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Comparação dos métodos de diagnóstico da osteoporose

3.8. Diagnóstico da osteoporose

3.8.4. Comparação dos métodos de diagnóstico da osteoporose

Na tabela 3.10 são apresentados alguns parâmetros de comparação dos três métodos de diagnóstico da osteoporose abordados [12, 15, 17, 96, 106].

Tabela 3.10 – Comparação das técnicas DXA, QCT e QUS [12, 15, 17, 96, 106].

DXA QCT QUS

Local de medição

Coluna lombar (L1-L4) Fémur proximal Antebraço distal

Coluna lombar (L1-L3) Calcâneo

Dose de radiação Baixa Elevada Sem radiação

Duração do exame 6-20 min 10-30 min 5 min

Custo Intermédio Elevado Baixo

Portabilidade Limitada Não Sim

Parâmetros de avaliação BMD (g/cm2) T-score Z-score BMD (g/cm3) T-score Z-score SoS BUA Índice Stiffness Separação do osso

trabecular e cortical Não Sim Não

Critério de

Capítulo 4

Doenças neurodegenerativas e

osteoporose

Neste capítulo são apresentadas duas doenças neurodegenerativas, a doença de Alzheimer e a doença de Parkinson. Sobre estas, pretende-se descrever a sua fisiopatologia, os seus sinais e sintomas, os seus fatores de risco, o seu diagnóstico e tratamento e por último a sua relação com a osteoporose.

4.1 Doenças neurodegenerativas

O envelhecimento é caracterizado por uma diminuição das funções orgânicas que provoca diversas modificações em todo o organismo, levando a uma redução da capacidade funcional do mesmo [107].

O sistema nervoso central (SNC) é extremamente afetado pelos processos de envelhecimento, que são caracterizados por alterações morfofuncionais, histológicas e nos sistemas de neurotransmissores que levam a várias mudanças na fisiologia cerebral. Essas mudanças fisiológicas são consequências de mudanças nos processos bioquímicos associados a estes sistemas [107].

As alterações bioquímicas do SNC levam a mudanças fisiológicas, tanto a nível macroscópico como a nível microscópico. Macroscopicamente levam a uma atrofia generalizada do cérebro. Microscopicamente, as alterações fisiológicas do SNC decorrem da perda normal e gradual das células nervosas e/ou da acumulação progressiva de alterações químicas, que resultam em distúrbios da função de sistemas químicos específicos. Estas mudanças tornam o SNC mais vulnerável às neurodegenerações [107].

As doenças neurodegenerativas são condições altamente debilitantes e incuráveis que resultam na degeneração progressiva e/ou na morte das células nervosas. Esta degradação

gradual do sistema nervoso provoca problemas ao nível do movimento e do funcionamento

global do cérebro, levando à demência9. As doenças neurodegenerativas mais comuns são: a

doença de Alzheimer, a doença de Parkinson, a doença de Hurtington e a esclerose lateral

amiotrófica. [33, 108].

Estima-se que cerca de 153 mil cidadãos portugueses e 35,6 milhões de cidadãos em todo o mundo sofram de algum tipo de demência. Anualmente, calcula-se que o número de novos casos de pessoas com demência seja cerca de 7,7 milhões, ou seja, um novo caso a cada quatro segundos. As previsões indicam que em 2050, o número de pessoas que sofrem de demência no mundo triplique, situando-se nos 115,4 milhões [109].

O impacto económico das demências em todo o mundo está estimado em 604 biliões de dólares americanos. Este impacto económico está relacionado não só com a assistência médica, mas também com os cuidados prestados. Nos países de rendimento elevado, incluindo Portugal, os custos médicos diretos, como as consultas médicas, os exames médicos, os medicamentos, entre outros, constituem a menor parte de todos os custos associados às demências. Os custos associados aos cuidados informais, ou seja, os cuidados não diretamente pagos e os prestados maioritariamente pela família, representam a maior fatia dos custos associados às demências, seguindo-se os custos dos cuidados formais, como por exemplo os prestados por lares especializados [109]. Os custos associados aos cuidados dos doentes com demência aumentam à medida que a doença progride, uma vez que os cuidados necessários também aumentam significativamente. Estes cuidados implicam custos financeiros elevados para os familiares dos doentes, para além de um grande desgaste físico e emocional.

Tendo em consideração não só as pessoas que sofrem de demência, mas também os prestadores de cuidados, na sua maioria os familiares dos doentes, o número de vidas que são afetadas por estas doenças aumenta inopinadamente.

Prevê-se que o impacto socioeconómico da demência seja um dos maiores desafios futuros da sociedade, devido ao envelhecimento da população, ao aumento da esperança de vida e ao facto da incidência aumentar com a idade. Neste contexto, o rasteio e o diagnóstico precoce são passos essenciais para que as demências sejam atempadamente diagnosticadas, contribuindo para o abrandamento da evolução da doença e o adiamento dos sintomas mais graves nos doentes [109].

9 A demência é um declínio progressivo ou crónico da função cognitiva, que afeta a memória, o

pensamento, o comportamento, a linguagem, a capacidade de cálculo, a aprendizagem e a emoção [World Health Organization, “Dementia: a public health priority”, 2012, United Kingdom].

4.2 Doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer é a demência mais comum na população de idosos e é

responsável por mais de metade de todos os casos de demência [35]. Em Portugal estima-se que esta doença afete cerca de 90 mil pessoas [38].

A doença de Alzheimer é uma doença degenerativa que, lenta e progressivamente,

destrói as células cerebrais. A sua designação deve-se ao facto de Alois Alzheimer, um médico

psiquiatra e neuropatologista alemão, ter descrito pela primeira vez, em 1906, os sintomas e as

características neuropatológicas da doença de Alzheimer, como as placas amilóides e os

emaranhados neurofibrilares. Esta doença leva a uma atrofia generalizada do cérebro e afeta principalmente a memória e o funcionamento mental (como o pensamento e a fala), no entanto pode levar a outros problemas, como a confusão, as alterações de humor e a desorientação temporal e espacial [33, 35, 36]. Na figura 4.1 pode ser visualizada a atrofia do cérebro resultante da doença de Alzheimer.

Figura 4.1 – Atrofia cerebral resultante da doença de Alzheimer. Adaptado de [110].

Inicialmente, os sintomas desta doença são tão subtis que podem passar despercebidos, tanto ao portador da doença como aos seus familiares e amigos. No entanto, à medida que a doença avança, os sintomas tornam-se cada vez mais acentuados e começam a interferir com

as atividade diárias. A doença de Alzheimer não é infeciosa nem contagiosa. A causa de morte

sistema imunológico fica debilitado e ocorre perda de peso, aumentando o risco de infeções da garganta e dos pulmões [35, 36].

No passado, o termo doença de Alzheimer era utilizado como referência de uma forma de demência pré-senil. Atualmente sabe-se que esta doença afeta pessoas tanto abaixo, como acima dos 65 anos de idade. Consequentemente, a doença é, agora, referida como uma demência pré-senil ou senil, dependendo da idade da pessoa em causa [35].

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