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Comparação entre as Normas Olfatométricas da ASTM e CEN, e do Modelo de

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.5. Comparação entre as Normas Olfatométricas da ASTM e CEN, e do Modelo de

Neste item está apresentada a análise de variância para o experimento One-way, ou seja, o experimento de comparação entre as normas olfatométricas E-679-91, da ASTM (1997) e EN 13.725 da CEN (2003), e o Modelo PROBIT. Os resultados são avaliados partindo-se do sistema de geração de atmosfera artificial numa concentração básica de 60 ppmv para os compostos TEX, com número de repetições de n = 12 para cada composto. Em cada experimento, foram gerados no olfatômetro três resultados médios. Por exemplo, para a concentração de entrada de 60 ppmv foram obtidas três médias de LPO, uma relativa à norma da ASTM, outra correspondente à norma da CEN e outra relativa ao Modelo PROBIT . Nas TAB. 39, 40 e 41 estão apresentados os resultados médios obtidos.

TABELA 39 - Médias do LPO para o Composto Tolueno, segundo as normas EN 13.725, E679-91 e Modelo PROBIT.

EN 13.725 (ppbv) E-679-91 (ppbv) Modelo PROBIT(ppbv)

28,00 30,48 22,68 28,06 33,17 23,25 29,56 34,29 24,53 30,21 35,33 27,77 33,41 33,41 27,06 34,46 41,70 26,88 36,19 48,78 22,39 38,00 46,36 32,50 42,08 46,62 40,03 43,13 48,92 40,82 54,45 54,46 50,19 56,82 56,82 53,62

TABELA 40 - Médias do LPO para o Composto Etilbenzeno, segundo as normas EN 13.725, E-679-91 e Modelo PROBIT.

EN 13.725 (ppbv) E-679-91 (ppbv) Modelo PROBIT (ppbv)

7,08 7,12 5,82 8,03 7,90 5,73 8,32 8,56 6,61 8,60 7,45 6,23 8,73 8,50 6,57 9,17 9,06 7,55 9,45 12,46 8,98 9,68 10,64 9,46 9,80 10,57 8,85 10,29 15,74 11,68 10,40 11,24 9,79 11,01 12,02 10,27

TABELA 41 - Médias do LPO para os Compostos Xilenos, segundo as normas EN 13.725, E-679-91 e Modelo PROBIT.

EN 13.725 (ppbv) E-679-91 (ppbv) Modelo PROBIT (ppbv)

15,86 14,49 12,41 17,14 16,74 15,50 18,50 18,50 16,77 20,15 19,08 18,79 20,37 20,00 17,05 20,50 19,56 18,79 20,56 21,75 19,99 21,83 18,57 18,78 22,65 20,04 19,67 23,08 19,55 19,55 23,36 21,63 19,34 23,59 23,59 21,68

Para os resultados apresentados nas TAB. 39, 40 e 41, foram obtidas as médias de 37,86 ppbv (EN 13.725), 42,53 ppbv (E-679-91) e 32,64 ppbv (PROBIT) para o Tolueno. Para o Etilbenzeno, foram alcançadas as médias de 9,21 ppbv (EN 13.725), 10,10 ppbv (E-679-91) e 8,13 ppbv (PROBIT). Já para os Xilenos, foram determinadas as médias de 20,63 ppbv; 19,46 ppbv e 18,19 ppbv para as respectivas normas EN 13.725, E-679-91 e Modelo PROBIT.

Contudo, como a média é uma medida descritiva dos resultados obtidos, apenas com ela não é possível determinar se esses resultados são ou não diferentes entre si. Portanto, apenas o fato de se ter médias maiores, em termos de valores absolutos, pode não necessariamente significar que sejam diferentes entre si, e que determinada norma ou ensaio tenha melhor desempenho em relação a outra apenas pela média dos resultados.

Por conseguinte, apenas pelos valores das médias não se pode determinar que com determinada norma foi obtido um maior ou menor LPO por via olfatométrica. Assim, os LPO determinados por via olfatométrica foram submetidos a um teste de hipótese. Nas TAB. 42, 43 e 44 são apresentados os resultados da ANOVA para o planejamento experimental One- way, com a finalidade de determinar se existe, ou não, diferença entre as normas e o modelo entre si.

TABELA 42 - ANOVA do planejamento One-way para as Normas EN 13.725, E-679-91 e o PROBIT dos resultados do LPO determinado por via olfatométrica para o Tolueno.

Análise de Variância para o LPO do Tolueno

Fonte de Variação G.L. SQ MQ F Valor p

Norma 2 586,9 293,4 2,98 0,064

Erro 33 3.245,3 98,3

TABELA 43 - ANOVA do planejamento One-way para as Normas EN 13.725, E-679-91 e o PROBIT dos resultados do LPO determinado por via olfatométrica para Etilbenzeno.

Análise de Variância para o LPO do Etilbenzeno

Fonte de Variação G.L. SQ MQ F Valor p

Norma 2 23,52 11,76 3,08 0,060

Erro 33 126,12 3,82

Total 35 149,64

TABELA 44 - ANOVA do planejamento One-way para as Normas EN 13.725, E-679-91 e o PROBIT dos resultados do LPO determinado por via olfatométrica para Xilenos.

Análise de Variância para o LPO do Etilbenzeno

Fonte de Variação G.L. SQ MQ F Valor p

Norma 2 35,71 17,86 3,02 0,062

Erro 33 194,95 5,91

Total 35 230,67

Partindo-se dos resultados apresentados nas TAB. 42, 43 e 44 e comparando-os com o critério de decisão estabelecido:

Se p < 0,01 as médias são significativamente diferentes a 1%; Se p > 0,01 as médias não são significativamente diferentes a 1%. Tem-se:

Tolueno: p = 0,064, assim p > 0,01; Etilbenzeno: p = 0,060, assim p > 0,01; Xilenos: p = 0,062, assim p > 0,01;

Consequentemente, para cada composto TEX, ao nível de significância de 1%, associado a cada LPO, encontra-se a hipótese de nulidade (Ho), ou seja, todas as médias

obtidas entre as normas não diferem estatisticamente entre si. Assim, apesar da aparente diferença apresentada entre as médias de cada norma, elas não são significativamente diferentes. Desse modo, não há a necessidade de realização do Teste Tukey para estabelecer a diferença mínima significante, isto é, a menor diferença de médias de amostras que deve ser tomada como estatisticamente significante, em determinado nível.

Todavia, deve ficar evidenciado que os três compostos apresentaram valores de (p) um pouco próximo de p = 0,01. Isso pode ser atribuído às diferenças de cálculos da concentração olfatométrica entre normas na consideração dos outliers mínimos e máximos para efetivação do resultado final. Uma vez que, os cálculos para determinação da média final são diferentes na Norma E-679-91 e na EN 13.725, assim como no Modelo PROBIT, apesar de todos

levarem em consideração a menor e maior sensibilidade dos jurados a determinado grau de diluição de um odor ou composto odorante. Na Norma E-679-91, para efeito dos cálculos, primeiramente são identificados os jurados que apresentaram pior e melhor desempenho; após, são realizadas correções para ambos. No primeiro caso, o jurado deve ser corrigido até o nível mais alto da concentração em ele tenha cometido erro em seu julgamento. Enquanto que para o jurado que apresenta melhor desempenho a estimativa é baseada em assumir que o erro deve ter ocorrido na mais alta diluição, ou seja, na menor concentração de odor.

Ainda em relação à Norma EN 13.725, o cálculo da concentração de odor é realizado em três intervalos, onde o primeiro intervalo é descartado, e os dois seguintes são levados em consideração na apresentação do resultado final. Para esses dois intervalos, é calculada a média geométrica, em seguida, são identificados os jurados que apresentaram o melhor e o pior limite individual. Na seqüência é realizada uma razão entre a média geométrica geral e a média geométrica individual dos jurados com o melhor e o pior resultado, objetivando comparar os resultados das duas razões ao parâmetro de seleção dos resultados, o qual deve se encontrar dentro de um intervalo maior ou igual a – 5 e menor ou igual a 5. Caso os resultados das duas razões não estejam nesse intervalo, os seus limites individuais são descartados e um novo cálculo de média geométrica é realizado, afim de se estabelecer a concentração de odor.

Em relação ao Modelo PROBIT, é feito o cálculo da média aritmética, do desvio- padrão e da função de distribuição normal. Após, é feito um gráfico da curva de dose- resposta, pela plotagem dos dados das diluições geradas versus as respostas dadas pelos jurados.

Por fim, associada às diferenças de cálculo, deve ser levada em consideração a variável jurados, os quais podem influenciar bastante na apresentação do LPO final, que apesar de todas as restrições e recomendações impostas pelas normas olfatométrica, muitas vezes podem vir a não cumprir o estabelecido, afetando negativamente os resultados.

C A P Í T U L O 5