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7. RESULTADOS E DISCUSSÃO

7.10 Compilação dos resultados obtidos

Diante do apresentado e discutido neste capítulo, podem-se resumir os resultados obtidos como segue:

Produção dos LVL em escala industrial

• os resultados abonam a prática de mensuração da variável módulo dinâmico das lâminas

numa única faixa, que é representativa da lâmina;

• os tempos de prensagem dos painéis LVL podem ser estimados com as relações

empíricas sugeridas pelos fabricantes; os tempos calculados pela relação recomendada pelo fabricante para a temperatura nos pratos da prensa foram semelhantes aos observados nos ensaios;

• nos ensaios preliminares, para painéis de 9 e 17 lâminas (com espessura nominal de 2,8

mm cada lâmina) os tempos estimados e confirmados foram de 30 min e 52,4 min, respectivamente; nos ensaios principais, os painéis de 13 e 25 lâminas (com espessura nominal de 2,2 mm cada lâmina) os tempos de prensagem foram 32 min e 55 min;

• o perfil da elevação da temperatura observado no centro dos painéis e nas faces foi

semelhante aos observados nos compósitos de madeira, conforme descrito por Bolton et al. (1989), Zombori (2001) e Calegari et al. (2000).

• a temperatura alcançada no centro dos painéis foi adequada para a cura do adesivo

utilizado;

• os valores da temperatura de cura do adesivo fenol-formaldeído aqui utilizados (120-

125°C) são também semelhantes aos valores mínimos apresentados por outros autores e fabricantes destes adesivos.

Buscando facilitar a interpretação dos resultados aqui compilados, é resgatado e novamente apresentado o Quadro 65 com as características principais dos tratamentos estudados.

Quadro 65- Painéis de 13 e 25 lâminas – Características de suas produções.

Tratamento

T1 T2 T3 T4

superior inferior racional alternado

somente lâminas de alto módulo de elasticidade somente lâminas de baixo módulo de elasticidade lâminas de alto módulo nas faces do

painel combinação alternada de lâminas de alto e baixo módulo de elasticidade Painéis LVL de 13 lâminas

• todos os painéis comerciais apresentaram empenamentos que variaram de 6 mm a 180

mm, este último considerado elevado;

• o empenamento se mostrou evidente nos painéis, mas não nas vigas e outros elementos

produzidos a partir dos painéis;

• o tratamento 4 – painel com combinação de lâminas de alto e baixo módulo de

elasticidade - foi o que apresentou menores valores de empenamento;

• os empenamentos se devem provavelmente a tensões internas dos painéis; para amenizar

esse problema, alguns autores indicam colocar algumas lâminas (normalmente três) na direção transversal do painel;

• os painéis produzidos apresentaram densidade aparente variando de 0,685 g/cm3 a 0,753

g/cm3, com baixo coeficiente de variação dos resultados; considerando-se que a densidade

aparente média dos pinus tropicais (P. caribeae var. caribeae, P. caribeae var.

bahamensis, P. caribeae var. hondurensis e P.oocarpa) a 12% de umidade, reportada

pela NBR 7190 (ABNT,1997) é de 0,547 g/cm³ e que igual parâmetro avaliado para as lâminas originais resultou em densidade aparente de 0,617 g/cm³, verifica-se que todos os painéis ultrapassaram esses dois valores referenciais;

• o tratamento 4 apresentou valor médio de densidade aparente mais alto e o tratamento 2

apresentou o valor médio mais baixo;

• não houve diferença estatística significativa entre os valores médios de umidade dos

tratamentos estudados; a umidade dos painéis nos 4 tratamentos estudados variou de 10,14% a 10,68%;

• a absorção de água dos painéis variou de 27,8% a 34,1%, valores que podem ser considerados dentro dos limites observados por outros pesquisadores;

• verificou-se que os tratamentos com maiores valores médios de densidade (T1 e T4)

obtiveram os valores mais baixos de absorção de água;

• as velocidades de propagação de ondas de tensão e de ondas de ultra-som nos painéis

foram sempre superiores a 5100 m/s (transmissão longitudinal) e 1180m/s (transmissão transversal);

• a relação entre velocidades de propagação e módulos (ou constantes dinâmicas) nas

direções transversal e longitudinal variou de 1/15 a 1/20;

• quando comparados os dois métodos não-destrutivos, verificou-se que,

sistematicamente, as ondas de ultra-som se propagaram com maior velocidade que as ondas de tensão, sobretudo nas transmissões na direção longitudinal;

• houve diferença estatística nas resistências à flexão longitudinal entre os tratamentos

(T3=T4=T1>T2), embora os valores tenham variado pouco (de 92 MPa a 115 MPa) entre comportamentos extremos;

• houve diferença estatística nos módulos de elasticidade à flexão longitudinal

(T3•T1•T4>T2); os valores variaram de 12 GPa a 15 GPa.

• dentro dos tratamentos, os coeficientes de variação dos resultados observados para a

resistência e rigidez foram baixos (da ordem de 5%), o que revela, de forma marcante, a elevada homogeneidade dentro desses tratamentos.

• os valores médios obtidos na flexão longitudinal para os quatro tratamentos estão acima

dos valores referenciais (NBR 7190/97), tanto para a variável resistência à flexão estática como para módulo de elasticidade.

• os tratamentos apresentaram desempenho semelhante entre si para a resistência e

módulo de elasticidade na flexão transversal;

• as relações entre resistência e rigidez médias nas direções longitudinal e transversal

foram da ordem de 20;

• houve diferença estatística na resistência da colagem ao esforço de cisalhamento nas três

condições de ensaio dos corpos-de-prova (seco, úmido e após fervura) com superioridade dos tratamentos T4 e T1;

• o desempenho superior das colagens dos tratamentos T4 e T1, em relação ao T2 e T3, pode ter ocorrido pela utilização de lâminas de melhor qualidade (lâminas com maior porcentagem de altos valores de módulo de elasticidade) na composição dos painéis;

• de acordo com os valores médios de resistência da colagem ao esforço de cisalhamento e

porcentagem de falha na madeira, observa-se que os painéis LVL, nos quatro tratamentos, atendem aos requisitos estabelecidos nas três condições de exposição (uso interior, intermediário e exterior);

• os módulos de elasticidade teóricos calculados pelo método de homogeneização da

seção transversal seguiram a mesma tendência dos módulos de elasticidade estáticos. Painéis LVL de 25 lâminas

• não foi constatado empenamento visível nesses painéis, devido, sobretudo às suas

espessuras, que lhes conferem maior rigidez no plano transversal;

• os painéis produzidos apresentaram densidade aparente variando de 0,640 g/cm3 a 0,729

g/cm3, com baixo coeficiente de variação dos resultados;

• novamente, verifica-se que todos os painéis ultrapassaram o valor referencial teórico

sugerido pela NBR 7190 (ABNT, 1997) para os pinus tropicais, bem como a densidade média das lâminas que os originaram;

• a umidade média dos painéis nos 4 tratamentos variou de 9,7% a 10,2%;

• as velocidades de propagação de ondas de tensão e de ondas de ultra-som nos painéis de

25 lâminas tiveram variação bastante próxima da observada para os painéis de 13 lâminas, com valores médios sempre superiores a 4700 m/s (transmissão longitudinal) e 1400m/s (transmissão transversal);

• o tratamento T1 obteve os valores médios mais altos, nas duas variáveis analisadas

(velocidade de propagação da onda e módulo de elasticidade dinâmico). O tratamento T2 foi o que apresentou menores valores, para ambos os ensaios.;

• no método das ondas de tensão houve diferença estatística entre os tratamentos, para os

dois parâmetros avaliados (velocidade e módulo dinâmico), sendo T1•T4>T3>T2;

• no método das ondas de ultra-som houve diferença estatística entre os tratamentos, para

• a relação entre módulos (ou constantes dinâmicas) nas direções transversal e longitudinal variou de 1/11 a 1/16;

• houve diferença estatística nas resistências e módulos de elasticidade à flexão em

relação ao eixo de maior inércia (edgewise) entre os tratamentos, com T1>T4>T3>T2 (para resistências) e T1>T4>T3=T2 (para rigidez); não foi observada a esperada igualdade estatística entre os desempenhos à flexão (resistência e rigidez) dos tratamentos T3 e T4;

• houve diferença estatística nas resistências e módulos de elasticidade à flexão em

relação ao eixo de menor inércia (flatwise) entre os tratamentos, com T1>T4=T3>T2 (para resistências) e T1•T4>T3>T2 (para rigidez); não foi observada a esperada igualdade estatística entre os desempenhos à flexão (resistência e rigidez) dos tratamentos T1 e T3; para rigidez, surpreendentemente o tratamento T4 se mostrou superior ao tratamento T3;

• houve diferença estatística nas resistências ao cisalhamento entre os tratamentos

(T2•T1•T3>T4), embora os valores tenham variado pouco (de 8,95 MPa a 10,11 MPa) entre comportamentos extremos; todos os tratamentos apresentaram valores médios superiores ao da madeira sólida;

• houve diferença estatística nas resistências à compressão paralela às fibras entre os

tratamentos (T1>T4>T3=T2); não foi observada a esperada igualdade estatística entre as resistências à compressão dos tratamentos T3 e T4.

• os módulos de elasticidade teóricos calculados pelo método de homogeneização da

seção transversal seguiram a mesma tendência dos módulos de elasticidade estáticos, acusando valores ligeiramente superiores a estes.

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