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A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos

onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes:

I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho; II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles;

III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança; IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.

Evidente retrocesso, pois a Lei nº 8971/94 – assim como a Lei nº 9278/96 – caminhavam no sentido da equiparação entre o companheiro e o cônjuge (inclusive para efeitos sucessórios);

Tenha-se em conta que a “base de cálculo” da participação do companheiro corresponde “aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável”;

Presentes descendentes, a quota do companheiro será: Equivalente à do filho comum;

Da metade da quota dos descendentes somente do autor da herança;

Diante de outros parentes (ascendentes ou colaterais), direito do companheiro à terça parte do “acervo hereditário” (base de cálculo peculiar – compreendendo-se os “bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável”);

Inexistindo parentes sucessíveis, atribuição da integralidade do “acervo hereditário” ao companheiro supérstite;

Observe-se, pois, que à vista da “base de cálculo” estabelecida no caput do artigo 1790 CC, na ausência de testamento – e de parentes sucessíveis na forma da sucessão legítima (artigo 1829 CC) – os bens não albergados pela base de cálculo hão de ser considerados vacantes;

Além disso, controvérsia sobre a revogação do direito real de habitação do companheiro – previsto no artigo 7º, parágrafo único da Lei nº 9278/96 – pelo artigo 1790 CC (regulação integral e silêncio eloquente);

Base de cálculo incide somente sobre os bens adquiridos na constância da união estável. 10/04/2017 – JOYCE

HERDEIROS NECESSÁRIOS Artigo 1845 à 1850

Artigo 1845 – São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.

Vocês devem perceber que dentre os diversos herdeiros legítimos (descendentes, ascendentes, cônjuges e colaterais), os únicos que, na verdade, não são necessários são os colaterais, ou seja, o

34 afastamento dos colaterais não depende de qualquer espécie de causa deserdação ou de exclusão. Na verdade, as causas de exclusão (caem na prova – Artigo 1814) que estudamos, elas são clausulas, inclusive, de deserdação. Além de algumas outras que estudaremos no próximo bimestre (artigos 1961 e seguintes).

Então, os herdeiros necessários do artigo 1845 precisam ser deserdados (descendentes, ascendentes e cônjuges), ou seja, apenas e tão somente os colaterais são legítimos, mas não necessários. Os conjuntos dos herdeiros legítimos é maior que o conjunto dos herdeiros necessários.

OBS: Vejam que no código de 16 o cônjuge não era herdeiro necessários. Só teve a posição de herdeiro necessário com o código de 2002.

Artigo 1846 – Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima.

O que é importante vocês guardarem é que se trata de conjunto de disposição cogentes, ou seja, não podem ser contornadas, e a única forma de eu evitar a aplicação da legítima é buscando o reconhecimento da exclusão ou da deserdação daqueles que tenham falta de legitimação. Lógico que existe a possibilidade do herdeiro não querer absolutamente nada e então ele se afasta voluntariamente, ou também existe a hipótese do “herdeiro” vir a falecer antes sucedido “de cujus”. Então os seus desenteses podem ter o direito de representação. Guardem isso, pois iremos estudar ainda hoje...

Se compreende que a cota legitimaria seria uma espécie de afetação ou violação ao direito de propriedade, porque como se estuda no Artigo 1818 o proprietário pode usar fruir, dispor... assim percebemos que ele pode fazer o que bem entender com o que lhe pertence. Então se tenho um imóvel, posso demolir? A partir de agora é sempre “em princípio, sim” No entanto, pode existir alguma espécie de restrição administrativa... Mas não é tão somente alguma restrição de direito público, pode ser uma restrição de direito privado.

Artigo 1847 – Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucessão, abatidas as dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em seguida, o valor dos bens sujeitos a colação.

Como calcula-se a devida da legítima? Em primeiro lugar, o legislador simplesmente não mencionou o que era principal, o momento no qual vai incidir o ITCMD.

Atenção, primeiro eu indico quais são os bens comuns; pratico a primeira divisão (o cônjuge não é herdeiro necessário. Nesse primeiro momento, ele é meeiro e sob a meação não incide ITCMD); e discriminada a meação, ai sim eu vou adotar os procedimentos previstos no Artigo 1847.

Depois que sei das dívidas, vou ver onde incide o tributo e vou efetivamente abater as chamadas despesas do funeral.

Então... dívidas, despesas funerais e também o tributo deve ser abatido e ai então só no final que efetivamente vou começar a ratear essas importâncias. Mas, não posso esquecer o indivíduo, por isso que a gente fala em liberalidade. O que pode ser submetido a encargo ou modo? Ora, doações e testamento (heranças e legados). A doação provoca liberalidade entre vivos. Já o testamento só promove o benefício do favorecido após a morte do de cujus.

Aqueles bens que foram doados a um descendente que estava com dificuldades, em regra, esses bens precisarão ser objeto de colação.

O que é colação? Depois da abertura da sucessão, aquelas doações que foram recebidas antecipadamente pelos sucessores das mãos do próprio “de cujus” elas precisam ser apresentadas para que sejam imputadas à sua legítima.

Mas professor, não dá pra imputar isso na parte disponível? Dá pra imputar se houve a chamada dispensa de colação no momento da doação. Pode doar alguma coisa enquanto vivo? Pode, como entre pai

35 e filho, não precisa concordância do cônjuge, mas não havendo dispensa de colação, depois de aberta a sucessão, precisa efetuar a colação para que aquele bem seja considerado uma “antecipação de legítima”.

Quanto ao cálculo da participação de cada herdeiro necessário, depois de feito todos esses procedimentos, posso definir a metade disponível e a cota legitimaria. Após isso, vamos acrescentar na cota legitimaria os bens que tenha sido recebi doados antecipadamente pelos donatários. É possível, no entanto, que haja a chamada dispensa de colação. O código de 16 não admitia a chamada dispensa de colação.

Artigo 1848 – clausulação de bens – Salvo se houver justa causa, declarada no testamento, não pode o testador estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade, sobre os bens da legítima.

§ 1o Não é permitido ao testador estabelecer a conversão dos bens da legítima em outros de espécie diversa.

§ 2o Mediante autorização judicial e havendo justa causa, podem ser alienados os bens gravados, convertendo-se o produto em outros bens, que ficarão sub-rogados nos ônus dos primeiros.

Em matéria de disposições testamentárias, eu posso clausular os direito que são previstos aos sucessores. As 3 clausulas mais corriqueiras são: inalienabilidade, incomunicabilidade e impenhorabilidade. A clausulabilidade é uma exceção, pois é uma restrição ao sujeito de dispor dos bens da forma que ele bem entender. Essas cláusulas tem o objetivo de preservar os interesses do próprio herdeiro, para que ele não fosse ludibriado por credores, conjunge etc. No código de 16 havia a possibilidade de conversão dos bens, mas apenas depois de aberta a sucessão.

Conforme caput, para essa clausulação, SALVO se houver justa causa. Isso significa que as cláusulas somente poderão ser apostas às legítimas em casos excepcionais e havendo fundamentação, pois se os motivos não forem justos, a clausula é ineficaz.

EX digo que o motivo é porque minha filha é viciada em jogo. No entanto a mesma faz prova cabal de não é verídico, assim torna-se ineficaz as cláusulas.

Artigo 1849 – O herdeiro necessário, a quem o testador deixar a sua parte disponível, ou algum legado, não perderá o direito à legítima.

Os herdeiros tem uma vocação por força de lei e uma vocação por força de negócio jurídico.

Artigo 1850 - Para excluir da sucessão os herdeiros colaterais, basta que o testador disponha de seu patrimônio sem os contemplar.

Na verdade, não é por que basta o testamento.

EX. Não quero que minha irmã herde meus bens, ok. Então basta deixar em testamento? É certeza que não vai receber? Se o testamento for nulo, caducar, anulado, extraviar? tão eventualmente, ainda que esteja em testamento, não é certo. Por isso a deserdação.

Artigo 1851 – Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse.

No caso de representação, se deixar de aplicar uma regra importante na sucessão legítima, que prevalece recepcionada, na sucessão pelos descendentes; que prevalece trasmissionada na transversal colateral; e prevalece irrestrita na sucessão por ascendentes. ATENÇÃO QUE ISSO VAI CAIR NA PROVA!! Que regra é essa? Os parentes mais próximos excluem os mais remotos. Isso se observa sem restrições na sucessão pelos ascendentes.

36 Então, se eu tenho ascendente de primeiro grau, os ascendentes de segundo ou terceiro grau não recebem nunca!!! Não existe direito de representação na linha ascendentes, mas na linha descendente e na linha colateral, pode haver direito de representação para que os descendentes e o “herdeiro premoriente”. Premoriente, por que? EX meu pai vem a falecer e somos em três irmãos, Ana, Bia e Caio. Caio seria herdeiro, mas morreu antes do meu pai. Nesse caso, a rigor, a sucessão se reparte entre mim e minha irmã, mas Caio deixou um filho, meu sobrinho. Mas professoressor Caio é descendente de segundo grau. E eu e minha irmã somos descendente de primeiro grau. Então se os mais próximos não renunciam, ficam os mais próximos, correto? Sim. Mas, não se esqueçam que existe o direito de representação. Então ai os descendentes do meu irmão, ou seja, Caio, podem herdar, mas eventualmente até o neto do meu irmão pode concorrer.

Isso também se verifica na sucessão pelos colaterais.

EX. então vamos supor que eu venha falecer, e meus pais já faleceram, minha esposa já faleceu, e também não tenho descendentes. Mas tenho colaterais, 3 irmão vivos e um premoniente e daí esse premoniente me deixou um sobrinho, ou seja, tinha um filho. Meu sobrinho é meu colateral de terceiro grau e meus irmão são colaterais de segundo grau. Via de regra, os colaterais de segundo grau, afastam os de terceiro, mas os sobrinhos podem concorrer à sucessão, eventualmente.

Então, o que vem a ser o direito de representação? É uma espécie de favor legis “uma espécie de benefício” concedido aos descendentes que, ordinariamente, não teriam aptidão a concorrer com os seus colaterais. Seja no âmbito da sucessão dos ascendentes, seja no âmbito da sucessão dos seus próprios tios. Assim, eles não poderiam concorrer com os colaterais, porque estão na linha descendentes, e ascendente prevalece, e não poderiam concorrer, via de regra, com seus próprios tios no que diz respeito a partilha do que foi deixado pelo tio. Mas graças ao favor legis ele pode representar o seu ascendente premoriente.

Quem é o ascendente premoniente? É o PAI que acabou falecendo antes do de cujus. Ótimo! Então é uma hipótese de substituição legal, o substituto também deve ter legítima ação, assim como o próprio substituído.

EX. fulano que matou o próprio pai. Ele pode ser excluído pelo próprio irmão, mas o que acontece com sua vocação hereditária? Ela será distribuída aos sucessores, como se o excluído tivesse morto. No caso, o excluído, não tinha efetivamente legitimação. Mas os descendentes do excluído, eles têm que ter legitimação? Sim, não basta a legitimação do substituído, é necessária a legitimação do substituto.

EX. O neto atentou contra a vida do avô e o avo não morreu (homicídio tentado), mas veio a falecer depois, mas quando o avô veio a falecer o pai do neto já estava falecido. Então o neto pode representar o papai premoriente? Não pode! Porque nesse caso ele não está em direito próprio, está representando, mas não tem legitimação, por conta do homicídio tentado. Então não pode se beneficiar.

REQUISITOS DO DIREITO DE REPRESENTAÇÃO (cai na prova):

1 – que o representado tenha falecido antes do de cujus; OBS: se falece depois, tem que ver se ele aceitou ou denunciou. Se ele morreu ser ter aceito ou sem ter denunciado, o poder de aceitação passa aos sucessores, salvo exclusão.

2 - o representante deve descender do representado;

3 – a legitimação deve ser ostentada não somente pelo substituído mas também pelo substituto;

4 – não posso representar meu avô, se antes meu pais está vivo. Não posso representar meu bisavô, se antes, meu avô, e meu pai estão vivos. Não posso saltar ninguém que ainda esteja na cadeia.

37 Falamos na aula anterior, esse excepcionalmente se admite o direito de representação de modo que o descendentes representem seus ascendentes premorientes, no concurso de uma sucessão ao ascendente comum.

Artigo 1853 – Na linha transversal, somente se dá o direito de representação em favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem.

Aqui já tínhamos estudado no Artigo 1840, então os sobrinhos concorrem com seus primos, pela herança deixada pelo um outro tio falecido. Então é uma espécie de representação do colaterais.

Artigo 1854 – Os representantes só podem herdar, como tais, o que herdaria o representado, se vivo fosse.

Como “tais”, eles precisam aceitar a legitimação e eles precisam se portar como se fossem o representado.

Artigo 1855 – O quinhão do representado partir-se-á por igual entre os representantes.

Nesse caso, os representantes receberão exatamente a mesma importância em relação aos outros. Logico, que pode haver alguma alteração.

Artigo 1856 – O renunciante à herança de uma pessoa poderá representá-la na sucessão de outra.

Atenção, Caio renunciou a herança do próprio pai, mas ele pode concorrer representando seu avô, por que na verdade, ele renunciou a herança de seu pai, mas como a sucessão do avô ou bisavô se abriu depois, não existe nenhuma espécie de consequência dessa renuncia à vocação sucessório do seu próprio pai ou avô, pois mesmo que renuncie à herança de seu pai e de seu avô, ainda sim pode representar seu próprio avô na sucessão de seu bisavô. São independentes entre si. É diferente daquela situação em que o pai acaba falecendo depois da abertura da sucessão do avô, ai não.

PROVA: 3 questões; 1 problema; uma questão médio e uma questão fácil; a prova vai valer 9,0; 1 ponto eu vou dar pra vocês; prova com consulta legislação não comentada e nem anotada;

OBS: já que são menos e 60 alunos vou corrigir na frente de vocês e a nota não sai no mesmo dia; se eu pegar colando é zero.

FIM! (Amém!!!!!)

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DIREITO CIVIL V

2º BIMESTRE