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O entendimento do que seja comportamento dos participantes de MOOC está relacionado à evasão ou à conclusão dos cursos. É um aspecto importante na busca de compreensão sobre o alto índice de evasão de cursos nesta modalidade. Evans et al. (2015) encontraram padrões temporais convincentes e consistentes: em todos os cursos de sua pesquisa, a participação diminui rapidamente na primeira semana, e se estabiliza posteriormente, nas semanas seguintes do curso. Os autores apresentam

três classificações para o tipo de participação nos MOOC: o envolvimento refere-se a qualquer instância em que um aluno interage com o curso (por exemplo, baixando ou assistindo a qualquer aula do curso); a persistência é o acompanhamento prolongado de uma série de vídeos aulas ao longo de várias semanas; e a conclusão é definida como o envolvimento com o curso até o final, assistindo vídeo aulas até a última semana ou ganhando um certificado. A principal questão de pesquisa deste estudo é: quais fatores no curso, nas aulas e no nível dos alunos são capazes de melhor prever o envolvimento, a persistência e a conclusão do curso? Os autores concluíram que várias características do curso são preditivas de padrões de engajamento e persistência dos alunos. 1). Por exemplo, as ofertas subsequentes de um curso têm taxas de conclusão mais baixas do que a oferta original, e os cursos com pré-requisitos têm taxas de certificação mais baixas. 2). Os padrões temporais são muito fortes e quase universais. Em todos os cursos, a participação cai ao longo do curso de forma semelhante a um decaimento exponencial. 3). O planejamento das vídeo aulas é importante. Os títulos dados aos vídeos das aulas estão significativamente associados aos níveis de envolvimento dos alunos, e os alunos assistem ao primeiro vídeo lançado em um lote específico mais do que qualquer outro vídeo nesse lote, independentemente da sua duração. 4). Os alunos que se motivam a se inscreverem em um MOOC pela conexão do curso com uma universidade de prestígio são mais propensos a persistir.

Evans et al (2016) prosseguem afirmando que, para descrever os padrões de comportamento dos alunos em MOOC, são necessários um vocabulário e uma estrutura diferentes do que examinar o comportamento dos alunos em aulas tradicionais. Três razões principais explicam porque uma estrutura de análise diferente é necessária. Em primeiro lugar, os alunos matriculados em MOOC geralmente têm diferentes objetivos do que estudantes universitários tradicionais. Em segundo, a estrutura e as características institucionais de MOOC (interação menor ou inexistente de alunos-professores, facilidade de admissão, baixo custo de entrada ou saída, etc.) são marcadamente diferentes dos cursos formais de universidades tradicionais. Em terceiro lugar, os MOOC trazem uma novidade no universo da educação superior. Evans et al(2016), apontam ser necessário esperar que um processo de equilíbrio em que os alunos aprendam a utilizar os MOOC, e os provedores de MOOC percebam o que funciona para os alunos. Os autores questionam: qual a melhor métrica de

persistência em um MOOC? Como a educação é sempre um processo interativo entre alunos e cursos, ao questionar sobre a persistência dos alunos é necessário levar em conta características dos alunos bem como as características institucionais. É difícil superestimar a importância de fatores sobre o nível de alunos (experiência anterior, motivação para o curso, metas, habilidades e recursos) na previsão da persistência dos alunos nos MOOC. Os alunos se inscrevem com uma variedade de objetivos e intenções, e o abandono pode ser desencadeado por uma série de fatores. A estrutura básica de um curso, como o número de módulos e quando é oferecido, está associada a taxas de persistência dos alunos. Cursos mais longos parecem ter menores taxas de persistência. Finalmente, os autores afirmam também que os cursos que exigem pré-requisitos têm taxas mais baixas de persistência do que cursos que não. Os alunos também evitam atividades de avaliações entre pares e tarefas que exigem muita escrita e que não são de múltipla escolha.

Perna et al. (2014), apresentam um conjunto de questões fundamentais que devem ser levadas em consideração: qual a porcentagem de participantes que não só se registra para um MOOC, mas também os completa? Quais são marcos que preveem a conclusão do curso? Os participantes tratam MOOC não como cursos a serem tomados linearmente do início ao fim, mas em vez disso, aproveitam o recurso "aberto" dos MOOC e utilizam apenas alguns conteúdos do curso? Em razão da queda muito acentuada entre a inscrição e o acesso à primeira aula, estes autores também examinaram outra medida do progresso acadêmico: a taxa de retenção. Definiram a taxa de retenção como o número de participantes que acessou uma aula no módulo final dividido pelo número que acessou uma aula no primeiro módulo. Os resultados das autoras sugerem que apenas uma pequena parcela de participantes aproveita a natureza aberta dos MOOC para determinar a ordem em que acessam o conteúdo do curso. A maioria dos participantes acessou o conteúdo do curso na ordem sequencial apresentada no curso. Embora uma pequena porcentagem de usuários tenha aproveitado a natureza aberta dos MOOC para determinar sua própria sequência para acessar as aulas, a maioria dos usuários acessou os cursos da mesma maneira que um aluno abordaria um curso entregue em outros formatos. As baixas taxas de "conclusão", o acesso à primeira aula e a tentativa do primeiro questionário, bem como as diminuições dramáticas na participação, e as tentativas de questionário, especialmente nas primeiras semanas de um curso, podem refletir a curiosidade, a

navegação e a falta de interesse ou motivação para completar. Este estudo apontou uma queda considerável entre a inscrição em um curso e o acesso à primeira semana de conteúdo do curso, sugerindo que acessar a primeira aula é um marco chave. Embora o acesso à primeira aula tenha sido um fator importante de previsão da conclusão, as taxas de retenção mesmo para quem acessou a primeira aula também foram baixas. Aqueles que acessaram uma aula na 4ª semana provavelmente acessaram às aulas subsequentes, sugerindo que a participação neste momento é outro importante marco de conclusão do curso. Para os autores, considerando que a conclusão é tipicamente avaliada por instituições como um fator de sucesso do curso, pesquisas futuras que considerem medidas de satisfação dos alunos com a experiência de aprendizagem podem produzir intuições frutíferas.