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Para compreendermos melhor o SAMU e sua composição, fizemos um resgate do seu papel social, sua estrutura e equipe deste serviço.

O SAMU é entendido como uma atribuição da área de saúde, vinculado a uma central de regulação, com equipe e frota de veículos compatíveis com as necessidades da população de um município ou região. Deve contar com a retaguarda da rede de serviços de saúde devidamente regulada, conforme critérios de hierarquização e regionalização formalmente pactuados entre os gestores do sistema loco-regional.

O componente pré-hospitalar móvel, composto pelos Serviços de Atendimento Móveis às Urgências - SAMU-192, foi eleito, pelo governo federal, como primeira ação no enfrentamento às urgências pelo alto potencial de impacto de preservação da vida, capacidade deƎobservatório do sistema e da saúde da populaçãoƎ e capacidade de intervenção nos fluxos

de pacientes urgentes em todos os níveis do sistema, por meio da regulação médica (BRASIL, 2003b).

A Regulação Médica é um neologismo criado para uma nova função e conceito no que concerne à gestão dos fluxos de oferta de cuidados médicos. Consiste em uma forma organizada de responder a toda situação de urgência que necessite de meios médicos a fim de evitar o uso inadequado de recursos. É considerada a gestão do fluxo de oferta de cuidados médicos urgentes de forma harmônica, proporcional, regularizada, de acordo com as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), que tem como finalidade o ato de regular, isto é, guiar, orientar, ajustar, sujeitando a regras, de forma organizada, todas as respostas às situações de urgência em um município ou região (SÃO PAULO, 2001a, b).

A Regulação Médica é ainda o elemento ordenador e orientador do APH e faz o enlace com o nível hospitalar e incluem duas dimensões de competência: a decisão técnica em torno dos pedidos de socorro e a decisão gestora dos meios disponíveis. O profissional médico responsável por essa função tem a competência técnica de julgar e decidir sobre a gravidade do caso que lhe está sendo comunicado por rádio ou telefone, e enviar os recursos necessários ao atendimento. Monitora e orienta também o atendimento realizado por outro profissional de saúde habilitado, por médico intervencionista ou por um popular (pessoa da comunidade). Define e aciona o Hospital de Referência ou outro meio necessário ao atendimento (SÃO PAULO, 2001a, b).

A outra competência do médico regulador refere-se à decisão gestora dos meios disponíveis. Cabe a ele, nesta dimensão, decidir sobre qual recurso deve ser mobilizado frente a cada caso, procurando, dentre suas disponibilidades, a resposta mais adequada (SÃO PAULO, 2000, SÃO PAULO, 2001a, b).

Este atendimento ocorre da seguinte maneira: ao receber o chamado na Central de Regulação, o técnico auxiliar de regulação médica (TARM) faz a recepção, identificando a

chamada. Inicialmente deve-se acalmar o solicitante, anotar sua localização da forma mais precisa possível, com dados detalhados do local, ponto de referência e o motivo da chamada de ajuda, passando o caso imediatamente para o médico regulador. É importante descartar a possibilidade de trote, pois este é um comportamento adotado com muita freqüência pela população, acarretando um comprometimento do fluxo de atendimento.

Ao abordar o caso, o médico regulador deve considerar inicialmente a origem da chamada (via pública, domicílio, serviço de saúde, entre outros) e a natureza do solicitante (leigos, profissionais de áreas afins, profissionais de saúde não-médicos, médicos) enviando a seguir o recurso mais adequado.

Na chegada dos profissionais à cena do evento, deve ser realizada uma avaliação local do acidente ou agravo à saúde considerando que o atendimento às vítimas envolve uma série de ações complexas e diversos fatores agravantes tais como: tipo de acidente, mecanismo do trauma local e número de vítimas, ou, nos casos clínicos, o tipo de patologia envolvida.

O exame da vítima e o atendimento são específicos para cada caso, conforme protocolo previamente estabelecido. A equipe que realizou o cuidado é responsável pela vítima até sua chegada no Hospital de Referência já contatado, para tratamento definitivo. Durante o transporte todos os esforços devem ser feitos garantindo a manutenção da vida, a segurança e a estabilidade. A melhor, a mais segura e rápida rota deve ser estabelecida pelo condutor do veículo de socorro (SÃO PAULO, 2000, SÃO PAULO, 2001b).

Para que o atendimento pré-hospitalar seja de qualidade, é necessária a existência de profissionais escolhidos de forma minuciosa e com alto nível de capacitação em atendimento pré-hospitalar, atendimento de urgência, rádio-comunicação, abordagem sobre o sistema de saúde local, as rotinas do serviço e um perfil adequado e competências específicas.

O trabalho no SAMU é multiprofissional e sua equipe é composta pelo médico, enfermeiro, técnico/auxiliar de enfermagem e o motorista.

O Médico deve ter um perfil que reúna equilíbrio emocional e autocontrole, capacidade para trabalhar em equipe, iniciativa e facilidade de comunicação, destreza manual e física para trabalhar em unidades móveis, comprometimento com o serviço e as diretrizes do SUS, criatividade, responsabilidade, bom senso.

Este profissional ainda deverá possuir competências para julgar e decidir sobre a gravidade de um caso, enviar os recursos necessários, exercer a regulação médica do sistema, conhecer a rede de serviços da região, obedecer às normas técnicas vigentes no serviço, prestar assistência direta aos pacientes nas ambulâncias de suporte avançado, realizando os atos médicos possíveis e necessários em nível pré-hospitalar, exercer o controle operacional da equipe assistencial, garantir a continuidade da atenção médica ao paciente grave, obedecer ao código de ética médica.

O Enfermeiro necessita ter equilíbrio emocional e autocontrole, capacidade para trabalhar em equipe, iniciativa e facilidade de comunicação, disposição para cumprir ações orientadas, destreza manual e física para trabalhar em unidades móveis, comprometimento com o serviço e as diretrizes do SUS, criatividade, responsabilidade, bom senso.

Quanto às suas competências, o enfermeiro deve estar apto a supervisionar e avaliar as ações de enfermagem da equipe no APH móvel, executar prescrições médicas por telemedicina, prestar cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica a pacientes graves e com risco de vida, que exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas. Deverá também prestar a assistência de enfermagem à gestante, a parturiente e ao recém nato, realizar partos sem distócia, participar nos programa de treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde em urgências, particularmente nos programas de educação continuada, fazer controle de qualidade do serviço nos aspectos inerentes a sua profissão, subsidiar os responsáveis pelo desenvolvimento de recursos humanos para as necessidades de educação continuada da equipe, obedecer a Lei do Exercício

Profissional e o Código de Ética de enfermagem, conhecer equipamentos e realizar manobras de extração manual de vítimas.

O Técnico/Auxiliar de Enfermagem deve ser maior de dezoito anos, ter disposição pessoal, capacidade física e mental para a atividade, equilíbrio emocional e autocontrole, capacidade para trabalhar em equipe, disposição para cumprir ações orientadas.

Em relação às competências desses profissionais, eles devem auxiliar o enfermeiro na assistência de enfermagem, prestar cuidados de enfermagem a pacientes sob supervisão direta ou à distância do profissional enfermeiro, observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas, ao nível de sua qualificação, ministrar medicamentos por via oral e parenteral mediante prescrição do médico regulador por telemedicina, realizar manobras de extração manual de vítimas.

O Motorista deve ser maior de vinte e um anos, ter disposição pessoal para a atividade, equilíbrio emocional e autocontrole, habilitação profissional como motorista de veículos de transporte de pacientes, capacidade para trabalhar em equipe.

Suas competências são as seguintes: conduzir o veículo de urgência destinado ao atendimento e transporte do paciente, conhecer o veículo e seus equipamentos, realizar a manutenção do veículo, comunicar-se com a central de regulação médica e seguir suas orientações, conhecer a malha viária local, como também a localização dos estabelecimentos de saúde locais, auxiliar a equipe de saúde no suporte básico de vida, nas imobilizações e transporte de vítimas (SÃO PAULO, 2000, SÃO PAULO, 2001a, BRASIL, 2002b, BRASIL, 2003b).

4 REFERENCIAL TEÓRICO

Transcorremos neste item acerca dos fundamentos da Teoria da Motivação e sobre a satisfação no trabalho da enfermagem, que serviu de suporte teórico para esta pesquisa; por fim, trouxemos para conhecimento algumas pesquisas sobre satisfação no trabalho de enfermagem que tivemos acesso e os instrumentos de medida de satisfação profissional no campo da enfermagem.

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