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Comparação dos resultados obtidos

No documento Análise sísmica da estrutura de um cais (páginas 56-60)

Espectro de Projeto Amplificado

6.2. Comparação dos resultados obtidos

Para avaliar a compatibilidade dos deslocamentos obtidos, é preciso conhecer o valor de deslocamento encontrado para o carregamento estático e para o espectro aplicado, nas duas direções.

Com o período natural para o primeiro modo de vibração, (T1=3,094s), exposta na tabela 6.1, o valor de aceleração correspondente no espectro de projeto amplificado (ver tabela 4.5) seria de 0,1909g. No caso do terceiro modo, (T2=1,22s) esta aceleração seria de 0,7185g.

Os deslocamentos para os carregamentos estático foram para ∆U1=242cm e para ∆U2=37cm. Utilizando as acelerações para os primeiros dois períodos naturais, teremos: cm cm g acc U cm c g acc U 27 7185 , 0 37 2 46 1909 , 0 242 1 2 1 = × = ⋅ ∆ = × = ⋅ ∆ (6.8) Sendo: g=Aceleração da gravidade

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1

U

∆ =Deslocamento provocado pelo carregamento estático unitário de 1g na

direção do eixo longitudinal da estrutura;

1

acc =Aceleração provocada pelo espectro de projeto amplificado para o período natural do primeiro modo de vibração da estrutura (longitudinal);

2

U

∆ =Deslocamento provocado pelo carregamento estático unitário de 1g na

direção do eixo transversal da estrutura;

2

acc =Aceleração provocada pelo espectro de projeto amplificado para o período natural do segundo modo de vibração da estrutura (transversal);

Através dos resultados obtidos em 6.1, é possível fazer a análise de compatibilidade de deslocamentos, que está mostrada na tabela 6.2.

Tabela 6.2 – Verificação da compatibilidade de deslocamentos.

Carregamento Direção U1(cm) U2(cm) Sismo 48 26 Carga Estática com Períodos naturais 46 27 Compatibilidade ok ok

A configuração deformada para o carregamento sísmico está evidenciada na figura 6.4.

Figura 6.10– Configuração deformada provocada pelo carregamento sísmico para a estrutura. A superfície verde representa a estrutura indeformada.

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7. Conclusões

Este projeto foi desenvolvido a fim de englobar os aspectos necessários para a realização da análise sísmica em um caso típico de estrutura marítima e aplicar resultados de trabalhos anteriores realizados dentro da linha de Pesquisa de Projeto de Estruturas Resistentes a Sismos do Departamento de Mecânica Aplicada e Estruturas (DME) da Escola Politécnica da UFRJ.

Através do uso do PROGSIS para geração de sismos artificiais, foi possível realizar a análise de amplificação das acelerações sísmicas nas camadas de solo.

Utilizando os métodos de análise aqui descritos, o estudo da liquefação foi de extrema importância para a constatação da estabilidade dos solos. Seu resultado deve ser considerado não somente na análise de amplificação do espectro, como essencialmente no cálculo da capacidade de carga das fundações.

Através do uso do programa para amplificação de sismos SHAKE91 foi possível mensurar a influência das características físicas das camadas de solo na aceleração resultante na superfície. Cabe salientar que a modelagem por ele utilizada representa satisfatoriamente o tipo de perfil adotado em camadas horizonatais, contudo não considera a amplificação espacial dos sismos, ou seja, a amplificação relativa a existência de cumes íngremes, como prevista em PRIESTLEY et al.,2007. Portanto, na presença de tal situação, deve ser feita uma análise específica para este tipo de amplificação, por exemplo utilizando modelos em elementos finitos.

Como sugestão para continuidade deste projeto recomenda-se o dimensionamento da estrutura e, a partir do estudo de liquefação, o cálculo de capacidade de carga para as estacas considerando o perfil sem as camadas liquefazíveis, a fim de aferir o comprimento de estaca estimado.

É importante salientar que para o dimensionamento de estruturas submetidas a ações sísmicas não são utilizadas as metodologias usuais, por traduzirem uma prática inviável economicamente. Por esta razão faz-se necessário o estudo da ductilidade da estrutura como um todo, de acordo com as normas vigentes no local de instalação.

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No documento Análise sísmica da estrutura de um cais (páginas 56-60)

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