• Nenhum resultado encontrado

5.2 TESTE DE ROBUSTEZ

5.2.2 COMPONENTE ESPERADO E SUPRESA SOBRE O IBRX

Dando seqüência aos testes iniciais, separamos a Componente Esperada e Surpresa, utilizando a equação 6 da seção Metodologia, e o resultado pode ser verificado a seguir.

TABELA 14 – COMPONENTE ESPERADO E SURPRESA SOBRE O IBRX-100

Teste realizado utilizando a variável dependente variação IBrX-100 e as variáveis independentes componente surpresa e componente esperado, de acordo com a equação 6 e Mínimos Quadrados Ordinários. IBrX-100 Intercepto (C) Prob. (0.143634) (0.4357) Comp. Surpresa (COMPSURP)

Prob.

(-0.571541) (0.2023) Comp. Esperado (COMPESP)

Prob. (0.223021) (0.5075) R2 0.017162 R2 Ajustado -0.000547 Estatística F 0.382601

Ao contrário do que era esperado no teste, que a componente surpresa fosse significativa para fins estatísticos, esta não mostrou significância estatística nem mesmo ao nível de confiança de 10%.

Mesmo na tentativa de corrigir a hetrocedasticidade, em linha com os estudos de Walter Junior (2007) e Romaguera (2010), que utilizaram o modelo proposto por Newey e West (1987), o resultado do teste não apresenta significância estatística, apesar na melhora da significância estatística da variável Componente Surpresa, que passou para (0.1634), conforme segue.

TABELA 15 - NEWEY-WEST – CORREÇÃO DA HETEROCEDASTICIDADE

Teste realizado utilizando a variável dependente variação IBrX-100 e as variáveis independentes componente surpresa e componente esperado, de acordo com a equação 6, utilizando Newey-West.

IBrX-100 Intercepto (C)

Prob.

(0.143634) (0.4246) Comp. Surpresa (COMPSURP)

Prob.

(-0.571541) (0.1634) Comp. Esperado (COMPESP)

Prob. (0.223021) (0.3549) R2 0.017162 R2 Ajustado -0.000547 Estatística F 0.382601 5.3 ASSIMETRIA

De acordo com o explicitado na subseção 4.4, a assimetria se verificaria caso o IBrX-100 não reagisse na mesma intensidade quando dos choques fossem em diferentes direções.

TABELA 16 - TESTE DE ASSIMETRIA – VARIÁVEL BINÁRIA POSITIVA

Teste realizado utilizando a variável dependente variação IBrX-100, as variáveis independentes componente surpresa e componente esperado e a variável binária positiva, de acordo com a equação 7.

IBrX-100 Intercepto (C)

Prob.

(0.104709) (0.6195) Comp. Surpresa (COMPSURP)

Prob.

(-0.383055) (0.4717) Comp. Esperado (COMPESP)

Prob. (0.212952) (0.5311) DUMMIEPOS Prob. (0.333703) (0.5666) R2 0.018792 R2 Ajustado -0.007968 Estatística F 0.552673

Variável binária negativa: igual a 1 se a meta foi reduzida, ou zero, caso contrário.

TABELA 17 - TESTE DE ASSIMETRIA – VARIÁVEL BINÁRIA NEGATIVA

Teste realizado utilizando a variável dependente variação IBrX-100, as variáveis independentes componente surpresa e componente esperado e a variável binária negativa, de acordo com a equação 7.

IBrX-100 Intercepto (C)

Prob.

(0.340691) (0.1022) Comp. Surpresa (COMPSURP)

Prob.

(-0.300674) (0.9976) Comp. Esperado (COMPESP)

Prob. (0.300674) (0.3729) DUMMIENEG Prob. (-1.110259) (0.0682) R2 0.045286 R2 Ajustado 0.019248 Estatística F 0.163163

De acordo com testes realizados podemos verificar que a variável binária negativa apresentou significância estatística a um nível de 10%. Já a variável binária positiva não mostrou significância estatística. Tal fato pode indicar assimetria no modelo, ou seja, o mercado acionário reage quando há redução da Meta SELIC.

6 CONCLUSÃO

O presente estudo se propôs a compreender as relações entre política monetária e os preços dos ativos. Desta forma foram analisados os impactos dos choques não antecipados na Taxa SELIC sobre o mercado acionário brasileiro. Foi utilizado o modelo proposto por Bernanke e Kuttner (2004), que realizaram trabalho similar para o mercado norte-americano.

Como teste principal foi utilizada a modelagem EGARCH e o resultado do teste foi consistente com o esperado, ou seja, a componente surpresa apresenta significância estatística, com o coeficiente com sinal negativo. Desta forma, podemos concluir que uma variação de 1 p.p. em média na componente surpresa impacta em 1,31% o IBrX-100. Paralelamente verificou-se a não significância na componente esperada.

Verificamos a não existência de padrão associado a setores de atuação dos ativos isolados. Em todos os setores analisados foram observados sinais divergentes no intercepto, exceto o de Infraestrutura, no qual há somente uma amostra.

Ressalta-se como limitação do estudo o baixo poder explicativo da componente surpresa em relação a variação do IBrX-100, em linha com a tese de que outros fatores atuam sobre o

Finalmente, o trabalho estendeu o prazo da amostra de reuniões do COPOM, quando comparado a outros trabalhos realizados no País, e utilizou base de dados bastante confiável em relação aos dados de consenso para formação do componente surpresa, utilizando os dados do Bloomberg.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERNANKE, BEN; KUTTNER, KENNETH. What Explains the Stock Market’s Reaction to Federal Reserve Policy? Journal of Finance, 60, Nº 3, p. 1221-1257, 2005.

CAMPBELL, JOHN Y.. A Variance Decomposition for Stock Retunrs. Economic Journal, Vol. 101 Issue 405, p. 157-179, March 1991.

CAMPBELL, JOHN Y.; AMMER, JOHN. What Moves the Stock and Bond Markets? A Variance Decomposition for Long-Term Asset Returns. Journal of Finance v. 48, iss. 1, p. 3-37 March 1993.

CORNELL, B.. The Money Supply Announcement Puzzle: Review and Interpretation. American Economic Review, 73, p. 644-657, 1983.

CRAINE, ROGER; MARTIN, VANCE. Monetary Policy Shocks and Security Market Responses. Working Paper, University of California at Berkeley, 2003.

D’AMICO, STEFANIA; FARKA, MIRA. The Fed and the Stock Market: A Proxy and Instrumental Variable Identification. Working Paper, Columbia University, 2003.

GÜRKAYNAK, REFET S.; SACK, BRIAN P.; SWANSON, ERIC T.. The Effects of Monetary Policy on Asset Prices: An Intraday Event-Study Analysis. Working Paper, Board of Governors of the Federal Reserve System, 2004.

JUNIOR, WALTER GONÇALVES. Surpresas com Relação à Política Monetária e o Mercado de Capitais: Evidências do Caso Brasileiro; Working Paper; Fundação Getúlio Vargas; 2007.

KUTTNER, KENNETH N.. Monetary Policy Surprises and Interest Rates: Evidence from the Fed Funds Futures Market. Journal of Monetary Economics, 47, p. 523-544, 2001.

PEARCE, D. K.; ROLEY, V. V.. Stock Prices and Economic News. Journal of Business, 58, p. 49-67, 1985.

POOLE, WILLIAM; RASCHE, ROBERT; THORNTON, DANIEL. Market Anticipations of Monetary Policy Actions. Federal Reserve Bank of St. Louis Review, 84, p. 65–93, 2002.

RIGOBON, ROBERTO; SACK, BRIAN. The Impact of Monetary Policy on Asset Prices, Finance and Economics Discussion Series 2002-4, Board of Governors of the Federal Reserve System, 2004.

ROMAGUERA, ALEXANDRE. Os impactos das Mudanças Inesperadas da SELIC no Mercado Acionário, IBMEC, 2010.

TABAK, BENJAMIM M.; TABATA, ALICIA. Surpresas na Política Monetária e a Estrutura a Termo da Taxa de Juro Brasileira. Economia Aplicada, V.8, Nº 3, p.383-399, 2004.

THORBECKE, W.; ALAMI, T.. The Effect of Changes in the Federal Funds Rate Target on Stock Prices in the 1970´s. Journal of Economics and Business, 46, p.13-19, 1994.

WOOLDRIDGE, JEFFREY M.. Introdução à Econometria: Uma abordagem moderna; Thomson Learning, 2007.

Documentos relacionados