilitando a reflexão de questões geradas nas etapas em construção do referido trabalho e o Projeto de Inclusão Digital do GENPEX realizado na Escola Ipê Amarelo do Paranoá é retratado no desenvolvimento do mesmo.

Assim, de acordo com os objetivos, o trabalho se inclui em uma pesquisa de caráter qualitativo em educação, pois se apoia em responder de maneira evidente e eficiente a uma investigação no campo educativo e, como nos afirma Flick (2009, p.

37): “pesquisa qualitativa dirige-se à análise de casos concretos em suas peculiaridades locais e temporais, partindo das expressões e atividades das pessoas em seus contextos locais”.

Os autores Bogdan e Biklen (1994) afirmam que a abordagem da pesquisa qualitativa com observação participante, deve considerar tudo que acontece no ambiente que está sendo investigado, pois isto é imprescindível para clarificar o objeto de estudo.

Logo, de acordo com Flick (2009), a pesquisa qualitativa abrange conceitos que são aprimorados e rebuscados no processo da pesquisa, partindo da ideia de que teoria e prática devem se ajustar uma à outra incluindo a busca de respostas para transformar o mundo, sendo também uma ferramenta da pesquisa social para entendê-lo e produzir conhecimento sobre ele.

A pesquisa foi construída pelo diálogo com os educandos, norteada pelo planejamento coletivo, como também observando as conversas e as impressões dos alunos da turma sobre as aulas de informática oferecidas, pois de acordo com Bogdan e Biklen:

Os investigadores qualitativos frequentam os locais de estudo porque se preocupam com o contexto. Entendem que as ações podem ser melhor compreendidas quando são observadas no seu ambiente habitual de ocorrência. Os locais têm de ser entendidos no contexto da história das instituições a que pertencem. (BOGDAN; BIKLEN, 1994, p. 47)

Segundo Flick (2009), para a produção e análise dos dados gerados na pesquisa qualitativa, nos valemos da inserção na prática, enfatizando os pontos de vista subjetivos dos sujeitos e a reflexão do pesquisador como parte do processo de produção do conhecimento.

Assim sendo, neste trabalho de pesquisa, houve a preferência pelas anotações descritivas dos acontecimentos e relatos orais feitos pelos educandos nas rodas de conversas, durante as atividades no laboratório de informática, na sala de aula e em conversas informais. Para haver uma melhor sistematização de toda a construção do trabalho, estas observações foram pontualmente registradas no diário de bordo, que desde o início do presente trabalho foi sugerido como uma forma de descrevermos nossas impressões sobre o que seria vivenciado.

A pesquisa foi realizada com educandos da Educação de Jovens e Adultos da 1ª etapa do primeiro segmento do Ensino Fundamental, e trata da inclusão digital como parte da prática pedagógica com uma proposta politico-pedagógica de proximidade dos alunos de EJA com a globalização, articulando o sujeito com suas aspirações.

Em conjunto com a observação participante, para uma melhor investigação das práticas realizadas no laboratório de informática, decidiu-se trabalhar também com a técnica de entrevista semiestruturada, que tem caráter qualitativo que, segundo Bogdan e Biklen:

Em investigação qualitativa, as entrevistas podem ser utilizadas de duas formas. Podem constituir a estratégia dominante para a recolha de dados ou podem ser utilizadas em conjunto com a observação participante, análise de documentos e outras técnicas. Em todas estas situações, a entrevista é utilizada para recolher dados descritivos na linguagem do próprio sujeito, permitindo ao investigador desenvolver intuitivamente uma ideia sobre a maneira como os sujeitos interpretam aspectos do mundo. (BOGDAN;

BIKLEN, 1994, p.134)

O instrumento de pesquisa utilizado teve a finalidade de trazer maior clareza das significações particulares de cada educando, uma melhor percepção das diferenças individuais deles e unificar as informações coletadas no trabalho para uma melhor análise dos dados pesquisados.

Na análise de dados, utilizei a análise de conteúdos que é uma técnica de pesquisa para tornar replicáveis e validar inferências de dados de um contexto que

envolve procedimentos especializados para processamentos de dados de forma científica. De acordo com Roque (1999):

A análise de conteúdo constitui uma metodologia de pesquisa usada para descrever e interpretar o conteúdo de toda classe de documentos e textos.

Essa análise, conduzindo a descrições sistemáticas, qualitativas ou quantitativas, ajuda a reinterpretar as mensagens e a atingir uma compreensão de seus significados num nível que vai além de uma leitura comum. Essa metodologia de pesquisa faz parte de uma busca teórica e prática, com um significado especial no campo das investigações sociais. Constitui-se em bem mais do que uma simples técnica de análise de dados, representando uma abordagem metodológica com características e possibilidades próprias.

(ROQUE, 1999, p.2)

CAPÍTULO 4

A EXPERIÊNCIA DO GENPEX NA SALA DE INFORMÁTICA E NA SALA DE AULA NA ESCOLA IPÊ AMARELO DO PARANOÁ.