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70 Como vemos o art 14 da LDB, esta corrobora com a exposição descrita, versando sobre a

participação da comunidade escolar, propondo que sejam exercidos os papéis de acordo com os princípios legais.

Para a investigação do corpus desta pesquisa, elencamos dados concernentes às políticas públicas, à relevância popular no processo de controle, deliberação, gestão democrática e democratização participativa, como forma de embasar nossas assertivas na construção deste artigo. Esta temática foi angariada devido ao fato de sabermos das várias problemáticas existentes na aplicabilidade e fiscalização das políticas públicas educacionais no Brasil. Somando-se a isso, salienta-se a democratização participativa das escolas públicas na atualidade, em que pouco vemos uma comunidade ser partícipe no processo de gestão, como também do ensino-aprendizagem de uma escola. Ao observarmos essas transformações imputadas na gerência de uma escola democrática, percebemos os fatores intrínsecos que fizeram esta mesma escola ser o modelo de espaço cidadão e de igualdade para os que dela fazem parte. Nesse sentido, perceber esse universo e como se dá suas mudanças no âmbito da gestão escolar, é o que nos impulsiona na investigação dessa temática.

A deliberação popular não se abstém de lutar por melhorias que favoreçam o conjunto. Contanto, para que esse modelo seja de fato implementando nas escolas e se torne padrão, não é o suficiente apenas determinar leis, é preciso do trabalho e colaboração dos educadores, o gestor frente à escola precisa estar conscientizado da importância disso e ter o devido preparo para pôr essas ações em prática. O processo de democratização em uma escola não se dá de forma fácil e espontânea. O gestor terá que ter habilidade nas relações de poder para proporcionar o avanço nos processos democráticos. É preciso um esforço humano permanente para que os encaminhamentos das decisões sejam em função de um grupo e não de indivíduos.

Para que o gestor possa desenvolver o exercício da gestão democrática precisará de determinação, pois são muitos desafios a enfrentar diariamente para a manutenção e desprendimento porque em uma democracia o poder é dividido com todos os que fazem parte daquele determinado contexto histórico.

Construir uma democracia plena em nosso país de maneira que permita ao cidadão participar efetivamente de todas as decisões que lhe diz respeito, abrangendo o conjunto de relações sociais a qual envolve toda a sua vida, é o grande desafio que se apresenta para nós nesse início de século. Assim, se faz necessário investir nas formas democráticas de gestão que hoje e dentro dessa nova conjuntura, deixa de ser uma opção a mais para a escola e passa a ser uma necessidade à sua existência, haja vista que uma sociedade que escolhe a Democracia como seu valor por si mesmo, não poderia jamais conviver com uma escola democrática. Portanto, o terceiro milênio chegou e, com ele, um conjunto de transformações em andamento, um conjunto de aspirações e desafios que exigem respostas imediatas, e entre estas, a Democracia, que precisa ser implantada de forma plural, que envolva toda estrutura social.

Somando-se a isso, a comunicação é a base nos processos democráticos, por isso é imprescindível que as nossas relações, quer na vida social como um todo, quer no cotidiano, é necessário que seja plena e líquida. Compor uma democracia é estar numa sociedade cujos cidadãos agem comunicativamente no mundo em coletivo e de forma individual, sempre com respeito às idiossincrasias. Uma sociedade é genuinamente democrática se os seus cidadãos agem de acordo com procedimentos racionais também em sua vida cotidiana.

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CONCLUSÕES

Nesse contexto, entendemos que gerir é tomar decisões, um outro aspecto importante em uma gestão democrática, além de sobre o que as decisões são tomadas, é quem toma as decisões. A importância disso se dá no fato de que os interesses se intercruzam, tanto dos dirigentes quanto da sociedade no geral, o que pode gerar conflitos. Deste fato, também se sedimentou, por muito tempo, a atitude natural sem questionamentos de aceitação de uma hierarquia de poder. No topo dessa hierarquia, encontram-se os pequenos grupos que decidem sobre as grandes orientações da educação. É assim nos sistemas escolares, mas também é assim na educação familiar e naquela praticada pelos meios de comunicação de massa.

É importante entender democracia como um conceito utópico, no sentido em que ele baliza nossa compreensão da política, mas não pode ser entendido como um termo capaz de dar conta do mundo concreto e real. É por esse motivo que não existe no mundo contemporâneo uma democracia exatamente igual à outra. Todos os países ou sociedades ditas democráticas criam ou conseguem estabelecer um processo democrático específico dentro de suas condições históricas e materiais. Além disso, outro problema para o termo democracia é o peso ideológico com que ele foi carregado pelas principais democracias ocidentais, de forma a entendê-lo de acordo com os seus interesses econômicos e políticos. Nesse sentido, há entre os países contemporâneos uma variedade muito grande de processos democráticos.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição Federal de 1988. Supremo Tribunal Federal, 2020. Disponível em: < encurtador.com.br/beCX4> Acesso em: 19 set. 2020.

BRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional (LDB), 2017. Disponível em: <encurtador.com.br/jmtQ0> Acesso em: 18 set. 2020.

DWORKIN, Ronald. Levando os direitos a sério. Traduzido por Nelson Boeira. São Paulo: Martins Fontes, 2002. Coleção direito e justiça.

SEBRAE. Políticas Públicas Conceitos e Práticas. Serie Políticas Públicas, v. 7, Minas Gerais, 2008.

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RESUMO XV

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A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO EM PIERRE BOURDIEU: