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A construção do esqueleto da rede em ambos os casos é feita utilizando o mesmo algoritmo. No entanto, o tempo de reestabelecimento do serviço do esqueleto do caso A foi 40 segundos menor do que o tempo necessário ao reestabelecimento do serviço do esqueleto no caso B. Isto deveu-se às diferentes opções tomadas em ambos os planos. Ao observar os gráficos da evolução da absorção de potência reativa (4.2, 4.9) durante o reestabelecimento do serviço de ambos os casos conclui-se que no instante t=700 s, ou seja, vinte segundos antes de ser realizado um incre- mento de potência em ambos os casos, o valor da absorção de potência reativa no caso A é menor do que no B. A opção tomada no instante t=560 s, no plano gerado através do caso A, provocou esta diferença nos valores de absorção de potência reativa, pois esta linha é mais pequena (3.1) do que a linha energizada no mesmo instante no plano gerado pelo caso B. Devido a isso, teve que ser realizado mais um incremento de carga no reestabelecimento do serviço do esqueleto do caso B, para que fosse possível continuar a energizar linhas de transmissão.

Na fase de reposição de cargas também não são registadas diferenças significativas, sendo o tempo total de reestabelecimento do serviço em ambos os planos idêntico. É possível observar que o plano de reposição de cargas no caso A realizou mais um incremento de carga do que no caso B, esta diferença deveu-se à diferença de incrementos realizada durante a fase de reestabelecimento do serviço do esqueleto em ambos os casos. No entanto, é possível observar nos gráficos da evo- lução da variação de frequência de ambos os casos (4.5, 4.14), que grande parte dos incrementos realizados no caso A são feitos provocando a maior variação de frequência possível, estando assim

muito perto de um valor ideal. Os incrementos de potência que geram uma variação de frequên- cia com um valor mais distante do que o limite aceitável foram gerados de forma a equilibrar a potência incrementada em cada manobra, ou seja, para não existir um incremento de potência que gerasse uma variação de frequência muito pequena. Embora esta diferença entre os dois planos gerados para a reposição de cargas, é possível concluir que o plano gerado pelo caso B apresenta melhores resultados. Apesar disso, caso a rede fosse maior, os tempos totais necessários à reposi- ção de serviço em ambos os casos seriam diferentes. Sendo o tempo no caso B menor do que no caso A. No entanto, como a rede utilizada neste trabalho apresenta uma dimensão reduzida, não é possível analisar essa diferença.

Conclusões e Trabalho Futuro

5.1

Conclusão

Nos últimos anos os SEE, têm vindo a sofrer uma contínua evolução, tornando-se mais com- plexos e maiores. Estão agora presentes, nos vários SEE espalhados pelo globo, unidades de produção e tecnologias que não existiam há cerca de trinta anos. Esta constante transformação do SEE requer que a área relativa à reposição de serviço de SEE seja continuamente estudada, e que os planos de reposição de serviço para as redes sejam revistos e reformulados. O aumento da dependência por parte dos utilizados do fornecimento de energia leva a que estes planos res- taurem o sistema o mais rapidamente possível, pois as consequências de um blackout total podem ser catastróficas. Uma diferença de minutos num processo de reposição de serviço pode agravar essas consequências ou reduzi-las significativamente. Por isso, a tarefa de conceção de planos de reposição de serviço, que sejam velozes a efetuar o restauro da rede e que não ponham em questão qualquer limite técnico ou regulamentar da mesma, é importantíssima.

Em suma, o trabalho para esta dissertação consistiu no desenvolvimento de uma aplicação capaz de gerar planos de RS, tendo sido desenvolvidos dois casos capazes de o fazer, de forma diferente. Ambos os casos utilizaram um método de decisão empírico para realizar o restauro do esqueleto da rede, sendo que a diferença entre os dois reside na etapa de restauro de cargas. O caso A utiliza um método de decisão empírico para identificar os passos do processo de reposição. O segundo, o B, utiliza uma meta-heurística do tipo PSO para identificar a sequência que deve ser seguida pelo operador. Este tipo de metas-heurísticas foi inspirada no comportamento de enxames e cardumes, e o uso em problemas de otimização, como é a reposição de serviço, pode trazer resultados bastante satisfatórios. Esta meta-heurística permitiu obter incrementos de carga que resultaram em variações de frequência próximos do limite estabelecido. Embora o tempo total de reposição nos dois planos analisados seja idêntico, é possível afirmar que o uso do caso B, numa rede de maior tamanho, com um maior quantidade de potência a restaurar, poderia provocar uma redução no tempo total de reposição. No entanto, a sua utilização neste trabalho pode ser questionável. Tendo em conta, que esta meta-heurística foi aplicada somente na fase de reposição de cargas e que a única variável que esta analisa é a variação de frequência, os mesmos resultados

poderiam ter sido atingidos através de um melhoramento do método de incremento de cargas utilizado no caso A.

Devido às limitações do software utilizado, a aplicação elaborada não poderia ser usada para criar planos em redes elétricas reais. Sendo o MATPOWER uma plataforma relativamente sim- ples se comparada com outras aplicações como o EUROSTAG ou PSSE, as simulações criadas não têm em conta alguns parâmetros característicos do processo de RS, tal como as tensões transi- tórias e outros. O MATPOWER também não possui modelos de regulação de tensão e velocidade nem limitadores de sub-excitação para as unidades de produção, afastando assim ainda mais as simulações criadas de um caso real.