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COMPETÊNCIAS DESENVOLVIDAS

Este percurso permitiu o desenvolvimento de competências comuns do EE (Regulamento n.º 140/2019), em vários domínios, como a capacidade de gestão e organização dos cuidados, nomeadamente os de maior complexidade ao RN hospitalizado, adequando a gestão de recursos às situações e ao contexto, visando a garantia da qualidade dos cuidados.

No domínio da melhoria contínua da qualidade, a partilha de experiências e de informação com o enfermeiro orientador e as atividades realizadas no âmbito da gestão diferenciada da dor, tanto em colaboração com o Grupo de Trabalho Contra a Dor, como a realização da revisão de normas de procedimento, permitiu não só a aquisição de novos conhecimentos, como também “desenvolver práticas de qualidade, gerindo e colaborando em programas de melhoria contínua” (B2), numa perspetiva de melhoria contínua da qualidade dos cuidados prestados. As atividades desenvolvidas nos diversos contextos de prática, permitiram a criação e manutenção de um ambiente terapêutico e seguro da criança, jovem e família, tendo-se desenvolvido a competência de EE: “Garante um ambiente terapêutico e seguro” (B3), onde destaco a promoção de rotinas habituais diárias e a humanização do espaço da criança através de brinquedos favoritos dando resposta à promoção de um “ambiente físico, psicossocial, cultural e espiritual gerador de segurança e proteção dos indivíduos/grupo” (B3.1).

Ao longo do estágio procurei manter uma formação contínua e atualizada, com vista ao meu desenvolvimento profissional e dos meus pares, através de sessões de formação, de forma a prestar cuidados eficazes, seguros e fundamentados, mobilizando conhecimentos e habilidades, garantindo a melhoria contínua da qualidade (B1.1).

A competência comum de EE no domínio do desenvolvimento das aprendizagens profissionais: “Baseia a sua praxis clínica especializada em evidência científica” (D2) foi sustentada com uma prática baseada na literatura atual, demonstrando conhecimentos sólidos e válidos, aplicando-os na prestação de cuidados seguros e competentes. Foi também necessário o trabalho reflexivo desenvolvido durante todo o percurso e a procura pela sustentação científica das minhas intervenções. Foi igualmente importante responsabilizar-me por ser um elemento facilitador da aprendizagem, em contexto de trabalho (D2.1), através da formação dos meus pares, adicionando aos conhecimentos já adquiridos na equipa, outros novos decorridos da evidência científica, baseando a minha práxis clinica especializada em sólidos padrões de conhecimento (D.2).

Naturalmente, que foi transversal a responsabilidade profissional, ética e legal acrescida do EE, o que me obrigou a desenvolver a capacidade de decisão e de ação enquanto

57 modelo de referência no meu contexto de cuidados, implementando medidas de prevenção e identificação de práticas de risco (A2.2.2), nomeadamente no uso e mobilização de ENF no alívio e controlo da dor aguda. O respeito pela privacidade, rotinas habituais da criança e pelo seu espaço individual, em situações geradoras de dor ou desconforto, demonstrou uma prática que respeita os direitos humanos, indo ao encontro da unidade de competência comum: “Promove a proteção dos direitos humanos” (A2.1).

Qualquer que seja o contexto em que a criança, jovem se encontre, compete ao EEESIP dar resposta nas situações de especial complexidade e vulnerabilidade.

Considero que foi desenvolvida a competência de assistir a criança/jovem com a família, na maximização da sua saúde, uma vez que esteve presente a preocupação de negociar, envolver e trabalhar em parceria com os pais/família, identificando as suas necessidades e proporcionando-lhes conhecimento e aprendizagem de habilidades, através da elaboração de folhetos dirigidos aos mesmos, o que permitiu dar resposta à unidade de competência específica: “Implementa e gere, em parceria, um plano de saúde, promotor da parentalidade (…)” (E1.1), assim como através da participação destes em todo o processo de cuidar (E1.1.1), facilitando o desenvolvimento de competências para a gestão dos processos específicos de saúde/doença (E1.1.4). A prestação de cuidados nos diferentes contextos de estágio permitiu-nos igualmente desenvolver competências quanto à aquisição e desenvolvimento de conhecimentos sobre as doenças comuns às várias idades (E1.2.1.), assim como na avaliação dos comportamentos da criança/jovem e família relativos à saúde, através da validação dos ensinos/orientações fornecidas.

Relativamente à prestação de cuidados em resposta à necessidades do ciclo de vida e de desenvolvimento da criança e do jovem, foram várias as atividades e práticas de cuidados promotores da maximização do potencial de desenvolvimento da criança que permitiram desenvolver a unidade de competência específica: “Promove o crescimento e o desenvolvimento infantil‖ (E3.1), como são exemplo a avaliação do desenvolvimento infantil através da mobilização da escala de Mary Sheridan, a promoção do aleitamento materno, verificação e atualização do PNV, assim como a transmissão de orientações antecipatórias às famílias para a maximização do seu potencial no desenvolvimento infantil. Na UCIN, a utilização de ENF no alívio e controlo da dor no RN prematuro, favorecem a promoção de um crescimento e desenvolvimento saudável, minimizando as consequências que um nascimento precoce traz para a vida futura do mesmo.

A oportunidade de colaborar na prestação direta de cuidados ao RN e família, permitiu compreender que um dos focos da intervenção do EEESIP é a promoção da vinculação,

58 adotando a filosofia de CCF, dando resposta à competência específica: “Promove a vinculação de forma sistemática, particularmente no caso do recém-nascido doente ou com necessidades especiais” (E3.2), onde foram desenvolvidas estratégias de promoção do conforto ao RN e pais, através do envolvimento dos pais na prestação de cuidados ao RN (E3.2.6).

Os saberes adquiridos incorporados no desenvolvimento das atividades descritas neste relatório, permitiram desenvolver habilidades e competências no cuidar da criança/jovem e família nas situações de especial complexidade de forma a minimizar a dor, o desconforto e o stress da criança/jovem quando sujeita a procedimentos dolorosos, permitindo o desenvolvimento da unidade de competência: “Faz a gestão diferenciada da dor e do bem- estar da criança e jovem” (E2.2), através da aplicação “de conhecimentos e habilidades em terapias não farmacológicas para o alívio da dor” (E2.2.3), nomeadamente a realização da sessão de formação sobre ENF no alívio da dor aguda em contexto de UP, assim como a elaboração do Kit Gavetas Mágicas e o incentivo à musicoterapia na sala de tratamentos. Desta forma atuei em conformidade com o descrito no REPE (art.º. 9, nº4, alínea b), que refere, que os enfermeiros decidem sobre técnicas e meios a utilizar na prestação de cuidados de enfermagem, potenciando e rentabilizando os recursos existentes, criando a confiança e a participação ativa do individuo, família, grupos e comunidade.

Durante o contexto de estágio em UCIN, a prestação direta de cuidados permitiu a mobilização de conhecimentos no cuidado ao RN em situação critica e habilidades para a rápida identificação de focos de instabilidade e em suporte avançado de vida pediátrico, reconhecendo situações de instabilidade das funções vitais e risco de morte (E2.1).

A procura de evidência científica para fundamentar a tomada de decisão sobre o uso e mobilização das ENF no alívio e controlo da dor aguda na criança, jovem e família, e a aplicação de recursos oportunos para cuidar do RN em situação de particular exigência, decorrente da sua complexidade, concorre para o desenvolvimento da competência específica de EEESIP, “Providencia cuidados à criança/jovem promotores da majoração dos ganhos em saúde, recorrendo a uma variedade de terapias de enfermagem comuns e complementares, amplamente suportadas na evidência” (E2.4).

Estas competências foram a base de todo o percurso e atividades desenvolvidas, tendo em conta a preocupação constante no âmbito de uma prestação de cuidados não traumáticos e centrados na criança/jovem e família. Não posso deixar de referir o quanto este estágio se tornou dignificante e enriquecedor, dado a especificidade da área e o contributo que as aprendizagens aqui adquiridas representam para o meu desenvolvimento e afirmação enquanto futura EEESIP num contexto mais alargado da saúde infantil e pediatria.

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