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Comportamento do banco Y face a um pedido de concess˜ ao de

2.5 Conclus˜ ao

4.4.4 Comportamento do banco Y face a um pedido de concess˜ ao de

cess˜ao de cr´edito pela empresa X

Perante um pedido de concess˜ao de cr´edito de uma empresa X o banco Y recorre a uma determinada metodologia para decidir a concess˜ao ou n˜ao do cr´edito.

O banco come¸ca por solicitar `a empresa que pede o empr´estimo os seguintes elementos econ´omico-financeiros que a caracterizam3:

1. Volume de Neg´ocios anual (ou elementos que o permitam calcular), 2. Autonomia Financeira,

3. Capacidade de liberta¸c˜ao de fundos,

3Tal como foi referido no cap´ıtulo 2 quando um banco procede `a an´alise econ´omico-financeira

da empresa analisa v´arios elementos (r´acios, indicadores,. . . ). No entanto, por uma quest˜ao de simplifica¸c˜ao e atendendo `a importˆancia dos elementos indicados, usados na realidade banc´aria quando ´e feita a an´alise econ´omico-financeira da empresa, optou-se por s´o utilizar estes 7 elementos.

4. Encargos Financeiros L´ıquidos / Meios libertos brutos, 5. Cobertura do Activo Circulante,

6. Liquidez Reduzida, 7. Rentabilidade do Activo.

Para al´em disso, inquire a empresa sobre o montante de cr´edito que pretende.

Apesar de tudo o que foi descrito no cap´ıtulo 2, por uma quest˜ao de simplifica¸c˜ao da realidade econ´omica, assume-se que a an´alise qualitativa da empresa (an´alise da gest˜ao, da tecnologia, da concorrˆencia e dos factores comerciais) ´e resultado do contacto com a empresa (´e um parˆametro da empresa que vai sendo actualizado com alguma periodicidade - pq ).

Recorrendo `a base de dados do banco central o banco recolhe as seguintes informa¸c˜oes:

1. M´edias sectoriais dos indicadores acima referidos (de 2. a 7.),

2. Responsabilidades centralizadas da empresa na banca, o que permite visualizar se esta tem responsabilidades em atraso nalgum banco com um desfazamento de 8 unidades de tempo4;

3. Risco do sector em que a empresa se insere.

Com base no que ´e praticado na realidade portuguesa e nos in´umeros modelos est´aticos existentes para apuramento do rating das empresas, foi criada uma metodologia interna simplicada para os bancos apurarem o rating das empresas (ver Apˆendice 2).

4Tal como na realidade econ´omica, o banco central apenas disp˜oe de informa¸c˜oes credit´ıcias da

empresa desfazadas no tempo (por exemplo, o Banco de Portugal fornece aos bancos a operar em Portugal em Maio de 2005 as responsabilidades centralizadas das empresas na banca em Mar¸co de 2005).

Depois de obtido o rating da empresa, o banco tem que decidir se lhe concede o cr´edito. A quest˜ao ´e tanto mais pertinente quanto pior for o rating da empresa, isto ´e, o banco vai entrar em considera¸c˜ao com a sua carteira de clientes e as probabilidades de incumprimentos associadas a cada rating.

Assim, numa primeira an´alise, se a empresa for “boa” (por exemplo, do melhor rating existente) o banco opta por conceder cr´edito, uma vez que vai melhorar a composi¸c˜ao da sua carteira de clientes. Em princ´ıpio, toma a mesma decis˜ao no que concerne aos clientes de risco m´edio.

O problema coloca-se sobretudo nos clientes de risco Sofr´ıvel e Mau. As probabilidades de incumprimento das obriga¸c˜oes associadas a essas empresas s˜ao muito mais elevadas, come¸cando o banco por analisar a percentagem da sua carteira que est´a disposto a deter neste tipo de clientes. Se a percentagem actual da sua carteira global j´a ultrapassar as guias de orienta¸c˜ao estabelecidas pela sua administra¸c˜ao, o cr´edito ´e rejeitado (no SMAGeB esta quest˜ao est´a considerada nos parˆametros dos bancos -

max.credito.a.mediocres e ja.concedido.a.mediocres). Caso contr´ario e na ausˆencia de presta¸c˜oes em atraso no banco, o cr´edito ´e concedido, penalizando-se a empresa em termos de spread a aplicar ao empr´estimo (que vai permitir cobrir eventuais provis˜oes a constituir em situa¸c˜oes de incumprimento da empresa).

Conv´em ainda referir que no SMAGeB se sup˜oe que as probabilidades m´edias de incumprimento para cada n´ıvel de risco s˜ao conhecidas por todos os bancos e fornecidas pelo banco central.

De acordo com a avalia¸c˜ao do risco de cr´edito da empresa deve ser estabelecido o pricing do cr´edito5 para esse caso concreto (ver Apˆendice 3), ou seja, o banco calcula qual o

5A taxa a aplicar no empr´estimo, denominado pricing do cr´edito, visa cobrir o risco inerente `a

opera¸c˜ao de cr´edito e realizar uma margem na concess˜ao desse cr´edito (deve permitir o refor¸co dos fundos pr´oprios do banco).

pre¸co a cobrar pelo cr´edito que vai conceder.

Por ´ultimo, tendo o banco decidido conceder cr´edito `a empresa, ap´os aferir o seu n´ıvel de risco e o risco da sua “dimens˜ao” (ver Apˆendice 3), sabendo qual o pricing a aplicar a esse empr´estimo, vai atribuir `a empresa uma capacidade m´axima de endividamento. Estipulou-se que essa capacidade de endividamento ´e baseada no Volume de Neg´ocios

da empresa, considerando o banco que n˜ao deve exceder entre 25% a 30% desse Volume de Neg´ocios (depende de banco para banco e est´a contemplado no parˆametro

max.cred.conceder ).

Por exemplo, um banco que considere como capacidade m´axima de endividamento 30% do Volume de Neg´ocios, vai expurgar desse valor os empr´estimos que a empresa tem a decorrer na sua institui¸c˜ao acrescido das responsabilidades que a empresa tem na banca (embora o banco no per´ıodo n s´o tenha acesso `as responsabilidades do per´ıodo n − 2). Se o valor obtido for negativo, ent˜ao n˜ao deve conceder cr´edito, uma vez que a empresa se mostra muito endividada face `a sua dimens˜ao. Caso contr´ario, deve conceder cr´edito (no m´aximo at´e ao montante obtido).

4.5

Empresas

Os agentes do tipo empresa s˜ao caracterizados por parˆametros e vari´aveis de estado.

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