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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.2 ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DAS COMUNIDADES ATRAVÉS DO

6.2.1 Comparação de Paretos

As Figuras 34 a 41 permitem análises comparativas dos desempenhos em cada indicador, em duas situações a saber:

1 - No próprio município em relação à comunidade padrão – Pareto Padrão ou Pareto1

2 - Comparação geral em relação à comunidade de melhor desempenho dentre todas as analisadas (critério - AJZEMBERG) ou Pareto 2.

A comparação do desempenho de cada comunidade através do Diagrama de Pareto nas duas circunstâncias, permitem as seguintes considerações:

A) Há diferenças do nível de carência quando a referência está situada no próprio município (comunidade padrão e critério dos percentuais) e quando a referência está localizada no município de melhor desempenho( critério Ajzemberg).

Quando o valor do indicador na comunidade padrão também é baixo, a análise do nível de carência em relação a este indicador fica prejudicada, apresentando-se menor do que quando comparada ao desempenho geral, caso notado para os indicadores:

IRS (Resíduos sólidos) no Bairro N. S. da Guia, Figuras 34 e 35 onde se pode verificar que o nível de carência do bairro em relação à comunidade padrão está próxima dos 5 pontos(sexta colocação), enquanto que analisado este nível de carência em relação ao conjunto de todas as comunidades, alcança-se um valor próximo de 17 pontos( primeira colocação). Esta situação está relacionada com o fato de a comunidade do Bairro Albinópolis, assumida como padrão na cidade de Conselheiro Lafaiete também não apresenta bom desempenho deste indicador. A mesma situação pode ser verificada em relação ao indicador de abastecimento de água (IAA) na cidade de Congonhas para a comunidade do bairro Alvorada,o indicador em menção apresenta-se como quarta prioridade quando comparado no próprio município e como primeira quando a comparação é geral.A constatação segue as mesmas observações para o indicador de higidez ambiental e pessoal(ISH) ainda para a comunidade do Pocinho em Ouro Preto, sexta prioridade em relação á comunidade padrão e primeira quando a comparação é em relação ao melhor desempenho geral.

B) As maiores prioridades de atendimento às carências em cada comunidade, analisadas sob a ótica do diagrama de Pareto, considerando-se apenas as três primeiras na ordem de carências, ficaram definidas conforme o Quadro 21

Prioridades  Comunidades Em relação à comunidade Padrão Em relação ao melhor desempenho (todas as comunidades) C 1 ISE C 1 ISE C2 ICM C2 ICM São Francisco C3 IDU C3 ISH C 1 IRS C 1 ISH C2 IES C2 IRS Pocinho C3 ICM C3 IAA C 1 ICM C 1 IAA C2 IRS C2 IRS Alvorada C3 ISE C3 IDU C 1 IES C 1 IRS C2 ICM C2 ISH Nossa Senhora da Guia C3 IDU C3 ISE

Quadro 21 Três primeiras carências em ordem de surgimento no diagrama de Pareto.

Sendo:

C1 = carência que aparece em maior proporção (nível de carência mais alto na comparação com a comunidade padrão ou no geral)

C2 = Nível intermediário de carência e

C3 = Nível mais baixo de carência entre os três níveis mais elevados

C) Pelos resultados acima, se constata que os indicadores que se apresentam como prioritários no atendimento são pela ordem:

INDICADOR NUMERO DE OCORRÊNCIAS CLASSIFICAÇÃO PRIORIDADES IRS 5 PRIMEIRO ICM 5 PRIMEIRO ISE 4 SEGUNDO

No quadro de carências acima (22), pode-se observar que a questão relativa aos resíduos sólidos merece bastante atenção dos nossos administradores. Quanto às condições de moradia (ICM), também posicionado como primeira prioridade, todos os itens componentes deste indicador causam preocupação, e merecem um cuidado especial, pois, o seu tratamento passa pela elaboração de um código de obras e posturas municipais e facilitação do acesso a informações e prestação de socorro às famílias carentes na obtenção de sua casa própria ou no fornecimento de material e orientação quanto aos cuidados na construção dentro de padrões técnicos garantidores de uma condição adequada de salubridade.

Para o indicador relativo às condições socioeconômicas (ISE), a maior pressão ocorre em função dos baixos níveis de renda, sobre os quais os governos municipais não têm muitas opções de ação, por outro lado, neste indicador figuram também como componentes importantes às questões ligadas à educação, à situação de propriedade do domicílio, à educação ambiental e social e outras ações que contribuem para um crescimento pessoal quanto aos cuidados de resguardo da saúde. Esta parece ser a margem de atuação dos gestores no município.

Levando-se em conta o Quadro 21, ao considerar a freqüência de surgimento dos 3 níveis de carência mais presentes, temos a seguinte situação:

NÍVEL FREQÜÊNCIAIRS FREQÜÊNCIAICM FREQÜÊNCIAISE

C1 2 1 2

C2 3 3 0

C3 0 1 2

FREQÜÊNCIA

TOTAL 5 5 4

Quadro 23 Freqüência do surgimento de indicadores por ordem de carência

Adotando-se uma ponderação para as carências atribuindo-se pesos pela ordem no surgimento, pode-se admitir, por exemplo:

Peso 3: para as carências que surgem em primeiro lugar, (C1). Peso 2: para aquelas que surgem em segundo lugar (C2) e Peso 1: para aquelas que aparecem em terceiro lugar (C3).

NÍVEL IRS ICM ISE C1 6 3 6 C2 6 6 0 C3 0 1 2 TOTAIS E PRIORIDADES 12 PRIMEIRA 10 SEGUNDA 8 TERCEIRA

Quadro 24 Pontos e prioridades de cada indicador após ponderação

Prioridade 1: para o IRS, com 12 pontos.

Prioridade 2: para o ICM, que alcançou 10 pontos.. Prioridade 3: para o ISE com 8 pontos.

Este critério nos mostra um fato muito significativo: as condições socioeconômicas são muito ruins nas comunidades carentes e dificultam o acesso à saúde, à aquisição de bens materiais, sociais e culturais. Mas, uma atuação séria dos governos no que diz respeito aos cuidados com o recolhimento de resíduos sólidos e oferecimento de condições dignas de moradia para o caso destas comunidades em particular, pode melhorar significativamente as suas condições de salubridade e de qualidade de vida. É importante destacar que o fato de selecionarem-se três prioridades não significa o descuido das demais carências, principalmente no que diz respeito, por exemplo, para a questão do esgotamento sanitário.