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Comparação entre as notas obtidas por todos os alunos.

O BLOG COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA NO ENSINO DE ÁCIDOS E BASES PARA O ENSINO MÉDIO

Gráico 1 Comparação entre as notas obtidas por todos os alunos.

A consistência do conhecimento apropriado pelo estudante, re- velado pela avaliação após o término do curso, mostrou-se bem dife- rente entre as duas metodologias usadas nesta pesquisa. Enquanto os alunos que trabalharam utilizando ferramentas da internet evoluíram da 2ª para a 3ª prova percentualmente 24,27%, os pesquisados que se submeteram ao curso que usou metodologias sem blog desencadea- ram uma regressão de 3,74 para 2,30 percentualmente equivalente a 38,50% de retrocesso. Durante o processo de aprendizagem fazendo uso de blogs, o aluno desenvolve habilidades e competências, tais como autonomia na busca de conteúdos, liberdade de escolha dos tex- tos, sons e imagens mais adequados à sua postagem, necessidade de tomada de decisões, desenvolve o processo de produção textual, e apri- mora a criticidade. Essas desenvolturas izeram a diferença e foram responsáveis pelo aprendizado signiicativo revelado pelo resultado das médias mesmo mais de uma semana após o encerramento do curso.

O uso do blog como ferramenta do processo ensino-aprendi- zagem escolar na modalidade presencial, de um modo generalizado,

caso esta pesquisa comprove sua viabilidade, terá de imediato que vencer a resistência estabelecida no convívio do magistério da Edu- cação Básica pública que consiste na quebra de sua rotina pedagógi- ca, como nos airma Carvalho (1999 apud CARVALHO, 2002): “Um problema que encontramos em nossas investigações diz respeito à diiculdade do professor em realizar mudanças na ‘sua didática’”.

Entende-se que a mudança de atitude dos proissionais da educação na direção de adotar as novas tecnologias como recurso didático na prática de sua sala de aula deverá ser estimulada. Talvez o caminho seja o de promover cursos de capacitação para os profes- sores, oicinas de capacitação do uso de blogs em aulas e mostrar para eles as possibilidades diversas de aplicação dessa ferramenta. Assim, talvez eles possam aderir à nova estratégia. O número de professores familiarizados com as novas tecnologias não é muito favorável ao que estamos propondo no projeto, ensejando a necessi- dade de políticas públicas de qualiicação desses proissionais, o que pode ser feito por intermédio da formação continuada em serviço.

Reportando-se à necessidade de reverter o quadro crítico apresentado nos resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica referentes aos alunos que concluíram o segundo grau no Es- tado de São Paulo, os quais não diferem muito dos demais estados brasileiros, Nardi (2005 apud MORAES 2008. p. 348) admite ser imperativo reformular a realidade da educação cientíica desde os grandes centros urbanos às regiões rurais mais inacessíveis, e con- ceber novas ações, políticas e parcerias público-privadas enquanto Valente (2003 apud MORAES, 2008. p. 348) airma ser uma das metas prioritárias a reestruturação da forma inicial e continuada de professores de ciências, destacando-se o uso das tecnologias digitais como ferramenta de apoio pedagógico.

Na verdade, a probabilidade de a alfabetização digital dos professores vir a ser feita por intermédio da educação continuada, a qual, certamente, é uma possibilidade valiosa a se levar em con- ta, tem problemas a começar na coniguração de seu conceito. No

Brasil, historicamente, os cursos de formação têm-se revelado insu- icientes na capacitação dos proissionais para o exercício pleno das atividades próprias. Dessa forma, a volúpia do conhecimento não permitiu a devida atualização das graduações de preparação desses proissionais, acarretando um grande descompasso entre as exigên- cias do mercado e o nível de preparação dos proissionais.

Assim, problemas concretos das redes inspiraram iniciativas chamadas de educação continuada, especialmente na área pública, pela constatação, por vários meios (pesquisas, concursos públicos, avaliações), de que os cursos de formação básica dos professores não vinham (e não vêm) propiciando adequada base para sua atuação proissional. Muitas das iniciativas públicas de formação continuada no setor educacional adquiriram, então, a feição de programas com- pensatórios e não propriamente de atualização e aprofundamento do conhecimento, sendo realizados com a inalidade de suprir aspectos da má formação anterior, alterando o propósito inicial dessa educa- ção – posto nas discussões internacionais –, que seria o aprimora- mento de proissionais nos avanços, renovações e inovações de suas áreas, dando sustentação à sua criatividade pessoal e à de grupos proissionais, em função dos rearranjos nas produções cientíicas, técnicas e culturais (GATTI, 2008).

A implementação do blog como ferramenta pedagógica no ensino de Química nos cursos presenciais regulares da Educação Básica possibilita um contato a mais do aluno com o professor de modo síncrono ou assíncrono como sala de aula virtual, em que o professor executa uma postagem e o alunos desenvolvem comentá- rios, e outros alunos, vendo a postagem do professor e o comentário de um colega, podem vir a ser estimuladores e para outro que, ao ser despertado, passa também a comentar sobre a postagem do professor ou referente ao comentário do aluno. Nessa direção é que devem ser feitos os incentivos de participação dos alunos.

O professor, nesse contexto, funciona como mediador desse diálogo que se forma tendo-se conhecimento gerando conhecimento

num processo colaborativo. Quando o professor intervém num co- mentário de um aluno em forma de outro comentário, está atuando num atendimento individualizado, levando em conta os subsunçores percebidos para o referido aluno na(s) participação(ões) feita(as) até o momento de sua intervenção, possibilitando uma aprendizagem signiicativa que será aproveitada por todos aqueles que ao blog ti- verem acesso a qualquer tempo.

As leituras realizadas, a análise das postagens dos alunos em suas salas de aula virtuais, o diálogo com os alunos por ocasião das interações nas salas de aula e no laboratório de informática da escola levam a concluir a possibilidade do uso dos blogs como ferramenta auxiliar no processo de ensino aprendizagem de todas as disciplinas do Ensino Básico, inclusive a Química.

HORTA ESCOLAR: O QUE OS ALUNOS PENSAM EM