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2.3 Concorrência, Competitividade , Elementos Teóricos de Análises

2.3.2 Competitividade

O diagnóstico da capacitação competitiva de uma indústria, é oriunda da necessidade de revelar o padrão de competição setorial, que é a variável explicativa da competitividade, na medida em que a empresa investe para capacitar-se a concorrer de acordo com os seus aconselhamentos, baseados em seu desempenho no passado e, principalmente, em suas expectativas sobre o futuro.

Até meados dos anos 80, os poucos estudos existentes da competitividade produtiva estavam focados na análise de desempenho exportador e na investigação da racionalidade alocativa da política comercial brasileira. A partir de então se muda o foco e, a pesquisa voltou-se para a investigação dos determinantes da competitividade das empresas e do ambiente em que estão inseridas (ROSA, 1999).

Muitos avanços foram registrados a partir desta década sobre estudos da capacidade produtiva de diversos setores da economia. Neste contexto, considerando que as empresas investem em capacitação com o objetivo de concorrer em preços, em qualidade, em diferenciação de produto, em uma combinação de atributos, existe uma dimensão atemporal - prospectiva.

44 A competitividade está associada ao padrão de concorrência vigente no mercado. A análise da competitividade de uma indústria, além de evidenciar o padrão presente de competição setorial, salienta as formas que a concorrência assumirá no futuro, ou as perspectivas de mudanças de seu padrão de competição.

Segundo Kupfer (1992), a competitividade perpassa pela função da adequação das estratégias frente ao padrão de concorrência vigente. O sucesso competitivo é mensurado através da eficiência e do desempenho produtivo e é explicado pela capacitação acumulada pela empresa. As estratégias competitivas adotadas pela empresa a partir da percepção que tem do padrão de concorrência e do meio ambiente em que está inserida, resultará na capacitação em fatores críticos.

A competitividade pode ser entendida como um fenômeno essencialmente dinâmico, uma vez que em determinado momento, a competitividade depende da capacitação acumulada pela empresa em tempo anterior.

Para Ferraz et alii (1997), inicialmente a competitividade pode ser focada em dois pontos fundamentais:

- Competitividade enquanto desempenho - a competitividade é expressa como uma variável ex-post. Significa que a competitividade é identificada pela participação no mercado (market-share). Neste conceito, a posição da competitividade das empresas é determinada pela demanda, pois será ela que determinará quais produtos e de quais empresas serão adquirido. Embora seja um conceito bem difundido, até mesmo pela praticidade de construir indicadores, este conceito de desempenho é muito limitado.

- Competitividade enquanto eficiência - é uma competitividade potencial, neste caso, é uma variável ex-ante. Indica a competitividade via relação insumo-produto,ou seja produtos com o máximo de rendimento e os indicadores são resultados de comparativos de custo e preços, coeficientes técnicos ou produtividade dos fatores, em termos da best-pratices registradas na indústria internacional. Aqui, é o produtor que acaba definindo a competitividade, pois, é quem escolhe técnicas que perpassam as limitações de sua capacidade tecnológica, gerencial, financeira e comercial.

Esta definição supera a visão da competitividade considerada como um fenômeno ex-post, pois o atual desempenho no mercado é indicado pela competitividade baseada no passado.

45 ou seja, não é recomendável que, a análise da competitividade não deve ser fundamentada somente nestas duas base, antes devem considerar o processo constituído e os elementos que influem, de forma dinâmica no resultado.

Neste contexto, a competitividade é entendida por Ferraz, et alii (1997, p.3) como “a capacidade da empresa formular e implementar estratégias concorrências, que lhe permitam ampliar ou conservar, de forma duradoura, uma posição sustentável no mercado”.

Fundamentada nesta conceituação, a competitividade deixa de ser vista como uma característica intrínseca de um determinado produto ou firma, e passa a ser considerada enquanto uma característica extrínseca vinculada ao padrão de concorrência vigente em seu mercado.

Considerando que a competitividade depende da adequação das estratégias das empresas individuais ao padrão da concorrência exigido pelo mercado em que estão inseridas, a avaliação da competitividade depende das características desse padrão de concorrência. São duas as principais características: 1) São idiossincráticas de cada setor da estrutura produtiva: a natureza dos padrões de concorrência de cada setor altera tanto o nível de importância, quanto o grau de oportunidade. Essa característica é o que baliza as firmas na escolha de suas estratégias; 2) São mutáveis no tempo: Os ajustes ocorrem para fazer frente às transformações das tecnologias, da organização industrial e do ambiente econômico, Ferraz et alii (1997).

Para Esser et alii (1994), a competitividade é resultante de diversos fatores que afetam direta ou indiretamente, seu desempenho. Neste contexto, as empresas para sobreviverem deverão ter capacidade de reação frente à globalização, desenvolvimento tecnológico, incertezas na competição, excesso de oferta, diferentes expectativas dos clientes, intervenção e ou parcerias com o governo, escassez de capital e a própria proteção ambiental, forçando as organizações a buscarem alta qualidade com baixos custos e, a redução do ciclo de desenvolvimento de produtos. Neste contexto Cario et alli (2001, p 25-26) destaca que:

(...) Assim, não basta a empresa apenas ter controle e poder de decisão sobre os fatores que lhe são internos. Há necessidade de considerar aqueles que têm capacidade de intervenção limitada que influenciam o ambiente competitivo no qual atua, bem como aqueles fatores que não possuem nenhum controle, mas que podem afetar decisivamente as condições competitivas construídas.

46 pela concorrência entre firmas ou entre países, que busca a expansão da valorização do capital para as empresas, e no caso de países, expansão do poder aquisitivo real em termos internacionais, tendo a inovação tecnológica em nível de produtos, de processos ou de gestão, afetando os custos e, principalmente, diferenciando o produto.

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