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] Como te falei antes a gente prioriza um grupo pequeno e ativo do que um grupo grande mas que nem todos se conheçam bem, que possa gerar

atrito. Então o nosso foco hoje, pode ser que mude no futuro, mas hoje é

de ampliar, ir ampliando o quadro de associados aos poucos. A rede tem

um monte de atividades e é preciso que todos se envolvam pra que de

certo. Então se ampliarmos vamos ter mais gente pra ajudar.[...]. (R5E2).

O quadro a seguir apresenta os antecedentes, as práticas e os resultados obtidos pelos associados entrevistados na pesquisa.

Quadro 8 - Análise da interação

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este capítulo traz as conclusões da dissertação. Primeiramente, discute-se o objetivo geral para, em seguida, serem apresentadas as implicações teóricas e práticas do estudo. Finalmente, apresentam-se as limitações do trabalho e são feitas sugestões de estudos futuros.

5.1 Contribuições Do Estudo

O objetivo geral desta dissertação era o de analisar as práticas de gestão utilizadas pelas cinco redes de cooperação melhores classificadas no ranking estabelecido pelo grupo GeRedes, dentre as redes participantes do Programa Redes de Cooperação do governo do RS. Para que este objetivo fosse atingido, foi necessário analisar qualitativamente as entrevistas dos associados das redes pesquisadas. Conforme pode ser observado no capítulo anterior, essa análise foi feita e dela foram extraídas diversas práticas de gestão utilizadas pelas redes do escopo da pesquisa de acordo com cada elemento de gestão escolhido para a análise.

Conclui-se que, ao apresentar os antecedentes que permitiram identificar as práticas, assim como a apresentação dos resultados obtidos por meio da aplicação destas práticas, o objetivo geral da dissertação foi atingido de maneira satisfatória. As entrevistas utilizadas para confirmar a existência de práticas de gestão nas redes de cooperação do RS validaram o trabalho desenvolvido durante a análise. A

metodologia aplicada foi o estudo de caso, de natureza exploratória, que, de acordo com Richardson (1999), busca conhecer as características de um fenômeno para procurar, posteriormente, explicações das suas causas e consequências. Para a realização deste trabalho, foi utilizado o método qualitativo, por se caracterizar como aquele que permite um maior aprofundamento do objeto de estudo conforme Lakatos e Marconi (2004). A pesquisa qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano. Malhotra (2001) mostra que este método tem como características essenciais a utilização de uma amostra normalmente pequena e não- representativa da população.

Para que este estudo obtivesse uma base científica que o sustentasse, foi necessária uma revisão literária fundamentada em conceitos de redes de cooperação como formação organizacional, bem como os de utilização de práticas de gestão em redes de cooperação com autores como Balestrin e Verschoore (2008), Todeva (2006), Oliver e Ebers (1998), Jarillo (1988), Nohria e Eccles (1992), Grandori e Soda (1995), Gulati (1998), Olson (2011), Provan e Kenis (2007). Evidenciou-se que existem várias tipologias de redes de cooperação, mas que nenhuma rede é igual à outra, mesmo que estejam fundamentadas com os mesmos conceitos, utilizando as mesmas regras de conduta, as mesmas características de coordenação, os mesmos processos e as mesmas ferramentas de interação.

5.2 Implicações Teóricas E Práticas

Durante o processo de criação do presente trabalho, foram examinadas ideias, concebidas teorizações e salientadas evidências que se empenharam em colaborar tanto para a área acadêmica quanto para a área organizacional. As contribuições deste trabalho para a gestão podem ser úteis pelo fato de ter apresentado um conjunto de práticas que podem ser adotadas por redes de cooperação, mesmo que a multiplicidade de opiniões e sugestões em função do que é fundamental para gerir arranjos colaborativos seja ampla. Por meio de ações coletivas, as redes de cooperação conseguiram obter resultados satisfatórios utilizando práticas de gestão adotadas por todos os membros da rede.

Outros resultados que podem ser de interesse de gestores, consultores e empresários participantes de redes de cooperação é que se percebe, no estudo, o uso dos elementos de gestão de forma bastante prática, no intuito de sempre buscar o aprimoramento dos processos da rede. Há aqui um grande referencial teórico que pode ser usado para aplicação imediata em qualquer rede de cooperação.

Em relação à área acadêmica, o que se percebe é um enorme apanhado de práticas de gestão implementadas e organizadas em um estudo científico único na academia. Com efeito, esta dissertação demonstra claramente como as redes se organizam para buscar soluções conjuntas, transformadas em práticas de gestão que podem ser avaliadas e implementadas de forma organizada e sistematizada. O quadro a seguir evidencia as melhores práticas adotadas pelas redes de cooperação pesquisadas de acordo com cada elemento de gestão.

Quadro 9 - As melhores práticas de gestão

Fonte: Elaborado pelo autor. 5.3 LIMITAÇÕES DO TRABALHO

As limitações deste estudo resumem-se às seguintes:

1) Devido às análises das entrevistas terem sido realizadas em apenas cinco redes, utilizando uma amostra de três membros de cada rede, a visão dos elementos de gestão e das práticas de gestão das redes está circunscrita a

esta amostra. Dessa forma, não é possível obter uma percepção total das 50 redes pesquisadas, o que demandaria uma análise mais trabalhosa da situação planejada. Assim, fica impossível generalizar os resultados, devido ao caráter não-probabilístico da amostra.

2) Apresente dissertação enfatiza os aspectos objetivos das práticas de gestão das redes pesquisadas, deixando, em segundo plano, questões subjetivas, como relações sociais, o poder relacional e a confiança; apesar de ter tratado da interação entre os agentes das redes. Ou seja, não se deve ignorar que cada empresa tem características que a distinguem das outras e redes consideradas modelos no que tange à implementação de práticas de gestão podem ser associados com baixo desempenho, juntamente com outros que obtêm alto desempenho.

3) A utilização de um questionário, o que apresenta algumas desvantagens, como o índice de respostas inferior a outros métodos. A despeito da simplicidade de responder a perguntas fechadas, elas possuem algumas perspectivas desfavoráveis que acarretam algumas limitações ao estudo.

5.4 Sugestões De Pesquisas Futuras

Pelo resultado deste trabalho, espera-se que novas pesquisas surjam para complementar as lacunas teóricas existentes nos estudos de relações

interorganizacionais e, notadamente, nos estudos de redes de cooperação entre empresas. As contribuições apresentadas buscam estimular as reflexões sobre as práticas de gestão de redes de cooperação. Levando em consideração que a presente dissertação não esgota o assunto abordado, é necessário sugerir algumas pesquisas futuras, como a criação de estudos comparativos entre as demais redes de cooperação do programa. Outra sugestão, seria a necessidade de estudos para a compreensão do nível de cooperação entre as empresas pesquisadas, visto que as redes de cooperação são o resultado das decisões de seus próprios associados. São eles que criam, definem e instituem as regras de convívio, que controlam as ações dos próprios empresários.

A expectativa é de que as discussões e os resultados empíricos deste estudo cooperem com o desenvolvimento de milhares de redes de cooperação entre empresas existentes no Brasil. Espera-se que estas redes estejam aptas a crescer e se estabelecer no mercado, já que são as pequenas e médias empresas as maiores geradoras de emprego e renda no país. Ao atuarem em rede, elas têm maiores chances de adquirir os benefícios econômicos das grandes empresas, mas mantendo as vantagens das pequenas empresas.

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